Parem a guerra!
Na manhã de 24 de fevereiro de 2022, o exército de Vladimir Putin invadiu a Ucrânia através de Belarus, Crimea e Donbass. Esta invasão foi certamente dirigida a Kiev, que fica muito perto da fronteira bielorrussa. Várias cidades foram atingidas por mísseis, incluindo a capital. Por sua vez, o presidente ucraniano Volodomyr Zelinsky prometeu que “a Ucrânia se defenderá e vencerá”.
Esta situação era, infelizmente, previsível. A Rússia já demonstrou a sua ambição imperialista, especialmente na Geórgia em 2008, no Oriente Médio e na África mais recentemente. Na Ucrânia, após os levantes da Praça Maïdan em Kiev, em 2014 (que derrubou o presidente pró-russo Victor Yanukovych), Putin anexou a Crimea e ajudou os separatistas pró-russos de Donbass no leste (as autoproclamadas “Repúblicas Populares” de Luhansk e Donetsk).
Em um “apelo ao povo” televisionado em 21 de fevereiro, Putin disse: “Estamos ocupando um pedaço de Donbass, e se a Ucrânia reagir (…) então ocuparemos ainda mais”, com 190.000 soldados prontos para o combate nas fronteiras.
Todos esses soldados posicionados na fronteira russo-ucraniana e em Belarus não eram apenas para ocuparem a região de Donbass, e sua intenção era assumir uma parte ou toda a Ucrânia, que seria para ele uma região do “Império Russo”.
A Ucrânia está presa em uma armadilha: por um lado, seus recursos são cobiçados para fortalecer o regime do Kremlin, enfraquecido pela crise econômica e cuja autoridade foi minada durante a pandemia e, por outro lado, a OTAN está tentando atraí-la para o seu lado.
Em várias regiões do mundo, as rivalidades imperialistas estão multiplicando os conflitos armados, onde as populações são as vítimas.
Os anarquistas sempre lutaram contra o nacionalismo e o capitalismo, que carrega dentro de si “a guerra como uma nuvem carrega uma tempestade”, reforçando a militarização e o autoritarismo dos Estados, enquanto a globalização neoliberal se vangloriava de trazer democracia e paz!
Este parece ser apenas o começo de vários anos de guerras e tensões entre os países mais ricos, que até aqui foram poupados, exportando seus conflitos para outros lugares. O objetivo é controlar os recursos naturais, que já estão diminuindo, criando ao mesmo tempo impulsos nostálgicos nacionalistas de antigos “impérios”, uma visão glorificada de um passado fantasioso, que ignora milhões de vítimas inocentes e permite justificar ideologicamente estas guerras junto das suas populações. O aumento dos orçamentos militares em todo o mundo é também uma realidade significativa.
Nossa luta para construir um mundo baseado na solidariedade, na ajuda mútua e no internacionalismo é mais necessária do que nunca.
Sobre a situação ucraniana, nos unimos ao chamado de nossos camaradas russos para realizar ações sempre que possível, de acordo com os meios de cada indivíduo: “Sem guerra entre os povos! Sem paz entre as classes!”
Também chamamos, em todo o mundo, à luta contra o capitalismo, o nacionalismo e o imperialismo, bem como contra o exército que sempre nos empurra para novas guerras.
Somos solidários com nossos camaradas da região, que decidiram fugir ou lutar nos esquadrões de autodefesa ucranianos, embora saibamos que forças de extrema-direita de ideologia fascista e nazista (mas em grande minoria, apesar do desagrado de Putin) também estão operando lá desde 2014.
O punho de ferro de Putin sobre a Ucrânia significaria a destruição do movimento anarquista nesta região, como aconteceu especialmente no leste da Rússia nos últimos anos: torturas, prisões e execuções seria o futuro anunciado.
Como sempre, são os mais pobres e precários que sofrerão as consequências desta guerra, pois os ricos vão fortalecer seu poder e seus lucros, especialmente no campo militar. Embora sejamos pacifistas e contrários a qualquer Estado, seja ele qual for, entendemos a necessidade de lutar pela sobrevivência e de resistir à opressão.
Também apelamos para a deserção em massa de todos os quartéis militares, em todo o mundo!
Somos internacionalistas e pacifistas, a solidariedade é nossa arma!
Federação Anarquista francófona
24 de fevereiro de 2022
Fonte: https://monde-libertaire.net/?article=Communique_Stop_a_la_guerre_!
Tradução > dezorta
agência de notícias anarquistas-ana
Meninada ao sol.
Sorvetes se derretendo.
Mar – pingos mais doce.
Leila Míccolis
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!