[Espanha] Barcelona, 30 de Dezembro: marcha para o CIE de Aluche

30 de dezembro às 19 horas – Eugenia de Montijo

CONTRA OS CIES, AS NAÇÕES, AS FRONTEIRAS E O SISTEMA QUE OS PERPETUA

Em 17 de maio de 2021, um conflito geopolítico entre os estados espanhóis e marroquinos levou à abertura das fronteiras no Marrocos, com a consequente travessia de pessoas em condições desumanas ao longo das praias fronteiriças entre os dois países. Em resposta, o Estado espanhol aumentou a presença militar em Ceuta, conduzindo “devoluções quentes” e outras negociações vexatórias, reduzindo as pessoas a meras mercadorias. Em 30 de agosto deste ano, devido a interesses militares e econômicos, uma situação insustentável surgiu no Afeganistão, obrigando as pessoas a deixarem o país.

São exemplos claros do papel que a democracia e o capitalismo desempenham na gestão de nossas vidas, por meio do desenvolvimento de infraestruturas, controle dos fluxos populacionais, tratados, leis e fronteiras. Tudo isso gera um importante negócio que busca controlar as populações oprimidas e utilizá-las para suas miseráveis ​​negociações e jogos políticos.

Neste quadro, as infraestruturas desenvolvidas pelo Estado são os CIES (centros de detenção de estrangeiros). Os CIES cumprem a função de acondicionar os migrantes para garantir a sua deportação, ou seja, uma infraestrutura desenvolvida para privar as pessoas da sua liberdade por serem estrangeiras, sendo este o culminar da violência racista que o sistema democrático exerce para manter a ordem estabelecida. Em suma, os CIES são um eufemismo para prisão, uma vez que tanto os CIES quanto as prisões estão inseridas na mesma lógica democrática: a repressão dos oprimidos em prol dos interesses dos opressores.

Por isso, consideramos necessário contrariar a existência destas infraestruturas e de todo este enquadramento que apenas pretende converter-nos em mercadoria para o seu controle e negócio. Queremos mostrar a nossa solidariedade para com todas as pessoas que se encontram presas, quebrar a monotonia imposta por estes muros, mostrar as condições em que se encontram e toda a rede e negócios que estes presídios escondem. Procuramos que eles não sejam esquecidos. Queremos transmitir a eles que não estão sozinhos e aos seus tutores, que não se sentem impunes.

Não queremos as situações que estão ocorrendo nas fronteiras, nos CIES, nas incursões racistas e na precariedade a que este sistema nos condena diariamente a oprimidos. Não queremos que estas situações sejam esquecidas, nem queremos esquecer as várias revoltas e motins que ocorreram nos CIES e as manifestações de solidariedade que se deram de fora, pois é necessário continuar a agitar e a lutar desde então. O silêncio, a obediência e a inação nos tornam cúmplices de uma estrutura social que precisa do racismo e do resto da opressão para se manter de pé.

DEIXE OS PRISIONEIROS SAIR, DEIXE OS CIES QUEIMAR!

Tradução > GTR@Leibowitz__

agência de notícias anarquistas-ana

Enquanto agachado
Ao lado da chaleira
Como faz frio!

Naitô Jôsô