Sobre o “E Daí?”

Por Vantiê Clínio Carvalho de Oliveira | 04/05/2020

A direita diz: 

“Cinco mil mortos pela pandemia no Brasil, comunidades tradicionais sem nenhum apoio durante este período, comunidades faveladas e de periferias sem nenhum investimento emergencial em infraestrutura sanitária para ao menos amenizar o maior potencial de risco de contaminação que apresentam devido à alta precariedade de suas condições, e daí? O que interessa é que, mesmo com essas ‘perdas necessárias’, a economia volte a andar.”

A esquerda diz:

“Duzentas e cinquenta mil famílias pobres expulsas de suas moradias para viabilizar as construções das arenas da Copa da FIFA, populações inteiras de comunidades tradicionais expulsas de seus habitats históricos à base de incêndios criminosos de suas moradias por capangas das grandes empreiteiras para a construção da mega hidrelétrica de Belo Monte, comunidades faveladas submetidas a um processo de incremento da violência cotidiana normalizada devido à implementação de políticas de ocupações militares por tropas das forças armadas com vistas a garantir ‘a paz’ durante a realização de eventos de grande visibilidade mundial, e daí? O que interessa é que nos governos de esquerda o Brasil viveu um aumento do poder de consumo das classes B e C, e que uma parcela um pouco maior destas pôde enfim se tornar mão de obra precariamente qualificada para servir ao mercado em expansão.”

Moral da história (no sentido da ciência da História mesmo):

TODO GOVERNO trata suas populações de cidadãos como gado de produção (e de abate, quando necessário), e como todo gado de corte, a/os cidadã/os amantes dos governos (qualquer governo que seja) não passam de animais sem reflexão e servis.

Decide não mais servir e serás livre!” – Etiénne de La Boétie

agência de notícias anarquistas-ana

na folha orvalhada,
gota engole gota,
engorda, desliza e cai

Alaor Chaves