[Grécia] Cartaz | Patras | Liberdade para o prisioneiro anarquista K. K.

Na quinta-feira, 07/11, o companheiro K.K., de 17 anos, foi preso em Messolonghi, acusado de incendiar uma van da polícia, o que aconteceu em 11/10, quase um mês antes de sua prisão. As acusações que ele enfrenta incluem incêndio criminoso, explosão, fabricação e posse de explosivos e danos a propriedades. Em uma demonstração de poder do Estado, o companheiro foi levado com uma força policial colossal, detido e, em 13/11, transferido para a prisão juvenil de Cassavetes. Outra acusação frágil baseada em imagens de vídeo incompletas que capturaram uma figura em movimento nas ruas da cidade, outra acusação vingativa dos mafiosos da Polícia Nacional. A polícia segue arquitetando com o apoio do governo e do judiciário, dando continuidade à repressão estatal contra aqueles que resistem.

A guerra social está aqui e está se ampliando dia a dia, é nosso dever abrir as camaradagens e os valores da auto-organização. Pontos focais de luta em toda parte, de Messolonghi ao Chile, da teoria à prática e vice-versa. Nada está perdido, nada acabou, continuamos a marchar contra o Estado, o capital, o fascismo, o patriarcado, as relações de exploração até nosso último suspiro… por um mundo livre.”

TRAGAM TODOS OS PRISIONEIROS DE GUERRA DE VOLTA ÀS RUAS

LIBERDADE PARA O COMPANHEIRO K.K.

LUTA MULTIFORME PELA ANARQUIA

agência de notícias anarquistas-ana

os aloendros
em fila
nos separavam do mundo

Guimarães Rosa

[Chile] Preparação de julgamento contra os companheiros anarquistas Aldo e Lucas Hernández.

Durante a primeira semana de abril de 2025 se realizou a preparação do julgamento contra os companheiros Aldo e Lucas Hernández, que permanecem desde dezembro de 2022 encarcerados.

Esta instância é a antessala direta do julgamento que logo enfrentarão os companheiros. A inquisição democrática solicita penas de 90 anos de prisão contra Aldo e 26 anos contra Lucas, acusados de sua participação no atentado explosivo à Direção Nacional de Gendarmeria e de posse de armas respectivamente.

A Gendarmeria buscará saldar o orgulho ferido de seu quartel geral destroçado, enquanto que embriagada em altas condenações que conseguiu no último tempo contra companheiros anarquistas, a promotoria sul espera fazer deste julgamento uma nova celebração de vingança dos poderosos.

A aposta por parte do estado é clara: voltar a demonstrar que o caminho da ação anárquica ofensiva não só não tem sentido, mas que será combatido com todo o arsenal jurídico e penas abertamente desproporcionais.

E por nosso lado, qual é nossa aposta? O chamado é a permanecer atentos ao julgamento que se avizinha contra os companheiros e a gestar a solidariedade revolucionária nesta determinante instância.

Hoje Lucas permanece sequestrado no cárcere Santiago 1, enquanto que Aldo se encontra sob um severo regime de isolamento no cárcere La Gonzalina em Rancagua.

Façamos das ideias uma ameaça real!

Cumplicidade com os que golpeiam os repressores!

Solidariedade com Aldo e Lucas!

Tradução > Sol de Abril

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Um reflexo roxo
no céu todo poluído –
Paineira florida

Sergio Dal Maso

“Notas sobre as (im)possibilidades de uma abolição queer anti-colonial do mundo (carcerário)”, de Caia Maria Coelho e Alexandre Martins

Esse mundo deve ser abolido. A abolição anticolonial e queer é um projeto de fim do mundo como o conhecemos (Silva, 2007), estruturado pelas categorias de raça, gênero, sexualidade e classe. A partir de nossa formação Ladino Amefricana, refletimos sobre as relações e implicações entre movimentos queer, lutas anti-coloniais e horizontes abolicionistas.

Mundo é aqui entendido como um conjunto de coletividades organizadas de acordo com os interesses coloniais das sociedades imperialistas (por exemplo, na partilha da América do Sul entre os Europeus no Tratado de Madri). Nesse sentido, esse mundo é um símbolo colonial de diferença e hierarquia entre o homem e seus outros (Wynter 2003). Desde seu início, a ordem racial (Silva, 2007) disseminou a violência e a punição e impôs gêneros e sexualidades normativos, os únicos considerados possíveis neste mundo. Em vez de abordar o senso de coletividade em si, nosso objetivo é desmantelar a organização das coletividades conforme pensada pelo colonialismo. Abolir o mundo significa, portanto, retomar outros significados de coletividade.

>> Para ler o texto na íntegra, clique aqui:

https://transanarquismo.noblogs.org/files/2025/04/Caia-Maria-Coelho-Alexandre-Martins-Notas-sobre-as-impossibilidades-de-uma-abolicao-queer-anti-colonial-do-mundo-carcerario.pdf

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É quase noite –
As cigarras cantam
Nas folhas escuras.

Paulo Franchetti

Sede da COP30, Belém prega sustentabilidade ‘pra gringo ver’

Por Benedito Emílio Ribeiro | 15/04/2025

Belém (PA) tornou-se um verdadeiro canteiro de obras para receber a COP 30, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, em novembro de 2025. Mas uma pergunta tem sido cada vez mais feita: para quem serão os legados urbanísticos do megaevento?

Para quem transita pela cidade, a resposta é simples: a sustentabilidade que se prega é “pra gringo ver”.

De um lado, o governo paraense tem prometido uma “modernização sustentável” com projetos como o Parque da Cidade, a Nova Doca e o Porto Futuro II, além da “revitalização” do centro histórico, a macrodrenagem de canais e melhorias em bairros nobres como Reduto, Marco e Nazaré.

Enquanto essas áreas passam a ser requalificadas, temos bairros periféricos – que concentram a maioria da população negra – seguindo em uma situação precária e sendo reféns da parte da moeda que ninguém quer ver.

Apesar dos discursos de sustentabilidade e inclusão social, essas obras têm um modus operandi pautado na manutenção de desigualdades em Belém. Por exemplo, a Vila da Barca, uma das maiores favelas de palafitas da América Latina, vai receber os resíduos do sistema de esgotamento sanitário da Nova Doca, no bairro do Reduto – um dos mais ricos da capital.

A vila também tem sido o local de descarte de detritos (lama e entulhos) das obras em curso na Doca. Os moradores reclamam do descaso, da falta de saneamento e infraestrutura na comunidade com mais de 7.000 habitantes.

Outro empreendimento controverso é a avenida Liberdade, ou “Eco Rodovia Liberdade”, que conecta a avenida Perimetral (Belém) e a Alça Viária (Marituba). A obra busca melhorar a mobilidade urbana na região metropolitana, mas o projeto impacta diretamente o Quilombo de Abacatal, no interior do município de Ananindeua – na rota de construção da avenida.

Os moradores falam da falta de diálogo com a comunidade e expressam a preocupação com os impactos socioambientais que serão sentidos com a abertura da estrada.

Essas obras estão atravessadas por ideais e práticas que produzem segregações sociorraciais no espaço urbano. Entre fins do século 19 e início do 20, por exemplo, já se observam marcas do urbanismo de gentrificação no Brasil, com alterações na paisagem que atualizavam mecanismos de controle de corpos e das hierarquias sociais. Um modus operandi na lógica de ordenamento das cidades brasileiras, como Rio de Janeiro, São Paulo, Manaus e outras.

Nesse contexto, Belém passou por transformações urbanas decorrentes da economia da borracha. Vivia-se a Belle Époque e a cidade precisava adequar-se ao modelo de civilidade burguesa da época, que era inspirado em Paris e Londres.

Os projetos de urbanização de Belém incluíam a ampliação de antigas ruas, o aterramento de áreas alagadiças, a construção de avenidas e boulevards, espaços culturais para usufruto da elite, com praças, cinema e o famoso Theatro da Paz, por exemplo.

A cidade recebeu luz elétrica e água encanada. Nessas áreas enobrecidas e embelezadas de Belém, a elite da borracha ergueu seus palacetes e casarões.

Essa nova Belém, civilizada e embranquecida, não comportava mais certos sujeitos e práticas cotidianas que manchavam sua imagem. Além de impactar a paisagem, as reformas da Belle Époque buscaram efetuar uma limpeza social na cidade.

Muitos cortiços foram desapropriados no centro e seus moradores passaram a ocupar zonas periféricas. Lavadeiras foram proibidas de usar praças e largos, e eram constrangidas ao se deslocarem pelo centro da cidade, como revela o jornal A República, de 1890.

Mas as tentativas de exclusão e controle social da Belle Époque não foram suficientes para tirar de cena gente negra e indígena, cuja presença revela as nuances históricas da formação de Belém.

Por exemplo, o jornal O Democrata de 1891 relata sobre “os batuques que dão-se todos os sábados na travessa dos Tupinambás”. Já a Folha do Norte, de 1897, retrata Tia Chica, mulher negra que organizava rodas de carimbó no quintal de sua casa, na estrada de São Brás. Experiências que exprimem nosso direito à cidade.

O ontem de hoje

Percebe-se que o interesse central segue sendo atender uma pequena parcela da população e seus espaços já confortáveis de moradia e lazer: as elites brancas. Resta aos negros e indígenas sempre o mínimo para sua sobrevivência.

Belém escancara em sua história facetas de um racismo ambiental e da sucessiva negação de direito à cidade para gente negra e indígena. Se vamos tratar sobre as mudanças climáticas, devemos falar também de justiça climática e de reparação. Não esqueçam que o futuro do planeta é ancestral. E, nós, negros/as e indígenas, já estamos falando e agindo há muito tempo!

Fonte: https://noticias.uol.com.br/colunas/presenca-historica/2025/04/15/sede-da-cop30-belem-prega-sustentabilidade-pra-gringo-ver.htm

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estação vazia
no trem sozinho
um passarinho

Ricardo Portugal

Por que opor-se à COP30?

A COP30 (Conferência das Partes) é uma cúpula internacional organizada pelos Estados membros da ONU, a ser realizada no espaço do Governo da COP, em Belém do Pará, de 10 a 21 de novembro de 2025. O número 30 significa que esta é a 30ª vez que a conferência será realizada. A COP30 trata das mudanças climáticas. Diversos eventos, fóruns e debates estão sendo organizados, e delegações de muitos países estarão presentes.

POR QUE OPOR-SE À COP?

Porque precisamos de uma mudança que a COP30 não pode proporcionar. A luta para proteger a biodiversidade e combater as mudanças climáticas é, sem dúvida, uma das questões mais importantes do nosso século. Os estudos científicos e o conhecimento indígena e dos povos tradicionais são muito claros: estamos vivenciando atualmente um declínio sem precedentes na biodiversidade. Nosso sistema econômico, o capitalismo, está na raiz desse problema: somente desafiando-o poderemos salvar o que ainda pode ser salvo. Obviamente, esse não é o objetivo da COP30. Na verdade, ela tem o objetivo oposto:

☀ Incentivar a livre iniciativa neoliberal e, ao mesmo tempo, alegar a proteção da biodiversidade. A COP30 tem como objetivo envolver ativamente o setor privado na formulação de acordos internacionais sobre biodiversidade. Em outras palavras, os responsáveis pela situação atual estão sendo envolvidos no processo de tomada de decisões. O lobo está no controle do galinheiro.

☀ Permitir que as empresas privatizem a matéria viva. A Convenção sobre Diversidade Biológica (CBD) e o Protocolo de Nagoya estabeleceram na legislação internacional a possibilidade de nacionalizar a propriedade de “recursos derivados de material genético”. Anteriormente, os recursos genéticos eram considerados parte do patrimônio comum da humanidade. Estamos testemunhando um aumento na privatização da matéria viva.

☀ Facilitar a exploração dos países do sul e das terras indígenas. O Protocolo de Nagoya exige um programa de “acesso e compartilhamento de benefícios”. Isso significa que se espera que os países com alta biodiversidade forneçam acesso a seus recursos naturais. Como resultado dessa pilhagem, está ocorrendo um compartilhamento desigual dos benefícios entre os estados do sul e as empresas, sem levar em conta as contribuições essenciais das comunidades indígenas e tradicionais para esse patrimônio comum da humanidade.

AGIR POR CONTA PRÓPRIA – NÓS POR NÓS

☀ Os governos e as empresas são os principais culpados pelo declínio da biodiversidade. Essas instituições trabalham, lado a lado, para subsidiar os projetos extrativistas das principais empresas de mineração, de exploração de madeira e de petróleo em bilhões de dólares. Os governos estão financiando projetos que estão destruindo ativamente a biodiversidade. Pense no governo brasileiro e seus projetos como a Ferrogrão, a exploração de petróleo na foz do Amazonas e a compra de créditos de carbono por grandes transnacionais. Além disso, quando a população não cede, a polícia e as forças armadas são enviadas para reprimir qualquer revolta e militarizam os territórios, criminalizando os movimentos sociais.

☀ Os responsáveis pelo desastre não nos salvarão. Que os ricos paguem a crise. Como acontece com qualquer avanço social, somente a mobilização popular pode fazer com que os governos se ajoelhem. A história do movimento ambientalista é a prova mais visível disso; sem nossa mobilização, os governos e as empresas, ainda, negariam a realidade de nossas descobertas. Há décadas, os governos e os capitalistas estão cientes das questões ecológicas em jogo e não fizeram nada para causar um impacto significativo. O simples fato de a COP sobre mudança climática estar agora em seu 30º ano – e a situação indo de mal a pior – nos mostra o que podemos esperar se dermos carta branca àqueles que estão nos levando direto para o desastre.

☀ Bloquear para avançar. Acreditamos que é hora de romper essa atmosfera de consenso brando dentro do movimento ambientalista; a colaboração com os estados e as corporações só levou a piora da situação. Nossa única chance é construir um movimento que rejeite as estruturas responsáveis pela catástrofe: o capitalismo e o Estado. Portanto, é importante atacar esses eventos, que foram criados para nos tranquilizar e desviar nossa atenção. Vamos mostrar a eles que não estamos sendo enganados.

COMO OPOR-SE À COP30?

❶ Participar das assembleias de luta contra a COP30

Unindo forças e construindo alternativas à realização dessa cúpula internacional, podemos ser a semente de um movimento ambientalista livre das garras dos Estados e dos interesses privados.

❷ Fazer greve e que os ricos paguem a crise

Para os estudantes e trabalhadores, a greve dá a oportunidade de fazer ouvir uma voz que não seja a das empresas petrolíferas, mineradoras, madeireiras, de crédito de carbono e dos governos. A greve envia uma mensagem clara de que estamos determinados a tomar medidas para mudar as coisas. A greve também libera tempo para participar do movimento ambiental por meio de manifestações, oficinas e discussões que ocorrerão ao mesmo tempo que a cúpula. A greve lembra ao Estado e aos capitalistas que, sem nós, eles não são nada, e nos lembra que, no final, nós produzimos tudo. Precisamos desse momento se quisermos um movimento ambiental capaz de enfrentar os desafios do momento. Chamamos as centrais e sindicatos para construir um movimento paredista poderoso durante o evento. Pela construção de uma greve geral durante a COP!

❸ Aprender e educar

A organização de uma contra-cúpula, contra a COP30 e a favor de um movimento ambiental radical e revolucionário, nos permite fazer com que nossa voz seja ouvida de uma forma diferente da desse movimento, que está colaborando com a “gestão” da crise ambiental capitalista. Temos que aprender com outras lutas e com a história do movimento social e não nos vermos como uma questão separada da do capitalismo ou do colonialismo.

❹ Ocupar o terreno, construir territórios

Por meio de manifestações de rua e outras ações, podemos mostrar que existe outro caminho e incentivar as pessoas a se juntarem a nós, ao mesmo tempo em que interrompemos a festinha delas no Palácio do Governo.

ENGAJE-SE!
 
Centro de Cultura Libertária da Amazônia – CCLA
Rua Bruno de Menezes (antiga General Gurjão) 301 – Bairro Campina – Belém do Pará.
cclamazonia@gmail.com
cclamazonia.noblogs.org
 
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https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2025/04/14/1a-jornada-anarquista-da-amazonia/
 
agência de notícias anarquistas-ana
 
Madrugada a dentro.
segue os passos do boêmio
a lua parceira.
 
Alberto Murata

[Reino Unido] Anarquia e Ficção Científica

Por Ben Beck | Fifth Estate edição 415, verão de 2024

A maioria dos anarquistas conhece o romance de ficção científica utópica de Ursula K. Le Guin, Os Despossuídos. Mas sua fama de certa forma se sobrepõe a outras obras de ficção que são também de grande interesse. Aqui estão algumas.

* O conto And then there were none (1948) de Erik Frank Russel foi a obra de ficção científica mais próxima de uma utopia anarquista anterior ao romance de Le Guin de 1974, e foi elogiada como tal nas páginas do Freedom and Anarchy na época, começando por uma crítica completa em 1954, sob o título “Uma Utopia Anarquista”, dizendo que ela “não apenas deixa uma sociedade anarquista atraente, mas também eminentemente prática.” John Pilgrim, em 1963, especula sobre “o quanto de influência esse conto antologizado teve sobre a formação de opiniões políticas nas gerações após o fim da Segunda Guerra Mundial.”

* No conto Skulking Permit de 1954 de Robert Sheckley, um planeta isolado é recontatado pela Terra Imperial. Os habitantes buscam reviver antigos costumes terráqueos – crime, polícia, etc. – mas falham por não compreenderem a necessidade disso tudo. É uma história anarquista esplêndida. Os colonos viveram por tanto tempo sem autoridade que não há mais necessidade alguma dela. Foi recentemente incluído na antologia Overruled de Hank Davis e Christopher Ruocchio de 2020.

Daily Lives in Nghsi-Altai é uma curta tetralogia de Robert Nichol publicada entre 1977 e 1979. Situada em uma área central da Ásia num futuro próximo de um mundo alternativo, possui fortes valores ecológicos, e a influência anarquista é reconhecida explicitamente. Escrita em um estilo fragmentado, poético e impressionista, teve uma influência significativa sobre Le Guin, que disse “… Nghsi-Altai é em alguns aspectos justamente o lugar onde eu diligentemente tentava chegar, e ainda assim fica bem na direção oposta…”

* O bolo’bolo de Hans Widmer, publicado em 1983 e depois novamente pela editora P.M., é considerado por Ruth Kinna, autora anarquista britânica de The Government of No One, como uma das utopias anarquistas modernas mais influentes. Para Kinna, ela evoca o utopismo de Kropotkin, embora seja claramente distinta dele, como imaginar “possibilidades fugazes em vez de alternativas duradouras”.

* Os Falsos Documentos de Peter Lamborn Wilson são uma coleção diversificada de ficções pseudo-reais, na veia do realismo mágico borgesiano. O melhor deles, e certamente o mais relevante aqui, é “Visit Port Watson!”, que é uma paródia de guia de viagem para a ilha utópica de Sonsorol, combinando de forma divertida ideias de várias vertentes libertárias. Foi publicado pela primeira vez em 1985, em Rucker, Wilson & Wilson, eds: Semiotext(e) SF.

* The Free de Mike Gilliland (primeira edição de 1986; quinta edição de 2021) é descrito pela editora como “Um romance de amor, esperança e revolução, situado em um futuro bem próximo, em uma ilha no litoral britânico. Do subterrâneo à revolução, repressão e resistência!” Em sua lista de temas do romance (no final do texto), Gilliland diz: “Os Livres são inspirados pela festa anarquista, experimentando a interpretação de Pete Kropotkin sobre Darwin. Cooperação em dentes e garras.”

The Free dá um relato excepcionalmente vívido da alegria do processo revolucionário, com personagens fortemente imaginados e diálogos muito críveis.

The Last Capitalist: A Dream of a New Utopia, de Steve Cullen, publicado em 1996 pela anarquista Freedom Press, de Londres, é uma utopia anarquista ambientada em uma futura Grã-Bretanha. A história envolve uma busca pelo capitalista homônimo, onde a Inglaterra foi renomeada como “Atopia” e é explicitamente anarquista, e o estado e o capitalismo desmoronaram em todo o mundo.

Existem políticas alternativas, para refletir as condições e aspirações locais. Entre estes está uma república na Ilha de Man, baseada na democracia delegada. Na Atopia, tudo é voluntário, a educação é por meio de escolas gratuitas e a economia é baseada no escambo. Informada por princípios ecológicos, a tecnologia é, no entanto, suficientemente sofisticada para incluir dirigíveis de controle remoto de alta altitude, para manter as comunicações por satélite. A vida social é alimentada por muita cerveja e uma atitude fácil em relação ao sexo. O livro é alegre e otimista.

The Watch: Being the Unauthorized Sequel to Peter A. Kropotkin’s Memoirs of a Revolutionist– as Imparted to Dennis Danvers by Anchee Mahur, Traveler from a Distant Future; or, A Science Fiction Novel (2002), de Dennis Danver, é um livro  supostamente escrito em primeira pessoa por Kropotkin, o anarquista russo, que foi arrancado de seu leito de morte, rejuvenescido, e inserido em um futuro onde ele tem a oportunidade de promover o anarquismo mais uma vez. O enredo é fraco, mas a escrita é de primeira linha, e o personagem Kropotkin minuciosamente pesquisado, assim como o anarquismo histórico com referências a figuras mais recentes, como Murray Bookchin e Noam Chomsky. É uma introdução maravilhosa às ideias anarquistas para quem não está familiarizado com elas.

A premissa da Anarquia. Uma História Alternativa da Guerra Civil Espanhola, de Brad Linaweaver e J. Kent Hastings (2004), supõe que, em vez de serem derrotados por uma combinação de fascistas e stalinistas, os anarquistas espanhois prevalecem, graças a um Wernher von Braun alternativo, que – com ajuda do ator dos anos 1940, Hedy Lamarr – projeta uma arma baseada em foguetes e a entrega aos anarquistas.

O livro é tão bem pesquisado, e o cenário tão comparativamente desconhecido, que é fácil suspender a incerteza sobre a relação entre a história real da guerra civil e da revolução e a história alternativa que os autores criam. No decorrer da narrativa, há muita discussão sobre os vários estilos do anarquismo ativos na Espanha da década de 1930.

* Em The Marq ‘ssan Cycle-Alanya to Alanya (2005), de L. Timmel Duchamp, as mulheres da Terra, incluindo algumas anarquistas, são ativamente apoiadas pelos alienígenas de Marq’ ssan, que, com superioridade tecnológica ao seu lado, promovem vigorosamente o “autogoverno não-autoritário”. Ele examina as relações de poder em muitos níveis, especialmente o interpessoal.

Blood in the Fruit (2007), de Duchamp , inclui uma sequência em que a North West Free Zone celebra o Dia de Emma Goldman. Três citações de Goldman servem como epígrafe do romance, e a capa apresenta uma fotografia dela falando na Union Square de Nova York. O autor disse que “A maioria dos ativistas da Zona Franca são mulheres da classe trabalhadora que abraçam uma filosofia de vida e política muito próxima da de Goldman…”

* Kes Otter Lieffe veio para a Ficção Científica com uma perspectiva incomum e bastante refrescante. Margens e Murmurações (2017) é o primeiro de uma trilogia, cada livro pode ser lido como um romance independente, apresentando uma distopia futura não muito distante na qual a comunidade LGBTQ+, profissionais do sexo e pessoas com deficiência estão no centro do palco da Resistência.

O seu Conserve and Control (2018) é ambientado no mesmo futuro, mas mais adiante (cem anos a partir da data de publicação) e, nas palavras do autor, o segundo livro “parece superficialmente uma utopia liberal – com os jardins de permacultura e corporações trans-inclusivas – mas é o mundo mais sinistro que pude conceber em 2018”.

Dignity (2020) se passa em um estágio mais próximo no mesmo futuro, quando a pandemia da década de 2020 ainda está fresca na memória. Lieffe diz que sua intenção era que Dignity fosse “a escrita mais utópica que eu poderia encontrar dentro de mim”. Em uma entrevista de 2021, a extensão em que seu trabalho pode ser descrito como anarquista é explicitamente discutida; em vez de fugir da palavra, ela respondeu: “Se as livrarias criarem uma seção de gênero ‘radical, positiva para o trabalho sexual, trans feminista, ficção especulativa’ apenas para o meu trabalho, não vou achar ruim.” A discussão deixa claro que sua intenção é apresentar visões de uma revolução com a qual as pessoas possam se relacionar.

* D.D. Johnston’ s Disnaeland (2022) descreve os primeiros meses após o apocalipse em que a ajuda mútua vem à tona entre os sobreviventes que percebem no devido tempo que a verdadeira distopia foi o que aconteceu antes. O livro é alegremente caloroso e engraçado, a natureza terrena especialmente destacada pelo dialeto influenciado pelos escoceses empregado por toda parte.

Johnston é ele mesmo um anarquista, com uma sólida formação como ativista. A revisão de Liberdade de 2023, descrevendo o romance como “talvez o romance apocalíptico mais esperançoso que você provavelmente lerá”, conclui que “não é necessário ser um anarquista para desfrutar da Disnaeland, mas certamente é um romance que tem muito a oferecer aos leitores anarquistas”.

* ME O’Brien & Eman Abdelhadi: Everything for Everyone: An Oral History of the New York Commune, 2052-2072 (2022). Este romance notável é estruturalmente único em ficção científica por ser apresentado como uma coleção editada de entrevistas de história oral com nova-iorquinos que vivem em 2072, em que nenhuma história única predomina, mas coletivamente o leitor aprende sobre as extraordinárias mudanças sociais que ocorreram nos anos anteriores (ou seja, os cinquenta anos desde a data de publicação).

A resposta às mudanças climáticas e ao colapso econômico e político completo aconteceu no mundo todo, exceto em uma Austrália não reconstruída e radical ao extremo. Ocorreu com extraordinária rapidez e sem qualquer consistência utópica, de modo que, em alguns casos, a transição esteve longe de ser pacífica. Mas o mundo em 2072 é agora essencialmente comunista, numa visão que é essencialmente anarco-comunista, embora o termo não seja usado. A visão, bem como a história, está bem concretizada e é amplamente convincente. Este pode ser um julgamento prematuro da minha parte, mas este é talvez, para os anarquistas, o trabalho mais significativo de ficção científica desde Os Despossuídos.

Há muitos mais que poderiam ser mencionados. Acesse o site anarchySF.com, que tem a cobertura mais abrangente sobre esse assunto.

Ben Beck vive em Londres, onde trabalhou apoiando projetos de gestão de habitação comunitária. Ele ainda está ativo em sua própria cooperativa. Ele acompanhou a associação entre anarquismo e ficção científica por muitos anos. Veja anarchySF.com para ficção científica anarquista; livros, filmes, outras mídias.

Tradução > Bianca Buch

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agência de notícias anarquistas-ana

Na flor premiada
Uma mutuca agitada
Disputa olhares.

Mary

[Espanha] Frente à repressão: Não nos calarão!

Ocupar-se e preocupar-se pela situação das pessoas presas são atos que, nos dias de hoje, ficaram relegados aos que sofrem o encarceramento, a seus familiares e próximos, a uma ou outra associação de defesa de direitos humanos e aos quatro loucos que compartilhamos uma visão do mundo onde o Estado, a autoridade e os cárceres não tenham lugar.

Diz-se que uma mentira repetida mil vezes se converte em verdade e isto é o que aconteceu em relação com a finalidade que devem cumprir as penas privativas de liberdade. Uma mentira compilada no artigo 25.2 da Constituição: “As penas privativas de liberdade e as medidas de segurança estarão orientadas para a reeducação e reinserção social e não poderão consistir em trabalhos forçados” e que subscrevem as sucessivas leis, decretos, regulamentos, circulares aprovadas durante os quase cinquenta anos de regime democrático. Uma mentira que serve também de carta de apresentação dos cárceres, em cujas entradas encontramos os correspondentes letreiros e o artigo citado bem visível, do mesmo modo que nas entradas dos campos de concentração nazis poderia ler-se: “O trabalho os fará livres“. Mas a realidade desmente tanto palavreado jurídico.

A primeira evidência é que a lei não é igual para todos. Ao cárcere seguem entrando majoritariamente os pobres. Mais da metade das pessoas presas cumprem condenação por delitos contra o patrimônio e a ordem sócio econômica e por delitos contra a saúde pública, quer dizer, roubos e tráfico de drogas. Os banqueiros, empresários, políticos e grandes traficantes têm dinheiro e privilégios suficientes para comprar vontades e evitar o estigma carcerário.

A segunda evidência é que a pena de cárcere é um fim em si mesma e tem como objetivo castigar o fato tipificado como delito. No cárcere ficam encerrados por tempo indefinido todos aqueles que não puderam, não souberam ou não quiseram se amoldar às ajustadas margens de liberdade tutelada que oferecem os chamados Estados Sociais e Democráticos de Direito. Quem ouse ultrapassar os limites que se atenha às consequências. E estas também são uma evidência. O cárcere nunca procurará que a pessoa privada de liberdade se eduque e insira na sociedade. Tampouco que goze dos mais mínimos e elementares direitos fundamentais, como a liberdade de expressão, a de reunião e associação, o direito à educação, a liberdade e a segurança, o direito à tutela judicial e à presunção de inocência, o direito à intimidade, ao segredo das comunicações, o direito à igualdade ante a lei… nem a outros como o de ter um trabalho remunerado, gozar dos benefícios da Segurança Social, o acesso à cultura e ao desenvolvimento integral de sua personalidade. E isso é assim porque nem há vontade política nem orçamentos mais além dos destinados a manter a ordem e a segurança destes centros de extermínio. O que sim abunda nos cárceres é arbitrariedade, prepotência, abusos, maus tratos, péssima alimentação, abandono sanitário, super medicação psiquiátrica, mortes, desespero…

Para denunciar este estado de coisas, fomos em 19 de janeiro passado no cárcere de Villanubla. A marcha correu sem incidentes. Foram gritados os lemas habituais e se entabulou comunicação com os presos que se assomaram às janelas de suas celas. Foram mandadas e recebidas palavras de alento, escutamos suas queixas, suas reivindicações.

Dois meses mais tarde, uma das participantes desta marcha recebeu uma denúncia da Subdelegação de Governo de Valladolid por importe de 200 euros (100 se for paga no prazo de quinze dias e se renuncia às alegações), por infringir o artigo 37.4 da Lei Orgânica 4/2015, a maldita Lei Mordaça, que multa a falta de respeito e consideração às Forças e Corpos de Segurança do Estado. Segundo a ata-denúncia, oito policiais nacionais: “escutaram perfeitamente como uma mulher se dirigia a eles dizendo-lhes textualmente: “A POLÍCIA TORTURA E ASSASSINA“. Também, incitava os presos do Centro Penitenciário para que faltassem ao respeito e insultassem os policiais ali presentes, os quais estavam realizando seu trabalho“.

Esse dia ninguém foi identificado. Nem nós nos dirigimos a eles nem eles a nós. O que fizemos esse 19 de janeiro foi exercer nosso legítimo direito de reunião e de liberdade de expressão, assim como denunciar as péssimas condições sanitárias e laborais das pessoas presas, para lhes dar força e ânimo e recordar-lhes que não estão sós.

Não podemos nos deixar amedrontar por sua repressão. Não nos calarão.

ABAIXO OS MUROS DAS PRISÕES.

FOGO À LEI MORDAÇA.

Fonte: https://valladolorentodaspartes.blogspot.com/2025/04/frente-la-represion-no-nos-callaran.html

Tradução > Sol de Abril

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Um largo sorriso
Explode ao sol da manhã;
A orquídea floriu.

Neide Rocha Portugal

[Grécia] Cartaz | 37 anos da Okupação Lela Karagianni 37

Nas ruas da resistência militante, da solidariedade de classe e da auto-organização social

E até a próxima primavera, nada de nostalgia por este mundo envelhecido que há muito tempo se tornou coisa do passado.

Nenhum compromisso com o presente sem vida que promete apenas o pior.

Sem hesitação e medo pelo futuro que queremos: Revolução Social, Anarquia e Comunismo Libertário.

Assembleia Aberta da Okupação Lela Karagianni 37
 
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agência de notícias anarquistas-ana

Nem uma brisa:
o gosto de sol quente
nas framboesas

Betty Drevniok

Sindicato Independente de Trabalhadores participa de podcast da Rádio Brasil Sul

> Ontem (13/04), o Sindicato Independente de Trabalhadores (SIT-AP) participou do podcast ”Nem mais, Nem menos”, da Rádio Brasil Sul, com a apresentadora Sueli Galhardi. Foi uma conversa potente sobre os caminhos do Sindicalismo Revolucionário no Brasil e em Londrina e Região.

> Falamos sobre o que nos diferencia do sindicalismo atrelado ao Estado e aos patrões — e reafirmamos a construção de um sindicalismo combativo, horizontal, e enraizado na luta real da classe trabalhadora: nossa luta não cabe nos trilhos do sindicalismo domesticado pelo Estado.

> Com a FOB (Federação das Organizações de Base), levantamos um sindicalismo que não se ajoelha.
Não vendemos a luta. Não trocamos consciência por cargo.

> Porque a história ainda pulsa nas veias do povo trabalhador. E será com punhos cerrados, pés firmes na terra e olhos voltados ao horizonte que derrubaremos os muros do velho mundo e abriremos caminho para um novo tempo: livre, justo e nosso!

O Sindicalismo Revolucionário está mais vivo do que nunca — se reorganizando pela base, com autonomia e ação direta!

>> Escute o podcast aqui:

https://www.youtube.com/watch?v=q3PizAM9APY

lutafob.org

agência de notícias anarquistas-ana

O vento cortante
Assim chega ao seu destino –
Barulho do mar.

Ikenishi Gonsui

[Espanha] Um mundo viciado em plástico

A cada ano se produz uns 430 milhões de toneladas de plástico, boa parte deles destinados a produtos de apenas um uso, que alimentam o sistema de “usar e jogar fora”, provocando enormes impactos ambientais.

Por Aurora M. Alcojor | 16/02/2025

Já faz algumas décadas, a proliferação de diferentes tipos de plásticos começou a mudar nossas vidas. O aparecimento deste material trouxe alguns benefícios tanto para as pessoas como para a indústria, facilitando o acesso a numerosos produtos. No entanto, seu uso e abuso se converteu em um problema de enormes dimensões que nem governos nem organismos internacionais sabem bem como abordar. Na atualidade se produzem uns 430 milhões de toneladas de plásticos por ano, segundo as Nações Unidas, e trata-se de um material que leva entre cem e mil anos para se decompor, dependendo de sua composição química.

O problema é que os plásticos são a linha de flutuação de um sistema que se baseia em usar e jogar fora e que tem um impacto ambiental de grande magnitude. Seja nos desertos mais áridos, nas profundezas marinhas ou no pico mais alto do mundo; ali aonde chegou o ser humano chegou o plástico, inundando tudo em forma de sacolas, resíduos ou qualquer tipo de utensílio descartável.

O resultado se pode ver nas enormes ilhas de plástico que proliferam nos oceanos, nos grandes aterros ao ar livre, na acumulação de microplásticos e nos animais marinhos que morrem sufocados ao ingerir resíduos plásticos. Estima-se que a cada ano são jogados nos oceanos ao menos 1,5 milhões de toneladas de plástico — ainda que outros estudos elevem a cifra até ao menos 4,7—, seja diretamente ou através dos rios. Uma vez que chegam ao mar, estes resíduos vão se decompondo em milhares de pedaços menores que são canalizados através das correntes marinhas e terminam provocando essas enormes concentrações que chamamos “ilhas de plástico” e das quais se identificaram até sete. A maior delas é a que se situa no Pacífico e seu tamanho é três vezes maior que toda a França.

Relação com a pobreza

Um estudo da WaterAid e outras organizações calculava em 2019 que até um milhão de pessoas poderiam morrer por ano nos países em desenvolvimento por viver em zonas contaminadas. A relação dos plásticos com a pobreza é chave, pois nos territórios mais empobrecidos estão se produzindo dois fenômenos simultâneos. Por um lado, um brutal desembarque de plásticos em forma de produtos vendidos em dose única — desde bebidas alcoólicas a minúsculas sacolas de frutas secas —, o que facilita a aquisição dos produtos para quem tem um menor poder econômico. Ao mesmo tempo, isto provoca a geração de numerosos lixos em um entorno no qual não existem serviços de coleta de resíduos. Ademais, existe um imenso circuito de comércio internacional, entre legal e ilegal, que não para de crescer — segundo assinala a própria Interpol — pelo qual os países mais ricos, Europa inclusive, enviam seus resíduos plásticos a outros lugares, como Turquia, onde já se registraram casos de trabalho infantil no setor.

Tudo isto provoca a acumulação de resíduos em qualquer lugar, formando lixeiras ao ar livre que, ou se perpetuam durante anos, ou terminam sendo incinerados, com o consequente perigo para a população e o meio ambiente. Em ambos os casos, o processo supõe a emissão de milhões de toneladas de CO2 na atmosfera, que se somam às registradas pelas indústrias do plástico e petroquímica. Segundo o de informe Plastic & Climate: The Hidden Costs of a Plastic Planet, se ambas as indústrias continuarem sua trajetória de crescimento atual, em 2030 suas emissões alcançarão as 1,34 giga toneladas por ano, o que equivale a mais de 295 usinas de carvão de 500 megawatts.

Enquanto isso, apesar de algumas proibições, tanto na Europa como na Espanha os plásticos descartáveis seguem fazendo parte do dia a dia em forma de recipientes (copos, pratos, vasilhas para viagem), sacolas e envoltórios de todo tipo, cada vez mais demandados pelo comércio a domicílio. O problema, no entanto, é que não se reduz seu uso, mas, simplesmente, vão se substituindo — muito pouco a pouco —, por outros materiais que, embora possam ser mais aceitáveis para o meio ambiente, seguem sendo um enorme problema de gestão de resíduos.

A magnitude do problema é tal que, em fevereiro de 2022, a Nações Unidas começou um processo para pôr em marcha um tratado internacional — que em princípio deveria ser de caráter vinculante — para reduzir a contaminação por plásticos. O último dos encontros deste processo aconteceu em princípios de dezembro em Busan (República da Coreia). Lamentavelmente, entre pressões da indústria e de diferentes Governos, acabou em fracasso. O Tratado Global de Plásticos terá que esperar.

Fonte: https://www.elsaltodiario.com/carro-de-combate/mundo-viciado-plastico

Tradução > Sol de Abril

agência de notícias anarquistas-ana

De traje a rigor
os urubus em meneios
bailando nas nuvens.

Anibal Beça

[Chile] Primeiro de Maio Anárquico

Reivindicando as origens insurrecionais do Primeiro de Maio. Trazendo para o presente nossos companheiros mortos de ontem e de hoje, expandindo a memória para longe da historiografia e da vitimização. Convidamos para esta jornada política que se posiciona desde a vereda do confronto contra o Poder e pela Anarquia.

Teremos:

Bate-papo / Exposição fotográfica / Música ao vivo / Feira de livros e propaganda anarquista / Almoço vegano / Coleta vegana para prisioneiros / E mais a ser confirmado…

*Mais informações em breve

POR UM MAIO SEMPRE NEGRO!

Por Mauricio Morales e os companheiros insurretos de Chicago

Quinta-feira, 1º de maio de 2025

15h00

Santa Filomena 132, Barrio Bellavista. Santiago.

Metrô Patronato / Bellas Artes / Baquedano.

agência de notícias anarquistas-ana

Tudo levou o fogo –
Mas pelo menos as flores
Já haviam caído.

Tachibana Hokushi

Repressão contra antifascistas na Áustria

Buscas armadas e prisões em Graz após protesto contra baile de associações estudantis de direita

Rob Latchford ~

A polícia de Graz, na Áustria, prendeu sete antifascistas nas últimas duas semanas por ordem do Ministério Público. A operação começou na madrugada de 14 de março, quando cerca de 30 policiais fortemente armados, incluindo membros da unidade especial Cobra, invadiram um apartamento, apontaram armas para os moradores e obrigaram uma mulher seminua a deitar no chão. Celulares e roupas foram confiscados.

A polícia procurava especificamente pessoas envolvidas na organização de uma ação contra o tradicional Baile Acadêmico. O evento reúne associações estudantis (“Burschenschafts”) de perfil conservador ou de extrema-direita. Algumas dessas entidades defendem a unificação da Áustria com a Alemanha e a restauração do Reich Alemão, o que é explicitamente proibido pela constituição austríaca e foi uma das condições impostas para o fim da ocupação aliada após a Segunda Guerra Mundial.

Todo mês de fevereiro, as Burschenschafts celebram o Baile Acadêmico num edifício na praça central de Graz, sob proteção da polícia austríaca, enquanto manifestantes protestam nas ruas. A repressão recente veio após um episódio, no mínimo, estranho: um homem de 60 anos, membro de uma Burschenschaft, alegou ter tido o chapéu roubado e ter sido empurrado ao chão. Nenhum chapéu foi encontrado, e tudo indica que o sujeito talvez estivesse bêbado.

Mesmo assim, a polícia austríaca indiciou ao menos dois dos antifascistas detidos por “roubo agravado” associado a uma “organização criminosa”, acusação que pode levar a até 15 anos de prisão. Isso apesar de a definição legal de roubo agravado exigir intenção de enriquecimento, o que claramente não se aplica.

O advogado de defesa, Florian Dablander, vê a ação como uma “criminalização do antifascismo”. Com o uso da acusação de “organização criminosa”, uma tipificação normalmente usada contra o crime organizado, as autoridades podem aplicar medidas especiais de vigilância e expandir as investigações para os círculos dos suspeitos.

Essa ampliação pode ser justamente o objetivo da repressão, suspeita Dablander. As Burschenschafts são um pilar do cenário de direita na Áustria. Mais de 30 políticos de alto escalão do partido FPÖ, que venceu as eleições deste ano, foram membros dessas associações. Na Estíria, estado onde fica Graz, o governador também é do FPÖ. “É preciso perguntar se certos grupos internos não se formaram dentro do próprio aparato de segurança”, disse o advogado.

Os presos seguem sob custódia.

>> Foto em destaque: A Federação Anarquista Tcheca manifestou solidariedade com os detidos.

Fonte: https://freedomnews.org.uk/2025/04/07/crackdown-on-anti-fascists-in-austria/

Tradução > Contrafatual

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Tudo levou o fogo –
Mas pelo menos as flores
Já haviam caído.

Tachibana Hokushi

[Alemanha] Cartaz | Por mais ataques e ódio contra todo estado

Em fevereiro de 2025, o promotor público de Munique realizou novamente uma operação repressiva contra anarquistas, dessa vez na forma de batidas e prisões. O estado policial da Baviera, constrangido por publicações anarquistas e ataques anônimos, inventou acusações e saiu em busca de indivíduos suspeitos para incriminar. A agitação anarquista dos últimos anos alcançou um impacto subversivo difícil de estimar, mas certamente incontrolável. Ideias anarquistas divulgadas por meios impressos e colocadas em prática podem se mostrar uma mistura perigosa que contribui para a disseminação da revolta social.

Durante essas batidas, os policiais prenderam es camaradas N. e M., que ainda estão em prisão preventiva. O motivo: um processo em andamento que suspeita que N. e M. tenham feito parte de uma suposta equipe editorial, considerada uma organização criminosa, do jornal anarquista Zündlumpen. A invenção dessa acusação levou a várias batidas em 2022, ao confisco de uma gráfica inteira e ao fechamento da biblioteca anarquista Frevel de Munique. No entanto, dessa vez os motivos das batidas, realizadas com a típica arrogância bávara, foram diferentes. O primeiro tem como alvo um jornal agitador de edição única: Hetzblatt gegen den Windpark, que se volta contra a empresa química Wacker, responsável por envenenar a área ao redor de Altötting, na Baviera, com sua produção de microchips e painéis solares. Desta vez, o periódico supostamente justifica e até “recompensa” atividades criminosas. O segundo motivo foram seis ataques incendiários. Um deles foi contra o maquinário de uma usina geotérmica, que escava nossa terra e a suga para abastecer essa sociedade insana. Outras ações tiveram como alvo máquinas de extração de madeira e de trabalho em estradas, um veículo de manutenção ferroviária de 200 metros de comprimento e uma estação de energia eólica. Por fim, vários incêndios em uma usina de concreto interromperam temporariamente sua capacidade de tornar nossas vidas mais cinzentas.

Não nos importamos se as acusações e suspeitas contra es camaradas são “verdadeiras” ou não. Em todo caso, não há nada mais alheio à verdade do que o cérebro de um promotor público. O conceito de culpa e inocência é tão hostil para nós quanto a lógica da punição e do encarceramento. Apoiamos nosses camaradas afetades pela repressão, as ideias de anarquia selvagem e os ataques anônimos contra estruturas e pessoas no poder.

Em solidariedade a N. e M.: Continuemos a nos mobilizar contra o estado e o patriarcado. Contra o capital e a indústria e a tecnologia que estão destruindo nossas vidas e nossa terra! Sua infraestrutura e seu domínio se baseiam, em última análise, em uma rede que é vulnerável e pode ser atacada onde quer que seja. Sejamos transparentes: somente atacando diretamente os pilares da autoridade e seus responsáveis, por meio da recusa e da revolta individual e coletiva, poderemos encontrar um modo de vida diferente que não seja baseado na indústria, no capital e na dominação.

Para acabar com os horrores das prisões, manicômios, campos de concentração e todas as outras jaulas, não basta reformar essas instituições, pois isso apenas refinará seu funcionamento. Elas devem ser queimadas até o chão junto com o estado e a sociedade que as criaram. Porque somente a partir das ruínas dessas instituições uma vida em liberdade pode nascer.” Sociedade Prisional – Zündlumpen Nr. 035

Fonte: https://de.indymedia.org/node/502421

Tradução > acervo trans-anarquista

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https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2025/03/07/alemanha-anarquistas-detidos-e-encarcerados-por-ataques-incendiarios-contra-a-devastacao-da-terra/

agência de notícias anarquistas-ana

Ah, quanta inveja
Da maneira que termina
O namoro dos gatos.

Ochi Etsujin

[Espanha] Centenas de manifestantes exigem ao Governo de coalizão a libertação dos ‘6 de Zaragoza’

Centenas de manifestantes participaram neste sábado (12/04) do protesto convocado na capital aragonesa para exigir a libertação dos ‘6 de Zaragoza’, apelido dado aos jovens antifascistas condenados à prisão pelos distúrbios ocorridos em janeiro de 2017 nos arredores do campus San Francisco, durante uma manifestação contra a realização de um comício do partido Vox [partido de extrema direita].

A poucos dias do primeiro aniversário da prisão de vários dos condenados — cuja presença no protesto de 2019 nunca foi negada, embora tenham negado participação nos atos que levaram às suas detenções —, a plataforma organizou uma manifestação pelo centro de Zaragoza. A marcha começou na Glorieta Sasera e percorreu o Paseo de la Independencia e a rua Alfonso, entoando palavras de ordem contra o Governo central e exigindo a libertação e o indulto dos encarcerados. O ato terminou na Plaza del Pilar, em frente à Delegação do Governo, onde houve diversas intervenções e a leitura de um manifesto.

O porta-voz da plataforma, Pablo Rochela, acusou a Polícia de ter detido “aleatoriamente” os seis jovens horas após os confrontos; ao Judiciário, por tê-los condenado com penas máximas “sem provas”; e ao Governo, “que não demonstra vontade política apesar de ter a capacidade e a obrigação de libertá-los, e que segue sem eliminar as leis que permitem que novos casos como esse ocorram”. “O único fato comprovado no julgamento é que os condenados participaram de uma manifestação, por isso estamos falando de presos políticos”, afirmou.

Rochela lembrou que a plataforma continua sem resposta ao pedido de indulto enviado ao Ministério da Justiça, que conta com o apoio de mais de 10 mil assinaturas de pessoas e organizações. Ele responsabilizou o Governo de coalizão, especialmente Pedro Sánchez, Yolanda Díaz e a ministra aragonesa Pilar Alegría, “por cada um dos dias que esses jovens passaram na prisão”. Essa responsabilidade, segundo ele, também recai “sobre todos os deputados e deputadas que sustentam o Governo, pois devem forçar a libertação, caso contrário serão cúmplices dessa injustiça”, concluiu.

Os quatro detidos maiores de idade foram condenados pela Audiência Provincial de Zaragoza a seis anos de prisão cada. Posteriormente, o Tribunal Superior de Justiça de Aragão aumentou as penas para sete anos, mas o Supremo Tribunal reduziu para 4 anos e 9 meses. Já os outros dois jovens, menores de idade, foram punidos com multa e um ano de liberdade assistida.

Na coletiva de imprensa da última quinta-feira, outra porta-voz da plataforma, Olga Belenguer, relatou o sofrimento que as famílias têm enfrentado com o caso, tanto emocional quanto financeiramente, devido ao “enorme custo da prisão, além das multas, que uma família da classe trabalhadora mal consegue sustentar”. Nesse sentido, ela mencionou o estado delicado da saúde mental de Imad, um dos jovens encarcerados. Belenguer informou que existe um laudo pericial sobre sua situação psiquiátrica e que os advogados da plataforma solicitaram o regime semiaberto (terceiro grau), para que ele possa receber tratamento específico fora da prisão. No entanto, “as instituições penitenciárias têm recusado sistematicamente, o que demonstra uma alarmante falta de sensibilidade e de humanidade”, criticou.

Fonte: https://www.elconfidencial.com/espana/2025-04-12/cientos-de-manifestantes-exigen-al-gobierno-de-coalicion-que-ponga-en-libertad-a-los-6-de-zaragoza_4108201/

Tradução > Liberto

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Pelo pé se sabe –
Primeira manhã de outono
Na varanda limpa.

Matsue Shigeyori

Vegan Salvaje: Revista Anarquista Internacional de Liberação Total

Esta revista contêm uma coleção de textos veganos aportados por anarconiilistas de todo o mundo.

Depois de manter conversações sobre nihilismo, anarquia, antiespecismo e veganismo, todos os autores destes textos decidimos recompilar nossos escritos em um fanzine multilíngue não só como expressão de solidariedade global, mas também como uma forma de tornar acessíveis ao mundo as ideias anarquistas antiespecistas.

Estas palavras, escritas com o rechaço a serem silenciadas pelas leis e os muros das prisões, representam um fogo selvagem que arde através das fronteiras para cada cidade…

Viva a liberação total

>> Baixe Vegan Salvaje aqui:
https://warzonedistro.noblogs.org/files/2025/03/Vegan-Wild_An-International-Anarchist-Journal-of-Total-Liberation-1.pdf
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Ah! Oh! É tudo
O que se pode dizer —
Monte Yoshino em flor.

Yasuhara Teishitsu

[Itália] Foram absolvidos os anarquistas processados por publicarem um jornal

Terminou com absolvição o julgamento em primeira instância dos quatro anarquistas acusados de incitação ao crime com finalidade de terrorismo pela publicação do jornal quinzenal Bezmotivny. Nove pessoas haviam sido presas em 9 de agosto de 2023 sob as acusações de associação com finalidade de terrorismo, incitação e apologia ao terrorismo e ofensa à honra e ao prestígio do presidente da República. Não se tratava de nenhuma ação concreta: apenas seus artigos, publicados em um jornal impresso distribuído publicamente. Durante cerca de um ano, os acusados foram submetidos a diversas medidas cautelares, desde prisão domiciliar e prisão em regime fechado, até restrições de domicílio e obrigação de assinaturas periódicas, apesar de a acusação de associação criminosa já ter sido descartada nas primeiras audiências.

O promotor Federico Manotti, da DDA (Direção Distrital Antimáfia e Antiterrorismo), havia solicitado, na audiência realizada em 1º de abril, penas de 7 anos de prisão para um, 6 anos para outro e 5 anos e 6 meses para dois dos réus. A essas penas foram somadas indenizações ao Estado de dezenas de milhares de euros. Penas altíssimas, talvez sem precedentes, para o que muitos consideram um crime de opinião. “Com Scripta Scelera [nome do processo, n.d.r.], o Estado quer atingir a agitação e a propaganda anarquista”, afirma um comunicado publicado pelos anarquistas logo após o pedido de condenação. “A escancarada vontade de silenciar as publicações revolucionárias, bem como de demonizar ações de ataque contra o Estado e o capitalismo, revelam o verdadeiro rosto permissivo do Estado e suas ‘liberdades de expressão’, especialmente em tempos de guerra.”

Nos últimos anos, a imprensa anarquista tem sido alvo de diversas promotorias em toda a Itália, que baseiam seus pedidos de medidas cautelares em supostos crimes de incitação ao crime com finalidade de terrorismo. Jornais e sites foram tirados do ar para impedir a circulação de textos, debates e atualizações ligados ao universo anarquista. Mesmo que, ao final, o processo resulte em absolvições ou pequenas condenações, entre apreensões e medidas restritivas, o objetivo parece ser silenciar as ideias e os argumentos daqueles que se opõem abertamente — e sem renunciar à violência — ao Estado e ao capitalismo.

A primeira instância da operação Scripta Scelera terminou com a absolvição de todos os réus de todos os crimes, exceto a condenação de um deles a 8 meses de prisão por ofensa à honra e ao prestígio do presidente da República, Sergio Mattarella. Talvez um “bom sinal”, embora a direção repressiva para a qual estamos caminhando pareça indicar novas restrições à liberdade de imprensa e de opinião. O novo decreto-lei aprovado pelo governo Meloni em 4 de abril, por exemplo, inclui um artigo sobre a Prevenção e o Combate ao Terrorismo Internacional e aos Crimes contra a Segurança Pública: o texto prevê de 2 a 6 anos de prisão para “quem adquirir ou possuir material contendo instruções para a preparação e uso de dispositivos bélicos letais, armas, substâncias químicas ou bacteriológicas e qualquer outra técnica ou método para a realização de atos com finalidade terrorista. Para quem divulgar ou promover esse material por qualquer meio, inclusive eletrônico, está prevista reclusão de seis meses a quatro anos”.

Num momento histórico em que muitas ações e mobilizações que ocorrem na Itália — e até mesmo textos escritos — estão sendo tachadas de “com finalidade de terrorismo”, é preciso questionar como essa nova lei será utilizada.

Fonte: https://www.lindipendente.online/2025/04/09/sono-stati-assolti-gli-anarchici-processati-per-aver-pubblicato-una-rivista/

Tradução > Liberto

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Sob o céu de outono
o lago azul e cintilante —
Eco do silêncio

Masuda Goga