O capitalismo é orientado pela lógica interna de expansão e acumulação de capital sem fim. Isso o leva de crise destrutiva a crise destrutiva. Na última década, a crise teve nomes diferentes – por exemplo, econômica, migrante, Covid-19 –, mas a reação das autoridades a essas crises é muito similar: reforçar o aparato repressivo e de controle, militarização, desumanização, apologia ao ódio entre as pessoas, perseguição da oposição social e destruição de vidas humanas. Os próprios governantes estão cientes que não podem garantir às pessoas saúde ou segurança, quem dirá prosperidade, sob o sistema atual, portanto cada vez mais recorrem à pura violência e a outros métodos autoritários para manter seu poder.
De todas as crises, a guerra é a que mais desumaniza a vida e a sujeita a dor e sofrimento. Em uma situação cada vez mais tensa de competição capitalista, novas guerras estão acontecendo nos limites de centros econômicos poderosos e em partes do mundo ricas em recursos. Depois da Iugoslávia, Afeganistão, Iraque, Síria, Palestina e muitas outras partes do mundo, a guerra ainda não irrompeu completamente na Ucrânia.
A guerra na Ucrânia não é uma guerra entre os povos, mas entre o grande sistema de dominação capitalista. Nele, apenas as pessoas estão morrendo. Armas, a indústria da guerra e as alianças militares são o problema, não a solução; é por isso que rejeitamos o armamento e todas as outras formas de fortalecimento do aparato de guerra. Nossa solidariedade não pode ser com os Estados, seus exércitos e bandeiras, que agora estão medindo suas armas de destruição na Ucrânia, nem com aqueles que lucram com a guerra, que já esfregam suas mãos sobre novos negócios. Nossa solidariedade incontida está com todos aqueles que sofrem as consequências de todos os lados das linhas de frente. Estamos solidarizados com todos aqueles que levantam suas vozes contra a guerra e com aqueles que não colocam seus corpos à disposição da máquina de guerra, sendo alvos da repressão precisamente por conta de sua resistência. Como nós, eles não queriam a guerra, não a buscaram, mas se tornaram seus prisioneiros e reféns. Todos sentimos sua dor, a qual talvez logo conheceremos de maneira bem pessoal.
A guerra está sendo travada não apenas com bombas e tanques, e não só em território ucraniano. Uma parte significante está sendo travada nas sociedades aparentemente seguras, removidas dos teatros da guerra. Ela toma forma de produção e tráfico de armas, promoção do nacionalismo, propaganda, repressão, difusão de ódio, racismo e tratamento seletivo das vítimas da guerra. Rejeitar a guerra é rejeitar todas as suas formas.
No clima da guerra, é importante a criação de espaços de resistência antiautoritária contra tudo o que a permite e orienta. Isso significa, primeiramente, uma troca de informações autogerida, reflexão e organização para oferecer solidariedade na prática para todos que precisam nessa situação difícil.
É por isso que estaremos participando no Rally for Peace de Ljubljana na terça-feira, 1º de março de 2022, às 17 horas.
É por isso que chamamos por uma Assembleia Aberta contra a guerra na quinta-feira, 3 de março de 2022, às 17 horas, no Menzo pri koritu, em Metelkova, onde construiremos juntos a possibilidade de solidariedade e de resistência, mesmo em tempos de guerra.
Contra o imperialismo e todos os nacionalismos!
Solidariedade de classe com o povo da Ucrânia, Bielorrússia e Rússia!
Que abramos as fronteiras para todos e todas!
Ljubljana, 1º de março de 2022
Anarchist Initiative Ljubljana
Črne mačke [Black Cats]
Tradução > Sky
agência de notícias anarquistas-ana
Como versos livres
– ao toque dos tico-ticos –
as flores que caem…
Teruko Oda
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!