48 anos após o golpe fascista e quase 2 anos após a revolta popular de outubro, nos mantemos firmes contra o esquecimento e contra o oportunismo constituinte e eleitoral que se apresentam como as “alternativas” de mudança e avanço do povo.
Em 18 de outubro de 2019, o povo tomou as ruas com um radicalismo não visto desde a resistência contra a ditadura, com demandas que iam além de reformas ou migalhas e com uma clara rejeição de todas as institucionalidades e partidos. A luta é finalmente capitalizada e suspensa pelas urnas e pelos pactos que, além dos assassinatos e dos presos políticos, mostram o processo para uma “nova constituição” e a convenção constituinte como as grandes conquistas da mobilização social.
Enquanto nos salões constituintes da ordem democrática burguesa as novas leis repressivas contra o povo estão sendo discutidas e nas cúpulas partidárias a disputa pela cadeira presidencial está em andamento, continua a disparar em plena pandemia o aumento do custo de vida que é justificado pelos bônus e migalhas que o Estado está concedendo.
As conclusões são claras: não ganhamos absolutamente nada, eles aumentaram tudo e assim seguiremos enquanto continuarmos confiando nosso futuro nas institucionalidades e nos partidos.
A esquerda e a direita que juntas salvaram Piñera nada mais são do que a continuação da política corrupta que tem governado nos últimos 30 anos e são eles que boicotaram e diluíram toda luta revolucionária do povo, o que claramente as exclui.
A luta popular por uma vida digna deve ir além das farsas constituintes e das disputas oportunistas entre esquerda e direita. Esta deve basear-se na autonomia revolucionária, na luta de rua e de classe e na mobilização social como alternativa para avançar e superar o capitalismo e sua contínua precariedade.
O legado histórico da auto-organização dos trabalhadores durante a UP [Unidade Popular], o da autodefesa proletária na resistência contra a ditadura nos anos 80 e o do assembleísmo territorial de 2019 são os caminhos que devemos estudar e tomar para conquistar a verdadeira dignidade.
CONTRA O OPORTUNISMO ELEITORAL E CONSTITUINTE.
LUTA DE RUA E MOBILIZAÇÃO SOCIAL.
CLAUDIA LOPEZ BENAIGUES E ANDRES SOTO PANTOJA PRESENTES NAS FORÇAS DA LUTA DE RUA E ANTICAPITALISTA.
Grupo de Propaganda Revolucionária – La Ruptura.
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Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!