[Rússia] Apoie o lendário anarquista Ilya Romanov

O ex-preso político e anarquista Ilya Romanov precisa de nossa ajuda. Após 20 anos de prisão na Ucrânia e na Rússia, um derrame e várias cirurgias, ele permanece gravemente debilitado, mas se recusa a desistir. Ilya continua pintando, mantendo contato com amigos e preservando sua mente afiada e seu senso de humor.

Atualmente, Ilya vive com um cuidador em tempo integral. Sua ex-esposa, Larisa Romanova, ativista de direitos humanos e também presa política no caso NRA, o ajuda à distância, arcando com custos de cuidados, alimentação e medicamentos. No entanto, os recursos são insuficientes até mesmo para necessidades básicas, como tratamentos anuais, alimentação e o salário do cuidador.

Larisa escreve (publicação no Facebook):

O estado de saúde de Ilya está estável. Em janeiro–fevereiro deste ano, ele passou por um excelente curso anual de reabilitação no NPRC, na Rua Abramtsevskaya. Um imenso agradecimento a todos que ajudaram a tornar isso possível! O problema agora é que minha família e eu, que damos apoio a Ilya, não temos dinheiro suficiente nem para o essencial. A renda e a pensão continuam as mesmas, enquanto os preços não param de subir. Além disso, estou morando fora da Rússia há mais de um ano e, embora eu trabalhe, adaptar-me a um novo país torna tudo bem mais difícil.

Quem é Ilya Romanov

O nome Ilya Romanov é bem conhecido por quem acompanha a história do movimento anarquista na Rússia e no espaço pós-soviético. Desde o final dos anos 1980, ele organizou círculos anarquistas em Nizhny Novgorod, participou dos movimentos de ocupação e ecológico, deu palestras, publicou o jornal Solntse (O Sol) e apoiou presos políticos.

Em 2002, Ilya foi preso na Ucrânia sob um processo fabricado pelo SBU, o chamado “Caso Odessa”. Após 10 anos de prisão e uma decisão da Corte Europeia de Direitos Humanos (CEDH) reconhecendo as violações da Ucrânia, ele retornou à Rússia, onde foi novamente preso. O motivo: a explosão de uns fogos de artifício, que investigadores classificaram como “preparação de um ato terrorista”.

Em 2015, Ilya foi condenado a 9 anos de prisão, e mais tarde recebeu outra pena de 5,5 anos por “promoção do terrorismo”, devido a publicações online feitas em seu nome enquanto já estava preso.

Em 2019, enquanto estava em uma cela disciplinar, Ilya sofreu um derrame e entrou em coma. Foi libertado apenas após apelos de advogados e ativistas de direitos humanos à CEDH. Desde então, vive com graves sequelas, paralisia do lado direito e amputação de uma mão, mas continua extraordinariamente resiliente e ativo. Por exemplo, aprendeu a pintar utilizando uma prótese mecânica.

Como ajudar

Hoje, Ilya precisa de assistência financeira para viver uma vida o mais plena possível.

Cada contribuição não é apenas ajuda a uma pessoa, mas um ato de solidariedade com alguém que permaneceu fiel aos ideais de liberdade e igualdade por toda a vida, que lutou em múltiplas frentes de resistência, suportou tortura, longos anos de prisão e sacrificou a própria saúde por suas convicções.

Transferência em rublos: 4377 7278 0034 6913 (T-Bank)

PayPal: firesoffreedom@protonmail.com (marcar “for Romanov”)

Criptomoedas:

– Bitcoin: bc1qx63u6p0tlqd40hpcgeln7sksy2hgm0gekgpw8s

– Ethereum: 0xE8A926f292272391707ed1A7b55Db1466F0c0993

– Litecoin: LVxHRweSkkwkNHxY432U2swpEUAMWupsrP

– USDT (ERC20): 0xE8A926f292272391707ed1A7b55Db1466F0c0993

– Monero: 47AqYo1kkbWYeypvDTrNtcBAKPJaHXRNjQsdRhrBm6SNVffeRLfadrqXoQ2FHgPiud6T3vLB5VjS2QKJM9MnZVJJJ8cV9tw

Se enviar criptomoeda para apoiar Ilya Romanov, envie um e-mail para firesoffreedom@protonmail.com confirmando sua doação.

Anarchist Black Cross de Moscou

Fonte: https://avtonom.org/en/news/support-legendary-anarchist-ilya-romanov

Tradução > Contrafatual

Conteúdo relacionado:

https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2020/04/20/russia-ilya-romanov-esta-livre/

agência de notícias anarquistas-ana

Seu olhar segue
o voo do pássaro –
será que desce?

Eugénia Tabosa 

[Espanha] 128º aniversário de Cipriano Mera. Assim foi a Jornada de Homenagem da CNT Madrid

Um 4 de novembro como hoje, há 128 anos, nascia Cipriano Mera Sanz, militante destacado do Sindicato Único da Construção da CNT de Madrid.

Sua figura representa bem a capacidade e integridade de um enorme conjunto militante que leva um pouco mais além a conquista de direitos para a classe obreira neste país, como a jornada semanal de 36 horas, ou a diária de oito horas.

Esse conjunto, também, soube estar à altura do desafio, primeiro da contínua repressão ao anarcossindicalismo e, depois, da sublevação militar de 36, enfrentando o fascismo europeu em expansão, em nossa própria terra. A vitória na Batalha de Guadalajara ou a defesa de Madrid são o melhor exemplo.

Sem renunciar à revolução, as companheiras e companheiros como Mera nos fazem sentir que a utopia está tão próxima como nosso compromisso seja capaz de aproximar.

Este impressionante coletivo humano merece ser compreendido, valorizado e recordado, em tempos de tanto revisionismo histórico, de um e outro sinal.

Acabam de concluir as Jornadas de Homenagem a Cipriano Mera, no 50º aniversário de seu falecimento. Com enorme êxito de participação, foi possível visitar tanto a exposição, com peças singulares, como as mesas redondas desde ângulos complementares e inspiradores. Não faltou a reivindicação do Tetuán de Mera, com um percurso e a colocação de uma placa: percurso que voltará a se realizar, ante o enorme interesse gerado.

A CNT de Madrid agradece a boa acolhida das atividades e acata a sugestão de repetir este enfoque de memória, desde a proximidade e acessibilidade. Nos veremos breve.

>> Mais fotoshttps://madrid.cnt.es/2025/11/04/128-aniversario-de-cipriano-mera-asi-han-sido-las-jornadas-de-homenaje-de-cnt-madrid/

Tradução > Sol de Abril

agência de notícias anarquistas-ana

Um verde cobertor
todo trançado de relva
aquece a terra.

Delza Faldini

[Grécia] Vídeo | A marcha por Kyriakos Xymitiris, seu impacto e os ataques da polícia de choque em Exarchia

Sexta-feira, 31 de outubro de 2025, centro de Atenas. Imagens da marcha em memória do anarquista Kyriakos Xymitiris, que perdeu a vida em 31 de outubro de 2024 após uma explosão em um apartamento na Rua Arkadias, em Ampelokipi; o momento do ataque generalizado da polícia de choque com o objetivo de dispersar a marcha quando esta entrou em Benaki; e o clímax da violência policial em resposta, quando, uma hora após a violenta dispersão da marcha em homenagem a Kyriakos Xymitiris, cercaram Exarchia, invadiram as ruas de pedestres de Messolonghi e Koletti, agredindo e prendendo pessoas sentadas em cafés e bares da região, lançando granadas de efeito moral e borrifando produtos químicos no bairro.

>> Veja o vídeo aquihttps://www.youtube.com/watch?v=ELZhX9fNt4U&t=70s

Conteúdo relacionado:

https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2025/10/30/grecia-tres-dias-de-memoria-e-luta-pelo-companheiro-kyriakos-xymitiris-e-pela-causa-de-ampelokipoi/

agência de notícias anarquistas-ana

Órgãos sem Estado,
prazer sem fronteiras—o corpo
é território livre.

Liberto Herrera

[Belém-PA] Programação das Jornadas Anarquistas Anti-COP30 no CCLA

Programação de 10 a 21 de novembro – Rua Bruno de Menezes, 301 (antiga Gen Gurjão). Campina, Belém, Pará

A crise ambiental no Brasil e no mundo não é de responsabilidade da maior parte da humanidade. Soluções ou slogans como “faça sua parte para um mundo melhor” escondem os verdadeiros responsáveis pelos eventos climáticos extremos e pela desigualdade e pobreza: o CAPITALISMO.

Nós, enquanto anarquistas, entendemos que a 30ª Conferência do Clima (COP30), que ocorre em Belém em novembro, é uma farsa feita por quem causa a crise ambiental e social.

Qualquer “solução” a ser apresentada na COP jamais será uma solução verdadeira!

Capitalismo “verde”, mercado de créditos de carbono, bioeconomia… tudo isso é uma cilada pois não toca na raiz do problema: o capitalismo é um sistema que depende da superexploração da natureza e da maior parte da sociedade para obter lucro para alguns.

Alternativas de mundo? Temos! Os povos das águas, das várzeas, das florestas, dos campos e das periferias urbanas se levantam e apontam caminhos para a superação da crise.

Que os ricos paguem pela crise ambiental!

Os caminhos que trilhamos são baseados no senso de comunidade, na horizontalidade e na autogestão, princípios historicamente ligados ao anarquismo!

>> Confira a programação aquihttps://drive.google.com/file/d/19CpjKFHWrIIqPKN_1q6Rn5X9lOWoIb8S/view?fbclid=PAZXh0bgNhZW0CMTEAAadZReH18mOOlfWe4qR_1sWYPPG9TYzQIqAIYLohiaqj_4v8z48H7Gr1Z1Wikg_aem_Q8Pmk0GWGjzvGtipBeZwcA

cclamazonia.noblogs.org

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Pássaro migrante –
seu passaporte é o canto,
sua fronteira, o vento.

Liberto Herrera

Da série “Diga-me com quem andas, que te direi quem tu és”

Lula e os irmãos Batista, donos da JBS… Ou, os bilionários e suas cadeiras cativas nas comitivas do Lula pelo mundo…

Folha corrida da JBS: envolvida em crimes ambientais, “greenwashing” (“maquiagem verde”), trabalho escravo, invasão de terras indígenas, corrupção, manipulação do mercado e uso indevido de informação privilegiada, generosos financiamentos subsidiados do BNDES, se beneficia de decisões políticas e judiciais… etc, etc…

Apoia fascistas: Você sabia que a JBS fez a maior doação [US$ 5 milhões – quase R$ 30 milhões na cotação atual] registrada para o comitê de posse do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump?

Recordar é viver, deu na imprensa: O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) elogiou os irmãos Joesley e Wesley Batista nesta sexta-feira [abril de 2024], durante uma visita à fábrica da JBS no Mato Grosso do Sul. O chefe de Executivo afirmou ao discursar que a dupla é responsável por transformar o grupo “na maior empresa produtora de proteína animal do mundo”. — Quero cumprimentar primeiro o seu Zé (José Batista Sobrinho, fundador da JBS), que conheci ainda no primeiro mandato, e não era tão grande como está hoje. Eu fico sempre muito orgulhoso quando alguém consegue vencer na vida, em qualquer que seja a sua atividade — discursou Lula, antes de prosseguir. — Eu vou cumprimentar o Joesley, o Wesley, que são os herdeiros dele e os responsáveis por que essa empresa se transformasse na maior empresa produtora de proteína animal do mundo.

Resumindo: Lula tem dois bilionários-ecocidas de estimação… Ou, as atividades que mais produzem os gases de efeito estufa são as preferidas do Lula. A pecuária e a indústria petrolífera.

agência de notícias anarquistas-ana

Moeda no chão:
ninguém se curva. Passos
desenham novos caminhos.

Liberto Herrera

[Reino Unido] O Sudão está sufocado de sangue e fome

A região do Darfur está mergulhada em atrocidades, com fome, assassinatos em massa e deslocamentos agora definindo o que resta da revolução do Sudão.

Blade Runner ~

A cidade de El Fasher, na província sudanesa de Darfur, que é quase do tamanho da Espanha, devastada pela guerra, caiu nas mãos das Forças de Apoio Rápido (Rapid Support Forces, RSF), que são paramilitares, após mais de 18 meses de cerco. Nesse tempo, centenas de milhares de civis ficaram presos, os suprimentos de alimentos entraram em colapso e as condições de fome começaram a se estabelecer. Imagens de satélite e relatos de testemunhas oculares agora revelam cenas de terror: bairros queimados, valas comuns e assassinatos em larga escala de civis. As RSF, lideradas pelo general Mohamed Hamdan Dagalo (“Hemedti”), sucessores diretos das milícias Janjaweed, os chamados “demônios montados”, durante anos aterrorizaram populações não árabes em Darfur, e têm lutado contra as Forças Armadas Sudanesas (SAF) do general Abdel Fattah al-Burhan há mais de 2 anos, naquilo que muitos sudaneses chamam de “guerra contra civis”, já que mata uma proporção descomunal de mulheres e crianças.

O número total de pessoas mortas é desconhecido. As estimativas variam de dezenas a centenas de milhares, mas nenhum número confirmado se aproxima de um milhão. Mais de 12 milhões de pessoas foram deslocadas dentro do Sudão ou forçadas a fugir para países vizinhos, particularmente o Chade, mas também República Centro-Africana, Líbia, Egito, Sudão do Sul, Uganda e Etiópia. Cerca de 25 milhões de pessoas precisam de assistência humanitária, com cerca de 24 milhões sofrendo insegurança alimentar aguda e surtos de doenças como o cólera. Mesmo a ajuda que chega ao país é frequentemente bloqueada ou saqueada pelas forças da RSF, por unidades das SAF ou por milícias locais alinhadas algum dos lados. O número de refugiados que consegue chegar ao Mediterrâneo na tentativa de cruzar para a Europa em barcos inseguros é pequeno, muitas vezes arriscando ou encontrando a morte no mar.

Essa guerra civil começou após a derrubada do presidente Omar al-Bashir, em 2019, quando uma revolta popular o forçou a deixar o poder. Em vez de levar a qualquer tipo de democracia, o país foi tomado por generais rivais que acabaram virando as armas uns contra os outros. Tornou-se um conflito impiedoso que a ONU chamou de “a tempestade perfeita”, sem perspectiva visível de fim, atraindo o envolvimento externo de potências regionais como os Emirados Árabes Unidos e o Egito, apoiando lados diferentes, bem como interesses russos e empreiteiros militares privados. A UE tem gasto milhões para conter a migração, enquanto equipamentos militares da Grã-Bretanha, Canadá e outros lugares estão sendo usados nos campos de batalha.

Menos conhecido é o que resta do movimento revolucionário de base que ajudou a desencadear o levante contra al-Bashir. Entre essas forças está o Grupo Anarquista no Sudão (AGS), fundado por estudantes e jovens trabalhadores em 2017. Durante a revolução, ajudou a organizar comitês de resistência, assembleias de bairro que coordenavam protestos, greves e ajuda mútua. Depois que os militares retomaram o poder e a guerra civil começou, muitos membros do AGS foram presos, mortos ou empurrados à clandestinidade. Outros continuaram o trabalho em segredo: traduzindo e imprimindo textos anarquistas, administrando cozinhas comunitárias, ajudando famílias deslocadas e apoiando grupos de defesa locais. Com o apoio de redes anarquistas internacionais, incluindo Black Rose/Rosa Negra, o AGS adquiriu uma impressora para produzir material, embora a luta e a repressão constantes tenham limitado o seu uso. Para eles, essa não é simplesmente uma guerra entre dois generais, mas a destruição violenta da revolução que vinha a partir de baixo, um esmagamento deliberado de qualquer tentativa de auto-organização, autonomia ou poder popular.

Fonte: https://freedomnews.org.uk/2025/10/31/sudan-drowning-in-blood-and-hunger/

Tradução > CF Puig

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vento transparente
nu
vens

Alexandre Brito

Flecheira Libertária 831 | “Sociedade e Estado é uma dupla indissolúvel”

mais do mesmo

Para quem não sabia, o Rio de Janeiro, neste século, está dividido em diversas empresas ilegais, entre as quais as maiores são: CV (Comando Vermelho), ADA (Amigo dos Amigos) e TCP (Terceiro Comando Puro), que introduziu os evangélicos neste negócio. Pouco? Coisas de ilegalismos derivados do proibicionismo com sua continuidade obsessiva e moral, com sua lucratividade econômica da sociedade majoritária e do Estado democrático de Direito, gestões compartilhadas e a ideia fixa da segurança.

…e o rio explode

Matam-se. Uns dizem que tem muita violência nestas mortes. E há mortes programadas sem violência? Querem uma polícia pacificadora ou redutores de violências? Já tiveram… Falam de uma população que se subordina. É verdade. E não se revolta. É verdade. Se deixou apanhar pela utilidade. Alguém mandou matar? Mandou. Os outros só reclamam dos meios. Tráfico-Estado-empresas legais e ilegais: isso é capitalismo, socialismo estatal, sociedade hierarquizada. Sociedade da denúncia e da delação. Sociedade e Estado é uma dupla indissolúvel. Só os safados e as safadas do momento é que ainda querem fazer crer que há oposição de interesses entre Estado e Sociedade. Estamos na grande era dos assujeitamentos.

>> Leia o Flecheira Libertária 831 na íntegra aqui: https://www.nu-sol.org/wp-content/uploads/2025/11/flecheira831.pdf

agência de notícias anarquistas-ana

Virada do morro:
Ipê e seu grito amarelo
perpendicular.

Eolo Yberê Libera

[Chile] Lançamento: “Niñarquia – Juegos en resistencia”, de Jorge Enkis

GUIA PARA BRINCAR, DESOBEDECER E CRIAR LIBERDADE DESDE A INFÂNCIA

“Niñarquía” é a arte de brincar sem permissão. É o espaço onde a brincadeira se torna ferramenta de resistência, criação e liberdade.

Cada atividade deste guia convida a questionar a obediência, a competição e o tédio, promovendo a autonomia, a cooperação e a imaginação. Ideal para comunidades que buscam uma infância livre.

Baixe, Imprima e divulgue!

>> PDFhttps://editorialautodidacta.com/wp-content/uploads/2025/11/Ninarquia-Juegos-en-resitencia-Jorge-Enkis.pdf

editorialautodidacta.com

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espuma do mar
adensa o voo das
gaivotas no ar

Carlos Seabra

[México] A vida do anarquista Jorge Esquivel corre risco

Nas últimas semanas o estado de saúde de Jorge Esquivel se deteriorou como resultado da falta de atendimento médico adequado. Jorge solicitou atendimento médico no interior do Reclusorio Sur, o qual não foi proporcionado de maneira adequada e oportuna, o que provocou em Jorge a perda de peso e presente dores intensas no abdômen, pelo que sua mobilidade foi reduzida de maneira considerável.

Jorge tem antecedentes de problemas gastrointestinais sérios, inclusive sofreu intervenção cirúrgica para remoção de parte de seu intestino antes de voltar a ser sequestrado pelo estado. Seu processo de recuperação e cura foi interrompido por sua detenção em dezembro de 2022. Desde então não recebeu tratamento para que sua saúde melhore.

Que a solidariedade se expresse para exigir atendimento médico e um tratamento adequado!

Solidariedade e força para Jorge Esquivel!

Conteúdo relacionado:

https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2025/02/13/mexico-prisioneiro-anarquista-jorge-yorch-esquivel-e-transferido-e-recurso-e-negado/

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A lei é teia
que arde com um sopro
de gente unida.

Liberto Herrera

Sobre o massacre de estado – Rio de Janeiro

Por Camila Jourdan | 29/10/2025

A política de morte não trata apenas de matar, mas sempre de produzir a própria possibilidade do extermínio. Por isso ela tem sempre uma dimensão discursiva. Que ameaça devem produzir corpos expostos em praça pública? Que ensinamento de terror sempre esteve expresso pelas execuções públicas? Ao lado disso: o que autoriza que o estado moderno mate? Como se produzir a morte e, ao mesmo tempo, se dizer que se faz isso para defesa do estado democrático de direito? Como exibir publicamente uma fileira de corpos e, ao mesmo tempo, se escrever a legenda: ‘cidade volta ao normal após operação’? Como colocar a chacina e o extermínio sob a égide da normalidade?

Desde do dia da operação a televisão insistia em dizer que todos os mortos eram ‘bandidos’, mesmo que não se soubesse quem eram. Tudo havia sido feito em função da manutenção da ordem e da paz social. Paz para quem, afinal? A implicação: ‘morreu, logo era traficante‘ é antiga neste contexto de produção de discursos da suposta ‘guerra às drogas’, e já fazem pelo menos quatro décadas. Sabemos que se diz ‘guerra assimétrica’ para não se chamar chacina, extermínio, massacre, perseguição aos pobres, gestão do crime e domínio dos territórios pelo medo. Quando finalmente a mídia passa a chamar de ‘suspeitos’, é sempre com uma acompanhada despersonificação. É importante tornar os alvos não-sujeitos, e isso se procede de muitas maneiras. Pela exibição de corpos em montanhas. Pelo número colocado como sujeito da frase. Pela tentativa de se evitar qualquer empatia. Foram mais de 100 pessoas assassinadas, mas isso deve ser tratado em bloco, apenas a família e amigos dos quatro policiais são exibidos chorando, sentindo, demonstrando comportamento de dor. As pessoas assassinadas não têm família, ou esta família é um sujeito oculto mencionado para se reconhecer a culpa do filho morto, não há quem se importe, são números: ‘128 mortos’, ‘128 corpos’, nenhuma subjetividade…daí o pano de fundo estar dado para fala do governador, repetida pelo secretário de segurança: “só tivemos 4 vítimas nesta operação, os policiais”, os demais foram contidos, eliminados, abatidos. Os demais não são pessoas. 

Tudo isso vem então acompanhado da impossibilidade de defesa, o outro animalizado é o lugar do inimigo social, e o inimigo social é aquele que pode ser eliminado sem que isso gere punição. Mais do que isso, cuja tentativa de autodefesa deve sempre deflagrar sua própria morte. Lugar ocupado por quem é colocado como não-humano é o que a designação de ‘terrorista’ deve produzir, o lugar que pessoas sem direitos devem ocupar. As entrevistas do governador e do secretário de segurança defendem de modo intransigente uma operação ilegal, amparados nesse estratagema discursivo: o lugar onde a defesa é impossível, é também o lugar da presa. Por isso é tão importante que eles digam que o que está em jogo não é mais o comércio de drogas, mas a defesa do estado, que tratam-se afinal de ‘narcoterroristas’ muito perigosos. O ‘narcoterrorista’ é matável por excelência, inimigo da civilização, fabricado no lugar de ameaça interna, capaz de incendiar a cidade, parar o mercado, interromper as vias, levar o caos. Contra ele qualquer violência apresenta-se como plenamente legítima.

Só assim é possível sustentar que sejam largados na mata pra que seus familiares busquem os corpos. Requinte de crueldade sem dúvida, mas que convenientemente impede a perícia. Pois se eles vão buscar, são acusados também de serem criminosos, de terem adulterado a cena do crime, de terem gerado qualquer marca no corpo que não corresponda à versão do auto de resistência. Mas, ora, se eles estavam todos em confronto por que não foram encontrados com seus fuzis? Não seria importante a polícia deixar a prova que sustenta sua narrativa no local, já que agiam pra se defender? Como corpos desarmados podem ser vistos como ameaças? Daí a importância que sejam recolhidos por seus próximos, aquelas pessoas que mesmo diante dessa estratégia sádica, insistem em ter empatia, e assim ocupam o lugar de Antígona, elas impedem que os corpos sejam largados sem ritos. Na praça, diante da comunidade, podem receber novos sentidos. Na praça, diante das câmeras, os corpos matáveis insistem em ser gente, e são aplaudidos. 

Mas quanto ao corpo de Polinice, infaustamente morto, Ordenou aos cidadãos, comenta-se, Que ninguém o guardasse em cova nem o pranteasse, Abandoando sem lágrimas, sem exéquias, doce tesouro De aves, que o espreitam famintas. As ordens – propalam – do nobre Creonte, que ferem a ti E a mim, a mim, repito, são estas, que vem para cá Com o propósito de anunciar as ordens aos que ainda não as conhecem Explicitamente. O assunto lhe é tão sério Que, se alguém transgredir o decreto, Receberá sentença de apedrejamento dentro da cidade (Antígona)

Antígona, um mito antigo, enfrenta o estado representado por Creonte, e confronta sua narrativa pela qual o cadáver do seu irmão não pode receber ritos fúnebres por ter ofendido as leis em vigor. Antígona impede que o corpo de seu irmão apodreça sem ritos fúnebres e que seja comido por animais. Que os próprios parentes recolham seus mortos atesta também: o estado mata, mas a comunidade cuida. Antígona também se torna igualmente criminosa por isso. Na necropolítica, cuidado é crime. Porém, dessa forma, não temendo mais, em seus próprios termos, nem a morte nem a loucura, parece apontar um princípio de uma ética para além do estado e da noção necessariamente excludente de humanidade.

Morrerei, sim. Se minha morte vier mais cedo, eu a receberei de bom grado. Minha vida tem sido apenas miséria. Se me punires, não farás mais do que acelerar minha chegada ao túmulo. Mas não honrar meu irmão, isso sim seria intolerável. (Antígona)

As analogias param por aí. Não devemos sustentar que o ocorrido foi uma tragédia, pois não foi, foi planejado e executado de acordo com o plano. Nisto, o governador não mentiu. Em todo caso, Claudio Castro disse que os policiais que morreram em confronto são heróis. Não quero disputar heroísmos. Mas se há uma ação que em meio a tudo isso possa ser saudada são daqueles e daquelas que passaram a madrugada buscando os corpos dos seus parentes, amigos ou apenas vizinhos em meio a mata. Estas pessoas nos permitem enfrentar o medo que nos é sistematicamente imposto como política de morte.

Fonte: https://lasintec.unifesp.br/produ%C3%A7%C3%B5es/colabora%C3%A7%C3%B5es-externas/camila-jourdan-sobre-o-massacre-de-estado-rio-de-janeiro-29102025

agência de notícias anarquistas-ana

travesso gato
com saudade do dono
mija no sapato

Carlos Seabra

[EUA] Libertem Mumia Abu-Jamal, já!

Ontem (19/10) visitei Mumia. Ele é uma das pessoas mais inteligentes que já conheci. Visito-o há mais de trinta anos e, a cada visita, fico mais claro para mim o motivo pelo qual querem silenciá-lo.

43 anos atrás das grades afetaram seu corpo e sua visão, mas seu espírito de denunciar injustiças continua forte.

Mumia não está na prisão porque um policial foi morto em 9 de dezembro de 1981. Mumia está na prisão porque sobreviveu.

Se o policial Faulkner tivesse sobrevivido e Mumia tivesse morrido, o policial Faulkner estaria na prisão?” — Mumia

Mumia é vítima da corrupção policial, do racismo, de Rizzo [ex-prefeito da Filadélfia]. Libertem Mumia!

Mike Africa Junior

agência de notícias anarquistas-ana

no vaso menor
um punhado de terra
violeta em flor

Ricardo Silvestrin

A “pacifista” Corina Machado, um disparate perigoso

A escolha da venezuelana María Corina Machado como ganhadora do Prêmio Nobel da Paz de 2025 além de descredibilizar o comitê de Oslo, dando a ele um notório toque de bizarrice, realça também a não neutralidade de seus participantes na escolha da honraria, dado que o “condomínio político” ali representado, ao conceder esse prêmio, premia, acima de tudo, a atuação política de uma figura tão controversa quanto o bolsonarismo aqui no Brasil. Com um passado abraçado ao golpismo, essa senhora, ainda hoje, clama por uma escalada militar dos EUA contra seus compatriotas e tal sinalização, escancarada nas mídias digitais, pode servir de aterramento midiático aos interesses de ocupação que o imperialismo sempre teve pela região.

Para Pablo Uchôa, pesquisador e docente do Institute of the Americas, da Universidade de Londres, a premiação ignora o passado antidemocrático da líder e pode até servir como um atalho para a influência de Trump sobre a América Latina. Uchôa avalia que, ao destacar uma figura individual, o Nobel perdeu a chance de reconhecer a luta coletiva pela democracia, representada por algumas organizações da sociedade civil; e, diante da crescente sombra direitista pela América, o professor ainda nos lembra que: “No ano em que o espectro do fascismo começa a se alastrar pelos Estados Unidos, o comitê do Nobel resolve premiar a sua maior aliada na América Latina.”

Diante disso, como considerar uma defensora da paz alguém que apoia as ações do governo de Benjamin Netanyahu em Gaza e defende intervenções externas na Venezuela? Ora, essa mulher que apoiou o golpe contra Chaves em 2002 e a deposição de Nicolas Maduro, em 2019, ao lado do autonomeado presidente, Juan Guaidó, recentemente comemorou que o governo americano aportasse na costa caribenha três navios de guerra prontos para o terror; o que passa longe de alguém que comunga os preceitos pacifistas de respeito e diálogo. Muitas vezes vendida como esperança de democracia, María Corina, na verdade, não passa de uma fascista de longa data – que nunca hesitou em conclamar meios beligerantes para derrubar o governo de seu país natal.

Aqui no Brasil, até mesmo os defensores de tal figura tiveram imensa dificuldade para justificar na imprensa o prêmio concedido a ela, dado seu “histórico de luta” estar resumido apenas a conchavos esporádicos na coxia política. Não é pra menos: este talvez seja o prêmio mais bizarro dado na história da instituição do Nobel. E olha que o plantel de demônios laureados, sedentos pelo sangue de países periféricos, é extenso: vai de Henry Kissinger à Menachem Begin e Barack Obama, por exemplo.

É lamentável que esse prêmio contamine de infâmia aqueles que, de fato, o merecem e seja posto, hoje, como uma espécie de avalista para possíveis confrontos armados, pois, neste exato momento, o presidente Trump já fala abertamente em fazer uma incursão por terra na Venezuela, legitimando seu discurso com esses “confetes” recebidos. Ou seja, acabou a vergonha em falar em nome do sangue e do saque, pois todos sabemos que os EUA não está nem aí para a democracia. Quem fala alto aqui e agora é o perigo. Ao anunciar como vencedora uma atriz política, o comitê de Oslo premiou sua histórica atuação por submissão, intervenção e saque. Ora, dado o histórico macabro do próprio prêmio, e dado os devidos créditos de megalomania do presidente americano, a premiação de 2025 seria até menos absurda se tivesse sido concedida a Donald Trump.

Diego Fernandes Moreira

ULCM (Unificação das Lutas de Cortiços e Moradias)

agência de notícias anarquistas-ana

Noite fria.
Mundo em silêncio.
Tosse ao longe…

Gustavo Alberto Corrêa Pinto

Sejam pessoas bem vindas a COP30: Brasil, uma potência em destruição ambiental!

O Brasil longe de ser o paladino da preservação ambiental, já destruiu 71,3% das áreas de florestas tropicais nativas, conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (Inpe), devido aos diversos ciclos de exploração agrícola ocorridos desde a invasão europeia. 

Para fins ilustrativos, a cana-de-açúcar e o café tiveram um papel significativo na destruição da flora e fauna no Nordeste brasileiro. A exploração da cana-de-açúcar, em particular, levou ao desmatamento e à perda de habitats, impactando diretamente a biodiversidade da região em um período de tempo de quase 3 séculos. 

E esse perfil não mudou!

Os vários governos brasileiros com seus perfis variados (direita ou esquerda institucionais), não tiveram nenhum compromisso sério de mudança em suas políticas agrícolas e ambientais, embora gritem aos quatro ventos estejam engajados em programas ambientais e preocupados com as mudanças climáticas que estão nos devastando. 

Balela!!!

Ao mesmo tempo que buscam ter algum protagonismo nas questões climáticas e ambientais, mostra sinais contraditórios de apostar em exploração de mais fontes de energia suja, como petróleo e termelétricas, mantendo a política de uso de veneno nas lavouras e afrouxamento das regras para autorizações de empreendimentos extremamente destruíres com de mineradoras e construções de alto padrão em áreas de preservação ambiental, além de manterem a política de extermínio dos povos originários, uma vez que nada fazem para parar os avanços das fronteiras agrícolas. 

Recentemente, em outubro de 2025, foi autorizado pelo Ibama (órgão que deveria proteger o meio ambiente brasileiro) a sondagem exploratória da foz do Amazonas pela Petrobras. E o Brasil mantém subsídio para o uso de carvão para termelétricas, recentemente prorrogado até 2040, também em outubro de 2025!

Não se deixem enganar, o Brasil sempre caminhou como tantos outros países que destruíram seu meio ambiente, uma vez que o que a ganância e avidez por mais riquezas por parte dos grupos dominantes (empresariado em geral, banqueiros, agro-negociantes entre os principais) mantém a pressão para manterem operações nocivas ao meio ambiente. Não importa que isso cause impacto negativo, tendo lucros e mais lucros, o planeta que se dane!

A diferença é o tamanho continental que faz com que a percepção de que ainda temos muita área preservada, mas é ilusório, uma vez que a ganância e ambição dos grupos exploradores de todas as matizes não vão parar em quanto a terra não estiver seca de uma forma irreversível, assim como fizeram com grandes áreas no nordeste brasileiro.

Embora vastas áreas do Brasil permaneçam preservadas, as áreas já desmatadas são tão grandes que, quando comparadas a países menores, a magnitude do dano é assustadora. Por exemplo, o Brasil perdeu uma área de vegetação natural equivalente ao tamanho da Bolívia (mais de 111 milhões de hectares) em apenas 40 anos. Apenas em 3 anos, uma área maior que a Suíça foi devastada na Amazônia. Esses números, expressos em áreas comparáveis a países inteiros, demonstram a escala colossal da destruição, que pode ser subestimada quando vista apenas em termos de porcentagem de um território tão grande quanto o brasileiro.

Com uma vasta extensão territorial do país pode criar uma falsa percepção de que os recursos naturais são inesgotáveis e que sempre haverá mais áreas a serem exploradas ou preservadas. Isso pode levar a uma complacência em relação às taxas de desmatamento e degradação.

A destruição ambiental ocorre em diferentes biomas (Amazônia, Cerrado, Caatinga, etc.) e em locais distantes dos grandes centros urbanos. A distância física e a dispersão dos problemas podem fazer com que a população urbana e a mídia não tenham a real dimensão do que está acontecendo em regiões remotas.

Frequentemente, os dados de desmatamento são apresentados como porcentagens da área total do bioma ou do país, o que pode parecer pequeno em um território colossal. No entanto, em termos absolutos (quilômetros quadrados), a área destruída é enorme, e tem impactos globais significativos, como a emissão de gases de efeito estufa e a perda de biodiversidade. 

Reforçamos que a dimensão do Brasil mascara o fato de que a destruição, embora localizada em certas regiões, atinge proporções que, em qualquer outro país, seriam consideradas uma catástrofe nacional de proporções inquestionáveis.

Brazil: king of ambiental destruction!

anarkio.net

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Rebelião íntima:
quem doma o próprio medo
derruba impérios.

Liberto Herrera

[Macedônia do Norte] Coletivo Anarquista Smokva: “Rejeitamos as ilusões da democracia representativa e suas hierarquias”

O Coletivo Anarquista Smokva (lit. “Figo”) é um grupo de pessoas que se reuniram com uma forte vontade de criar um espaço social, político e amigável, bem como um modelo de vida mais humano.

Impulsionades pelo desejo de ajuda mútua, amizade horizontal e ação direta, nos reunimos, não para representar, mas para agir; não para falar em nome de outra pessoa, mas para conversar juntes; não para imitar o que existe, mas para experimentar e criar possibilidades.

Vivemos em sistemas que se alimentam da guerra e da alienação, enquanto os políticos oferecem promessas vazias. Vivemos em meio a escombros empilhados, que ainda fingem constituir uma forma de ordem. Ao nosso redor, os antigos sistemas de poder, capitalistas, patriarcais e imperialistas, continuam se reproduzindo, incapazes de existir sem guerra, alienação, roubo e desespero.

Percebemos como cada avanço na igualdade de gênero está diminuindo, vemos nossos amigos da multidão de liberdades sexuais sendo empurrados para as margens, vemos o ar que respiramos sendo envenenado pela poluição, vemos como a mera sobrevivência ecoa como um futuro impossível, enquanto as ruas estão cobertas pelos excrementos do consumo infinito.

A isso, respondemos com uma ação experimental, criando novas formas de união.

Solidariedade e amizade não são apenas slogans para nós – são uma prática cotidiana: nas decisões que tomamos juntes, nas refeições que compartilhamos, no cuidado que temos uns com os outros e com as ruas que estamos recuperando. Acreditamos na amizade sem papéis e na igualdade sem mestres.

Rejeitamos as ilusões da democracia representativa e suas hierarquias. A liberdade não é delegada, e a igualdade vive na diversidade, não na semelhança.

Smokva é uma constelação de amizades e experiências, imperfeita, fluida e viva. Um símbolo da vida que cresce, ramificada e livre, uma tentativa de paz em um mundo sem paz, que cresce entre o que é e o que poderia ser.

Instagram: https://www.instagram.com/ak_smokva/

Tradução > transanark / acervo trans-anarquista

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Criança com sede
E a chuva de primavera
Na concha da mão.

Tânia D’Orfani

[Uruguai] XI Feira Anarquista de Montevidéu – 22 & 23 novembro

Desde a organização da FLA Montevidéu convocamos a propostas de oficinas, palestras e/ou mesas redondas.

Estendemos também o chamado a montar bancas para coletivos, grupos ou individualidades que desenvolvam propostas editoriais.

A feira tem como objetivo o encontro para a difusão de materiais, publicações, propaganda e outros afins à anarquia.

Para participar podes escrever-nos ao contacto:

feriadellibroanarquistamvdeo@riseup.net

22 e 23 de novembro

Desde as 14:00 horas

Espaço Tormenta (espaço queer autogestivo)

Saúde!

Os esperamos!

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a chuva me cai
como uma luva
me OH!rvalha

Joca Reiners Terron

Pela união e organização anarquista: da teoria à ação combativa!

Às companheiras, companheiros e companheires, àqueles que carregam no peito o fogo da liberdade e o ódio à opressão: saudações da Federação Anarquista Capixaba!

O atual momento histórico exige mais do que palavras indignadas; exige ação concertada e estratégia. Enquanto nos perdemos em discursos fragmentados e ações desconexas, o capital avança, internacional e articulado, pisoteando povos, ecossistemas e qualquer resquício de autonomia. Sua face é global, e nossa resposta, até agora, tem sido localista e insuficiente. É hora de entender que a luta contra o Leviatã Estatal e o vampiro do Capital não será vencida por atos de bravura isolados, mas pela construção de um movimento capaz de enfrentá-los em todas as frentes.

A dispersão é nosso maior inimigo interno. Enquanto nos contentamos com grupelhos fechados em suas próprias verdades ou ações simbólicas sem continuidade, o sistema ri e segue seu caminho de destruição. Romantizar a espontaneidade sem organização é um luxo que não podemos mais nos dar. Precisamos de uma união orgânica, fluida e combativa, que transcenda as afinidades pessoais e se estruture em torno de um programa e uma estratégia comum. Só uma organização específica anarquista, firmemente enraizada nas lutas populares, pode acumular forças, compartilhar experiências e projetar uma transformação social real e duradoura.

Não basta diagnosticar os males do mundo; é nossa obrigação mergulhar nas profundezas da conjuntura e dela extrair um plano de batalha realista. A análise não é um exercício acadêmico, mas a base para a ação eficaz. Devemos estudar minuciosamente as táticas do inimigo, identificar seus pontos fracos e, a partir daí, criar estratégias de ação que sejam ao mesmo tempo ousadas e exequíveis. Isso significa conectar nossa prática cotidiana – do apoio mútuo nas comunidades à greve no local de trabalho – com nosso horizonte estratégico de transformação social radical. É a ponte que nos tira do campo das ideias e nos lança ao combate direto.

O capital não conhece fronteiras, e nossa solidariedade também não pode conhecer. Nossa luta no Espírito Santo está intrinsecamente ligada à dos povos da Amazônia, dos trabalhadores da Europa, dos oprimidos do Sul global. A internacionalização da luta não é um slogan, mas uma necessidade de sobrevivência e vitória. Devemos construir canais de comunicação, apoio e ação direta com organizações irmãs em todo o mundo, compartilhando táticas, recursos e, acima de tudo, a convicção de que nenhum de nós é livre enquanto um de nós for escravo. Nossa rede deve ser tão global quanto a do capital, porém, fundada na liberdade e na cooperação, não na exploração.

Portanto, chamamos todas e todos que almejam um mundo verdadeiramente livre a superar a inércia e o sectarismo. Unamo-nos sob a bandeira negra e vermelha da Anarquia organizada! Vamos forjar na prática uma ferramenta de luta afiada, capaz de analisar, planejar e atacar. O inimigo é poderoso, mas nossa força reside no povo organizado. É hora de transformar nossa indignação em movimento, nossa teoria em ação combativa e nossa esperança em realidade. A luta é aqui, é agora e é até a vitória final!

PELA ANARQUIA!


FEDERAÇÃO ANARQUISTA CAPIXABA (FACA)

federacaocapixaba.noblogs.org

fedca@riseup.net

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Sobre o telhado
flores de castanheiro
ignoradas.

Matsuo Bashô