[Reino Unido] Lançamento: Hostilidades Anarquistas ao Capitalismo Verde – Volume 1

Esta pequena coletânea trata daqueles que identificaram o problema do capitalismo verde, suas tecnologias, e agiram contra eles. Relembrando ao mundo o que é a hostilidade, esta coletânea, que abrange territórios ocupados por Alemanha, Suécia, Itália, Chile e Estados Unidos, está longe de ser completa (daí o “Volume I”) e representa apenas uma amostra de ações e análises realizadas por anarquistas e autonomistas. Os textos aqui reproduzidos demonstram a recusa ao capitalismo verde, mas também denunciam a divisão política popular entre combustíveis fósseis e as chamadas energias renováveis, uma divisão cultivada por políticos, assessorias de empresas e teóricos da mentalidade estreita do “capitalismo fóssil”.

Rupture Press e Active Distribution, maio de 2025, livro formato A5, 148 páginas, £4,00, activedistributionshop.org

Tradução > Contrafatual

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Geada no campo –
a capivara boceja:
Frio demais pra mim

Pedalante

[Canadá] Defensores da floresta: um filme de cinco anos em produção sobre a resistência indígena ao desmatamento colonial no chamado Quebec

A Amplifier Films relata sua cobertura recente sobre as lutas indígenas contra o desmatamento e seu novo projeto cinematográfico, Defensores da Floresta.

Não é segredo que os povos indígenas estão na linha de frente da luta contra a destruição ambiental e as mudanças climáticas. É por isso que dediquei tanto do meu tempo para amplificar suas lutas, porque, além dos esforços das ONGs (a maioria das ONGs, na minha experiência, são bastante ineficazes em parar a destruição), os defensores indígenas da terra têm o maior interesse nesta luta. Eles sabem exatamente por que estão resistindo: pela terra, pelas futuras gerações, por seus filhos e netos. Esta visão, enraizada no cuidado de longo prazo e na conexão com a terra, é o que os impulsiona a lutar com todas as forças.

Este verão nos levou através de territórios, do lendário local de resistência em Kanehsatake, até o recém-batizado Acampamento Soberania no quilômetro 133 do Chemin Parent. Lá, o chefe do território Nehirowisiw Robert Echaquan, junto com sua família e apoiadores, interrompeu as operações de desmatamento. Eles agora estão preparando um segundo bloqueio para pressionar o governo de Quebec a reconhecer sua soberania e chegar a um acordo justo sobre o manejo florestal.

Também visitamos poderosos bloqueios ferroviários em Wemotaci e Mashteuiatsh, onde defensores impediram que produtos florestais e toras brutas passassem por seus territórios—parte da crescente resistência ao Projeto de Lei 97 e ao regime florestal colonial mais amplo no chamado Quebec.

A partir deste trabalho de linha de frente, estamos criando um novo filme: Defensores da Floresta (https://amplifierfilms.ca/forest), um documentário de base cinco anos em produção. Começamos a filmar no inverno de 2021, quando este movimento estava nascendo, bem no meio da pandemia, e enquanto eu também trabalhava em Yintah. Agora, estamos no impulso final. O filme está sendo feito em estreita colaboração com defensores da terra Nehirowisiw (Atikamekw) e Innu, e será lançado gratuitamente online entre meados de setembro e início de outubro para apoiar a organização, exibições e arrecadação de fundos liderada pela comunidade.

Também documentamos uma conversa poderosa para nosso próximo projeto Uma estrada vermelha para a Cisjordânia. Rehab Nazzal, uma artista palestina que hospedou Clifton durante sua visita à Cisjordânia em 2016, conseguiu deixar a Palestina durante uma janela rara quando o espaço aéreo se abriu. A trouxemos para Kanehsatake, onde ela se encontrou com Clifton e a defensora da terra Mohawk Ellen Gabriel para um diálogo anticolonial entrelaçado, ligando lutas da Ilha Tartaruga à Palestina.

Agora estamos buscando urgentemente $5.000 USD para completar a pós-produção de Defensores da Floresta: edição, som, cor e combustível para viagens. Graças a um patrocinador fiscal baseado nos EUA, doações dedutíveis de impostos de $5.000 ou mais agora são possíveis. Se você ou alguém que conhece pode doar nesse nível, entre em contato conosco diretamente. Isso nos permitiria focar na produção cinematográfica essencial, em vez de constantemente perseguir $20 aqui e $30 ali (embora sejamos gratos por esses também!).

Fonte: https://itsgoingdown.org/defenders-of-the-forest-a-film-five-years-in-the-making-about-indigenous-resistance-to-colonial-logging-in-so-called-quebec/

Tradução > Contrafatual

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Flor esta
De pura sensação
Floresta.

Kleber Costa

[São Bernardo do Campo-SP] 1ª Feira do Livro Anarquista do ABC

P R O G R A M A Ç Ã O

12h – Abertura: Apresentação do PMMR

13h – Contação de histórias: Anônimas contam “As Pegadas da Comandanta Ramona” e “A História do Olhar”

14h – Teatro: “Barraca de luxos comunais (uma feira com produtos da Comuna de Paris)” com Cibele Troyano

14h – Fazendo arte com materiais reutilizáveis (Josú Ferropoética e LEA – Laboratório de Educação Anarquista)

15h – Debate/roda de conversa: “Possibilidades do Anarquismo Hoje” com Andreza – Cultive a Resistência, Mayumi – Biblioteca Terra Livre e Julio Guató – COLIBRI

15h30 – Oficina de stencil para crianças e adultos com Willie 77

17h30 – Apresentação musical: Ktarse Rap Combativo

18h10 – FIM

E X P O S I T O R E S

Artee.stampa (Fernando serigrafia e geração de renda) / Centro de Cultura Social-SP / Biblioteca Terra Livre / Cultive Resistência / Núcleo de Estudos Libertários Carlo Aldegheri / Organização Socialista Libertária / Faísca Publicações Libertárias / Ateliê Canudos (camisetas e bolsas) / Rosanegra Ação Direta e Futebol / Deu Zebra / Júlio Guató e COLIBRI Coletivo Libertário de Resistência Indígena

F A N Z I N E S

Thina Curtis e UZINAGEM (Rodrigo Dias)

C O M I D A

O Hangü

Onde: Projeto Meninos e Meninas de Rua

Local: Rua Jurubatuba, 1610, São Bernardo do Campo-SP

Organização: Mix-LEA/Rosanegra ADF e Carlão/CCS-SP/NELCA)

Contato da organizaçãoflordeliberdade@gmail.com

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Escola sem muros:
o saber é rio que flui
para todo berço.

Liberto Herrera

[Galícia] Vigo presta homenagem a Ricardo Mella, figura chave do anarquismo galego, no centenário de sua morte

Ele voltou a Vigo após seu “exílio” para dirigir a empresa de bondes

Mais de cinquenta pessoas comemoraram nesta quinta-feira (07/08) o centenário da morte do anarquista Ricardo Mella, defensor dos direitos trabalhistas, topógrafo, projetista e gestor da rede de bondes de Vigo, segundo informou o sindicato CGT, organizador do evento.

A homenagem foi realizada diante do mausoléu erguido no cemitério de Pereiró em honra a Mella, um intelectual e ativista autor de cerca de vinte obras, várias delas traduzidas para mais de uma dezena de idiomas. Representantes da CGT, entre eles o seu secretário-geral na Galícia, Miguel Ángel Cuña, participaram na comemoração, incluindo uma sobrinha-neta do anarquista e intelectual, que terminou com uma oferta floral no mausoléu erguido pelo escultor galego Francisco Asorey. Mella “influenciou muito o movimento anarcossindicalista galego e espanhol”, explicou Cuña em conversa telefônica com a EFE, na qual destacou que, após sua “condenação ao exílio” da Galícia em 1882, ele esteve em Madri, Andaluzia, Catalunha e Astúrias, onde continuou seu trabalho ativista, antes de retornar à sua cidade natal, Vigo, onde se dedicou exclusivamente à direção da empresa de bondes.

O dirigente da CGT destacou que Mella ainda é uma figura influente do movimento anarquista, do qual foi “um dos principais ideólogos”, a ponto de, em Pontevedra, todos os dias 1º de maio, prestarem-lhe homenagem lendo sua obra publicamente. O sindicalista precisou que o homenageado, nascido em Vigo em 23 de novembro de 1861 e falecido em 6 de agosto de 1925, escreveu uma obra sobre a revolta operária de Chicago (EUA) em 1896, que marcou o início da adoção em vários países dos limites da jornada de trabalho, de 8 horas diárias, e a celebração do Dia Internacional dos Trabalhadores, uma fonte de inspiração.

Fonte: https://www.farodevigo.es/sociedad/2025/08/07/vigo-homenaje-anarquista-ricardo-mella-120434326.html

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https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2017/11/16/espanha-campanha-de-financiamento-coletivo-para-publicar-hq-baseada-na-vida-do-escritor-e-pensador-libertario-ricardo-mella/

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Orquestra mágica
Balanço sussurrante das árvores
A maestria do vento.

Clície Pontes

[Espanha] “Aqui tendes um lar para a revolução cultural”: La Pantera Rossa conclui com sucesso sua campanha de financiamento

Mais de 300 pessoas sustentam a livraria centro social, referência do ativismo cultural e político em Zaragoza, garantindo a continuidade deste espaço feminista e autogerido frente às ameaças econômicas

Por Iker González Izagirre | 25/07/2025

Sob o lema “Todo o impossível com você”, no último dia 1º de Maio, a La Pantera Rossa lançou uma campanha de crowdfunding para enfrentar os “altos e baixos econômicos” que “nos arrastam a um risco permanente”. O objetivo era claro: defender um projeto coletivo, autogerido, crítico e popular frente à precariedade.

A resposta foi contundente. Um total de 324 pessoas apoiaram financeiramente esta livraria centro social, integrada na economia solidária aragonesa, através da plataforma Goteo, especializada em iniciativas de impacto social. Ao todo, 22.723 euros, bem acima da meta mínima estabelecida (16.428 euros) e também superior à meta ideal (22.428 euros).

Nem neutra, nem passiva: cultura de combate

Desde sua fundação em 2010, La Pantera Rossa tem sido muito mais que uma livraria. Localizada na rua San Vicente de Paúl, 28, é um ponto de encontro para a dissidência cultural, um refúgio para movimentos sociais e uma trincheira de pensamento livre.

Por suas salas passaram centenas de lançamentos, exposições, debates, oficinas e campanhas vinculadas ao feminismo, à memória democrática, ao antirracismo, à diversidade sexual e aos movimentos antimilitarista e ecologista.

O sucesso desta campanha não apenas garante a sobrevivência do espaço, mas também envia uma mensagem clara: frente aos ataques à cultura crítica e à mercantilização da vida, o apoio mútuo segue sendo uma ferramenta poderosa.

“Sentimo-nos muito orgulhosas de permanecer em vossos corações rebeldes”, afirmou a La Pantera Rossa em comunicado de agradecimento. “O apoio mútuo é a chave para nos defendermos e para melhorar o mundo”, acrescentaram.

“Nos vemos entre livros e nas ruas”

Num contexto de cortes, censura institucional e expulsão de projetos incômodos do centro urbano de Zaragoza, o caso da La Pantera Rossa coloca novamente em destaque a necessidade de sustentar espaços autogeridos. O que se defende aqui não é apenas um local, mas uma forma de fazer política a partir da cultura, de baixo para cima e entre iguais.

“Obrigada, rossas. Aqui tendes um lar para a revolução cultural. Nos vemos entre livros e nas ruas, rugindo com esperança”, conclui o comunicado. Mais uma vez, Zaragoza demonstra que suas redes sociais não apenas resistem, mas também constroem o futuro.

Fonte: https://arainfo.org/la-pantera-rossa-culmina-con-exito-su-campana-de-financiacion/

Tradução > Liberto

Conteúdo relacionado:

https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2024/10/30/espanha-la-pantera-rossa-centro-social-e-livraria-em-zaragoza/

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Na calma do lago
um bufo entre a canarana:
peixe-boi respira.

Anibal Beça

Semana Internacional de Solidariedade com xs Anarquistas Presxs 2025 Porto Alegre (RS)

Sábado 23 de agosto, 15h00, Utopia e Luta, escadaria da Borges, centro histórico

16h00: Roda de conversa: Das múltiplas expressões de luta pela libertação de Saco e Vanzetti nos anos 20 no mundo e em Porto Alegre, à agitação atual por nossos companheirxs sequestradxs pelos Estados.

17h30: Atividade anticarcerária: Escrita de cartões postais para companheirxs presxs.

Mais: Bancas com publicações e zines, Pandemia Distro e Biblioteca Anárquica Kaos.

Um movimento que esquece seus presxs está fadado ao fracasso!

Conteúdo relacionado:

https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2025/08/18/chamada-para-a-semana-internacional-de-solidariedade-com-prisioneiros-anarquistas-2025/  

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Burocracia queima
no fogão coletivo.
Fumaça: poesia.

Liberto Herrera

[EUA] Incêndio criminoso contra fabricante de drones, subsidiária da Boeing

Nas primeiras horas da manhã de 23 de julho, uma van da Insitu foi incendiada enquanto estava estacionada em um terreno vazio em frente ao escritório da empresa em Hood River, Oregon. Este incêndio foi provocado porque o crescimento do aparato de segurança nacional representa uma ameaça existencial para todos aqueles que sonham com um mundo livre. Agimos em total antagonismo contra aqueles que possibilitam e lucram com o militarismo, policiamento e vigilância.

A Insitu, uma subsidiária integral da Boeing, desenvolve e fabrica tecnologia de drones para uso militar e de aplicação da lei. Os drones de vigilância Boeing Insitu RQ-21 Blackjack e MQ-27 ScanEagle foram integrados aos sistemas de armamento operados pela Marinha e Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA. Os UAVs ScanEagle estão sendo ativamente utilizados pelas forças da coalizão liderada pela Arábia Saudita como parte de sua intervenção militar contínua na guerra civil do Iêmen.

Em 2023, a agência de Proteção de Alfândega e Fronteiras começou a conduzir avaliações tecnológicas dos drones Blackjack e ScanEagle para fins de vigilância na fronteira EUA-México. Em 2011, a Insitu introduziu o Inceptor, um pequeno helicóptero não tripulado projetado para caber no porta-malas de carros policiais. Isso demonstra ainda mais que a tecnologia desenvolvida para intervenções militares no exterior sempre será reconstituída para contrainsurgência doméstica e repressão através do policiamento e aplicação de controle fronteiriço.

Enquanto Israel continua sua guerra genocida contra o povo de Gaza, não esqueceremos que a Boeing está entre os maiores fabricantes de munições e equipamento militar para as IDF, incluindo Jatos de Combate F-15 e Helicópteros de Ataque Apache. A Boeing está fornecendo a Israel as armas e tecnologia que tornam este genocídio possível. Fizemos esta ação como um gesto modesto de solidariedade à resistência palestina contínua ao colonialismo e apartheid, de dentro e fora dos territórios ocupados, do rio ao mar.

Para aqueles que queimam

alguns anarquistas

Fonte: https://pugetsoundanarchists.org/arson-against-drone-manufacturer-boeing-subsidiary/

Tradução > Contrafatual

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o peão avança,
entre folhas de manacá —
rainha e rei caem

Pedalante

[Porto Alegre-RS] Agosto Negro. Em memória dxs compas Luciano Pitronelo, Belém e Lupi

Respondendo ao chamado que compas desde $hile fizeram voar para todxs os ácratas, aproveitamos a feira anarquista para fazer uma sucinta atividade na qual compartilhamos o chamado, falamos dxs compas lembrados e da importância de estar pelos compas que marcam nossas trilhas de ação e agitação.

Logo penduramos uma faixa no centro histórico da cidade com os dizeres:

De um lado ao outro da cordilheira, Viva a Anarkia Tortuga, Belén, Lupi presentes!

Com cumplicidade e afinidade, saudamos o ímpeto dxs compas que desde o território em conflito com o estado chileno mandam até nós: agitação permanente, valorização consequente dxs companheirxs e marcar mais e mais dias de agitação anárquica nos calendários!

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https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2025/08/14/chile-santiago-quase-um-ano-desde-que-a-vida-nos-golpeou-texto-em-memoria-de-nossxs-companheirxs-e-no-marco-do-agosto-negro/

https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2025/08/08/chile-santiago-barricadas-em-memoria-dxs-companheirxs-lupi-tortu-e-belen/

https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2025/07/15/chile-chamado-para-um-agosto-negro-em-memoria-dxs-companheirxs-lupi-tortuga-e-belen/

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Cultivado o medo
no inverno
aves não cantam

Pedalante

[América Latina] Convocatória Revista Rompendo Filas 2025

A RAMALC faz um chamado para ser e fazer parte da Revista “Rompendo Filas”

Tema: O negócio das violências e da insegurança

As contribuições devem abordar o tema das relações entre forças armadas, militarização, comércio de armas, medo e insegurança social, bem como a sensação de aumento da violência criminal, seja ela organizada ou não. Cada contribuição pode tratar todos esses aspectos em conjunto, apenas parte deles ou focar em um único subtema.

O tratamento deve partir de uma perspectiva antimilitarista e crítica, e essa perspectiva crítica deve se aplicar também aos poderes e às violências.

Estilo: Livre, com a única exigência de que possa ser publicado em formato PDF. Serão bem-vindos artigos, desenhos, poemas, ensaios, pesquisas, colagens etc., desde que atendam aos critérios temáticos.

Extensão: Até 8 páginas, tamanho A4. Tamanho de fonte de referência: 12 ou 11 em Calibri.

Formato: Digital, PDF. Será publicado no site da RAMALC e em outros espaços parceiros.

Envio das contribuições para o e-mail: ramalclatam@gmail.com
Data limite para envio: 10 de setembro de 2025

ramalc.org

Tradução > Liberto

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a cigarra canta
enquanto orquídeas florescem:
cada um na sua

Gustavo Felicíssimo

Mercado da Morte-Repressão | Exportações de produtos bélicos e de defesa atingem recorde em 2024

O Ministério da Defesa informou que as exportações de produtos relacionados à segurança e defesa nacional atingiram o maior valor, em dólares, desde o início da série histórica, há dez anos. Entre janeiro e outubro de 2024, este valor atingiu US$ 1,6 bilhão, o que iguala o melhor resultado desde o início da contagem anual, que foi registrado em 2021. Atualmente, a indústria de defesa nacional comercializa para cerca de 140 países em todos os continentes.

Apesar disso, na visão do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, o setor ainda passa por um momento de dificuldade financeira. Atualmente, cerca de 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB) no Brasil é destinado para este segmento. Uma proposta defendida pelo ministério é aumentar essa participação para 2% da receita corrente líquida do país, que ainda deve ser discutida no Congresso Nacional.

Mesmo assim, o principal ponto de estresse relatado pelo ministro é a falta de previsibilidade orçamentária. “Estamos tomando providências, o presidente (Lula) tem se preocupado, estamos com uns projetos nas mãos da Câmara e do Senado para que possam oxigenar nossas finanças e sanar este problema”, afirmou o ministro.

Múcio esteve presente na cerimônia que confirmou um acordo de cooperação técnica da pasta com a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Na prática, a entidade disponibilizará informações levantadas pelo Observatório Nacional da Indústria, que conta com uma extensa base de dados, utilizada para antecipar movimentos do mercado e ser apoio para o fomento de soluções.

Com o acordo, o ministério ainda busca identificar oportunidades para a Base Industrial de Defesa e Segurança (BIDS) no mercado nacional e internacional. O presidente da CNI, Ricardo Alban, ressaltou a importância do acordo e destacou que ainda há muito espaço para a expansão da indústria nas áreas de segurança cibernética, satélites e aeroespacial.

“São setores estratégicos para o país e para a nossa soberania. Este acordo vai ajudar a indústria nacional a aproveitar mais e melhor as oportunidades no mercado global, fortalecendo a nossa competitividade”, destacou Alban.

Além do compartilhamento de dados, a parceria também prevê a identificação de atividades de maior demanda na área da defesa, listadas por meio da Classificação Nacional de Atividade Econômica (CNAE). Diante disso, será possível o mapeamento das carências no setor e as tecnologias de maior interesse no mercado.

Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), destacou que o segmento cresceu em exportação nos últimos anos.

“A indústria de Defesa exportou em 2022 R$ 648 milhões. Em 2023, foram R$ 1,4 bilhão, e em 2024, R$ 1,7 bilhão. Nós estamos tendo um crescimento já há dois anos da exportação da Indústria da Defesa, e a tendência é termos ainda um crescimento forte”, afirmou o vice-presidente.

Fonte: agências de notícias

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Num atalho da montanha
Sorrindo
uma violeta

Matsuo Bashô

Conheça o artista e anarquista ucraniano morto em combate na linha de frente

O artista e militante anarquista ucraniano David Chichkan, conhecido por uma obra profundamente crítica às estruturas de poder e marcada por ideais de justiça social, morreu em 10 de agosto de 2025, um dia após ser gravemente ferido durante a defesa de uma posição contra o avanço de tropas russas na frente de Zaporizhzhia. Para ele, a invasão russa representava “o fascismo moderno”, e sua decisão de se alistar refletia a coerência entre sua prática artística e seu engajamento político. Chichkan, de 38 anos, deixa esposa e um filho pequeno, tornando-se um entre os mais de 200 intelectuais, artistas e figuras culturais ucranianas mortos desde o início da guerra em larga escala.

Nascido em Kiev, em 1986, Chichkan vinha de uma família de artistas, incluindo seu bisavô Leonid Chichkan, pintor socialista cujas obras foram saqueadas por tropas russas em 2022. Autor de uma produção intensa e provocadora, definia-se como “desenhista” e não artista, usando a imagem como ferramenta de comunicação de ideias emancipatórias e antiautoritárias. Inspirava-se tanto na escritora feminista Lesia Ukrainka quanto no revolucionário anarquista Nestor Makhno, mas enfrentava resistência feroz de setores conservadores. Em 2017, sua mostra “Lost Opportunity” foi atacada por militantes de extrema direita, e, já em 2024, uma exposição prevista para o Museu Nacional de Arte de Odessa foi cancelada após campanhas de difamação.

Impedido de servir em 2022 por questões de saúde, Chichkan dedicou-se a apoiar o exército por meio de sua arte até conseguir se alistar, optando por atuar como operador de morteiro em uma unidade de combate. Segundo companheiros de frente, recusava privilégios e participava de todas as tarefas, da escavação de trincheiras ao manejo de armamentos, mantendo sempre a disposição de transmitir aos colegas sua visão de mundo, seu conhecimento de história e literatura ucraniana e seu pensamento político. Para amigos próximos, sua passagem do ateliê ao campo de batalha foi apenas a continuação lógica de uma vida em que criação e luta eram inseparáveis.

Fonte: https://dasartes.com.br/de-arte-a-z/conheca-o-artista-ucraniano-morto-em-combate-na-linha-de-frente/

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no aconchego da terra
a semente
vive a espera

Eugénia Tabosa

Um verdadeiro pacifista não abraça policiais nem militares, pelo contrário, um verdadeiro pacifista luta pela abolição de todos os exércitos.

Parte 3 | Sob a Bota da República: O Estado Brasileiro e a continuidade da Ciência do Extermínio (1900-1950)

Se o século XIX terminou com o eco dos canhões em Canudos, o século XX inaugurou-se com o ranger de dentes da República contra seu próprio povo. De 1900 a 1950, a máquina estatal não apenas manteve a lógica do terror — aperfeiçoou-a com a frieza burocrática da modernidade. Sob a máscara do “progresso” e da “ordem pública”, chacinas datadas e documentadas provam: o Estado brasileiro é um carniceiro de fábrica, independente do regime que o vista.

A República Velha já escancarava suas garras. Em 1904, no Rio de Janeiro, o governo transformou a Revolta da Vacina em banho de sangue. Tropas dispararam contra moradores de cortiços que ousaram desafiar a invasão sanitária de suas casas. Centenas caíram nas ruas, sob o argumento cínico de “combater a barbárie”. Dois anos depois, em 1906, o massacre de trabalhadores rurais em São Paulo durante a greve dos colonos do café mostrou o pacto de sangue entre latifúndio e poder: sindicalistas foram metralhados a mando de fazendeiros, com a polícia servindo de escolta ao extermínio.

Nem mesmo a Revolução de 1930 interrompeu a engrenagem. Getúlio Vargas, ao chegar ao poder, logo revelou seu projeto: estatizar a violência. Em 1935, após a “Intentona Comunista”, o Estado desencadeou uma caça às bruxas. Prisões em massa, torturas no DOPS, e o massacre de presos políticos, incluso diversos anarquistas, no Campo de Concentração de Clevelândia (PA) em 1936 — onde dezenas foram executados na floresta — provaram que o “pai dos pobres” estava sedendo em triturar os rebeldes. Mas foi no sertão que a farsa desenvolvimentista mostrou seu rosto mais cruel: entre 1936 e 1937, o Arraial do Caldeirão, comunidade de camponeses cearenses liderada pelo beato José Lourenço, foi varrida do mapa. Aviação militar bombardeou casas de taipa, tanques esmagaram roçados, e 700 homens, mulheres e crianças foram degolados ou queimados vivos sob as ordens do interventor federal.

A Era Vargas aprofundou o terror como política de Estado. Em 1940, a Chacina de Pindaré (MA) executou 100 indígenas Timbiras que resistiam à invasão de seus territórios por madeireiros — uma repetição perversa das “guerras justas” coloniais, agora com certificado do SPI (Serviço de Proteção ao Índio). Até mesmo os trabalhadores urbanos, supostos beneficiários da CLT, sentiram o fio da navalha: em maio de 1945, semanas antes da queda de Vargas, a Chacina de São João do Meriti (RJ) deixou 12 operários têxteis mortos pela polícia durante greve por melhores salários. Sangue como moeda de troca para a “paz social”.

O período fecha com uma sinistra antecipação da ditadura que viria. Em 1950, na Ilha das Flores (RJ), 30 presos foram executados a tiros e facadas por agentes do Estado durante uma “revolta” encenada. O método — eliminação sumária de indesejáveis sob o pretexto da “segurança” — já era um protocolo. Cada década deste meio século teve seu massacre catalogado: 1904, 1906, 1936, 1940, 1945, 1950 (sendo certo que não citamos dezenas de outros…). A sequência não é acidente, é a assinatura do poder.

Esta continuidade histórica (1500-1950) esmaga qualquer ilusão reformista. Do pau-brasil ao aço das metralhadoras, o Estado brasileiro jamais alterou sua função essencial: esmagar corpos para proteger propriedades. Se no século XVI os bandeirantes agiam por alvarás, no XX eram ministros, generais e juízes que assinavam ordens de extermínio. A República, longe de ser ruptura, foi a herdeira direta da senzala e do pelourinho. Enquanto historiadores debatem “transições”, os mortos — de Caldeirão a Canudos, de Pindaré a Palmares — gritam a verdade: o terror é o DNA do Estado brasileiro. Desmantelar essa máquina não é questão política; é imperativo ético para qualquer um que ainda acredite na liberdade. O século XX apenas deu ao monstro colonial novas ferramentas. Cabe a nós, no século XXI, desligar sua fonte de energia.

Liberto Herrera.

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https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2025/08/13/parte-1-sangue-como-cimento-o-terror-de-estado-na-forja-do-brasil-colonial/

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Folha no rio
vai para o mar sem volta –
chorão se renova.

Anibal Beça

[Espanha] Sempre a guerra

Por Rafael Sánchez García

Mais uma vez é preciso voltar ao tema das malditas guerras que o capitalismo e seus vassalos, a partir dos governos, nos impõem.

Neste ano de 2025, há 56 conflitos armados no planeta – a maior quantidade desde a Segunda Guerra Mundial. Da imensa maioria deles, nem se fala na mídia. Às vezes somos informados sobre conflitos na África por causa das fomes e dos deslocamentos massivos de população, mas só isso, pouca coisa, não se aprofunda no assunto.

Dos conflitos mais comentados, o da Ucrânia é o principal, porque está aqui na Europa e porque, para os países ocidentais, a Ucrânia é uma “menina dos olhos” pela quantidade de matérias-primas em seu subsolo – recursos que o patrão americano se preocupou em tomar para si graças à ajuda militar que o autoproclamado “xerife do mundo” forneceu e continua fornecendo. Depois vem a Europa, que, por sua proximidade com a Ucrânia, vê um grande perigo na Rússia de Putin – ainda mais agora que o atual “xerife americano”, aquele lunático infantil do Donald Trump, disse que os europeus precisam aprender a se defender sozinhos. A partir daí, entrou a pressa em se armarem até os dentes, e andam nos dizendo que é preciso aumentar os gastos com defesa – gastos que, em sua maior parte, irão parar nos bolsos do “xerife americano”. E é exatamente isso que Trump e o capitalismo estadunidense querem: um negócio redondo.

E o outro grande conflito é o GENOCÍDIO NAZISTA-SIONISTA do governo israelense contra o povo palestino. Um genocídio contra o qual nenhuma “democracia burguesa” do planeta faz nada. E não fazem porque o povo palestino é pobre e não há o que extrair dele. Apenas possuem uma grande reserva de gás em sua costa, e é justamente essa que o governo nazista-sionista de Netanyahu quer tomar para si. O assassinato sistemático, dia após dia – seja por bombas, seja pela fome – da população palestina não comove verdadeiramente os cidadãos do restante do mundo. E quando digo comover, não me refiro a fazer uma manifestação de vez em quando, mas a se envolver de fato, a tomar as ruas de todas as grandes cidades do planeta para obrigar seus respectivos governos a intervir e parar com esses massacres humanos. As imagens que os meios de comunicação nos mostram diariamente deveriam ofender profundamente qualquer ser humano com um mínimo de consciência e dignidade. O que acontece na Palestina desde 1948 é um ataque brutal à dignidade de um povo. E a história mostra que isso pode acontecer a qualquer momento e em qualquer lugar, porque não será o povo que decidirá, mas sim o político sem vergonha de plantão ou o exército “salvador da pátria” da vez. Um exemplo é o que está acontecendo nos Estados Unidos, onde o sem vergonha do Trump enviou o exército a Los Angeles para silenciar e reprimir os protestos contra as deportações de trabalhadores estrangeiros – embora as coisas estejam se complicando para ele, já que muitas cidades estão aderindo aos protestos. Mas do que o governo Trump ainda é capaz contra o próprio povo… veremos.

Dias atrás, fiquei chocado ao ver como os meios de comunicação fazem o jogo do Sistema. Explico: estava assistindo ao noticiário e, em certo momento, informam sobre o GENOCÍDIO NAZISTA-SIONISTA do governo Netanyahu e, em seguida, falam sobre a feira de armamentos que acontecia naquele momento em Madri. Alguns representantes dessas indústrias apareceram elogiando as “virtudes” de seus “brinquedinhos” de morte – o que já deveria ser motivo de vergonha na cara –, mas está claro que não têm nenhuma. E ainda por cima, o repórter da emissora de TV disse: “o setor da indústria militar vive um momento doce”. É preciso ter muito pouca consciência para dizer uma frase dessas. Mas, friamente falando, ele estava certo: principalmente com a invasão da Ucrânia, o GENOCÍDIO NAZISTA-SIONISTA contra o povo palestino, e mais de 50 outros conflitos armados no planeta, a indústria da morte está com suas contas bancárias transbordando.

E a cereja do bolo veio com Netanyahu e seu ataque ao Irã – que, como se esperava, buscava a intervenção de seu amigo, o “xerife americano”, agora com outro lunático na presidência. Netanyahu justifica o ataque ao Irã dizendo que é para evitar que desenvolvam a bomba atômica. Ele quer que apenas Israel tenha esse poder na região – o que dá ao governo genocida de Israel carta branca para fazer o que quiser. Veremos as consequências disso.

O que sempre me chamou atenção é a vassalagem da maioria dos Estados e governos perante o Capitalismo e o governo dos Estados Unidos da América. Essa submissão faz com que certos atos não sejam considerados terroristas – desde que você seja amigo do patrão americano. Os Estados Unidos da América são a maior organização criminosa e terrorista do planeta. Prova disso é que, desde a Segunda Guerra Mundial, bombardearam cerca de 30 países, derrubaram governos e assassinaram todos aqueles que se opuseram aos seus interesses. Um exemplo são todas as ditaduras criminosas da América Latina.

Nós, anarquistas, dizemos – como sempre dissemos – NÃO À GUERRA. E ela estará sempre presente, como uma espada de Dâmocles, enquanto existirem o Capitalismo, seus governos, seus exércitos, suas polícias e suas indústrias armamentistas.

A única forma de acabar com toda essa podridão que são o Capitalismo e seus governos fantoches é por meio da consciência dos povos e da realização da REVOLUÇÃO SOCIAL ANARQUISTA, que estabelecerá as bases de uma sociedade cujos pilares serão a LIBERDADE, a SOLIDARIEDADE e o APOIO MÚTUO. Essa Revolução não será um fim em si mesma, mas sim o começo – o ponto de partida para continuamente aperfeiçoar essa nova realidade.

Fonte: revistaorto.net

Tradução > Liberto

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Estrada de pó
A casa pobre
Desabrocha em flores

Camila Jabur

[República Tcheca] Revista Organise 101

_Revista Organise_

_Vários autores_

_Editora: Federação Anarquista_

A Revista Organise é uma das publicações periódicas da Federação Anarquista e está em circulação desde 1984. Ela traz uma visão anarquista precisa sobre questões atuais com o objetivo de estimular o debate sobre ideias que normalmente não são abordadas em jornais de agitação.

Esta edição inclui contribuições de Vero, László Molnárfi, Katja, Juan Tramontina, Calmac, Nadia de NamNam, Lesnes Occupiers, Gaffen, Têkoşîna Anarşîst, Alexis Daloumis, Yavor Tarinski, David Nicholl, Glenn Hustler, Tiny, stasia rice e vários camaradas anônimos.

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128 páginas

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Tradução > Lagarto Azul/acervo trans-anarquista

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Muitos ventos sopram.
Dentro e fora de mim uivam
lobos que não sou.

Urhacy Faustino

[Porto Alegre-RS] 21 e 22 de agosto – Lançamento e discussão do livro “Casa Encantada – Retrato da Luta por Moradia em Belo Horizonte

O Esp(a)ço convida a todys para o lançamento do livro Casa Encantada, Retrato da Luta por Moradia em Belo Horizonte, de Baruq, seguido de debate com participantes da ocupação Kasa Invísível sobre a luta por moradia e espaços ocupados na capital mineira.

Serão dois eventos. No dia 21 de agosto às 19h no Quilombo das Artes (Av. Borges de Medeiros, 719) e no dia 22 de agosto a atividade será no Clube de Cultura (R. Ramiro Barcelos, 1853).

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velho haicai
séculos depois
o mesmo frescor

Alexandre Brito