Baseado em uma tese, o livro de Pierre Salmon analisa um ponto cego na história da Guerra Civil Espanhola, a questão das entregas de armas da França. Este tema é ainda mais difícil de trabalhar porque está inscrito à margem da história oficial e porque se cruza repetidamente com os círculos obscuros – e por vezes até mafiosos – dos militantes que tentaram encontrar armas para Espanha.
O autor enfatiza a dificuldade de entrega de armas devido a contingências geopolíticas internacionais, como a não intervenção. A entrega de armas também variava de acordo com os grupos que defendiam a república, e a partir de outubro de 1936 o exército regular recebia armamentos da URSS – em troca de ouro do Banco da Espanha.
Do lado libertário, a questão do armamento da milícia é crucial. Nos primeiros meses, a possibilidade de contrabando de armas é relativamente fácil, mas é difícil encontrar os canais para adquiri-las. Em setembro de 1936, o governo Blum optou pela não intervenção, mas deixou a possibilidade de transportar armas para a Espanha. Pierre Salmon mostra como libertários e às vezes socialistas da tendência pivertista tentam transporta-las. Para as analisar, o autor recorre aos arquivos de apreensões que possam ter sido feitas na fronteira dos Pirenéus, uma vez que os funcionários aduaneiros e as forças policiais não aceitaram as instruções orais do governo Blum. Ele também fez uso extensivo dos arquivos da CNT para explicar quais ativistas podem ter participado dessa ajuda. Os resultados de sua investigação pintam um quadro impressionista, mas muito realista, de entregas clandestinas.
Anedotas não faltam. Como José Cervera, mergulhador e garoto, que foi preso pela alfândega em março de 1937 com uma caixa contendo 4.000 munições. A investigação rapidamente levou de volta a outro ativista libertário, Lucien Casier, que já havia sido suspeito pelas autoridades alfandegárias de ter contrabandeado armas para a Espanha no ano anterior. Além disso, ela explica que Paul Jouhaux, filho de Léon Jouhaux, usa suas conexões em círculos à margem da sociedade para obter ajuda financeira e encontrar armas. Jules Chazoff, depois Pierre Odéon e Louis Lecoin na França e Lucien Tronchet na Suíça, através de seu contato com os líderes da CNT, desempenharam um papel importante tanto na compra de equipamentos quanto na passagem de equipamentos militares.
Sem poder dar números, Pierre Salmon dá acesso a informações originais que oferecem um retrato fascinante desse aspecto pouco conhecido da Revolução Espanhola.
Sylvain Boulouque
Un antifascisme de combat
Armer l’Espagne révolutionnaire
Um antifascismo de combate
Armando a Espanha revolucionária
Pierre Salmão
Éditions du Détour, 2024, 254, p. €21
agência de notícias anarquistas-ana
festival de cores
e de excitantes sabores:
são frutas do outono
Otávio Coral
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!
Um puta exemplo! E que se foda o Estado espanhol e do mundo todo!
artes mais que necessári(A)!
Eu queria levar minha banquinha de materiais, esse semestre tudo que tenho é com a temática Edson Passeti - tenho…