[Alemanha] Berlim: carro da empresa Stölting incendiado

Solidariedade com Maja e com todas as pessoas presas – carro da empresa Stölting incendiado

Na noite de 12 para 13 de junho, um carro pertencente à empresa Stölting foi incendiado.

O grupo Stölting é uma empresa de serviços que se apresenta, entre outras coisas, como uma alternativa externa para a gestão, alimentação, tratamento médico, cuidado e apoio a prisões; propõe assumir determinadas áreas ou até mesmo a administração completa de estabelecimentos prisionais.

No passado, o grupo Stölting também foi associado a práticas antissindicais. Trabalhadores chegaram a receber ofertas de dinheiro para sair do sindicato.

Com os diversos papéis que desempenham nas prisões, eles sustentam um sistema baseado na punição de pessoas que não se integram à lógica da exploração capitalista, tentando quebrá-las por meio do isolamento.

As prisões são uma das muitas ferramentas repressivas do Estado para impedir ações de resistência e intimidar quem utiliza contra-violência.

Atualmente, na Alemanha, há mais companheiros presos do que nos últimos trinta anos. O Estado está agindo com rigor contra todos os que colocam em questão seu monopólio da violência.

O movimento antifascista está atualmente no centro das investigações, mas também estão preses preventivamente anarquistas como M. e N., de Munique, e Daniela Klette (ex-integrante da RAF, presa em fevereiro de 2024 e atualmente em julgamento).

Na Grécia, os anarquistas Marianna, Dimitra, Dimitris e Nikos estão em prisão preventiva após a explosão ocorrida em 31 de outubro de 2024 em um apartamento em Atenas, que custou a vida do combatente anarquista Kyriakos Xymitiris.

Eles estão sendo acusados de pertencer a uma organização terrorista, como acontece frequentemente, o simples fato de se conhecerem é criminalizado, visando satisfazer o apetite das autoridades responsáveis pelo inquérito, sempre em busca de mais suspeitos.

Na Hungria, Maja iniciou uma greve de fome em 5 de junho de 2025, em protesto contra o confinamento solitário, as condições prisionais e para exigir prisão domiciliar ou ser deportade de volta à Alemanha.

Para pessoas presas, a greve de fome é muitas vezes o último recurso de resistência. Colocam sua saúde e até a vida em risco, usando o próprio corpo como última arma contra o sistema repressivo.

Todas as pessoas que resistem e lutam nas prisões merecem nossa solidariedade. Espancar nazistas, explodir prisões, incendiar carros da polícia são todas práticas de resistência que só podem continuar a viver graças ao apoio nas ruas e à defesa de nossas ideias por todos os meios.

Contra a sociedade carcerária. Liberdade para todas as pessoas presas!

Fonte: http://kontrpolioglnxrcdwwxfszih4pifyidfjgq4ktfdu6uh4nn35vjtuid.onion/1595

Tradução > Contrafatual

agência de notícias anarquistas-ana

Convite ao silêncio —
O som das folhas secas
pisadas na trilha.

Carlos Martins

Laylah Ziyarah | Hani é o bebê mais novo da Faixa de Gaza a perder uma perna nesta guerra.

Laylah, uma mãe de 29 anos com quatro filhos, do bairro a-Tufah na Cidade de Gaza, contou como a perna de seu bebê foi amputada e relatou a luta para salvar sua vida em meio a bombardeios e deslocamentos forçados:
 
“Até o início da guerra, eu morava em nossa casa no bairro a-Tufah, na Cidade de Gaza, com meu marido, Muhatdi Ziyarah, de 39 anos, e nossos três filhos: Mira, de 10 anos, Muhammad, de 7, e Celine, de 2. No primeiro dia da guerra, fomos para a casa dos meus pais no mesmo bairro, porque nossa área foi fortemente bombardeada. Ficamos com eles por cerca de 40 dias, mas quando aquela região também se tornou perigosa, decidimos evacuar para o sul.
 
Saí do norte de Gaza com meu marido, meus filhos e meus pais, sob intenso bombardeio e ataques aéreos. No caminho, vimos coisas horríveis: corpos desmembrados, cabeças decepadas e intestinos espalhados pelo chão. Caminhamos pela Rua Salah a-Din, carregando pouquíssimos pertences. Cruzamos a pé o posto de controle de Netzarim e continuamos a caminhar por uma longa distância. Chegamos à casa de amigos em Khan Yunis e ficamos lá por cerca de 17 dias. Quando os bombardeios pioraram, tivemos que fugir novamente, outra vez sob fogo. Naquele dia, foi um milagre termos sobrevivido, pois o bombardeio durou duas horas sem parar. Parecia que estavam atirando dentro da casa.
 
Depois, nos mudamos para uma cabana no Campo de Refugiados de al-Maghazi e ficamos lá por cerca de 20 dias em condições extremamente difíceis, com quase nenhuma comida ou água. Em seguida, mudamo-nos para Deir al-Balah, onde vivemos em uma tenda por três dias, e depois fomos para a área de al-Mawasi, em Rafah, onde ficamos por cinco meses. O deslocamento de um lugar para outro foi um pesadelo por si só.
 
Então, em 19 de janeiro de 2025, o cessar-fogo começou e voltamos para o norte. Eu estava grávida de nove meses, então viajamos de carro em vez de a pé. No posto de controle de Netzarim, esperamos quase 38 horas sem banheiro, comida ou água. Foi um dos dias mais difíceis da minha vida.
 
Finalmente, conseguimos voltar para nossa casa em a-Tufah. Algumas semanas depois, em 22 de fevereiro de 2025, dei à luz Hani. A alegria foi imensa. Disse a ele que nos trouxe esperança, porque nasceu quando a guerra tinha acabado. Mas a alegria não durou muito. Menos de um mês depois, a guerra recomeçou com ainda mais brutalidade. A casa ao lado da nossa foi bombardeada, e fomos resgatados dos escombros, cobertos de poeira. O rosto de Hani estava negro por causa dos detritos.
 
Voltamos para a casa dos meus pais. Estávamos em oito pessoas ali. No dia 21 de junho de 2025, a casa foi bombardeada enquanto estávamos dentro. Naquele momento, eu estava sentada amamentando Hani com as crianças e minhas irmãs. Houve uma explosão enorme. Ouvi paredes desabando, pedras caindo, vidros estilhaçando, e então uma fumaça espessa e uma escuridão total. Não conseguíamos nos ver. Ouvi vozes gritando, chorando, perguntando: “Está todo mundo bem? Quem se feriu?”
 
Toquei a cabeça de Hani, depois seu corpo. Quando cheguei à perna direita, ela simplesmente não estava mais lá: se desprendeu na minha mão. Comecei a gritar por ajuda. Não havia ambulâncias. Levaram Hani de mim e o carregaram a pé até o Hospital al-Ma’madani. Fui atrás deles. Lá nos disseram que a perna direita dele foi arrancada até o quadril e que talvez fosse preciso amputar a esquerda também. Estávamos certos de que Hani não sobreviveria.
 
Hani passou por várias cirurgias no hospital para tratar o coto da perna direita, retirar estilhaços do sistema digestivo e da bexiga, e cuidar de um ferimento profundo nas nádegas e na perna esquerda, que estava muito ferida. Depois foi transferido para o Hospital Amigos do Paciente, no bairro a-Rimal, onde ficou três dias na UTI. Após mais dois dias lá, voltamos para o Hospital al-Ma’madani, onde ainda estamos. Estou lá com ele, e meu marido está em uma tenda no oeste da Cidade de Gaza com nossos outros filhos e meus pais.
 
Ainda estou amamentando Hani, mesmo sendo muito difícil por causa dos ferimentos dele. Às vezes complemento com fórmula, quando consigo encontrar. É muito cara e difícil de obter, como tudo o mais. Saímos de casa sem nada. Sem roupas, sem documentos. Mas não vou desistir do Hani. Estou dando a ele tudo o que posso.
 
No hospital, limpam os ferimentos dele uma vez por dia na sala de cirurgia, sob anestesia. Sua região pélvica está constantemente em risco de infecção por estar muito próxima ao reto e à uretra. Ele passou por outra cirurgia no abdômen e agora tem uma estomia. Está em estado muito grave. Ele precisa urgentemente de tratamento fora da Faixa de Gaza, porque o hospital não consegue oferecer o cuidado adequado, não há medicamentos nem analgésicos. Hani sente dores terríveis o tempo todo. Chora sem parar. Estou implorando por ajuda. Preciso tirá-lo da Faixa de Gaza para salvar sua vida.”
 
Hani é o bebê mais novo da Faixa de Gaza a perder uma perna nesta guerra.
 
Depoimento dado à pesquisadora de campo da B’Tselem, Olfat al-Kurd, em 1º de julho de 2025.
 
Fonte: https://www.btselem.org/voices_from_gaza/laylah_ziyarah
 
Tradução > Contrafatual
 
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https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2025/07/09/petrobras-o-combustivel-do-genocidio/

agência de notícias anarquistas-ana
 
Por sobre o telhado
O gato arrasta a velhice
Tomando banho de sol
 
Písce Roizenblit

[Alemanha] Convocatória: Venha para o bairro anarquista no Acampamento Rheinmetall Entwaffnen em Colônia, de 25.08.-31.08.2025

Anarquistas no Movimento Anti-Guerra! Difundam as ideias anarquistas pelo povo! Contra a Guerra, contra o colonialismo, contra a exploração, contra a dominação!

Convocamos a presença de indivíduos e grupos antiautoritários, autônomos e anarquistas para o Acampamento Rheinmetall Entwaffnen, de 25 a 31 de agosto de 2025, em Colônia. A proposta é nos organizarmos de acordo com nossas ideias de uma sociedade livre, de forma auto-organizada e horizontal, a partir da base.

Com o medo e a raiva da guerra, cresce a oposição contra aqueles que a provocam. Com ideias antagônicas, cresce o potencial de resistência. Na resistência, na busca por alternativas para combater os ataques dos estados e do capital contra nós, há espaço para o movimento radical de libertação, que espalha suas ideias de solidariedade, igualdade e liberdade.

O militarismo e o belicismo visivelmente crescentes não são um fenômeno isolado ou uma perversão do sistema. São a verdadeira face do capitalismo e de uma sociedade autoritária e patriarcal. É uma condição contínua do mundo, onde ideias de lucro e exploração dominam profundamente o território, as vidas e as relações. Enquanto em muitas partes do mundo a guerra é reconhecida, mas também contestada como uma normalidade cruel, outras partes, como a Europa Central, enfrentam agora a nova realidade de um sistema que abandonou quase totalmente a sua fachada.

Mas mesmo essa fachada se mostrou muitas vezes frágil e vulnerável quando o sistema subjacente de opressão e dominação foi alvo de contra-ataques. As lutas contra a gentrificação, a destruição ambiental, o patriarcado, o racismo, o nacionalismo e o colonialismo mostraram repetidamente a verdadeira face desse sistema e suas estruturas de poder, que tratam a terra e a vida apenas como uma fonte de acumulação de capital e travam uma guerra contra qualquer obstáculo em seu caminho.

A gentrificação e a destruição ambiental nada mais são do que o enfraquecimento sistemático das pessoas, de suas necessidades básicas e de suas relações, com o objetivo de torná-las governáveis. O patriarcado e o racismo, em sua essência, são um sistema que destrói a solidariedade entre nós, dividindo-nos com base em nossa origem e em características biológicas e psicológicas. O nacionalismo e o colonialismo estão profundamente ligados a isso e são uma condição necessária da sociedade para submeter outros à invasão, exploração e destruição.

Como anarquistas/autônomos, sempre nos opusemos e sempre lutaremos contra todas as formas de opressão e exploração, devemos combater o militarismo. Não para amenizar esta ou aquela sociedade estatista em seu entusiasmo imperialista e chauvinista, mas para sermos uma oposição radical que enfraqueça e sabote novos massacres em massa e genocídios contra o inimigo externo e a divisão, integração e extinção da classe interna. Em solidariedade prática como pessoas que sofrem com a inflação, cortes sociais e salariais, trabalho forçado, autoritarismo e suas tecnologias, gentrificação, patriarcado… e em solidariedade prática com pessoas que enfrentam o imperialismo, o colonialismo e o genocídio principalmente na forma de bombas, drones, tanques, software e assim por diante.

Portanto, não precisamos inventar novos caminhos, novas ferramentas ou estratégias. Propostas suficientes têm sido feitas nos últimos tempos. Desde sabotar a indústria bélica e a infraestrutura até organizar intervenções e manifestações contra eventos como o próximo dia dos ex-combatentes em Berlim, passando por destruir ou se opor a eventos de recrutamento em locais públicos e oficiais em escolas, bem como à propaganda militar – cada ação, pequena ou grande, conta e contribuirá para algo que tem o potencial de se tornar um movimento poderoso, como já vimos muitas vezes no passado. Em Colônia, teremos tempo e espaço para nos inspirarmos mutuamente, compartilhar habilidades, estabelecer ou fortalecer redes de resistência e confrontar praticamente algumas das empresas mais notórias que lucram diretamente com o belicismo e o massacre.

A luta e as memórias de gerações de companheiros que viveram e morreram pela causa da vitória contra a guerra das ditaduras e democracias contra o povo iluminarão nossos caminhos e fortalecerão nossa própria dedicação.

É também em memória deles que convocamos uma convergência de anarquistas e antiautoritários de todos os tipos em Colônia, em um espaço anarquista/autônomo dentro do Rheinmetall Entwaffnen Camp.

EMAIL: abarrio@systemli.org

INFO: https://anarchistbarrio.noblogs.org

Tradução > acervo trans-anarquista

agência de notícias anarquistas-ana

Tendo a ser, mas pouco:
resta ainda um tempo
que me espera e reclama.

Thiago de Mello

[Chile] Chamado para um Agosto Negro em memória dxs companheirxs Lupi, Tortuga e Belén

Há quase um ano, a morte levou deste plano três valentes guerreirxs, com dias de diferença, cada umx com suas particularidades, experiências e contribuições para a luta antiautoritária, tendo em comum entre elxs o trânsito na ofensiva ilegalista contra o mundo do poder e seus cúmplices.

A nossos afins, aos anônimos insurgentes onde quer que estejam, àqueles que, através de ideias e práticas antagônicas ao poder, continuam contra todo canto de derrota. Este é um chamado para se encontrar com xs companheirxs por meio de suas contribuições, escritos e ações. É um convite para conhecê-lxs, reconhecê-lxs e dialogar através da ação.

Não há dúvida de que há dor, frustração e raiva após suas partidas — como tantxs outrxs companheirxs — mas aprender desses sentimentos, mergulhar neles para seguir no caminho do confronto, é vital. E é nesse caminho escolhido que xs companheirxs continuarão a ser impulsos que desafiam a autoridade, a construir novas formas de nos relacionarmos e a viver como desejamos aqui e agora.

A luta anárquica e outras tendências revolucionárias conhecem bem os golpes, e, embora nestes casos xs companheirxs não tenham partido no próprio confronto, isso nos desafia a multiplicar suas histórias, impregnadas de coragem e determinação, de atos concretos que poucos se atrevem a trilhar — e isso sempre será digno de ser resgatado e propagado.

Às portas de agosto, um ano após a partida física de Luciano Balboa “Lupi”, Luciano Pitronello “Tortuga” e Belén Navarrete, nosso chamado é para tingir o mês de negro, com ação e propaganda, com o que tivermos em mãos. Que a memória anárquica — que não reconhece ídolos nem mártires — se reafirme em nossos espaços e nas ruas, com amor e ímpeto.

Sozinhx ou acompanhadx, com seus afins e cúmplices, faça sua contribuição, deixe sua marca, aja como achar correto. O tempo é agora, e não faltam razões para continuar expandindo a ideia e os fatos.

POR UM AGOSTO NEGRO!
LUPI, TORTUGA E BELÉN PRESENTES NO CAOS E NA ANARQUIA!
NADA ACABOU, TUDO CONTINUA!

Fonte: https://es-contrainfo.espiv.net/2025/07/11/estado-chileno-llamado-a-un-agosto-negro-en-memoria-de-lxs-companerxs-lupi-tortuga-y-belen-es-en/

Tradução > Liberto

agência de notícias anarquistas-ana

nuvens brancas
passam
em brancas nuvens

Paulo Leminski

[Itália] Novo livro ilustrado: “Abolição da Polícia”

Curso Básico sobre Abolição da Polícia
Ilustrações de Noah Jodice

Edição italiana organizada por Italo di Sabato
Posfácio de Italo di Sabato e Turi Palidda

“Abolir a Polícia significa construir um mundo novo”

“A polícia: de onde vem? Para que serve? A quem serve? Para que serve toda essa meticulosa militarização do território, toda essa vigilância dos comportamentos, toda essa brutalidade institucionalizada? Por que a Polícia é tão violenta no trato com as classes subalternas?

Porque é treinada para considerá-las o inimigo.


O que a Polícia defende com todos os meios à sua disposição não é a ordem e a sociedade, mas uma determinada ordem e a sua sociedade”.

Police Abolition é uma fanzine americana que conta, com ilustrações e textos simples e de divulgação, como uma proposta que parecia impossível e sem sentido tornou-se, em pouco tempo nos EUA, uma opção política concreta e razoável.


Este não é um livreto banal contra a Polícia (o que não faria sentido), mas sobre a utopia e sobre como as coisas que parecem impossíveis, na verdade, nunca são.

13 €
momoedizioni.it

Tradução > Liberto

agência de notícias anarquistas-ana

Ranger do portão
Cala o grilo, late o cão
Desconcentra o poeta.

Mary

[França] Festival Reclusiennes 2025


• O festival Reclusiennes acontecerá de quarta-feira, 16 de julho, a sábado, 19 de julho de 2025, em Sainte Foy La Grande. 

• A programação inclui conferências, debates, cinema, teatro, concertos e exposições.
• O festival reúne pesquisadores, ativistas, escritores, filósofos, artistas e moradores locais
 
O festival, como o próprio nome sugere, baseia-se no pensamento de Élisée Reclus, geógrafo e anarquista. Acontece em sua cidade natal, Sainte Foy-la-Grande. É organizado por moradores e associações locais, além de cientistas e ativistas libertários de toda a França (os encontros acontecem nas instalações da associação Coeur de Bastide e por videoconferência).
 
>> Mais infos, programação: www.reclusiennes.com
 
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agência de notícias anarquistas-ana
 
No céu da floresta
os pirilampos se acendem:
desce a Via Láctea.
 
Ronaldo Bomfim

[Alemanha] Chamado à Ação: Contra a Apropriação de Terras pela Indústria Automobilística – Por um Mundo dos Comuns!

Somos o Aufstände der Allmende (“Levantes dos Comuns”), um novo coletivo do movimento ecossocial na parte germanófona da Suíça. Nossa proposta é abordar as lutas locais em torno da terra e da água, ampliando-as com uma perspectiva sistêmica. Para isso, recorremos ao conceito dos comuns: aquilo que pertence a todos nós e que possibilita um planeta digno de se viver. Para nós, os comuns estão no centro de um mundo futuro de solidariedade – um mundo sem sistemas opressivos e exploratórios como o capitalismo, o colonialismo ou o patriarcado. Nesta primeira temporada, na primavera/verão, estamos nos unindo a outras partes do movimento ecossocial para nos opor à apropriação de terras pela indústria automobilística.

Queremos que a terra seja tratada com solidariedade e cuidado, com o bem-estar de todos os seres e nossos meios de vida no centro.

Mas a indústria automobilística e seus aliados no parlamento e no governo declararam guerra aos comuns. Diversos setores do movimento impediram um grande projeto de rodovia nas urnas no ano passado. No entanto, a indústria automobilística e seus aliados não se importam com essa decisão: empresários, políticos e os ricos continuam a avançar com a construção de estradas, destruindo ativamente nossos meios de subsistência – através da crise climática, da extinção de espécies e do roubo de terras.

Estamos lutando por um uso coletivo da terra e por uma mobilidade acessível para todos! Porque juntos somos a vida se defendendo. Dizemos: Nem mais um metro de estrada! Por isso, pela desmilitarização da indústria automobilística e por uma abordagem cuidadosa dos nossos meios de vida, consideramos legítimos todos os meios de luta.

Por isso, nós, do Aufstände der Allmende, estamos convocando uma “temporada” de protestos criativos contra a apropriação de terras pela indústria automobilística. Isso pode incluir todos os tipos de ações: seja um banner pendurado, um debate público, um concerto, um ato clandestino de desarmamento, uma manifestação ou algo completamente diferente.

O Aufstände der Allmende oferece apoio com comunicação e trabalho de imprensa e, mediante solicitação e conforme a capacidade, com trabalho anti repressão e planejamento de ações. Claro, também ficamos felizes quando recebemos relatos de ações como uma surpresa!

Vamos desarmar a indústria automobilística e lutar por espaços que possamos moldar de forma solidária como comuns. Juntos somos a vida se defendendo!

Você encontra o consenso de ação e mais informações sobre o chamado à ação em nosso site: aufstaendederallmende.org 

Tradução > Contrafatual

agência de notícias anarquistas-ana

Um verde cobertor
todo trançado de relva
aquece a terra.

Delza Faldini

[França] Novidade editorial: “Squats & Pirates”, de Seitan Con Bravas

O livro Squats & Pirates [Ocupações & Piratas] reúne cerca de quarenta artigos e entrevistas que relatam ocupações ilegais de edifícios vazios. De Barcelona a Londres, das Ilhas Canárias a Dublin, de Brest a Saint-Etienne, passando por Lyon, Marselha ou Amsterdã, lemos anedotas, conselhos, recordações e outros depoimentos de pessoas que já foram, por duas semanas ou por toda a vida, “ocupantes sem direitos ou títulos”.

Um ótimo lembrete de que existem outras formas de viver e de que, em um país como a França, onde milhões de casas vazias são registradas todos os anos, elas são mais legítimas do que nunca. “Todas essas aventuras de ocupação, por mais dramáticas, individualistas e duras que tenham sido, são, acima de tudo, histórias humanas fortes; absurdas, intensas e violentas às vezes, mas frequentemente belas. Enquanto houver construtoras, haverá ocupantes e, enquanto houver ocupantes, haverá esperança. Um grande aplauso para todos aqueles que não desistem.”

Squats and Pirates

Autor: Seitan Con Bravas

Páginas: 430

Publisher: Seitan Con Bravas

Preço: €20.00

Contato para adquirir o livro: seitanconbravas@riseup.net

Tradução > acervo trans-anarquista

agência de notícias anarquistas-ana

tanto ao lado da chaminé,
como ao lado da porta –
o gato gelado

Jadran Zalokar

[Espanha] As “Seis da Suíça”: presas por fazer sindicalismo

As seis militantes da CNT, conhecidas como “as 6 da Suíça”, condenadas por uma ação sindical em Gijón que remonta a 2017, acabam de ingressar em uma prisão nas Astúrias. Na última quarta-feira, 9 de julho, receberam a ordem de cumprimento da pena de três anos e meio.
 
Após um processo judicial que se estendeu por mais de oito anos e milhares de mobilizações em seu apoio, as “seis da Suíça” finalmente entraram na prisão para cumprir uma sentença de três anos e meio por crimes de coação grave e outro contra a administração da Justiça. O Juizado Penal 1 de Gijón decretou a prisão sem aguardar a resolução do pedido de indulto ou a decisão do Tribunal Europeu de Direitos Humanos, onde foi apresentado um recurso para revisão do caso.
 
O sindicato CNT convocou uma nova mobilização nacional em apoio às sindicalistas, cujo único “crime” foi se mobilizar em defesa de uma trabalhadora em Gijón. A CNT de Burgos fez um chamado para participar do ato em apoio às “6 da Suíça”, que acontecerá na próxima terça-feira, 15 de julho, a partir das 20h, na Praça do Cid.
 
Fonte: https://diariodevurgos.com/dvwps/seis-de-la-suiza-a-prision-por-hacer-sindicalismo.php
 
Tradução > Liberto
 
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agência de notícias anarquistas-ana
 
Guardei para você,
num verso de porcelana,
as flores da manhã.
 
Eolo Yberê Libera

[Europa] Contra a guerra, contra o poder a IFA convoca todxs xs anarquistas a se levantarem contra a OTAN

A Cúpula da OTAN de 2025 ocorreu no Fórum Mundial de Haia, Holanda, de 24 a 26 de junho. Enquanto a máquina de guerra reúne milhares de delegados de seus 32 estados-membros para orquestrar a próxima grande onda de expansão militar, não devemos enfrentá-la com silêncio. Devemos erguer uma bandeira de desafio e resistência.

A OTAN não existe para nos proteger. Serve aos interesses de Estados, corporações e alguns poucos oligarcas às custas da maioria. O Estado, a OTAN ou qualquer outra aliança militar multinacional não nos traz segurança – traz controle, buscando apenas nossa obediência, conformidade e capitulação. Seja na violência policial endêmica em nossas comunidades, nos campos de batalha ensanguentados da Ucrânia ou nos oceanos de escombros em Gaza, temos um único inimigo: o capitalismo e o Estado.

Desde sua criação em 1947, a OTAN só agiu como executora da violência imperialista, ferramenta de repressão e motor de guerra. Não é protetora da paz. É nosso inimigo de classe e uma ameaça direta à vida e ao bem-estar de cada umx de nós. Nossa luta não é entre nações – é entre a classe dominante e todxs xs que resistimos. Isso permanece verdadeiro mesmo diante das realidades brutais da guerra.

Sob o pretexto da segurança europeia e nacional, os governos da OTAN investem bilhões em orçamentos militares enquanto cortam serviços sociais vitais. Enquanto constroem exércitos, nos deixam lutar pela sobrevivência básica. Impõem austeridade enquanto acumulam recursos para a guerra. Constroem exércitos enquanto nós lutamos por saúde, moradia e dignidade básica.

Vemos diariamente como recrutam a próxima geração e a preparam para empunhar armas: desprovidx de oportunidades, elxs não veem outra opção além de alistar-se como carne de canhão em conflitos que não criaram, vendidx à ideia de aventura, fraternidade e patriotismo. Quando voltam, mutiladxs e destroçadxs, são descartadxs – úteis apenas como símbolos em desfiles vazios. Alguns poucos agrupadxs exibem propaganda interminável.

Convocamos xs anarquistas, antiautoritárixs e todxs xs que se opõem à guerra a reunirem-se, organizarem-se e resistirem ao militarismo. A OTAN e seus senhores da guerra se reunirão, mas nós também. Tomaremos as ruas. Interromperemos suas demonstrações de poder. Forjaremos redes de solidariedade e nos oporemos diretamente às suas guerras, sua polícia militarizada e à repressão de nossos movimentos.

Xs anarquistas lutamos por um mundo sem fronteiras, sem Estados e sem os exércitos que sustentam seu domínio. Chamamos à solidariedade internacional contra a OTAN e toda manifestação de opressão militarizada – seja a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), a Organização do Tratado de Segurança Coletiva (OTSC), a Força Escudo Peninsular (FEP), a Aliança dos Estados do Sahel (AES), o Plano Rearmar Europa 2030 ou qualquer outro pacto ou exército da chamada “segurança coletiva”. Sob qualquer nome, servem ao mesmo propósito: manter a dominação pela força, perpetuando o sofrimento mundial.

As armas que hoje usam para assegurar recursos, amanhã se voltarão contra nós.

Convocamos todxs xs anarquistas, antiautoritárixs e antimilitaristas a agirem nestes dias em Haia e em todo o mundo em solidariedade internacional. Que os detalhes de nossos planos cresçam juntos. Vamos nos organizar e preparar nossas ações juntxs – e juntxs faremos saber: Rejeitamos as falsas escolhas do nacionalismo. Rejeitamos a ideia falsa de que a OTAN existe para proteger. Rejeitamos a brutalidade de seu militarismo e as doutrinas marciais de guerra. Rejeitamos suas propostas orçamentárias que esfomearão os cofres da classe trabalhadora. Apoiamos as vítimas e xs desertorxs de todas as guerras.

Nem guerra entre povos, nem paz entre classes.
AGIR.


Comissão de Relações da Internacional de Federações Anarquistas (IFA) – Marselha, 22 e 23 de março de 2025

uafbr.noblogs.org

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agência de notícias anarquistas-ana

No jardim —
Dando passeio
Vai a borboletinha.

Paulo Ciriaco

Sobre o Comunitarismo Ácrata 4

Ainda seguindo a ponderação enunciada no penúltimo parágrafo – de que o desenvolvimento de situações de autonomia absoluta em relação às forças dominantes seja, provavelmente, inviável -, dois temas associados emergem demandando elucidação a respeito de coerente posicionamento possível em relação a eles. São: a questão da relação entre as redes comunitaristas ácratas e as demandas ‘políticas’ (institucionalizadas ou não) das sociedades, e a questão da sua relação com os tipos de regimes e/ou sistemas políticos e/ou econômicos.

Com relação à primeira questão, parecendo evidente que as redes não poderão escapar sempre e/ou completamente das consequências de ‘políticas’ adotadas pela/os de cima sobre as sociedades em que se inserem – e mesmo que pudessem, sendo libertárias, não seria desejável eximir-se da atitude de empatia e solidariedade devidas em relação às possíveis consequências de tais ações políticas sobre a/os de baixo -, a conclusão para a qual se aponta é a de que as redes precisarão encontrar formas de intervir sobre estes processos. Tais formas de intervenção, porém, sendo an (não) anarquistas (governistas), para serem coerentes, não podem, obviamente, serem formas do tipo integração em – e/ou colaboração/apoio com/a – organizações e/ou grupos/indivíduos partidárias e/ou eleitorais. A história dos movimentos anarquistas está plena de lições sobre formas de intervenção sobre os rumos tomados pelas instituições econômicas/políticas formais, sem que para isto se faça concessões espúrias com relação aos princípios ácratas. Classicamente, p.ex., tem-se as manifestações, as greves e os boicotes vinculados à chamada ‘luta de classes’ – ou, pelos interesses da classe trabalhadora – e o lócus apropriado da luta libertária neste campo é o sindicalismo auto gestionário: porém, no contexto de uma arrastada e pouco profícua tentativa de reerguimento do sindicalismo auto gestionário em nível internacional, bem como da emergência do fenômeno da precarização universal do trabalho – como se caracteriza o cenário enfrentado pelo anarco sindicalismo neste momento histórico, pode-se vislumbrar possibilidades de que as redes, adicionalmente, contribuam para a geração de organizações de trabalhadora/es precarizada/os – visto que, como já foi desenvolvido anteriormente, esta/es seriam provavelmente os grupos mais atraídos pelas ‘saídas’ de sobrevivência possibilitadas pela tática (sugere-se aqui uma “Internacional da/os Deserdada/os” – I.D. -, que incluiria também populações de ‘vagabunda/os’) -, ao passo que, pontualmente, possam também promover informalmente intervenções e polemizações “ad hoc” (momentâneas) em eventos e discussões promovidos por organizações sindicais hierárquicas, centralistas e burocráticas (aqui, o cuidado para não serem atraídas pelo ‘campo gravitacional’ da/os autoritária/os, tornando-se assim ‘manobradas’ por esta/es ‘raposas’, deve ser investido de atenção redobrada: por isto a manutenção do distanciamento na relação, pela forma de intervenções ‘ad hoc’, rejeitando qualquer estabilização e/ou formalização das relações), com o fito de, desse modo, levar a/os trabalhadora/es ali arregimentada/os a tomarem conhecimento sobre as análises libertárias em relação aos temas que lhes mobilizam no momento.

Continuando nesta linha, por outro lado, ainda em relação à primeira das questões colocadas no parágrafo anterior a este acima (sobre a relação entre as redes comunitaristas ácratas e as demandas ‘políticas’ – institucionalizadas ou não – das sociedades), no que concerne a temas de lutas mais recentes historicamente, tais como, p.ex., as chamadas lutas de ‘minorias’ (negros, LGBT+, comunidades tradicionais etc.), as redes poderão criar fóruns próprios de discussões e intervenções sobre estes temas e lutas, obviamente, para tratá-los segundo uma perspectiva ácrata, ao passo que, pontualmente, possam também promover informalmente intervenções e polemizações “ad hoc” (momentâneas) em eventos e discussões promovidos por organizações de movimentos sociais hierárquicos, centralistas e burocráticos (mais uma vez, aqui, o cuidado para não serem atraídas pelo ‘campo gravitacional’ da/os autoritária/os, tornando-se assim ‘manobradas’ por esta/es ‘raposas’, deve ser investido de atenção redobrada: por isto a manutenção do distanciamento na relação, pela forma de intervenções ‘ad hoc’, rejeitando qualquer estabilização e/ou formalização das relações), com o fito de, desse modo, levar as ‘minorias’ ali arregimentada/os a tomarem conhecimento sobre as análises libertárias em relação aos temas que lhes mobilizam no momento. Assim como classicamente tem-se as manifestações, as greves e os boicotes vinculadas à chamada ‘luta de classes’ como formas de intervenções libertárias sobre os rumos tomados pelas instituições econômicas/políticas formais sem que para isto se faça concessões espúrias com relação aos princípios ácratas, no que concerne a estas temáticas de lutas mais recentes historicamente (as chamadas lutas de ‘minorias’), experiências de expressões libertárias contemporâneas – tais como a do Movimento Anarco Punk em nível internacional, p.ex. – têm demonstrado a perfeita viabilidade de modos de ação e objetivos fundamentalmente distintos em relação àqueles das organizações e movimentos de cariz hierárquico/autoritário associadas a estas temáticas de lutas: estas, normalmente, se pautam por lutas que visam, em última instância, a legitimação dos sistemas hierárquicos ditos ‘democráticos’, demandando uma maior abertura destes para a ‘inclusão’ das suas ‘minorias’ em suas estruturas formais e/ou informais, enquanto que, por outro lado, experiências como as de campanhas internacionais de lutas anti racismo, anti homofobia, anti machismo, anti fascismo etc., desenvolvidas pelo M.A.P. ao redor do mundo, têm se pautado, de forma diversa – e divergente -, não pela proposição de criação de dispositivos de ‘inclusões’, de ‘punições’ e/ou de estabelecimento de ‘programas governamentais’ (orientações ‘de luta’ estas que, ao fim e ao cabo, têm desempenhado o papel de retroalimentar e perenizar o sistema pela produção de ‘novas elites’ administrativas e/ou nichos de consumidores oriundos das poucas parcelas das ‘minorias’ que são ‘pinçadas’ como ‘vitrine’ para a promoção da sua imagem de ‘democrático’ e ‘includente’ – enquanto a grande maioria permanece subordinada aos mecanismos de dominação e exploração discriminatórias de sempre) mas, opostamente, (as campanhas do M.A.P. têm se pautado) pela promoção de processos de reflexões coletivas desconstrutoras de culturas de dominação/hierarquia entre a/os de baixo, assim como pela construção de redes de potencialização das capacidades dos ditos grupos ‘minoritários’ de se auto afirmarem em sentido autônomo. Eis aqui formas de intervenções an (não) arquistas (governistas) coerentes, no que se refere às modalidades de lutas sociais em pauta.

Trecho do “Manifesto Anarquista Ácrata”, de autoria de Vantiê Clínio Carvalho de Oliveira.

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*a RECA (Rede Comunitarista Ácrata) está promovendo sua terceira rifa anual para aquisição de tecnologia de autonomização: confira as informações no talão digital ao lado e contribua com esta iniciativa libertária.

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Noite fria, escura,
no asfalto negro da rua
late o cão vadio.

Fanny Dupré

[Espanha] Liberdade imediata para Las 6 de La Suiza

Em 10 de julho de 2025, Las 6 de La Suiza foram presas. Seis sindicalistas por fazer sindicalismo. Estão presas por defenderem os direitos trabalhistas. Por praticarem a solidariedade entre trabalhadores e trabalhadoras: em outras palavras, a atividade sindical está sendo condenada em seu aspecto mais essencial: a implementação da defesa de nossos interesses como classe trabalhadora.
 
Esse tremendo ataque à liberdade sindical não é um caso isolado. Faz parte de uma tendência repressiva contra o sindicalismo que incomoda, que não cede e se levanta, como aconteceu recentemente com as 23 pessoas presas na Greve metalúrgica de Cádiz.
 
Vimos no Caso La Suiza como o capital emprega seu poder em toda a sua extensão: abuso e atropelamento dos direitos de uma trabalhadora, assédio policial e perseguição judicial. Não somos mais enganados pelo ardil da “separação de poderes”. Aqui, a classe dominante concentra o poder em todas as suas esferas. Não nos esqueçamos de que o juiz Lino Rubio Mayo compra palavra por palavra a versão empresarial e ignora a dimensão trabalhista, social e de gênero que motivou o conflito. Da mesma forma, ele ignora o fato de que a confeitaria estava à venda antes do início do conflito. Um século atrás, eles teriam aplicado a Lei dos Fugitivos e nos jogado em uma vala.
 
Que eles não falem conosco sobre justiça. A prisão de Las 6 de La Suiza é uma punição exemplar para semear o medo entre aqueles que lutam. Eles estão tentando reduzir a ação sindical a uma mera reclamação. Mas não conseguirão. Hoje as 6 de La Suiza vão para a prisão, mas não estão sozinhas: elas têm o apoio de milhares de trabalhadores e trabalhadoras que saíram às ruas, que levantaram suas vozes, que entendem que esse caso pertence a todos e todas. Mas, acima de tudo, elas entendem que sindicalismo é dignidade, que praticar a solidariedade entre os trabalhadores e trabalhadoras é a única justiça que podemos esperar em um sistema que prende sindicalistas, infiltra-se em movimentos sociais e prende dezenas de grevistas.
 
A CNT esteve, está e estará ao lado de cada companheira perseguida por lutar. Desde o primeiro dia, o sindicato apoiou sua defesa legal e deu suporte político, emocional e econômico, porque nenhuma prisão ou sentença pode nos fazer abandonar nossas companheiras. Continuaremos a lutar pela liberdade das 6 de La Suiza, o que significa lutar pela liberdade sindical. E faremos isso até o fim, nos tribunais, nas ruas e na consciência deste país. E, acima de tudo, continuaremos a lutar em todos os locais de trabalho.
 
Porque somos mais do que seis. Somos milhares. Somos todas.
 
LIBERDADE IMEDIATA PARA LAS 6 DE LA SUIZA!
 
www.cnt.es
 
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Eu acordo
contando as sílabas;
o haikai ri
 
Manuela Miga

A Prisão das 6 de La Suiza: A Máscara Caída do Estado Capitalista

Eis que se inicia o cumprimento da pena de reclusão das 6 de La Suiza. Essa condenação das sindicalistas não é um “erro judicial” ou excesso pontual. É a expressão nua da lógica do Estado-Capital: uma engrenagem projetada para esmagar quem ousa organizar-se contra a exploração. Quando trabalhadoras combativas são encarceradas por defenderem direitos básicos, enquanto fascistas desfilam impunes, revela-se o verdadeiro rosto da “justiça de classe”. O sistema não tolera ameaças à sua ordem — seja nas fábricas de Myanmar ou nas ruas de Xixón. A prisão é a resposta previsível de um regime que protege propriedade, não pessoas; lucro, não vida.

Esperar clemência do Estado — como o indulto em análise — é alimentar a mesma ilusão que sustenta o reformismo. O Capital jamais concede liberdade; apenas gerencia sua dosagem para evitar rebeliões. No contexto espanhol, a chamada “Lei da Mordaça”, mantida até por “governos progressistas”, comprova: o aparato estatal existe para criminalizar a dissidência e blindar as elites. Pedir gentileza aos carcereiros é negar que as cadeias foram construídas justamente para nos trancar. O anarquismo sabe: não há diálogo possível com quem lucra com nossas algemas.

A solução não está na súplica, mas na radicalização da luta. Se o Estado responde com prisões a greves e piquetes, nossa resposta deve ser multiplicar ações diretas, redes de apoio mútuo e greves selvagens. As vitórias, mesmo que pequenas, que vemos conquistadas por pressão externa e organização horizontal, mostram o caminho: só a combatividade fere o Capital. Paralisar produção, boicotar marcas, ocupar espaços e expor seus crimes são armas que ferem onde eles doem: no bolso e no controle.

Superar o Capital e o Estado exige construir outro mundo aqui e agora. Cada família apoiada após um terremoto, cada produto menstrual distribuído, cada manifestante protegido da repressão são atos de autogestão que corroem a necessidade do opressor. As 6 de La Suiza não precisam de piedade; precisam que transformemos sua cela em símbolo de insurreição global. Enquanto houver um preso político, nossa luta é por derrubar os muros das prisões — e os do sistema que as ergueu.

A liberdade não será concedida; será tomada pela solidariedade intransigente. Como gritam nas ruas:
Nem um passo atrás!
 
Liberto Herrera
 
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Árvores da infância –
E depois a monotonia verde
Dos canaviais…


Paulo Franchetti

[Reino Unido] Élisée Reclus: 5 níveis de prática socioecológica

Sua visão revolucionária convincente e realista mostra as condições prévias para um mundo liberado
 
~ John P. Clark ~
 
Élisée Reclus (1830-1905) foi um dos geógrafos mais destacados de seu tempo, uma figura importante do pensamento político anarquista e um revolucionário por toda a vida que desempenhou um papel ativo na Comuna de Paris e na Primeira Internacional. Para um pensador político do século XIX, seu compromisso permanente não apenas com a revolução social, mas também com a ecologia radical, o antipatriarcado e a igualdade da mulher, o antirracismo e o anticolonialismo, o antiespecismo e o bem-estar animal era extraordinário.
 
Reclus é famoso principalmente por sua Nouvelle Géographie Universelle, uma obra colossal de vinte volumes e dezoito mil páginas, considerada o maior feito individual na história da geografia. Reclus é amplamente reconhecido como o fundador do campo da geografia social. Sua última obra, L’Homme et la Terre, é uma ampla síntese de geografia, história, antropologia, filosofia e teoria social com 35.000 páginas, e constitui sua contribuição mais duradoura ao pensamento moderno. Ela começa com a afirmação de que “a Humanidade é a Natureza tomando consciência de si mesma”, e é uma ampla narrativa de toda a história da humanidade e da Terra, e de um destino planetário comum que se revela através de uma profunda compreensão do grande curso da geohistória.

A história de Reclus sobre a humanidade e a Terra tem duas dimensões. Uma é sua descrição do processo de autorrealização humana em interação dialética com a natureza. Ele mostra como o ambiente natural molda o desenvolvimento humano, ao mesmo tempo que a humanidade contribui para o desdobramento e florescimento do mundo natural. Ele mostra o conteúdo da geohistória como uma dialética entre as forças criativas da liberdade e as forças restritivas da dominação. Sua ideia de que todos os fenômenos da história contêm aspectos progressivos e regressivos, e que cada tendência deve ser analisada cuidadosamente, é um de seus conceitos mais influentes.
 
Reclus demonstra que o progresso histórico dependeu do crescimento da ajuda mútua (l’entr’aide) e da cooperação social, ideias que influenciaram enormemente seu colega mais jovem Kropotkin. Reclus argumenta que a plena autorrealização da humanidade-na-natureza dependerá de uma revolução social que incorpore as práticas mutualistas em uma sociedade livre, igualitária e anarco-comunista. Além disso, ele sustenta que o destino da Terra dependerá da capacidade da humanidade de estabelecer instituições e práticas sociais que expressem uma profunda preocupação com o mundo natural e com todos os seres vivos do planeta.
 
O outro lado da narrativa histórico-mundial de Reclus foca na longa história da dominação. Ele faz uma ampla crítica do Estado burocrático centralizado e do capitalismo industrial, mas não considera outras formas de dominação como esferas subordinadas. Ele foi um feminista radical e um veemente inimigo da dominação masculina, e um fervoroso opositor de todas as formas de racismo e da denigração eurocêntrica das culturas indígenas. Foi um dos primeiros críticos da devastação ecológica resultante da industrialização impiedosa e da racionalização tecnológica, e já na década de 1860 denunciou a destruição de florestas milenares. Além disso, foi um incansável defensor do vegetarianismo ético e do tratamento humano aos animais.
 
Reclus apresenta uma das visões revolucionárias mais convincentes, e possivelmente uma das mais realistas, das condições prévias para um mundo liberado de liberdade e solidariedade. Especificamente, ele analisa cinco níveis de prática social ecológica que devem ser abordados pelo movimento revolucionário.
 
1.    O primeiro nível é a comunidade primária (talvez uma espécie de grupo de afinidade) que é o foco da transformação pessoal, moral e psicológica. Em uma carta de 1895, ele diz que os anarquistas devem “trabalhar para se libertar pessoalmente de todas as ideias preconcebidas ou impostas, e gradualmente reunir ao seu redor amigos que vivam e ajam da mesma maneira. É passo a passo, através de pequenas associações afetuosas e inteligentes, que se formará a grande sociedade fraternal.” Todas essas qualidades (pequena escala, um ethos de amor onipresente e o fomento de uma inteligência ativa e comprometida) são necessárias para que tais associações cumpram sua função transformadora básica.
2.    O segundo nível de organização social, e o mais crucial politicamente para Reclus, era a comuna autônoma, que ele descreve em uma carta de 1871 como “ao mesmo tempo o triunfo da República Operária e a inauguração da Federação Comunal”. Ele estava convencido de que uma versão radicalizada das aspirações da Comuna de Paris (uma poderosa realidade no imaginário radical de sua época) deveria ser a principal forma de organização política. A comuna praticaria a democracia direta radical. O poder do povo poderia ser delegado, mas nunca meramente representado ou alienado da base. Para fins mais amplos, a comuna agiria em solidariedade com todas as outras comunas através da livre federação.
3.    O terceiro nível chave de organização social para Reclus, inspirado em seus muitos anos de engajamento na luta operária mundial, é o da Internacional dos Trabalhadores, que agiria democraticamente através de suas seções locais. Reclus acreditava que, para triunfar, a revolução deveria reunir as pessoas não apenas como membros da comunidade local, mas também ao nível de toda a humanidade, unida e mobilizada como trabalhadores e produtores. A Internacional também era uma força poderosa no imaginário social radical da época.
4.    O quarto nível de associação é a República Universal, que também será uma expressão global dos valores da comunidade humana e da solidariedade. Esta grande República (outra ideia que inspirou os revolucionários da época) deveria basear-se na livre federação de comunas autônomas em todo o planeta e em todos os níveis, do local ao regional, passando pelo mundial.
5.    O quinto nível: Reclus reconheceu que nossa comunidade é mais do que humana. Assim, reconheceu um quinto nível de associação, no qual expressamos nossa unidade e solidariedade com a Terra, e nosso senso de responsabilidade por toda a vida na Terra. É o nível de toda a Comunidade da Terra. Neste nível, já existe implicitamente uma unidade global na diversidade, mas devemos ser educados para perceber como nos encaixamos na grande interconexão de todos os seres e agir de acordo.
 
Reclus foi um revolucionário dedicado e comprometido que trabalhou incansavelmente pela transformação social revolucionária, pelo que sofreu encarceramento em pelo menos catorze prisões diferentes e passou muitos anos no exílio forçado. Era uma pessoa de extraordinária humildade, grande generosidade e amor e compaixão, não apenas por seus semelhantes, mas também por outros seres sencientes. Ele merece o reconhecimento (que nunca teria buscado) como um dos pensadores mais destacados da história do anarquismo. Sua obra sobre geografia social e temas afins, com mais de 25.000 páginas publicadas, é de longe a maior realização na história do pensamento social ecológico.
 
Fonte: https://freedomnews.org.uk/2025/07/05/elisee-reclus-5-levels-of-social-ecological-practice/
 
Tradução > Liberto
 
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agência de notícias anarquistas-ana
 
Oh cruel vendaval!
Um bando de pequenos pardais
agarra-se à relva.
 
Buson


[Espanha] 6 de La Suiza: Agressão intolerável ao sindicalismo combativo

Confirmaram-se os piores presságios: Lino Rubio Mayo, titular do Juizado Criminal nº 1 de Xixón (Gijón), emitiu ordem de prisão contra as seis sindicalistas de La Suiza para cumprir três anos de prisão. Age assim sabendo que há um pedido de indulto sobre a mesa do Governo, consciente ainda de que materializa uma injustiça manifesta e que lança um verdadeiro torpedo contra o direito da classe trabalhadora de se defender. Nunca acreditamos na justiça espanhola — suas sentenças sempre miram os mesmos. O naftalino de seus armários exala classismo. Enquanto pelas nossas ruas desfilam impunes ultradireitistas de todo tipo cantando bravatas fascistas ou incitando ódio, quem ousa discordar das injustiças acaba na prisão. Seja por cantar um rap crítico à monarquia, por reivindicar empregos em Cádiz, por protestar em Zaragoza contra a ultradireita ou por manifestar-se diante de um estabelecimento em defesa de uma trabalhadora assediada — mesmo com toda a documentação regular do protesto. As elites deste país não toleram qualquer contestação, e esta sentença é prova disso. Lembremos: a desproteção que vive a classe trabalhadora tem base numa infame Lei Mordaça que o “governo mais progressista do mundo” decidiu engolir sem questionar. Não vá uma chinelada no tornozelo da ordem estabelecida incomodar quem realmente governa: fundos abutres, empresários miseráveis, políticos racistas e machistas, juízes de toga carcomida e crucifixo na mesa… etc.

Da CGT, enviamos toda nossa solidariedade a essas seis trabalhadoras que suportam há anos a tortura insuportável imposta pelo juiz Lino Rubio Mayo desde o início deste processo delirante. E um abraço fraterno à CNT e aos grupos de apoio que realizaram um trabalho solidário colossal desde o começo. O Secretariado Permanente da CGT convoca todos nossos sindicatos e militantes a dar visibilidade à campanha pela Liberdade das 6 de La Suiza. Esta reivindicação precisa ecoar, pois o que está em jogo é a liberdade de expressão e a ação sindical. É preciso tornar a solidariedade ainda mais visível, diante da maior agressão ao sindicalismo dos últimos 30 anos.

Mas, mesmo após este golpe, que juízes, empresários e políticos não duvidem nem por um segundo: nos terão pela frente. Querem dividir a classe trabalhadora e atacar os humildes para encher seus bolsos. É o jogo de cartas marcadas do fascismo: dividir a sociedade, punir quem atrapalha sua ganância por um capitalismo predatório e desumano. Para eles, ser da classe trabalhadora, migrante, racializado, diverso, trans, solidário, inquilino, antifascista ou sindicalista é crime. Para nós, motivo de orgulho.

Viva a classe trabalhadora! Um abraço, companheiras de Xixón!
Fazer sindicalismo não é crime!
Liberdade para as 6 de La Suiza!

cgt.es

Tradução > Liberto

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uma pétala caída
que torna a seu ramo
ah! é uma borboleta

Arakida Moritake

Vaquinha para Myanmar: distribuição nas fábricas começa

Nos últimos meses, conseguimos arrecadar 20.000 euros nesta iniciativa, uma parte significativa dos quais foi contribuída pela Confederação Internacional do Trabalho (CIT). Após receber os primeiros 10.000 euros, a FGWM comprou produtos menstruais e começou a distribuí-los nas fábricas: 5 pacotes para cada uma das 5.000 trabalhadoras. Foi a FGWM que nos apresentou essa ideia inicialmente e pediu à FAU/ICL que a apoiasse.
 
Quando a arrecadação de fundos já estava em andamento, um forte terremoto atingiu Myanmar. Muitas casas e infraestruturas urbanas foram destruídas. Como resultado, decidimos ampliar a campanha para apoiar adicionalmente 200 famílias afetadas pelo terremoto. O objetivo era atender às suas necessidades imediatas, com baterias externas, lonas e mosquiteiros. Mais uma vez, foi a FGWM que nos disse o que era necessário e para que o dinheiro deveria ser arrecadado.
 
Estamos cientes da complexidade de enviar dinheiro para companheiros e companheiras no sudeste asiático, pois esse tipo de projeto sempre envolve hierarquias. Ao mesmo tempo, reconhecemos que grande parte da riqueza é acumulada no “Ocidente” graças à exploração de regiões empobrecidas e com salários muito baixos. Portanto, consideramos que temos a clara responsabilidade de organizar essa redistribuição. Mesmo que seja apenas uma pequena parte, tentamos dar um passo na direção certa.
 
Não fazemos caridade. Apoiamos a luta de nossas companheiras por dignidade. Também organizamos protestos em frente a lojas de marcas cujos produtos são fabricados em Myanmar, como Only, H&M, Zara, Hunkemöller, NewYorker, Lululemon e Adidas. Em casos de conflitos trabalhistas, entramos em contato com a direção das marcas e das fábricas em diferentes níveis. E, ocasionalmente, arrecadamos dinheiro.
 
Nossas companheiras precisam de apoio para continuar suas lutas. Juntas, já arrecadamos dinheiro para financiar casas seguras, ajudar famílias de quem perdeu o emprego por participar de protestos, pagar tratamentos médicos ou organizar workshops de capacitação para trabalhadores e trabalhadoras. Com nossa última arrecadação, fornecemos produtos menstruais, já que as trabalhadoras não podiam comprá-los e corriam o risco de contrair infecções ao usar retalhos de tecido das fábricas.
 
Ao mesmo tempo, os companheiros e companheiras da FAU e da FGWM se mobilizaram para garantir a disponibilidade gratuita de produtos menstruais nas fábricas, instalações sanitárias limpas e licenças menstruais. A fábrica Hang Kei, que produz para a Hunkemöller, reagiu e, desde maio de 2025, os banheiros são limpos regularmente, há absorventes na clínica da fábrica para todas que precisam, foram instalados aparelhos de ar-condicionado e há uma sala para mães que estão amamentando. É apenas uma das muitas fábricas que abordamos, mas é um começo!
 
Precisamos de mais companheiras que apoiem nossas ações conjuntas para exercer mais pressão sobre as marcas e os donos de fábricas em todo o mundo. Vale a pena.
 
Agradecemos a todas pelo apoio!
A solidariedade é nossa arma!
Ouse lutar, ouse vencer!
 
Site: fgwm-solidarity.org
Contato: asia@icl-cit.org Fonte: https://www.iclcit.org/es/6098/
 
Tradução > Liberto
 
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fim de tarde
depois do trovão
o silêncio é maior
 
Alice Ruiz