Este é um livro dividido em duas etapas que refletem a consequente vida de sua autora. É um livro brilhante, uma literatura sólida e bela, que nos faz sentir, além disso, menos sós e recuperar nossa estatura de pessoas. A primeira parte narra os capítulos de encarceramento, tortura e violação que viveram centenas de pessoas na América Latina nos anos 80. Clara revisa sem distanciamentos a vida familiar, assim como seus amores e a vida na guerrilha urbana e o cárcere. A “Diario Aviario” vai ao outro ponto do caminho, a maturidade emocional e corporal, de um mesmo corpo que é o livro com sua autora, por onde acontece de tudo: tempo, filhos, crises, pobreza, desemprego, desalojo planetário. Nora Méndez nos adverte de que estamos longe de nos salvarmos do horror e mais longe ainda do princípio de justiça, mas por sua vez nos chama a celebrar que nessa morte diária contra o sistema também existe uma esperança e é a de avançar contra, a de destruir o tempo construído pelo patrão e retomar o do sol, dos animais e das plantas e salvar-se em seu calor. Quem for humano amará este livro. (María Ibarra, narradora argentina)
>> Nora Méndez. El Salvador, 1969. Escritora, anarquista hippie, melômana, peripatética e filosofa. Vive em San Salvador, a cidade de seus mortos, criando sua filha e semeando árvores frutíferas. Dirige uma editoria independente pelo prazer de se expressar e saltar sobre os abismos da política e da censura. Chora todo o tempo, é sua maneira de contribuir com a chuva.
Pájara en fuga. Memorias de una anarquista centroamericana
Nora Méndez
250 páginas
9 euros
agência de notícias anarquistas-ana
harmonia sem acorde
nota em contratempo
a dissonância morde
Gabriela Marcondes
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!