[México] Viva o companheiro Yorch! Viva a Anarquia!

Declaração da CATL pela morte de Yorch

Após vários anos de sequestro e uma série de atos de violência e omissões por parte do sistema penitenciário, nosso companheiro Jorge Esquivel Díaz, conhecido como Yorch, faleceu. É com profunda tristeza e indignação que nos despedimos dele, com a promessa de não esquecer este crime do Estado.

Nosso companheiro foi preso pela primeira vez em 24 de fevereiro de 2016, nas proximidades da UNAM. Ele foi acusado de tráfico de drogas depois que lhe colocaram uma mochila com drogas do lado de fora do Auditório Che Guevara. Posteriormente, ele foi processado pelo crime forjado de posse de drogas e transferido, primeiro para uma prisão federal em Miahuatlán, Oaxaca, e depois para a prisão de segurança máxima em Hermosillo, Sonora, com o objetivo de desmobilizar os companheiros que o acompanhavam e exigiam sua liberdade.

No final de fevereiro de 2016, foi proferida uma sentença de prisão formal. Em março do mesmo ano, ele obteve liberdade sob fiança. Apesar disso, continuaram as ameaças, a estigmatização pela mídia e uma campanha sistemática de criminalização.

Em 8 de dezembro de 2022, ele foi novamente detido nos arredores da Okupa Che. Nessa nova detenção, o Ministério Público recorreu da reclassificação de 2016, o que permitiu que as acusações iniciais — consideradas graves — fossem restabelecidas. Finalmente, em 3 de junho de 2024, após cerca de 18 meses detido sem sentença desde sua recaptura, um juiz o condenou a sete anos e seis meses de prisão.

Durante sua detenção, Yorch foi torturado e, na prisão, isolado e punido de várias formas. A falta de atendimento médico oportuno foi a verdadeira condenação do nosso companheiro. Sua morte é, sem dúvida, um castigo exemplar, brutal e uma mensagem dirigida à comunidade anarquista.

Yorch era um companheiro anarcopunk que trabalhava num desses espaços onde se trocam histórias de vida, receitas e conhecimentos: a cozinha do Auditório Che Guevara. Hoje, nós que estávamos próximos a ele, companheiros de luta e ideias, que compartilhamos a dor e a raiva, sabemos que ele foi vítima da sociedade carcerária e da arrogância autoritária, como tantos outros companheiros na história dos oprimidos.

Abraçamos fraternalmente os amigos e companheiros próximos de Yorch, a galera da Okupa Che, sua mãe e sua irmã neste luto. Manifestamos nosso total repúdio às instituições cruéis e desumanas que violaram seu corpo até o limite, que tentaram dobrar seu espírito e que acabaram tirando-o de nosso lado pelo fato de ser pobre, pelo fato de ser rebelde.

Uma vida inteira de luta pela memória dos nossos mortos, nem um instante de paz para os opressores do mundo! Na memória insurreta guardaremos o sorriso e o nome de Yorch, e continuaremos lutando pela libertação total, até que caia a sociedade carcerária e tudo o que ela representa!

Hoje, mais do que nunca: Abaixo os muros das prisões!

Morte ao Estado, ao capital e aos seus corpos de repressão! As ideias não morrem, mesmo que nossos corpos morram! Viva o companheiro Yorch! Viva a Anarquia!

~ Coordinadora Anarquista Tejiendo Libertad

catl.noblogs.org

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Em cima da folha
Joaninha descansa
Que colorido!

Andréa Cristina Franczak

[Grécia] Marcha de Thissio ao Parlamento para o Dia Internacional das Montanhas com o lema “Liberdade para rios e montanhas”

Na noite de quinta-feira (11/12), ocorreu um protesto dinâmico em Atenas por ocasião do Dia Internacional das Montanhas (11 de dezembro).

Uma multidão de pessoas, atendendo ao chamado de coletivos e movimentos locais para o Dia Internacional das Montanhas, partiu de Thissio e, passando pela Praça Monastiraki, terminou na Praça Syntagma, em frente ao Parlamento Grego.

Os manifestantes enviaram uma mensagem clara contra a mercantilização da natureza, entoando slogans como “Desenvolvimento significa vidas deslocadas”, “Liberdade para rios e montanhas”, “Viva a natureza selvagem”, “Montanhas queimadas, vilas inundadas, o Estado e o capital nos afogaram em sangue” e “Nenhuma paz com o Estado e os patrões, montanhas livres”.

“Destruição legitimada”

O foco das reivindicações era a oposição ao chamado modelo de desenvolvimento “verde”. Os organizadores falaram de uma “catástrofe ecológica e social legitimada e irreversível”, denunciando como os bens comuns estão sendo transformados em mercadorias e cada lugar em objeto de especulação por meio do mercado de ações de energia.

Como apontam em seu texto, grupos energéticos nacionais e internacionais “transformam cada montanha, ilha, lago, rio e planície em um canteiro de obras”, instalando milhares de unidades industriais de energias renováveis ​​(eólica, fotovoltaica, hidrelétrica), projetos de mineração e atividades correlatas, muitas vezes apesar da opinião contrária das comunidades locais.

Luta contínua

Os participantes alertaram para o colapso total do setor primário e os efeitos do turismo excessivo, falando de um plano capitalista com legitimação do Estado de “apropriação de terras”.

Afirmando que o dia 11 de dezembro não é visto como uma simples data internacional, mas como uma ocasião relevante para a ação contra a “pilhagem da natureza e da vida”, os coletivos anunciaram a continuação dos protestos e o fortalecimento de sua luta multifacetada.

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Voa andorinha
Com a leve leveza
De quem quer amar

Tatiana K. Goldman

[México] Yorch era inocente, Yorch não morreu, o Estado o matou

Hoje, infelizmente, faleceu Jorge Esquivel “El Yorch”, anarquista, artesão e cozinheiro, preso político do Estado mexicano desde 2016, vítima de discriminação, perseguição, armação, falsas acusações e negligência médica. 

Não foi uma doença que acabou com a vida de Yorch. Foi o Estado que o criminalizou e prendeu com mentiras, que o perseguiu e assediou, que o manteve em cativeiro negando-lhe atendimento médico, até tirar-lhe a vida. 

O mesmo Estado que criminaliza a resistência, que destrói espaços autônomos como a Okupa Che e que usa suas prisões e tribunais para punir aqueles que defendem o território, a liberdade, a vida e a dignidade.

Yorch não morreu, Yorch foi morto pelo Estado mexicano e seu sistema prisional assassino.

A luta de Yorch continua na Okupa Che, nas ruas, nos campos, em qualquer lugar onde a injustiça queira se impor, em qualquer canto onde a autogestão, a resistência, a rebeldia e a organização floresçam como resposta contra o poder.

Memória, Verdade e Justiça para Yorch Esquivel!

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Entardecer
Sob o velho telhado
Retornam pardais.

Hidemasa Mekaru

[Alemanha] Manifestação: ACAB = GUERRA AO SISTEMA

ACAB SIGNIFICA

TODOS OS COLONIZADORES SÃO ALVOS

TERRA RETORNADA

GLÓRIA À RESISTÊNCIA

No dia 13/12, levamos nossa ira às ruas. Contra todo o sistema de controle, prisões, colonialismo, fronteiras e genocídio que a polícia representa e defende todos os dias.

Contra o seu estado racista normal, contra os seus perfilamentos, a sua inversão entre agressor e vítima, as suas deportações. Contra o assassinato de mulheres sob custódia e o “tiro final de resgate”, nas costas.

Contra o patriarcado que eles mantêm. Contra os perpetradores que eles protegem. Contra a violência mortal da “normalidade” cisheterossexual deles.

Contra a sua lógica de Estado genocida, com apoio a “Israel” em centenas de milhares de assassinatos. Contra o fornecimento de armas aos Emirados Árabes Unidos e a cumplicidade direta no genocídio no Sudão. Contra a militarização interna e as exportações de armas no exterior.

ACAB significa comemoração de todas as vítimas da violência policial, ACAB significa retomar e defender as ruas, apunhalar nazistas e atacar estruturas fascistas. Liberdade para todos os prisioneiros, e a toda a companheirada, na resistência e na prisão.

Vamos deixar claro quem realmente domina as ruas.

Viva a resistência!

Fonte: https://international.nostate.net/2025/12/demo-acab-krieg-dem-system

Tradução > CF Puig

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Cigarras em coro
Ecoam no cemitério
Quebrando o silêncio.

Neide Rocha Portugal

[Alemanha] Berlim-Friedrichshain, 13 de dezembro de 2025 – Manifestação no Dia Internacional contra a Violência Policial

Sob o lema ‘ACAB – Guerra ao Sistema’, diversos grupos anarquistas, autônomos, antifascistas e de migrantes, bem como redes de solidariedade à Palestina, estão convocando mais uma vez uma manifestação para o dia 13 de dezembro, Dia Internacional contra a Violência Policial.

Há vários anos, ações e manifestações vêm ocorrendo em muitos países e cidades, utilizando o código 1312 (ACAB) como uma oportunidade para denunciar ou resistir à violência brutal e, por vezes, mortal dos capangas das elites imperialistas e coloniais.

Este ano, a manifestação está novamente marcada para ocorrer nos distritos sul e norte de Friedrichshain. O ponto de encontro é na estação de metrô e trem urbano Warschauer Straße. É lá que se encontra a Torre Amazon, alvo de resistência da vizinhança há anos: contra a gentrificação e a cumplicidade em genocídios.

No ano passado, houve uma participação muito animada de conjuntos habitacionais e moradores dos bairros de Friedrichshain, com a exibição de faixas, cartazes, caixas de música e fogos de artifício em varandas e telhados.

Eventos preparatórios para a manifestação de 1312

No dia 3 de dezembro, a Migrantifa realizou um workshop ‘Demo 1×1’ em Neukölln para se preparar para a manifestação de 1312, e no dia 5 de dezembro houve um evento de mobilização em solidariedade à Palestina e em apoio à manifestação de 1312 no centro comunitário Zielona Góra, na Boxhagener Platz.

Além disso, o ‘Bairro Anarquista’, que participou do acampamento de desarmamento Rheinmetall em Colônia no final de agosto de 2025, está se mobilizando por três dias em Berlim para os ‘Dias do Bairro Anarquista’, com discussões e análises sobre o tema da militarização. A manifestação de 13 de dezembro também consta na programação dos Dias do Bairro Anarquista.

E na noite anterior à manifestação, em 12 de dezembro, haverá um evento beneficente para Gaza em Friedrichshain, com apresentações ao vivo de bandas punk, seguidas de uma noite com DJ, como parte dos concertos de solidariedade mundial organizados pela iniciativa Punks Against Apartheid.

anarchists4palestine.noblogs.org

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Coral de sapos –
na lagoa sem mestre,
até o coaxar é livre.

Liberto Herrera

[França] Lançamento: “Michel Bakunin: Os Adormecidos seguiram pela Instrução Integral”, de Hugues Lenoir

Diante do tumulto dos acontecimentos atuais e do caos generalizado organizado pela exploração capitalista, torna-se urgente, se quisermos resistir às múltiplas fraudes intelectuais que nos atacam, recorrer aos pensadores mais capazes de fornecer as chaves mais eficazes para o entendimento.

Entre esses clarividentes, mas será que realmente é uma surpresa, está Bakunin.

Na série de artigos contida neste curto volume, esse incansável denunciador desmonta – diria-se que hoje desmistifica – o papel obscuro da suposta burguesia esclarecida de sua época, bem como o funcionamento opressor e a educação mantido para garantir sua sustentabilidade.

Ainda é necessário distinguir entre o que, nos escritos de Bakunin, pertence ao contexto particular do século XIX, no qual a ocorrência de uma revolução social era mais do que plausível, e o que pertence ao nosso próprio presente, onde o retorno de forças reacionárias e obscurantistas parece impossível de conter.

É a esta obra, como leitor atento dos textos fundadores do anarquismo, que Hugues Lenoir apresenta aqui: os comentários que ele insere alternadamente com o texto original destacam, por sua vez, a ironia com que o revolucionário russo gratifica a eterna burguesia estupidez e sua convicção de que, em assuntos científicos, certas disciplinas não têm outra função senão justificar desigualdades econômicas.

Em resumo, um livro essencial para falar fluentemente com Bakunin!

Michel Bakounine: Les Endormeurs suivis de l’Instruction integrale

Autor: Hugues Lenoir

132 p., €10

editions.federation-anarchiste.org

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A gota que cai
É a chuva de lágrimas
Em minha solidão.

Claude Huss Natividade

[México] “Com o fogo nas mãos e a vingança no olhar, sempre”.

No dia de hoje (09/12), Yorch, Jorge Esquivel, preso político, anarquista, ativista da Okupa Che [Cidade do México], transcendeu.

Depois de ser perseguido pelo Estado e suas instituições, em cumplicidade com parte da casta universitária, hoje travou sua última batalha. 

Primeiro foi detido em 2016, depois de ser torturado pela polícia da Cidade do México, foi entregue ao MP, lhe inventaram uma acusação por tráfico de drogas, nunca foi comprovado nada, assim que conseguiu sair. Em 2022, aconteceu exatamente o mesmo. Pessoas à paisana o detiveram no mesmo lugar, fabricaram o mesmo caso, apesar das irregularidades e contradições, o condenaram a 7 anos e 6 meses em junho de 2024.

Sua saúde se deteriorou no cárcere, as autoridades não lhe deram a atenção médica que necessitava, sua negligência e falsas acusações terminaram com ele.

“Com o fogo nas mãos e a vingança no olhar, sempre”.

Kamilt

Tradução > Sol de Abril

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Pássaro ligeiro
Come o pêssego maduro
Antes de mim.

Roseli Inez Jagiello

[EUA] Marcha de 12 dias em homenagem a Mumia Abu-Jamal termina no SCI Mahanoy.

“Libertem Mumia!”, gritavam cerca de 150 pessoas na terça-feira (09/12), ao concluírem a Marcha por Mumia, uma marcha de 166 quilômetros que visava conscientizar a população sobre a importância do atendimento médico em presídios e para dar visibilidade aos desafios de saúde e à negligência médica que Mumia Abu-Jamal enfrenta.

A marcha de 12 dias e 166 quilômetros (103 milhas) começou na Filadélfia em 28 de novembro e terminou em Frackville, Pensilvânia, em frente do Instituto Correcional Estadual (SCI) Mahanoy, onde Mumia está detido, e com mais de 65 pessoas caminhando os últimos cinco quilômetros (três milhas). O dia 9 de dezembro também marcou o 44º aniversário do incidente que levou ao seu sofrimento.

Em 9 de dezembro de 1981, o policial da Filadélfia Daniel Faulkner foi morto em um incidente que envolveu várias pessoas. Mumia foi baleado e quase morto no incidente, sendo acusado pela morte de Faulkner. Ele foi condenado em 3 de julho de 1982 e inicialmente sentenciado à morte. Sua sentença de morte foi posteriormente anulada e alterada para prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional.

Mumia e seus advogados têm lutado para incluir nos autos do processo provas que demonstrem sua inocência. Nenhum juiz, até o momento, permitiu a apresentação dessas provas.

Manifestações simultâneas: Libertem Mumia!

Em Berlim, também na terça-feira (09/12), aproximadamente 40 pessoas se manifestaram em frente à Embaixada dos EUA na Pariser Platz em solidariedade a Mumia Abu-Jamal. Assim como em Berna, Londres e Cidade do México, em frente às missões diplomáticas americanas. Um protesto semelhante já havia ocorrido em Paris, em frente à Embaixada dos EUA, na quarta-feira (03/12).

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Vermelho céu manchado
Sombras em seus lugares
Lua aparece.

Chang Yi Wei

[Reino Unido] Ecos de Oscar Wilde

O escritor, cuja morte foi há 125 anos, nesta data, defendeu a individualidade criativa livre contra todas as formas de tirania social

Maurice Schuhmann ~

Em 30 de novembro de 1900, o irlandês, escritor, poeta e autor de peças teatrais, Oscar Wilde (n. 1854) morre no exílio, em Paris, França. A sua sepultura, que fica no prestigioso cemitério Père Lachaise Cemetery, onde o anarquista ucraniano Nestor Makhno, bem como o genro de Karl Marx, Paul Lafargue e a sua esposa, Laura, também descansam, se tornou, do mesmo modo que a lápide do vocalista do The Doors, Jim Morrison, local de uma espécie de peregrinação de fãs.

Wilde foi forçado ao exílio, em 1897, logo após a sua soltura da prisão de Reading. As razões para isso eram sociais, legais e pessoais, tornando a vida na Inglaterra praticamente impossível. Morreu completamente empobrecido, em um hotel barato no 6º distrito de Paris. Antes disso, tinha sido sentenciado a dois anos de trabalhos forçados, a punição máxima, na época, para a homossexualidade, “o amor que não ousa dizer o seu nome”. Ele processou o seu tempo na prisão em duas obras: De Profundis e A balada de Reading Gaol. Enquanto o primeiro texto é bem pessoal, um texto essencialmente apolítico, o último contém a dimensão política. A sua balada é a condenação crítica social e poética do sistema penal e uma expressão de solidariedade humana, o que a torna relevante para as críticas anarquistas ao encarceramento.

A frase “o amor que não ousa dizer o seu nome” (the love that dare not speak its name), que ele usou no seu famoso discurso da sala do tribunal, que não serviu para exonerá-lo, e que logo foi retomado pelo anarquista alemão-escocês John Henry Mackay. Usando pseudônimo Sagitta, Mackay publicou o seu Livros do Amor Sem Nome (Books of the Nameless Love), iniciando uma tradição de literatura homoerótica na Alemanha (da perspectiva contemporânea, os trabalhos de Mackay precisam ser avaliados criticamente, já que incluem, entre outros conteúdos, passagens de pedofilia).

Oscar Wilde era, no fundo, anarquista, por defender o indivíduo livre e criativo contra todas as formas de tirania da sociedade. É essencialmente o que Emma Goldman afirma, no seu ensaio “O significado social do drama moderno” (The Social Significance of the Modern Drama). Ela se refere ao seu texto A alma do Homem sob o Socialismo (The Soul of Men under Socialism), vendo, nele, uma defesa consistente do anarquismo individualista. É, portanto, pouco surpreendente que Goldman, fortemente influenciada, à época, por Friedrich Nietzsche e Max Stirner, traduziu esse texto ao alemão, usando vocabulário stirneriano e nietzscheano. Essa tradução continua a ser editada no mundo de fala alemã de hoje, modelando a interpretação referenciada por Emma Goldman.

Em A Alma do Homem sob o Socialismo, Wilde argumenta que a verdadeira liberdade individual somente é possível em uma sociedade que priorize a criatividade, a autorrealização e a cooperação voluntária, no lugar da propriedade e da coerção. Critica tanto o capitalismo e a filantropia caridosa, pois ambas perpetuam, em vez de eliminar, a pobreza. Para ele, o Estado parece ser a força central de opressão, impedindo o indivíduo de realizar o seu potencial artístico e moral. Wilde, portanto, não concebe o socialismo como controle estatal, mas como um sistema que provê para todas as pessoas, com lazer e liberdade de interação criativa. Tal libertação das limitações da pobreza e da própria pobreza, na sua visão, levaria à maior individualidade, felicidade aumentada e uma sociedade verdadeiramente humana.

As palavras que introduzem a obra, “Não vale nem à pena olhar para um mapa do mundo que não inclua a Utopia.” (A map of the world that does not include Utopia is not worth even glancing at.), provavelmente o trecho mais citado de toda a obra de Wilde, e que continua a encantar não só aos anarquistas. O aniversário da sua morte é, mais uma vez, boa ocasião para revisitar a sua obra literária de uma perspectiva anarquista, e não só “O retrato de Dorian Gray”.

Fonte: https://freedomnews.org.uk/2025/11/30/anarchist-echoes-of-oscar-wilde/

Tradução > CF Puig

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a luz do poente
escala a alta montanha;
no cume será a noite.

Alaor Chaves

[Bélgica] “Viver sem polícia”: encontro com Victor Collet

Olá,

Temos o prazer de convidar para quarta-feira, 10 de dezembro, às 19h, para a apresentação do livro Vivre sans police [Viver sem polícia], na presença do autor, Victor Collet. Publicado pela Agone Editions, o livro, em francês, revisita a história recente do distrito de Exarchia em Atenas, epicentro dos grandes distúrbios de dezembro de 2008 após a morte do jovem Alexis Grigoropoulos (de 15 anos), assassinado pela polícia nas ruas desse distrito.

Misturando memórias militantes e análises históricas, Victor Collet oferece um ponto de vista situado, comprometido e consciente de uma experiência única de revolta popularEm que vemos como, em meio a uma crise, o antifascismo está se reinventando.

“Um paraíso para anarquistas, paraíso para anarcoturistas, zoológico de tumultos para jovens perdidos, distrito de resistência ou insurreição contra a ditadura dos coronéis, da revolta e dos amotinados após dezembro de 2008, distrito de intelectuais, cantinho trabalhoso de artesãos, editoras, livreiros, impressores, luthiers, um bairro pacífico e colorido, comercial e festivo, “contracultural” ou “alternativo”, cada vez mais na moda, gentrificado, abordado e depois invadido por turistas ao anoitecer, bairro de todos os refugiados, de sem-teto e de exilados, antifascistas e arruaceiros do AEK Atenas, traficantes e mafiosos, koukouloforoi (jovens encapuzados delinquentes), bairro de todas as saídas, esvaziado pelo Airbnb, mercantilização ou folclore militante, um distrito de assembleias e de disputas intermináveis entre grupos militantes, em agonia diante da sua militarização, sufocados por barreiras metálicas e projetos de planejamento urbano delirantes, o coração da cidade e o lugar catártico de uma política do bairro, da capital, do país.

“Descrever Exarchia, o distrito de toda hipérbole, uma versão miniatura (e extrema) dos conflitos nacionais, e das fantasias e projeções da elite militante internacional… É melhor desistir imediatamente. Mas não é da natureza dos mitos escapar de tentativas de monopolização? Não nos deixar confinar ou reduzir a uma definição, uma dimensão e uma direção que respondam aos interesses? Uma vizinhança, por mais polimorfa que seja, não é tão fácil de capturar. No fim das contas, é melhor escolher um ponto de vista e, por que não, o meu?”

Como um bairro pode se libertar do controle policial por uma década inteira? Victor Collet nos guia por Exarchia, as suas ocupações, violência, solidariedade, esperanças frustradas, vitórias… Para nos mostrar as possibilidades que existem quando as pessoas conseguem enfrentar o fascismo, seja ele militante, estatal ou ambos.

Ele consegue escrever a história singular de um país cujas crises viveu, inserindo-a na história mais ampla das cidades que resistem, a todo custo, a todas as formas de opressão. Embora a narrativa grega possa ser lida como uma narrativa de antecipação, em muitos aspectos, ela também dá motivos para esperança. Compreender Exarchia é entender o que funcionou, vislumbrar o que poderia ter funcionado e se inspirar nas razões para a impossibilidade de permanecer uma ilha imune à lógica da opressão, para, talvez, recriar redes de solidariedade em outros lugares.

Veja online: librairie-par-chemins.be

“Viver sem polícia”: encontro com Victor Collet

Quarta-feira, 10 de dezembro de 2025, 19h00 – 21h00 iCal

Librairie Par Chemins,

rue Berthelot 116

1190 Forest

Tradução > CF Puig

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Flor esta
De pura sensação
Floresta.

Kleber Costa

[Recife-PE] Por que falar de maternidade, direitos reprodutivos e anarquismo?

Corpos que gestam seguem vivendo sob ameaça.

O Estado controla nossos corpos, o patriarcado romantiza nossa exaustão e o capitalismo lucra com o nosso cuidado não pago. Enquanto isso, a violação dos nossos direitos, a precarização dos acessos à dignidade e o abandono paterno continua a ser tratado com normalidade.

Discutir isso é urgente: decidir sobre o próprio corpo ainda é crime, a violência obstétrica segue impune e a maternidade solo é sustentada no sacrifício. Como se não bastasse, a violência psicológica, moral e institucional nos adoece, nos silencia e ceifam nossas vidas.

O anarquismo propõe romper com as estruturas de opressão pela raiz.

É afirmar autonomia, criar redes reais de proteção e usar o autocuidado como prática política, não como produto. Fazer da partilha coletiva uma arma: Mutualidade, coletivizar saberes, dividir cuidado, para que nenhuma caminhe sozinha.

Dessa forma, a 3º Feira Anarquista de Recife faz levante desse importante debate que reafirma: nossos corpos não são território do Estado!

Cuidar dos nossos, organizarmos e rachar com o sistema de poder que vem oprimindo a todas(os/es) nós!!

Convidamos geral para esse sábado, dia 13 de dezembro, estarmos juntos nessa movida libertária!!

No Quintal do Sossego

a partir das 14h

Rua do Sossego, 1344, Santo Amar – Recife (PE)

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https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2025/12/08/vem-ai-a-3a-feira-anarquista-do-recife/

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Uma borboleta
Na minha pequena rua
Uma floricultura

Suemi Arai

[EUA] Contra o Estado (pré-venda)

Anarquistas e companheiros em guerra na Espanha, em Mianmar e em Rojava

James Stout (autor)

Um livro sobre pessoas que não conseguem mais esperar o mundo mudar.

Em 2021, o jornalista e historiador James Stout encontrou, por acaso, um fórum no Reddit onde conheceu jovens rebeldes birmaneses (de Mianmar) que lutavam contra a junta militar. Esse “exército” improvisado era totalmente antiautoritário e incrivelmente criativo. Eles chegaram a imprimir armas funcionais em 3D no meio da selva. Os sonhos, motivações e dificuldades desses jovens são parecidos com os de qualquer pessoa, mesmo em contextos diferentes. Stout os chama de “anarquistas” por sua forma de organização sem chefes, baseada em solidariedade e ajuda mútua. Eles enfrentam riscos enormes em nome da liberdade. O livro Contra o Estado busca compreender quem são esses anarquistas, reconhecer suas lutas e fazer perguntas difíceis sobre como resistir ao poder do Estado. Ao fazer isso, Stout nos convida a repensar o que significa “guerra” no século XXI.

O autor combina sua pesquisa acadêmica e experiência direta em zonas de conflito. O que mais o interessa nesses lugares é ver como as pessoas cuidam umas das outras enquanto constroem novas formas de convivência cooperativa.

O livro traz relatos de quem está construindo o confederalismo democrático em Rojava (Curdistão) enquanto enfrenta drones turcos e combatentes do Estado Islâmico, de jovens insurgentes que resistem à ditadura militar em Mianmar, e, para dar contexto histórico, dos trabalhadores que lutaram contra o capitalismo e o fascismo na Revolução Espanhola de 1936. Esses movimentos são diferentes das guerrilhas do passado, mas ainda têm seus mártires e perdas. O livro mostra que esses grupos crescem, sofrem derrotas, se reerguem e lamentam seus mortos, mostrando o caráter humano e mutável das revoluções. Contra o Estado dá voz a quem normalmente é ignorado pelos estudos sobre conflitos e mal compreendido pelos movimentos radicais ocidentais.

Com sensibilidade e empatia, Stout nos leva à linha de frente dos anarquistas em guerra, das barricadas da Catalunha nos anos 1930 às experiências atuais em Rojava e Mianmar. O livro revela os desafios e as recompensas de lutar pela liberdade de forma livre” – Edith Mirante, autora de Where the Mithuns Are: Essays on War, Art and Beasts

O que acontece quando movimentos revolucionários precisam responder à violência do Estado? Com escrita elegante e olhar profundo, James Stout responde a essa pergunta, mostrando como Espanha, Rojava e Mianmar enfrentaram o poder estatal sem abrir mão do poder popular. É uma leitura belíssima e essencial“. – Debbie Bookchin, jornalista e editora

James Stout é jornalista, historiador e anarquista, com experiência em zonas de conflito e em projetos de ajuda mútua pelo mundo. Seu doutorado pesquisou o antifascismo internacional durante a Segunda República Espanhola e a Guerra Civil. É também autor de The Popular Front and the Barcelona 1936 Popular Olympics: Playing as if the World Was Watching.

Editora: AK Press

Formato: livro físico

Encadernação: brochura

Páginas: 312

Lançamento: 20 de janeiro de 2026

ISBN: 9781849355452

akpress.org

Tradução > Contrafatual

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longe noite escura
uma viola
amor murmura

Eugénia Tabosa

[Internacional] A Audiência Nacional notifica a libertação de Gabriel Pombo da Silva, com medidas cautelares

A Audiência Nacional notificou, ao meio-dia de hoje (10/12), a Gabriel Pombo da Silva sua libertação e que não seria assinada a solicitação de cumprimento de pena a pedido da juíza de Turim pelo caso Scripta Manent, visto que Pombo já cumpriu anos de prisão em excesso, o que compensaria o pedido italiano.

A companheira do anarquista Gabriel Pombo, Elisa di Bernardo, expressou sua alegria por esta decisão, à qual nos somamos desde o Comitê Pró Presxs da CNT-AIT, que permanecemos vigilantes para convocar mobilizações caso o companheiro fosse detido.

No entanto, a libertação de Pombo está condicionada pela impossibilidade de deixar o país enquanto segue em tramitação a documentação judicial destinada a comprovar que Gabriel cumpriu mais anos do que o que lhe cabia. De fato, caso deixasse o país, seria decretada sua busca e captura. Pombo também deverá comparecer semanalmente ao tribunal de Vigo para assinar.

Agora o tribunal italiano receberá a decisão da Audiência Nacional, e acredita-se que não irá se opor à mesma, já que carece de força legal para obrigar à extradição. Portanto, as condições que restringem sua liberdade de movimento fora da Espanha terminarão assim que todo o processo de verificação for concluído.

Durante sua audiência, Gabriel Pombo manifestou ao juiz da Audiência Nacional sua oposição a ser extraditado para a Itália, acrescentando que, caso tivesse que cumprir pena, que fosse na Espanha. Contudo, o juiz não assinou o cumprimento da condenação e sim notificou sua libertação, rejeitando assim o pedido da juíza italiana.

Desde o Comitê Pró Presxs e de toda a CNT-AIT expressamos nossa alegria pela notícia e permaneceremos vigilantes para evitar que nosso companheiro Gabriel Pombo seja alvo de novas represálias por parte do Estado italiano ou de qualquer outra instância de poder.


VIVA A SOLIDARIEDADE OPERÁRIA!
ABAIXO OS MUROS DAS PRISÕES!
LIBERDADE PARA PRESXS ANARQUISTAS!

COMITÊ PRÓ PRESXS DA CNT-AIT

Fonte: https://cntaitalbacete.es/2025/12/internacional-la-audiencia-nacional-notifica-la-libertad-de-gabriel-pombo-da-silva-con-medidas-cautelares/

Tradução > Liberto

Conteúdo relacionado:

https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2025/12/02/espanha-repressao-situacao-repressiva-italiana-de-gabriel-pombo-da-silva/

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no sonho
da velha cerejeira em flor
passa um gato branco

Philippe Caquant

[Argentina] Novo livro: Boletim La Oveja Negra. Números 1-100

Com o boletim La Oveja Negra buscamos compreender o mundo que habitamos, agitar, assinalar as causas profundas dos mal-estares sociais, participar das lutas em curso, nos solidarizarmos, dar-lhes visibilidade.

A presente edição fac-similar reúne os primeiros 100 números ao longo dos quais refletimos sobre diversos temas locais e internacionais, históricos e atuais, desde uma perspectiva de crítica radical.

Continuamos sustentando que outras formas de luta são possíveis, que outra sociedade é possível, sem Capital e sem Estado, sem propriedade privada e sem dinheiro.

Mantemos a perspectiva histórica do movimento pela superação das condições existentes ao mesmo tempo em que tentamos contribuir para sua atualização, para ir ao tempo de nosso tempo.

Disponível na biblioteca, para distribuição e em sua versão digital no site de Lazo Ediciones. https://lazoediciones.blogspot.com/

Biblioteca y Archivo Alberto Ghiraldo

bibliotecaalbertoghiraldo.blogspot.com

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Um trovão estronda –
e os trovõezinhos ecoam
na selva em redor.

Nenpuku Sato

[Portugal] 11dez25: Vamos à greve companheiros!

A alteração das leis laborais proposta pelo governo visa apenas, e mais uma vez, reforçar a precariedade nas relações de trabalho, entre patrões e empregados, e diminuir os direitos e as garantias legais dos trabalhadores face ao patronato. Nada que estranhemos. O Capital e o Estado estão sempre de mãos dadas, um e outro são indissociáveis. O Estado faz as leis que protegem o Capital e a propriedade privada e assume-se como o principal instrumento da exploração e opressão capitalistas. Em Portugal e em todo o mundo, mesmo nas sociedades travestidas de “socialismo”.

Enquanto trabalhadores, criadores de toda a riqueza, os anarquistas estão entre os que sentem profundamente todas as injustiças sociais e se habituaram a confrontar os poderes públicos e o patronato, seja nas empresas, seja nas ruas. Este é mais um desses momentos. Embora lutemos pela transformação total da vida, o fim do capitalismo e a construção de uma sociedade onde os meios de produção estejam nas mãos de quem produz, não podemos deixar de lutar contra medidas parcelares como esta alteração das leis do trabalho que o governo de Montenegro quer levar para a frente e que visa dificultar ainda mais a vida de quem trabalha.

Ainda que reformistas e partidarizadas, as direções da CGT e da UGT, pressionadas pela anunciada alteração das leis laborais, decidiram convocar para o dia 11 de dezembro uma greve geral que, apesar de tudo o que nos divide, iremos acompanhar, mesmo sabendo da debilidade e da incapacidade para qualquer processo de luta mais avançado de qualquer uma destas centrais sindicais.

Para os anarquistas e os libertários, a greve geral é um passo importante na mobilização dos trabalhadores contra as injustiças e por mudanças essenciais nas condições de trabalho, mas não um fim em si mesmo, que só a Greve Geral Expropriadora, em que os explorados e oprimidos possam tomar em mãos os meios de produção e instaurarem uma sociedade de iguais, poderá cumprir.

Fonte: https://colectivolibertarioevora.wordpress.com/2025/11/15/11dez25-vamos-a-greve-companheiros/

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Frases compostas
no sol que passeia
sob minha caneta.

Jocelyne Villeneuve

[Espanha] HcB – Anarcocuriós, rap da cena underground de Barcelona

O HcB é um grupo consolidado de rap da cena underground de Barcelona. Com base em Piera e Santa Coloma de Gramanet. Sua trajetória está baseada em seis discos, mais de vinte anos de carreira e inúmeros palcos pisados, com uma defesa de um estilo direto, uma lírica politicamente comprometida e um som que mantém viva a essência da cultura hip hop.

Anarcocurios é o EP, integralmente em catalão, que vê a luz no final deste ano de 2025. Uma aposta na diversidade de ritmos, produzido por Dj Boe, e uma variedade de colaborações vocais que acompanham a voz e as letras político-pessoais do MC do grupo, Kate.

Nas colaborações encontramos artistas tão diferentes como Sílvia Tomàs, uma cantautora que não precisa de apresentações, e que em “Cura la culpa” volta a demonstrar sua grandeza artística, fazendo com que sua voz ecoe para sempre. Irene Reig, saxofonista e compositora de alcance internacional, que além de cantar com um estilo surpreendente e próprio, adiciona à produção musical algumas notas de flauta transversal em “Obvi”. Metastyle, a femcee e poeta, aporta em “Lliures” um flow inconfundível e uma força cativante. E, por último, Andrea Mongiovi, artista que está começando sua carreira solo, nos deleita com uma sensibilidade que contrasta com a dureza lírica de seu refrão em “Diumenge tarda”.

A gravação, mixagem e masterização foi realizada completamente por Ilogike, produtor e alma mater dos projetos mais destacados do panorama hip hop na Catalunha, no Hardly Brez Studio.

A revisão linguística, com seu amor pela língua, foi realizada por Emma Delgado. E o design e toda a parte gráfica esteve a cargo de Judith Hidalgo, em uma mostra de talento e carinho pela profissionalidade e pelo cuidado com o detalhe.

Anarcocurios é um EP autoproduzido pelo HcB e distribuído em todas as plataformas de forma gratuita.

Instagram: https://www.instagram.com/hcb8387/

Youtube: https://youtu.be/ml7k7bxPl_w?si=jKiMqXe5quu1a4hH

Spotify: https://open.spotify.com/album/0HJ4S67UiS7PADsAf4dGxK

Tradução > Liberto

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pássaro pousado
no espantalho
aposentado

Millôr Fernandes