“O que se passa agora na Rússia é a consolidação do monopólio de todos os poderes no Estado”

Apesar desta entrevista com a anarquista russa-brasileira Kristina Dunaeva já ser bem antiga (foi realizada em novembro de 2004), ela continua sendo interessante em diversos aspectos. Confira!

Agência de Notícias Anarquistas > Recentemente a Revista Exame soltou uma nota indicando que a Rússia é o 3° país com o maior número de bilionários do mundo, por outro lado, é um dos países mais corruptos do planeta. Curioso, não?

Kristina Dunaeva < Curiosíssimo!!! O que se passa agora na Rússia é a consolidação do monopólio de todos os poderes no Estado, ou seja, para um grupo restrito de pessoas, para a turma de Putin, que vem da ex-KGB – polícia secreta da URSS –, e que está reestruturando o poder ao redor de si. Assim, antigos membros da KGB se engajaram nas novas estruturas de poder de livre mercado criadas após a implosão do capitalismo de Estado soviético, ocupando altos cargos executivos de multinacionais, por exemplo. Recentemente, muitos bilionários vazaram do país, após acordos com o governo, com certeza. Um deles, que era dono de único canal da TV não federal, insistiu em ficar e agora está preso.

ANA > Vladimir Putin está no Brasil, se tivesse a oportunidade de falar com ele, o que falaria?

Kristina < Perguntaria, qual o objetivo da visita para o Brasil? Quais serão as negociatas? Putin vem para o Brasil negociar a venda de aviões caças militares Sukhoi. A aquisição será negociada pelo Ministério de Defesa brasileiro, representado pelo vice-presidente José Alencar que, antes de virar o ministro de defesa, visitou a Rússia. O vendedor, Ministério de Forças Armadas da Rússia, há 10 anos promove a guerra na Chechênia, é causador de genocídios, de atos de terrorismo estatal e mantém no poder o governo fascista do Putin. O Brasil, por sua vez, mensalmente fornece aos cidadãos russos toneladas de diferentes tipos de carne, devido ao nível precário da produção industrial de tal produto na Rússia e à hiperprodução e crescimento da indústria pecuária brasileira (curiosamente, o presidente da Sadia é ministro de Desenvolvimento do governo Lula).
Enquanto isso na Rússia: à custa dos povos da Chechênia e da Ingushetia, que estão sendo exterminados pelo exército russo com a cumplicidade silenciosa da maioria de pessoas da Rússia, Putin, alto membro da ex-KGB e atual FSB, foi “eleito” para governar mais quatro anos pelo povo rapidamente empobrecido, graças ao discurso nacionalista e totalitário e com o apoio da indústria bélica e petrolífera.
À primeira eleição de 1999 precederam as explosões de prédios residenciais em Moscou, o que serviu de pretexto para uma nova onda de genocídio na Chechênia. À última eleição de 2004 – a explosão no metrô de Moscou. Putin ganhou esta eleição no primeiro turno. Curiosamente, com os recordes de votação na Chechênia (89,65% e 92,6% dos votos em apoio) e na Ingushetia (91,09%). Enquanto isto na Sibéria, nas regiões de Krasnoiarsk e de Irkutsk, as eleições não rolaram (na Rússia voto não é obrigatório).
Putin ganhou a eleição prometendo que o governo russo realizará um
programa social concreto e positivo em troca de apoio silencioso ao regime totalitário.
Em vez disso, o governo do Putin, junto ao Parlamento, completamente
obediente, assinaram um pacote de leis antissociais que prevê a anulação de transporte gratuito para os aposentados, o cancelamento de distribuição gratuita de remédios para os doentes crônicos (por exemplo, para aqueles que sofrem de diabetes), a anulação de dotações estatais para os antigos presos  políticos, para os deficientes, inclusive para aqueles que sofreram de radiação em consequência da catástrofe de Chernobyl, a anulação de indexação de salários para aqueles que trabalham na região Setentrional da Rússia (costa do Oceano do Norte), a anulação de bolsas para os estudantes etc. Em alguns casos serão pagas dotações em dinheiro, só que se este dinheiro deverá sair dos orçamentos regionais que estão vazios, sem conseguir pagar os salários dos professores, médicos, funcionários estatais.
Outras medidas que prenunciam a consolidação do totalitarismo: a
anulação das eleições diretas dos governadores (agora é o Putin que nomeia) e perseguição dos grandes partidos de “oposição” (comunista, por exemplo). Sou contra as eleições, muito mais contra o totalitarismo, e estas medidas servirão para que não rolem protestos e obstáculos durante as reformas do governo deste FDPutin!

ANA > É muito curiosa essa negociata belicosa e armamentista entre o
governo brasileiro e russo. Mas não surpreende, já que uma das políticas do governo Lula é modernizar as Forças Armadas, e isso passa pela aquisição de armas, que eles dizem que é para defender a paz, a soberania nacional… uma grande hipocrisia!

Kristina < Tá foda. Este Lula afirmando hoje no encontro com o Putin que precisa se unir na luta contra o terrorismo internacional. Se unir com quem? Com um regime neo-fascista? Com os milicos, policiais?

ANA > Em que ponto está agora às mobilizações contra a guerra na
Tchetchênia? Fale um pouco deste conflito…

Kristina < A cada semana em Moscou, São Petersburgo e algumas outras cidades acontecem os piquetes antimilitaristas. Quem organiza são as ONG’s de direitos humanos – que trabalham com presos políticos, vítimas do regime soviético e refugiados, anarquistas, indivíduos conscientes. Participei de alguns em Moscou, logo após a explosão da escola em Beslan. Numa das principais praças da cidade, no fim da tarde, foram acesas as velas, abertas as faixas com as inscrições contra a guerra, contra o genocídio dos chechenos promovido pelo exército russo e pelo Putin, contra o imperialismo, contra o terrorismo estatal que causou morte de centenas de crianças. Foram distribuídos panfletos e os participantes trocaram ideias com as pessoas que passavam na praça. Muitos passavam reto, sem levantar os olhos – o medo e a tensão em Moscou, capital do império russo, estão generalizados, muitos recusavam receber os panfletos, mas muitos conversavam.
Em Moscou, com as mesmas pessoas, participei da manifestação
ultranazista organizada pelo governo e fiquei bem assustada. Fomos pra lá para ser uma gota contra no oceano da massa obediente – os participantes foram trazidos obrigatoriamente pelos sindicatos e universidades, e também pelos discursos dos governantes e figuras populares através das telas azuis dominadas pelo governo. Rapidamente distribuímos os panfletos no meio de bandeiras dos fascistas, das faixas com as citações de Putin, no meio dos carecas, de discursos que os notáveis gritavam do palco – que o inimigo está do lado de cada um, pode ser um vizinho, pode ser um amigo, quem não é russo é o inimigo, etc., – e aí estendemos uma faixa que estava escrito: “Todos somos reféns do terrorismo estatal”, aí nem passou 10 minutos – colaram os polícias falando que esta é uma manifestação em apoio ao governo, e não contra, e que não existe nenhum terrorismo estatal… Tudo isto no meio de vários provocadores, de pessoas surtando, nos acusando das recentes mortes de crianças; rasgaram a faixa, prenderam um companheiro e nós tivemos que sair juntos e ir bem longe para se dispersar e cada um pegar o metrô para seu lado.
Esta guerra é um mecanismo que o governo aciona assim que precisa
justificar qualquer medida, qualquer passo, quando precisa eleger alguém como Putin. Na Rússia as informações sobre esta guerra são censuradas e ela serve de pretexto para a instalação de um regime fascista. O que acontece lá é o genocídio.

ANA > Você acha que hoje a “velha KGB” se confunde com a máfia russa, que é muito poderosa?

Kristina < É uma turma só que está no poder: que elegeu Putin, que faz a guerra, que apela a combater o terrorismo e explode a escola, os prédios, os metrôs…

ANA > Você tem acompanhado o caso “MSI”, um grupo de investimentos estrangeiros que tenta controlar o futebol do Corinthians, e dizem até que o bilionário russo, Boris Berezovsky, está por trás dessa história? Muita gente diz que este senhor lava dinheiro sujo no futebol, inclusive ele é dono de times de futebol. Também já li reportagens afirmando que esse magnata está envolvido com a guerrilha separatista da Chechênia. Enfim, coisas muito obscuras, não?

Kristina < Putin herdou de Yeltsin uma Rússia fortemente influenciada pelos oligarcas. Hoje em dia, Gúsinski está expulso, Berezóvski também, Khodorkóvski que não quis emigrar e declarou isso está preso.
Não tenho muita compaixão a estes oligarcas exilados (e o destino dos milhões que eles roubaram?), mas acho que estas pessoas muito ricas representavam um perigo para o presidente Putin e para o regime dele.
Mais ou menos abertamente suas ambições políticas proclamaram quatro de chamados oligarcas – Gusínski perdeu seu canal NTV e sua editora, e praticamente foi expulso do país (a tentativa de pegar ele através da Interpol e devolver para a Rússia para o julgamento até agora não teve sucesso). Berezóvski quando parou de fazer intrigas em apoio de Putin também sob ameaça de prisão emigrou. Abramóvitch que se elegeu governador da Tchukotka (região Nordeste da Rússia), assim que começou a sujar pro lado dele para evitar problemas rapidamente se apaixonou por futebol e agora vive em Londres (É um exilado? Não se sabe. Talvez…).
Restou na nossa lista e no país Khodorkóvski. Este não somente financiou a oposição destes liberais de direita e sociais-liberais até os comunistas oficiais, mas também declarou abertamente a possibilidade de se candidatar para as eleições presidenciais de 2008. Não quis ir embora, e como resultado está preso há um ano.

ANA > O álcool e as drogas estão muito espalhados entre a juventude
russa, não?

Kristina < Estão. E não somente entre a juventude. O álcool, a droga legalizada, é a mais usada, baratíssima. A heroína foi “popularizada” no começo de 1990, por aí, vendia-se pelos preços bem baixos. Muita gente se foi. Disso não falam. Existem pouquíssimos lugares (e bem caros) que dão assistência, e na Rússia tem uma lei de medicina, um acordo de médicos, de não revelar para a pessoa qual é o problema de saúde –aids, hepatite, então você omitindo o problema não dá a possibilidade de ir atrás do tratamento.

ANA > Você acha que hoje a situação do povo russo está muito pior do
que na época do capitalismo estatal?

Kristina < Economicamente, sim.

ANA > Vamos mudar de foco. Qual é o “estado de saúde” do anarquismo neste momento na Rússia?

Kristina < Letárgico, com atividades esporádicas. Existem vários grupos pequenos, às vezes organizados entre si, às vezes não. Quase toda cidade tem um ou mais grupos anarquistas. Também depende da época do ano, do que tá rolando no país.
No verão, por exemplo, conheci anarquistas de vários lugares da Rússia no acampamento em Pierm, onde os ativistas dos movimentos ecológicos junto à população da cidade tentam barrar o programa de queimamento de mísseis nucleares. Em Moscou e em São Petersburgo os anarquistas semanalmente se reúnem nos piquetes contra a guerra na Chechênia.

ANA > A KAS, organização anarco-sindicalista, ainda existe?

Kristina < A KAS foi uma organização que uniu os anarquistas de toda a URSS, foi primeiro movimento anarquista organizado após o extermínio dos libertários pela ditadura bolchevique (a partir de 1918). Surgiu em 1989 e rachou em 93-94. Grupos de anarco-sindicalistas da região central da Sibéria (nas cidades como Irkutsk e Omsk, por exemplo) até hoje usam o nome da KAS e são bem ativos.

ANA > A Rússia é um dos países que mais foi atacado ecologicamente, com diversos crimes e acidentes ambientais, mas ao mesmo tempo, também há um movimento ecologista muito ativo, não?

Kristina < O conceito de ecologia e de preservação ambiental foi inexistente na URSS. A industrialização pesadíssima a qualquer custo, a corrida armamentista durante a guerra fria e, a partir de final dos anos 80, a privatização de recursos naturais e o mercado livre detonaram a natureza. O movimento ecologista é ativo, sim, e um dos poucos que consegue algumas vitórias – poucas, mas consegue. Este verão fui para Pierm, uma cidade, aos pés das montanhas Urais, onde rolou um acampamento de grupos de resistência ecológica na frente da usina que queima os mísseis nucleares (sem as ogivas, mas, mesmo assim, altamente radioativos) segundo os acordos de desarmamento. Estes acampamentos acontecem a cada verão: em Votkinsk, há 3 anos, os ativistas junto a população conseguiram dar fim ao mesmo projeto de queimamento; no mar de Azov, no ano passado, foi a luta contra a construção de um terminal de metanol.
O grupo mais atuante são os “Guardiões do arco-íris”. Junto aos anarquistas de Moscou eles fizeram ações artísticas contra a nova lei de desmatamento (um enforcamento simbólico das árvores vivas durante a votação da lei no Parlamento), contra a lei que permite o enterro do lixo nuclear no território russo (uma frota de caixões desfilou pelo rio Moskva).

ANA > O Museu Bakunin já está funcionando?

Kristina < Existe um museu da família do Bakunin numa aldeia chamada Priamúkhino. Uma escola cedeu espaço de três quartos para uma pequena exposição que conta a história do local, a história da família, bem interessante por sinal, e as informações sobre os encontros, leituras de Priamúkhino, para discutir a teoria do anarquismo (não tive oportunidade de participar de nenhum destes encontros, mas, pelos relatos dos que participaram, falta um pouco a discussão da prática, apesar do trabalho coletivo dos anarquistas de restauração da casa e do parque de Priamúkhino), a memória do lugar e a herança de Mikhail Bakunin.
Quem cuida mais do museu, do parque e da organização do movimento em Priamúkhino é o Sierguei Gavrilovitch, que vive na aldeia. Na sua casa ele recebe muitas pessoas e grupos de anarquistas que vêm trabalhar no verão. Neto de um dos servos da família de Bakunin, ele fala da história do lugar com muito amor. Priamúkhino, no séc.XIX, foi um ponto de encontro dos intelectuais russos, amigos da família, amigos do próprio Mikhail que saiu de lá bem jovem e voltou uma vez, quando estava preso e fora transferido para a Sibéria. Durante os invernos, Sierguei Gavrilovitch escreve as peças teatrais sobre a “harmonia” de Priamúkhino, como foi chamada a atmosfera cultural criada pela família, sobre a juventude de Mikhail, sua rápida passagem pela casa dos pais no caminho para a prisão, sobre a morte dele na Suíça. Bem interessantes estas peças, viu, Moésio, eu li com muita curiosidade. E de Priamúkhino, do Sierguei Gavrilovitch dá pra escrever muito, acho que valeria uma entrevista a parte, o que você acha?

ANA > Claro, vamos fazer essa entrevista à parte, sim, mas agora conta
alguma curiosidade do Sierguei. Suas peças abordam exatamente o quê?

Kristina < Sierguei Gavrílovitch escreveu a trilogia Priamúkhino que vai da juventude à morte do Mikhail Bakunin. Peças cheias de discussões sobre a anarquia, sobre o movimento contemporâneo ao Bakunin, sobre a Rússia. Na última peça, antes de morrer, Bakunin prevê o futuro da revolução russa e adverte sobre as consequências desastrosas da ditadura, mas não é compreendido por ninguém…

ANA > Na Rússia existe museus do Bakunin, Tolstoi, Kropotkin… Vi num livro uma foto num museu de cera com grandes personagens russos, todos juntos, Sajarov, Bakunin, Plejanov, Tolstoi e Dostoievski… Também li que existe uma estação de metrô com o nome de Kropotkin. Desses três, Bakunin, Tolstoi, Kropotkin, e mais Emma Goldmam, qual é o mais popular na Rússia? (risos)

Kristina < Bakunin com certeza não é… A memória dele foi ocultada durante a União Soviética. Do Kropotkin mais coisas foram preservadas  – a casa em Moscou, onde funcionou a Casa da Anarquia de Moscou após a revolução de 1917 e, depois, o museu de Kropotkin – último refúgio dos anarquistas que sobreviveram as perseguições. Hoje em dia nesta casa fica a embaixada da Palestina… A estação de metrô Kropótkinskaia, em Moscou, sempre foi minha preferida, desde a infância, – muito simples, de mármore branco, sem luxo e ouro de outras estações moscovitas. Acho que o nome foi dado após a II guerra mundial, quando o nome de Kropotkin não representava mais nenhum perigo. Antes disso chamava-se “Palácio de Conselhos”, pois naquele local queriam construir na década de 1930 o palácio gigantesco, um verdadeiro arranha-céu com a estátua de Lenin de 100 metros de altura no topo. O mais louco é que o projeto foi aprovado, mas após a guerra decidiram em vez disso fazer uma piscina pública que, por sua vez, foi fechada no começo dos anos 90 e agora construíram uma catedral gigantesca. A igreja está voltando com tudo, pedindo a proibição de abortos, pedindo de volta às terras que lhes pertenceram até 1917 (e na Rússia, assim como no mundo inteiro, a igreja era o maior latifundiário)…
Agora, o Tolstoi ganhou de todos!!! Foi proclamado por Lenin o “espelho da revolução russa” e virou um dos principais heróis da mitologia soviética. Sei que existiam os tolstovzy – seguidores da filosofia de Tolstoi, que praticavam o vegetarianismo, a vida em comunas, a autonomia, mas foram perseguidos e exterminados… destes ninguém lembra.

ANA > Uma última pergunta: são tantas lutas, em todos os lugares, mas como o “movimento” anarquista internacional poderia ajudar concretamente os anarquistas russos?

Kristina < A situação na Rússia está feia, mesmo. A Cruz Negra deve ajudar nos casos de prisão dos companheiros, casos forjados. Os movimentos antimilitaristas e antifascistas internacionais, também. As pessoas que encontrei em Moscou, São Petersburgo, Pierm, Priamúkhino, que estão resistindo contra o sistema, se opondo ao regime são muito corajosas. Às vezes, só contar sobre as coisas que se passam por aqui, dos protestos, dos movimentos organizados dava muita força. Aí, eu acho que troca informação, as experiências, saber que a resistência é internacional, que as coisas que lutamos contra são as mesmas, ajuda muito. Em Pierm, por exemplo, os moradores estavam se organizando em associação para meter processos no Governo local e pressionar contra o programa de queimamento dos mísseis; eu pensei que no Brasil, na mesma Baixada, há trabalhos similares. Ou, em Moscou, na escola de refugiados, há problemas parecidos com as escolas dos acampados rurais aqui, no Brasil, ou nas ocupações urbanas.
Talvez se o movimento anarquista internacional fosse menos ortodoxo, ou seja, se tivesse mais abertura para trocar práticas e informações com outros movimentos sociais organizados também ajudaria.

ANA > As últimas palavras são suas, pode jogá-las do 11° andar do seu prédio… (risos)

Kristina < Moésio, valeu o espaço! Queria continuar falar sobre o que tá rolando na Rússia, então, vamos manter o contato.

agência de notícias anarquistas-ana

Janela fechada:
borboleta na vidraça
dá cor ao meu dia.

Anibal Beça