[Alemanha] Bicicletada e comício para o aniversário de 70 anos de Mumia | Liberdade para Mumia – Liberdade para Todos!

Na quarta-feira, 24 de abril de 2024, o jornalista e prisioneiro político afro-americano faz 70 anos. Até agora, o Pantera Negra teve de passar muito desse tempo atrás das grades. Por mais de 42 (!) anos, Mumia tem lutado contra o racismo, a exploração, e a guerra mesmo estando encarcerado. Como um jornalista frequentemente publicado e autor de 11 livros, ele não apenas motivou muitos dentro do sistema de encarceramento em massa dos EUA mas também tem sido uma parte crucial do movimento de abolição de todas as características da supremacia branca que têm persistido desde a escravidão. Nem sua ordem de execução nem 29 anos de confinamento solitário nem cuidados médicos completamente inadequados impediram Mumia de ser uma alta e clara “voz dos sem voz”, a voz dos oprimidos, dentro de um dos locais mais brutais da guerra social dos ricos contra os pobres.

Mesmo sob as brutas condições da vida diária na prisão, ele se doa por completo e com frequência clama pela autogestão para que prisões privadas – em outras palavras, lugares de escravidão contemporânea – e penas de morte racistas sejam finalmente abolidas. “Aqueles que não querem a guerra devem abolir o capitalismo“, ou “mais pessoas depositam suas esperanças em nós do que pensamos” – para ele e para mais de 2,14 milhões de prisioneiros nos EUA essas palavras transmitem esperança por uma vida em liberdade.

Todos sabemos que a destruição do planeta exige um modo de vida completamente diferente. A exploração capitalista da maioria das pessoas e da natureza ameaçam nos destruir a todos. O fato de que, em nações industriais, fascistas de diferentes cores hoje recebem grande apoio para prolongar essa insanidade, enfatiza a urgência: “alguns dizem que não é razoável resistir contra esse sistema violento. Eu acredito que não é razoável não fazê-lo” (Mumia Abu-Jamal).

Vamos honrar as conquistas da vida de Mumia! Juntos contra o racismo, a exploração, e a guerra!

Quarta – 24 de abril de 2024

18:00 UHR – Bicicletada em direção à embaixada dos EUA: Início no Syndikat – Rua Emser 131, 12051 Berlim – U7/S-Neukölln

20:00 UHR – Comício com ou sem bicicleta em frente a embaixada dos EUA – Praça Pariser 2, 10117 Berlim – U5/S-Brandenburger Tor

Tradução > anarcademia

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agência de notícias anarquistas-ana

Tens frio nos meus braços
Queres que eu aqueça
O vento

Jeanne Painchaud

[Espanha] lançamento: Germinal. Revista de Estudios libertarios. Nº 17

O número 17 da Revista Germinal – Revista de Estudios Libertarios acabou de ser lançado na Espanha. O referido número conta com artigos sobre Lucía Sánchez Saornil, Piotr Kropotkin, Rudolf Rocker e Gaspar Sentiñón. Além disso, traz um DVD com uma versão melhorada das imagens gravadas durante o funeral de Kropotkin, em 1921, na Rússia.

Conteúdo:

  • Kropotkin y la Revolución Rusa. Selva Varengo
  • El poder solo es rutina. Apuntes sobre el pensamiento de Rudolf Rocker. David Bernardini
  • Las bodas a la libertaria bajo la mirada de Lucía Sánchez Saornil: crónica de una cobardía espiritual. Thiago Lemos Silva

° Correspondencia de Gaspar Sentiñón (1869-1872). Wolfgang Eckhardt

Germinal. Revista de Estudios libertarios. Nº 17

ISSN: 1886-3019

143 páginas

Preço 10,00 €

Fonte: https://fal.cnt.es/producto/germinal-no17/

agência de notícias anarquistas-ana

Cerejeira silvestre –
Sobre o regato se move
Uma roda d’água.

Kawai Chigetsu

[EUA] Chamada de solidariedade financeira a Jorge “Yorch”

Pedido de solidariedade a Jorge “Yorch” Esquivel, preso político anarco-punk no México

Jorge está preso há mais de um ano sem julgamento e precisa urgentemente de fundos para cobrir os honorários advocatícios e os custos da prisão (alimentação, água, telefonemas, visitas, taxas administrativas, custos de serviços etc.).

Jorge “Yorch” Esquivel é um querido companheiro da comunidade punk e um participante de longa data do Okupa Che. Ele foi preso em 8 de dezembro de 2022 por policiais à paisana quando saía do campus da Ciudad Universitaria (da universidade UNAM) na Cidade do México como parte de uma campanha de criminalização contra o Okupa.

Blog: https://yorch-libre.espivblogs.net/

(blog com cartas de Jorge)

>> Apoie aqui:

https://www.gofundme.com/f/call-for-solidarity-with-jorge-yorch?

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agência de notícias anarquistas-ana

Olha o velho lago –
Após o salto da rã
O barulho da água.

Matsuo Bashô

Eleições 2024 | Campanha de combate às fake news | Não vote!!!

[Espanha] “Aqueles que ordenaram a morte de Seguí eram famílias que seguem sendo importantes”

Emili Cortavitarte, presidente da Fundação Salvador Seguí, apresentou em Oviedo/Uviéu uma antologia de textos do anarquista catalão.

Por Diego Díaz Alonso | 30/01/2024

Emili Cortavitarte é historiador, autor de uma extensa obra sobre anarcossindicalismo e pedagogia libertária. Professor aposentado do ensino médio, foi secretário-geral da CGT da Catalunha de 1989 a 1998, bem como secretário de seu sindicato de educação em Barcelona. Presidente da Fundação Salvador Seguí desde 2013, esteve nesta segunda-feira em Oviedo/Uviéu a convite do sindicato para apresentar uma antologia de textos do histórico líder anarco-sindicalista, cofundador da CNT e animador do dinâmico movimento cultural associado à Confederação e ao universo libertário.

Nascido em Lleida em 1887 e morto pelas balas dos patrões em 1923 nas ruas de Barcelona, a CGT agora dedica uma exposição a Seguí, que pode ser vista esta semana no La Lila, em Oviedo/Uviéu, e na próxima semana no Ateneo de La Calzada, em Xixón.

Quem foi El Noi del Sucre?

Ele era o pseudônimo de Salvador Seguí i Rubinat, provavelmente o anarquista e anarcossindicalista mais importante das duas primeiras décadas do século XX e cuja figura transcende as esferas catalã e espanhola.

Quais foram as principais contribuições de Seguí para o movimento operário de sua época?

Embora, como ele disse, o sindicalismo seja um trabalho comum e coletivo, podemos destacar: os sindicatos únicos, que agruparam os sindicatos e as sociedades de trabalhadores por setores de produção e deram ao sindicalismo uma maior capacidade de confronto social e uma organização melhor e mais moderna; a necessidade de unidade da ação sindical; o fortalecimento do treinamento e da educação dos cenetistas para preparar a revolução social; o caráter sociopolítico da CNT, ou seja, que a Confederação deveria intervir em todos os aspectos que afetam as classes trabalhadoras – moradia, preços de subsistência, saúde, educação – e não apenas em questões trabalhistas; e sua ligação do anarquismo com o sindicalismo, um anarquismo ligado às classes trabalhadoras.

O nacionalismo reivindicou uma certa tradição libertária catalã baseada em El Noi. O que é verdade nisso?

El Noi era um federalista ou, melhor dizendo, um confederalista. Suas intervenções e escritos podem nos permitir situá-lo em um amplo campo do catalanismo popular de influência libertária e, ao mesmo tempo, de internacionalismo de classe.

O que sabemos sobre seus assassinos?

Aqueles que o mataram receberam 15.000 pesetas, mas aqueles que pagaram, aqueles que ordenaram a morte de Seguí, eram famílias que seguem sendo importantes na Catalunha. Elas ainda não foram mencionadas nas homenagens institucionais prestadas em seu centenário.

Se tivesse sobrevivido, teria evoluído para a participação política do sindicalismo?

Não creio que seja correto especular sobre isso. Mas se por participação política queremos dizer participação institucional, Seguí deixou claro em várias entrevistas que nunca seria membro do parlamento. Na resolução da Conferência de Zaragoza (1922), ele escreve que a consideração dada à palavra política como “a arte de governar os povos” é errônea e que quando o anarcossindicalismo se refere à política, está se referindo às “ações de todos os tipos de indivíduos e coletividades”.

Quem eram os herdeiros de Noi dentro da CNT?

Evidentemente, todos aqueles com quem ele colaborou estreitamente até seu assassinato em 1923: Joan Peiró, Ángel Pestaña, Josep Viadiu, Simó Piera…

Por que a CNT se enraizou mais na Catalunha do que em outras partes da Espanha?

Acho que há diferentes fatores: desde a participação de delegados catalães na Primeira Internacional e o subsequente desenvolvimento de organizações anarquistas e do sindicalismo; até a maior industrialização da Catalunha e, consequentemente, maiores possibilidades de desenvolver organizações sindicais; e, sem dúvida, a capacidade das pessoas da CNT de defender os interesses da classe trabalhadora e de contribuir com iniciativas (ateneus, cooperativas, apoio mútuo) que formaram uma construção social alternativa e libertária em oposição ao capitalismo e sua exploração, que foi o germe da nova sociedade.

O que resta da tradição anarquista na Catalunha?

Há uma tradição anarquista que vem da memória coletiva: da Semana Trágica, do Congresso de Sants, da Greve da Canadense e da conquista da jornada de trabalho de 8 horas, do 19 de julho de 1936 e da revolução social, das coletivizações industriais e agrárias, das Mujeres Libres, etc. Mas nem tudo é tradição. Na minha opinião, há um presente do anarcossindicalismo e do anarquismo na CGT, na CNT, na Solidaridad Obrera, na Embat… e várias experiências e práticas que se baseiam nessa tradição, mas que se encontram instaladas na realidade atual.

Quem você destacaria no anarcossindicalismo asturiano?

Eleuterio Quintanilla, tanto em seu aspecto pedagógico quanto sindicalista, contemporâneo de Seguí e com quem dividiu cargos no Congresso da Comédia da CNT (1919); Higinio Carrocera por suas ações na Revolução de 1934 e na Guerra Civil; Segundo Blanco, presidente do comitê de guerra de Gijón e quinto ministro republicano da CNT; Avelino González Mallada, professor e prefeito de Gijón entre 1936 e 1937; Ramonín Álvarez, padeiro, representante da FAI no Conselho Soberano de Astúrias e León, secretário-geral da CNT no exílio (1945-1947) e com quem tive reuniões nas décadas de 1980 e 1990 na CGT. E, embora asturiana por adoção nos últimos anos de sua vida, Lola Iturbe, autora de “La mujer en la lucha social y en la Guerra Civil en España” (A mulher na luta social e na Guerra Civil na Espanha).

Fonte: https://www.nortes.me/2024/01/30/los-asesinos-de-segui-fueron-familias-que-siguen-siendo-importantes/?utm_campaign=twitter

Tradução > Liberto

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agência de notícias anarquistas-ana

Em cima do túmulo,
cai uma folha após outra.
Lágrimas também…

Masuda Goga

[Itália] Não seremos cúmplices. Seremos desertores (Spoleto, março de 2024)

Em resposta a uma pergunta parlamentar, o ministro da Guerra, Guido Crosetto, confirmou que o Estabelecimento Militar de Munições Terrestres (SMMT) em Baiano di Spoleto poderá em breve estar produzindo os novos mísseis e munições a serem enviados à Ucrânia para apoiar a guerra em andamento. A Agencia de Indústrias de Defesa (AID) indicou três de suas unidades de produção – Spoleto, Capua e Fontana Liri – para a licitação da UE, que fornecerá 500 milhões de euros em ajuda para a produção de novas armas para Kiev.

Embora ainda seja apenas uma oferta, os jornais locais consideram o contrato altamente provável, principalmente porque a fábrica de Spoleto é considerada subutilizada em relação à sua capacidade “produtiva” (mas talvez devêssemos dizer destrutiva).

O ministro, que já é um representante do lobby das armas como presidente da Federação das Empresas Italianas Aeroespaciais, de Defesa e Segurança (AIAD), um ramo da Confindustria que agrupa empreiteiras de guerra, continua a prometer lucros multimilionários aos seus comparsas e talvez acredite que, na corrida para as eleições regionais, possa acalmar os habitantes de Spoleto, irritados com a redução do número de funcionários do hospital, com algumas promessas de emprego.

Enquanto os Estados capitalistas e os blocos de poder disputam o controle da hegemonia mundial, os explorados não têm nada a ver com suas guerras. As bombas fabricadas em Spoleto massacrarão os soldados recrutados à força, prolongando também o massacre da população civil ucraniana. Mas a guerra diz respeito a todos nós.

Enquanto os senhores da guerra estão fazendo fortuna (há algumas semanas, soubemos que a Leonardo [empresa que trabalha nas áreas da defesa, aeroespacial, segurança etc.] viu sua capitalização de mercado aumentar em 82% em 2023), todos nós estamos pagando as consequências com o aumento do custo de vida, a começar pelos produtos energéticos, a intensificação da exploração em nome da produtividade, cuja expressão direta é claramente visível no aumento contínuo do número de mortes e lesões no trabalho. Por fim, vemos seus efeitos com a escalada repressiva em curso: os cassetetes contra estudantes ou piquetes, as investigações contra a imprensa anarquista e a crescente intolerância em relação a opiniões divergentes, até a transferência de Alfredo Cospito para o 41 bis, são a própria representação da política de guerra que nossos líderes implementaram para a luta na frente interna.

É possível se opor a tudo isso: os estivadores de muitas cidades que se recusaram a entregar material militar e as ações diretas que conseguiram colocar obstáculos concretos no caminho da máquina de guerra e de seus cúmplices são prova disso.

Nenhuma cumplicidade com os industriais da morte!

Nem em Spoleto nem em nenhum outro lugar: vamos boicotar, obstruir e sabotar a indústria da guerra!

O inimigo não são os explorados do outro lado da frente, mas o político, o industrial, o banqueiro que se enriquece com nosso sangue!

Anarquistas em Spoleto
t.me/circoloanarchicolafaglia

Fonte: https://lanemesi.noblogs.org/post/2024/03/04/non-saremo-complici-saremo-disertori-spoleto-marzo-2024/

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ao seu voo rápido
borboletinha amarela
o mais é cenário!

Gustavo Terra

[Grécia] Pôster | 36 anos da Okupação Lela Karagianni 37

Nas ruas da resistência militante, da solidariedade de classe e da auto-organização social

E até a próxima primavera… nenhuma nostalgia deste velho mundo que há muito é coisa do passado. Nenhum compromisso com o presente sem vida que promete apenas o pior. Sem hesitação e sem medo pelo futuro que queremos: revolução social, anarquia e comunismo libertário.

Assembleia Aberta da Okupação Lela Karagianni 37

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Cerejeira silvestre –
Sobre o regato se move
Uma roda d’água.

Kawai Chigetsu

Poços de petróleo na Foz do Amazonas, não! Basta de projetos ecocidas!!!

[Espanha] Jornada de inauguração

No sábado, 20 de abril, realizaremos uma série de atividades para celebrar a inauguração de nosso local em Alcalá de Henares (C/ Río Eresma, nº 4).

Começaremos às 18 horas com uma apresentação do sindicato.

Em seguida, Alfredo Olmeda, da editora Las Neurosis o Las Barricadas, apresentará o livro “Crecer libres. Anarquismo e educação”.

Para finalizar, teremos comida vegana e algo para beber.

Estamos esperando por você!

alcala.cntait.org

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Da minha janela
Ouço o cantar da coruja.
O sono não vem.

Adriana Ferreira Cardoso

[Espanha] 1º de Maio de 2024; Contra as desigualdades e a precariedade.

Una-se ao bloco vermelho e negro da CGT: 1º de Maio às 11:30 horas desde a Plaza de San Agustín de Valencia. Finalizaremos nas Torres de Serranos, onde se realizarão as falas e um concerto combativo.

Apesar das mensagens triunfalistas do governo atual, a situação das pessoas trabalhadoras de nosso país não deixou de piorar.

A reforma laboral, aprovada na anterior legislatura, apenas recuperava alguns dos direitos arrebatados nas impostas reformas laborais anteriores, em uma manobra que pelo contrário pretende legitimar e consolidar a maioria dos direitos subtraídos, entre os quais se encontrava o barateamento da demissão, tanto em dias como mantendo a eliminação dos salários de tramitação.

Para prova do dito só faz falta constatar quem aplaudiu a reforma; Sindicatos do regime, patronal, os bancos, organismos internacionais liberais, e inclusive a FAES.

As cifras podem falar de uma maior ocupação, do descenso dos contratos temporários, mas o certo é que a precariedade aumentou para a maioria da população, as demissões acontecem da mesma forma, e o poder aquisitivo despencou para a maior parte da população.

Apesar do aumento do Salário Mínimo Inter-profissional, e à margem de cifras, a realidade que vemos todos os dias é que há cada vez mais famílias com sérias dificuldades para chegar ao fim do mês, as pessoas que tendo um trabalho não conseguem cobrir os custos dos alugueis, e em um contexto onde todas comprovamos de que modo aumentaram os preços do mais básico, da comida, dos combustíveis.

Nem as revalorizações das pensões com o IPC, nem os aumentos pactuados nos convênios (para quem os tem) amenizaram a perda de rendas por parte da classe trabalhadora.

De novo, depois das últimas crises econômicas, e inclusive depois da crise do COVID, se agudizam as transferências de riquezas dos mais pobres para os mais ricos. A classe social alta não para de incrementar seus lucros, seu patrimônio, as empresas do IBEX 35, e outras, multiplicam seus lucros, enquanto que o resto da população empobrece.

No panorama mundial, não vai muito melhor. O capitalismo sem pudor algum, incentiva as guerras em nosso esgotado mundo, com o único propósito de espremer-nos ao máximo, e neste caso, ainda que implique na morte de milhares de pessoas.

O modelo dominante nos leva a perpetuar uma divisão injusta da riqueza, convertendo os ricos em cada vez mais e mais ricos, em detrimento da maioria da população, de seus direitos dos serviços públicos e inclusive às custas da saúde do planeta.

Frente à depredação selvagem desses poucos só nos cabe unir-nos para fazer-lhes frente. Somos a única alternativa certa ante o desastre previsto. Está em nossas mãos construir um mundo novo, sem explorados nem exploradores, sem guerras nem pobreza, respeitando nosso meio natural. Preservando com isso o futuro dos que nos seguirão.

Ação Direta frente aos falsos modelos de representação, altruísmo versus egoísmo, solidariedade e generosidade frente à ambição desmedida, vida contra a morte, apoio mútuo em contraposição à estúpida competição entre iguais.

É hora de nos pormos em marcha, de dizer basta. É hora de mudar o paradigma, ou talvez já não estejamos a tempo. É hora da Ação Direta.

cgtvalencia.org

Tradução > Sol de Abril

agência de notícias anarquistas-ana

velho jornal
levado pelo vento
prevê temporal

Carlos Seabra

Plano da Petrobras para perfurar Foz do Amazonas enfrenta forte resistência indígena

Por Marta Nogueira e Fabio Teixeira | 18/04/2024

OIAPOQUE, Amapá (Reuters) – A Petrobras vem enfrentando uma resistência crescente de grupos indígenas e agências governamentais contra seu principal projeto de exploração, que visa abrir uma nova fronteira na parte mais promissora para petróleo da costa norte do Brasil.

O órgão ambiental federal Ibama negou à Petrobras uma licença para perfuração em águas ultraprofundas da Bacia da Foz do Rio Amazonas, no litoral do Amapá, no ano passado, citando possíveis impactos sobre os grupos indígenas e o sensível bioma costeiro. Mas um apelo da Petrobras para que o Ibama reverta sua decisão atraiu um poderoso apoio político.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse em setembro que o Brasil deveria ser capaz de “pesquisar” os recursos potenciais da região, dado o interesse nacional. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse na semana passada a jornalistas que o “Brasil tem o direito de conhecer estas potencialidades”.

Essas posições reforçaram a retórica otimista da Petrobras sobre suas chances de obter uma licença para perfurar os blocos no litoral do Amapá.

“Prepara Amapá, que nós estamos chegando”, disse o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, a políticos locais e executivos do petróleo em um evento no mês passado que promoveu a exploração marítima ao longo da costa norte do país, em uma área conhecida como Margem Equatorial. Ele a chamou de “talvez a última fronteira da era do petróleo para o Brasil”.

Ele havia dito anteriormente que esperava começar a perfurar no segundo semestre deste ano ou antes nos blocos da Foz do Amazonas, considerados os mais promissores da Margem Equatorial, em blocos que ficam a centenas de quilômetros de onde deságua o importante rio amazônico. A região onde a Petrobras quer perfurar compartilha geologia semelhante com a costa da vizinha Guiana, onde a Exxon está desenvolvendo enormes campos.

O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, disse em novembro que uma decisão seria tomada no início de 2024, embora disputas trabalhistas na agência tenham desacelerado o ritmo do licenciamento ambiental desde então.

Visitas a quatro aldeias indígenas, entrevistas com mais de uma dúzia de líderes locais e documentos anteriormente não divulgados mostram uma oposição organizada crescente contra a tentativa da Petrobras de reverter a negativa do Ibama para a perfuração exploratória sem que os povos indígenas sejam ouvidos.

A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) solicitou em dezembro ao Ibama que realizassem vários outros estudos para avaliar os impactos, de acordo com documento de 11 de dezembro da Funai enviado ao Ibama e obtido por meio em um pedido via Lei de Acesso à Informação. Os estudos propostos teriam que ser feitos antes que o Ibama pudesse decidir se aceita o pedido de reconsideração da Petrobras.

Em julho de 2022, o Conselho de Caciques dos Povos Indígenas do Oiapoque (CCPIO), um grupo que representa mais de 60 aldeias indígenas de Oiapoque, solicitou o envolvimento do Ministério Público Federal (MPF), denunciando uma suposta violação de seus direitos.

Os procuradores têm o mandato de proteger os povos indígenas, e muitas vezes tomam o seu lado em disputas com empresas ou governos. Em setembro de 2022, recomendaram que o Ibama não emitisse a licença antes de uma consulta formal às comunidades locais.

Os registros de investigação preliminar dos promotores, vistos pela Reuters, mostram que, em dezembro de 2023, o CCPIO pediu-lhes que acompanhassem uma consulta formal de 13 meses com a Petrobras sobre as visões indígenas sobre o projeto.

O processo de consulta, juntamente com os estudos propostos pela Funai, levaria uma decisão sobre a perfuração para 2025, quando o Brasil sediará a cúpula sobre mudanças climáticas COP30 na cidade amazônica de Belém, no Pará, o que poderia tornar mais politicamente difícil a aprovação da perfuração, disse uma pessoa próxima ao CCPIO à Reuters.

A ata de uma reunião de junho de 2023 entre Petrobras, líderes do CCPIO e promotores mostra que a empresa se ofereceu para consultar as comunidades locais sobre uma eventual produção comercial de petróleo na área, se o Ibama solicitar, mas não se comprometeu com uma consulta antes de perfurar poços exploratórios.

Questionada sobre os apelos dos líderes indígenas para uma consulta imediata, a Petrobras disse à Reuters em comunicado que o tempo para tal pedido já passou.

“A definição quanto a necessidade ou não da consulta aos povos indígenas e/ou comunidades tradicionais se dá no momento inicial do processo de licenciamento ambiental”, disse a Petrobras.

O Ibama ainda não respondeu à recomendação da Funai feita no final do ano passado para mais avaliações dos efeitos dos planos de exploração da Petrobras, de acordo com um documento da Funai de 3 de abril visto pela Reuters.

Ambas as agências não responderam aos pedidos de comentários da Reuters. A CCPIO e o MPF disseram que uma consulta deve ser feita antes que o Ibama emita uma licença para perfurar.

EQUILÍBRIO DE PROMESSAS

A questão da perfuração criou um impasse no governo Lula, que busca equilibrar suas promessas de proteger a Amazônia e os seus povos indígenas com os interesses da Petrobras e de aliados políticos que poderão colher os benefícios de uma nova região produtora de petróleo.

Silveira, o ministro de Minas e Energia, disse que um único bloco da Foz do Amazonas poderia conter mais de 5,6 bilhões de barris de petróleo, o que seria a maior descoberta da empresa em mais de uma década.

No pedido de reconsideração ao Ibama, a empresa afirmou que a exploração não terá impacto negativo nas comunidades locais.

“Ratificamos o entendimento de que não há impacto direto da atividade temporária de perfuração de um poço a 175 km da costa sobre as comunidades indígenas”, disse a Petrobras.

A população local e alguns ambientalistas alertam que a perfuração pode ameaçar manguezais costeiros e as vastas zonas ricas em peixes e plantas, ao mesmo tempo que perturba a vida dos 8.000 indígenas em Oiapoque, no extremo norte da costa do Brasil.

O CCPIO, a mais alta autoridade indígena do Oiapoque, é composto por mais de 60 caciques, representando mais de 8.000 pessoas. Eles não se opõem à busca de petróleo em si, mas invocam o que dizem ser um direito de serem consultados pela Petrobras, com a fiscalização do Ministério Público Federal e da Funai.

A convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), da qual o Brasil é signatário, diz que os governos devem consultar os povos indígenas e tribais por meio de suas instituições representativas, sempre que considerarem medidas legislativas ou administrativas que possam afetá-los diretamente.

MUDANÇA EM ANDAMENTO

Os planos de perfuração já estão mudando a cidade de Oiapoque. Ondas de trabalhadores migrantes chegaram à procura de emprego para uma indústria petrolífera que ainda não existe, disse o deputado estadual Inácio Monteiro (PDT).

Monteiro disse que se reúne frequentemente com indígenas, conversando com eles sobre os benefícios que a Petrobras poderia trazer ao Oiapoque, incluindo empregos, receitas de impostos e programas sociais.

No entanto, o CCPIO e os seus aliados têm manifestado cada vez mais a sua resistência, enquanto a Petrobras obtém apoio de atores políticos em seu pedido de reconsideração da decisão do Ibama.

Na conferência climática COP28, em dezembro, Luene Karipuna disse em um painel que a Petrobras e os políticos locais tentaram silenciar o seu povo.

“Estrategicamente a consulta prévia é a nossa única segurança até agora”, disse Karipuna, de 25 anos, que estuda para ser professora, ao receber a Reuters perto de sua casa, na aldeia de Santa Izabel, onde áreas de floresta e pântanos ficam cheios de água do mar em certas épocas do ano.

Quando os rios ficam baixos, as marés trazem peixes de água salgada que os moradores comem, mas alguns entrevistados pela Reuters temem que isso possa também trazer eventuais derramamentos de óleo.

PRESSÃO POLÍTICA

Líderes indígenas disseram que um forte apoio de políticos locais à Petrobras foi demonstrado em uma audiência pública realizada em maio de 2023 que Monteiro, o parlamentar estadual, convocou poucos dias depois de a licença da Petrobras ter sido negada.

Os poderosos políticos do Amapá, incluindo importantes aliados de Lula, reuniram-se em poucos dias na Câmara Municipal de Oiapoque para a audiência para promover os planos de perfuração da Petrobras.

No evento, um homem de camisa pólo branca e cocar de penas, Ramon Karipuna, disse à multidão que os indígenas eram a favor da perfuração, segundo a ata da reunião vista pela Reuters.

Karipuna disse ter falado em nome do coordenador do conselho de caciques do CCPIO, ausente por “motivos de saúde”.

Posteriormente, a Petrobras citou o apoio de Karipuna em seu apelo à licença de perfuração e o descreveu como um “representante do CCPIO”.

No entanto, o coordenador do CCPIO, Cacique Edmilson Oliveira, disse à Reuters que não estava doente naquele dia. O CCPIO recusou-se a participar do evento convocado às pressas, de acordo com uma carta de 18 de maio enviada em resposta ao convite de Monteiro para a audiência e vista pela Reuters.

“Essa é uma preocupação muito grande, por isso que a gente está falando que a gente já se sente ameaçado, aliciado, por essa situação”, disse Oliveira, acusando a Petrobras de distorcer a visão das lideranças indígenas. “A gente nunca se sentou e entrou em acordo para alguma aprovação.”

Em entrevista por telefone, Karipuna confirmou que trabalhava na prefeitura e que não é membro do CCPIO — embora a Petrobras tenha usado suas palavras como principal argumento ao Ibama de que os representantes indígenas apoiavam a perfuração. Ele também recuou em seus comentários a favor da perfuração.

“Até hoje, sobre o negócio de Petrobras, muita gente tem dúvida”, disse.

Questionada sobre Karipuna não ser um representante do CCPIO, a Petrobras citou a ata da reunião de maio de 2023, sem dar mais detalhes.

Fonte: https://www.swissinfo.ch/por/especial-plano-da-petrobras-para-perfurar-foz-do-amazonas-enfrenta-forte-resist

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agência de notícias anarquistas-ana

Um dia nublado
no beiral do mar sem fim:
tudo está grisalho

O Livreiro

[Chile] A gendarmaria quer que o companheiro Francisco Solar cumpra sua pena em um regime excepcional de segurança máxima.

Depois que a sentença de 86 anos contra o companheiro anarquista Francisco Solar foi ratificada e se tornou definitiva, a gendarmaria fez uma nova manobra na situação do companheiro dentro da prisão.

Depois de ser mantido no Módulo de Segurança Máxima 2 da prisão de Rancagua, ele deveria ter sido transferido para o Módulo de Segurança Máxima 1 como prisioneiro condenado, juntamente com o restante dos companheiros anarquistas e subversivos. Mas desta vez, para aprofundar a vingança legal, o companheiro foi levado para um espaço no mesmo módulo de segurança máxima 2 para cumprir sua pena em um regime excepcional de punição e isolamento.

Solidariedade e cumplicidade com aqueles que atacam os poderosos!

Vamos lutar contra a prisão perpétua velada e o confinamento solitário do companheiro anarquista Francisco Solar!

Fonte: Buskando La Kalle

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agência de notícias anarquistas-ana

Penso apenas
Em meu pai e minha mãe —
Tarde de outono.

Buson

Lula propõe comprar terras para reparar indígenas Guarani e Kaiowá

No dia 12 de abril de 2024, Lula propôs ao governador do Mato Grosso do Sul Eduardo Riedel (PMDB) a compra de terras indígenas para o povo Guarani e Kaiowá, mesmo tendo o poder de decretar demarcações de terras indígenas. Lula ofereceu uma solução que não leva em consideração o Direito Originário à terra garantidos pela constituição federal (art. 231;1 a 6).

O Direito Originário dos povos indígenas é anterior à república, porque vivíamos aqui antes mesmo do surgimento do que o não indígena chama de Brasil.

É dever do chefe de Estado demarcar terras indígenas. Tornar a terra indígena uma propriedade do Estado em nada soluciona nossos problemas.

Já enfrentamos problemas com a criação de reservas indígenas feitas pelo Estado. Um exemplo que podemos citar foi a criação do Serviço de Proteção ao Índio (SPI) que surgiu em 1910.

O SPI criou reservas do Estado com o intuito de “civilizar” os povos indígenas.

O mesmo órgão gestor passou pela gestão do Ministério do Trabalho, Ministério de Guerra e pelo Ministério da Agricultura durante sua existência.

Essa alternância trouxe muitos problemas, inclusive o esvaziamento de terras indígenas liberando terras para o colonizador.

A pressão que o SPI fazia para ocupar e as diversas denúncias de expropriação de madeira, gado, doenças pulmonares, álcool e açúcar contaminado fizeram com que o serviço fosse extinto.

Essa tentativa do Estado de civilizar e ter controle sobre as terras indígenas já foi utilizada e a história provou que não dá certo.

Nós indígenas, conhecemos muito bem a nossa história e não vamos trocar o Direito Originário por uma tentativa por parte do chefe de Estado de controlar nossas terras indígenas comprando-a.

Nós não vemos a terra com o mesmo olhar do não indígena. Ela não é uma propriedade do humano. Ela é parte do que somos, funcionamos juntos e não separados.

A relação consumista dos recursos naturais tem nos levado a uma espécie de suicídio coletivo. Estamos tentando há anos alertar dos perigos dessa relação, mas parece que preferem ficar cegos a lutar pela VIDA.

No mais, quem quer o bem de um povo não fala, faz!

Uma forma de solucionar parte desse problema seria demarcar as terras do povo Guarani e Kaiowá, e depois de demarcar oferecer apoio para evitar conflitos com invasores de terras indígenas.

Outros presidentes fizeram mais demarcações que o Partido dos Trabalhadores (PT) em seus mais de 17 anos no poder. Isso é um fato incontestável que poderia mudar caso o presidente usasse seu poder de chefe de Estado para assinar a pilha de pedidos que estão há anos aguardando a demarcação de suas terras.

Para mais informações recomendamos a leitura da nota oficial das mulheres indígenas Guarani e Kaiowá @kunangueatyguasu em sua página oficial.

Autonomia Indígena Libertária (AIL)

agência de notícias anarquistas-ana

Sobe a piracema…
A continuidade da vida
na contramão.

Teruko Oda

[EUA] John Sinclair (1941-2024)

John Sinclair, poeta, autor de Guitar Army, gerente da banda de rock MC5, cofundador do Partido dos Panteras Brancas e escritor do [jornal anarquista] Fifth Estate, morreu de insuficiência cardíaca em Detroit no dia 9 de abril. Ele tinha 82 anos. Longe de sua cidade natal, ele foi aclamado como um ícone da contracultura, um defensor da legalização da maconha e um entusiasta do rock and roll, tendo sido imortalizado em uma música de John Lennon.

Embora Sinclair tenha sido pouco celebrado como ativista político, uma perspectiva radical formou a matriz pela qual todos os seus outros trabalhos fluíram. Em uma entrevista de 2005 ao Detroit News, jornal de grande circulação, ele respondeu da seguinte maneira a uma pergunta sobre o MC5, a banda de hard rock de Detroit que ele dirigia: “Qual era a nossa visão de mundo? Tudo deve ser gratuito para todos – esse é um bom ponto de partida. Ataque total à cultura, por todos os meios necessários…”

Sinclair era amplamente conhecido por sua campanha pela legalização da maconha, pela qual sofreu duas sentenças de prisão, incluindo uma de 9,5 a 10 anos dada em 1969 por um juiz vingativo de Detroit por dar dois baseados a um policial infiltrado. Ele ficou famoso por ter sido libertado após um comício em Ann Arbor, Michigan, no final de 1971, encabeçado por John Lennon e Yoko Ono, mas que também contou com Stevie Wonder, Bob Seger, Phil Ochs, o saxofonista de jazz Archie Shepp, entre outros. Entre os palestrantes estavam Jane Fonda, Allen Ginsberg, o presidente dos Panteras Negras Bobby Seale, e Ed Sanders, do Fugs. Lennon cantou a música que compôs para o evento, intitulada “John Sinclair”.

Sinclair era uma lenda no mundo do rock and roll. Entre 1966 e 1972 ele foi fundamental na formação e promoção do Grande Ballroom de Detroit, que inicialmente apresentava bandas locais do rico cenário musical da cidade, mas depois viu as maiores bandas clássicas da época no palco, incluindo The Who, Led Zeppelin, Pink Floyd, Cream, Grateful Dead, além de artistas de blues como Howlin’ Wolf, BB King e John Lee Hooker. Ele foi essencial para trazer o saxofonista John Coltrane e a Sun Ra Arkestra para o local.

John se tornou o empresário do MC5 quando o grupo ganhou fama internacional por tocar um “rock and roll de alta energia” que refletia a energia da época e a subcultura que a definia. Muitos roqueiros e críticos musicais posteriores definiram a banda como proto-punk por conta de sua performance selvagem no palco e pelo som de altos decibéis. O guitarrista do Rage Against the Machine, Tom Morello, disse que o MC5 “basicamente inventou o punk rock”, uma descrição negada por Sinclair. Ele disse ao Detroit News, em uma entrevista de 2005, que o MC5 descrevia sua música como “avant rock”, e atribuiu a origem do punk a outra banda local imortal, Iggy and the Stooges.

Sinclair, sua esposa Leni (uma fotógrafa renomada que documentou grande parte do cenário cultural e político de Detroit em suas fotografias) e várias outras pessoas fundaram em 1968 um grupo antirracista chamado Partido dos Panteras Brancas (WPP). A banda MC5 fazia parte dessa cena e frequentemente posava para fotos promocionais empunhando rifles. Sinclair disse que o objetivo da música era “tirar você da sua mente e levá-lo para o seu corpo”.

A ênfase na maconha e nos roqueiros armados, contudo, não impressionou a esquerda oficial de Detroit. O falecido Pun Plamondon, cofundador do WPP, abordou o fato de que grande parte da esquerda de Detroit durante a década de 1960 descartou o partido e a banda como hippies apolíticos que só estavam interessados em se drogar e ouvir rock and roll. Em uma retrospectiva de 2017 sobre os Panteras Brancas que organizei no Museu Afro-Americano Charles Wright da cidade, que também contou com a participação de John e Leni, Pun disse: “Para a esquerda, éramos palhaços da contracultura, mas saíamos todos os fins de semana e distribuíamos literatura revolucionária, inclusive o Fifth Estate, para centenas e centenas de jovens, enquanto a esquerda discutia Mao”.

A poesia de John foi reconhecida internacionalmente. Ele escreveu milhares de poemas a partir do início da década de 1960, publicados juntamente com o trabalho de seus compatriotas em um fluxo aparentemente interminável de livros mimeografados e jornais. Sua última aparição pública, apenas algumas semanas antes de sua morte, foi em Paris, na exposição de obras de arte de Mike Kelley, oriundo de Detroit. Apesar de estar confinado a uma cadeira de rodas, ele fez a viagem de Detroit a Paris para ler três poemas com acompanhamento de rock para uma multidão que o aplaudia loucamente. Não se poderia pedir por um melhor último show.

Em seu best-seller de 1969, Guitar Army [Exercício de Guitarras, em tradução livre], Sinclair escreveu: “Nossa cultura é uma cultura revolucionária, uma força revolucionária no planeta, a semente da nova ordem que florescerá com a desintegração e o colapso das formas sociais e econômicas obsoletas que atualmente infestam a Terra”. Façamos com que assim seja.

Peter Werbe

Werbe é um colaborador de longa data do periódico anarquista Fifth Estate e mora em Detroit. É autor de Summer on Fire: A Detroit Novel [Um verão pegando fogo: um romance de Detroit, em tradução livre] e da coleção de ensaios Eat the Rich [Comam os ricos, em tradução livre]. peterwerbe.com

Fonte: https://freedomnews.org.uk/2024/04/09/obituary-john-sinclair-1924-2024/

Tradução > anarcademia

agência de notícias anarquistas-ana

Sob o ipê florido
embelezam de amarelo
as flores que caem.

Sandra Hiraga

[França] Saint-Brieuc: Apelo a uma passeata antifa libertária

Manifestação regional antifascista em Saint-Brieuc, 21/04

ANTIFASCISTAS PORQUE ANARQUISTAS!

Face à crescente influência da extrema-direita nos últimos 40 anos e às suas manifestações agressivas na Bretanha nos últimos anos, partilhamos uma necessidade urgente de responder com várias organizações políticas e indivíduos. A criação de uma “Frente Comum Antifascista” muito ampla [frontcommun22.wordpress.com] atesta isso. E embora asseguremos nosso apoio inabalável a todos aqueles que lutam contra o fascismo ou são diretamente visados por ele (pessoas negras, pessoas com deficiência, LGBTQI+, mulheres, ativistas etc.), acreditamos que a resposta deve ser radical (o que vai à raiz do problema), ou seja, libertária.

Instrumentalizando a perspectiva de uma tomada fascista do poder, um bicho-papão perfeito desde os anos Mitterrand, os próprios partidos do chamado “governo” navegam entre o autoritarismo do capital e o processo de fascização. Durante muito tempo, aproveitando-se de confusões ideológicas e de uma polícia largamente conquistada para a sua causa, a extrema-direita trocou a camisola castanha pelo fato e gravata e, atualmente, é o macronismo que paga o alfaiate. Consideramos, portanto, que a provável chegada do RN ao governo apenas “efetivará” um equilíbrio de poder que já está presente. O separatismo e as leis de imigração, a operação Wuambushu, o controle das roupas dos alunos e, mais particularmente, das alunas (seja a proibição de uns ou a obrigação de outros), o SNU, a farsa do diálogo social ou a militarização da polícia são prova disso.

Diante de uma trajetória apresentada como inevitável pela mídia, não contaremos com um chamado “obstáculo” nas próximas eleições, que cada vez alimenta a ilusão democrática sem transformar a situação, nem com a expectativa da “grande noite”, que se imobiliza diante da magnitude de um programa que nunca foi implementado. Naquela época, como agora, o nacionalismo continua sendo a base mortal do fascismo. É uma necessidade vital combatê-la, pois o horizonte está bloqueado. Ao contrário dos nossos inimigos ideológicos, reivindicamos claramente o nosso caminho político: ajuda mútua, liberdade, igualdade, federalismo, internacionalismo.

Para sair da impotência, acreditamos que devemos promover concretamente nossas práticas, nos envolver nos espaços existentes e construir novas iniciativas de emancipação que possam inscrever nossa força ao longo do tempo, por exemplo:

– Operações de assistência material para erradicar a pobreza e a exploração por conta própria, especialmente no exílio (fundos de solidariedade, cantinas, ocupações, etc.);

– Ações de luta social (dentro e fora dos sindicatos) para conquistar nossa autonomia, socializando os meios de produção e nos livrando daqueles deletérios;

– Locais de difusão e desenvolvimento da cultura e das práticas anarquistas, para dissipar confusões políticas (bibliotecas, locais de espetáculos autogeridos, pedagogia libertária, mercearias autogeridas, etc.).

Essa luta contra o fascismo é global, e não faria sentido se contentar com uma luta local. Seria inútil esperar progresso aqui se do outro lado da fronteira nossa classe social ainda é explorada. É por isso que também pedimos apoio político e material aos nossos camaradas que lutam em todo o mundo contra Estados autoritários (seja no Oriente Médio, Índia, Hungria, Argentina, Sudão…), bem como para bloquear, sabotar empresas e instituições imperialistas em nosso próprio território (arsenal, bancos, laboratório, empresa colonial…).

A ascensão do autoritarismo é um fenômeno global, portanto, há uma necessidade urgente de fortalecer o federalismo libertário na Bretanha e em todo o mundo. Não queremos pátria! Propomos, portanto, aos organizadores, coletivos e indivíduos que compartilhassem desses pontos de vista libertários que se reúnam em uma procissão rubro-negra durante a manifestação regional antifascista de 21/04 em Saint-Brieuc, em toda diversidade organizacional e tática. Será uma oportunidade para expressar nossa solidariedade contra a agressão neofascista, para ocupar as ruas e tornar visível nossa determinação em derrotar, a curto, médio e longo prazo, a onda de extrema-direita que o sistema capitalista está alimentando.

Queremos viver livres! Vamos agir para desenvolver a anarquia, e é na raiz que o fascismo será destruído!

Grupos da Federação Anarquista na Bretanha

Fonte: https://bourrasque-info.org/spip.php?article2432

agência de notícias anarquistas-ana

Para tricotar
Sento-me numa cadeira
De onde veja o relógio.

Toshiko Nishioka

[Argentina] Ato pelo 1º de Maio em Rosário

Quarta-feira, às 17h, na Plaza Sarmiento (Entre Ríos e San Luis)

INTERNACIONALISTA

Porque a questão social não é colocada em termos patrióticos, mas em termos de classe. A burguesia, nacional ou estrangeira, nos explora e oprime de diferentes maneiras. Quer tenhamos um emprego ou não. De todos os gêneros, de todas as cores e de diferentes capacidades.

ANTICAPITALISTA

Porque o ajuste é um ataque contra aqueles de nós que trabalham, alugam, usam transporte, saúde pública e/ou recebem benefícios sociais.

REVOLUCIONÁRIO

Porque é o momento de explorar novas perspectivas, novas formas de lutar. Para além da pátria, do Estado, da democracia, da lógica da mercadoria, dos partidos e dos sindicatos.

bibliotecaalbertoghiraldo.blogspot.com

agência de notícias anarquistas-ana

Em meio ao capim
de onde sopra o vendaval,
lua desta noite.

Miura Chora