Sangue nos Campos, Ouro nos Bancos: A Guerra como Negócio do Capital

Enquanto a Ucrânia explode pilares submersos da ponte da Crimeia com 1.100 kg de TNT e a Rússia responde com foguetes em Sumy, matando civis, o verdadeiro motor dessa carnificina não está nos discursos de Zelensky ou Putin, mas nos balanços trimestrais das petroleiras e no complexo industrial-militar. Desde o início da guerra, empresas como a BP lucraram US$ 15,8 bilhões — 158 vezes mais do que investiram em mitigação climática. Os Estados, longe de serem meros atores políticos, são sócios dessas corporações: a Rússia exige “cessar-fogo” apenas para consolidar ganhos territoriais, enquanto a OTAN vende “solidariedade” a Kiev em forma de contratos bilionários de armas. Não sejamos tolos: a guerra não é um conflito entre nações, mas um leasing de sangue assinado por elites.

A ponte da Crimeia, atacada pela terceira vez, é um símbolo perfeito dessa engrenagem. Construída por US$ 3,7 bilhões sob ordens de Putin, sua destruição não fere o Kremlin — que já a reconstruiu duas vezes —, mas alimenta a indústria de “reparos de guerra”, controlada por oligarcas russos e empreiteiras europeias. Cada explosão é um estímulo à economia bélica: os mesmos Estados que condenam a invasão lucram com o gás russo vendido a preços inflacionados e com os drones ucranianos de R$ 3 mil que causam prejuízos de US$ 7 bilhões à Rússia. A contradição é óbvia: o capitalismo não tem pátria, só acionistas.

O memorando russo para cessar-fogo, recentemente divulgado, é uma farsa que revela o jogo. Moscou exige a “neutralidade” da Ucrânia — isto é, sua submissão a um status quo que garanta o fluxo de recursos para as multinacionais. Enquanto isso, a BP anuncia “voluntariado climático” após lucrar com a crise energética, como se fossem filantropos, não pirómanos. Os Estados, sejam “agressores” ou “libertadores”, operam como gerentes desses interesses, na medida em que a guerra é terceirizada aos pobres (ucranianos, russos, africanos famintos por trigo bloqueado), enquanto os dividendos são privatizados.

Recordamos que a posição anarquista não está em escolher um lado nesse jogo de xadrez sangrento, mas em sabotar o tabuleiro! Quando o drone ucraniano mina pilares de concreto, mostra mais eficácia que a ONU — mas ainda age como braço de um Estado capitalista. A verdadeira resistência seria a greve geral dos trabalhadores das petroleiras, o bloqueio aos portos que exportam armas, a recusa coletiva em pagar impostos que financiam tanques, entre tantas outras possibilidades que as conjunturas apresentam. Histórias como a Comuna de Paris ou os conselhos operários na Ucrânia de 1917 lembram que só a ação direta desarma os senhores da guerra.

Enquanto a esquerda institucional pede “paz negociada”, nós, anarquistas, advertimos: toda negociação entre Estados é um acerto de contas entre criminosos. A paz real virá quando os de baixo deixarem de ser carne de canhão e virarem o canhão contra os palácios. Que a próxima explosão seja das bolsas de valores.

Liberto Herrera.

agência de notícias anarquistas-ana

chuva pelo bairro —
luzes da rua telegrafam
papo de fantasmas

Se-Gyn

[Indonésia] Nos ajude a construir um espaço cultural autônomo para trabalhadores do SBPS

O Serikat Buruh Progresif Sejahtera (SBPS) ou Sindicato de Trabalhadores por Prosperidade e Progresso é um dos sindicatos de trabalhadores do setor de equipamentos médicos mais influentes em Klaten, Java Central, Indonésia. Sendo um sindicato emergente, o sucesso inspirador da greve radicalizou o movimento trabalhista na Indonésia. Embora pequeno, tornou-se um modelo a seguir e seus militantes se envolveram em várias organizações trabalhistas em expansão nas fábricas têxteis e de vestuário vizinhas (SBBS e SBGS).
 
Ao mesmo tempo, os movimentos trabalhistas e antiautoritários em geral na Indonésia têm sido ameaçados pelo surgimento de uma ditadura civil-militar que chamamos de Neo-Orba, na qual os militares expandem sua autoridade para além do âmbito da defesa e cada vez mais se envolvem em assuntos escolares, universitários, fabris e agrícolas. Militantes do SBPS também têm sofrido uma vigilância muito rigorosa. Na ação do Dia do Trabalhador de 2025, o governo deteve e prendeu 25 manifestantes, incluindo estudantes e trabalhadores não sindicalizados, devido a confrontos em várias cidades, como Bandung, Jacarta e Semarang. Eles foram rotulados como “anarquistas” pela polícia e pela imprensa, e há vários anos que se verificam repressões e batidas policiais em massa contra o movimento anarquista na Indonésia.
 
Mas isso não enfraqueceu nossa luta. Levando em conta as reflexões acima e a necessidade de arcar com os custos de administração do secretariado, demos um passo adiante ao criar nosso centro social, o Sanggar Budaya Merdeka (Oficina Cultural da Liberdade). Além de ser um espaço para organizar trabalhadores de várias fábricas, também queríamos transformá-lo em uma biblioteca, cozinha comunitária, centro de atividades artísticas e culturais e até mesmo um centro de organização antifascista. Assim, nossas atividades alcançariam mais setores da sociedade local, além de trabalhadores fabris.
 
A Oficina Cultural da Liberdade não está sujeita aos interesses de certos poderes — sejam eles estatais, mercadológicos ou da elite —, mas se baseia nos valores da união, da solidariedade e da autonomia individual e coletiva. A natureza antiautoritária desta oficina rejeita hierarquias opressivas e oferece espaço para que todas as vozes/pessoas, especialmente as marginalizadas, possam se manifestar, ser ouvidas e valorizadas. Mais do que apenas um espaço de leitura e arte, espera-se que a Oficina Cultural da Liberdade seja um laboratório social, um lugar onde a arte, o pensamento e a resistência se encontram.
 
Solidariedade!
 
Sindicato de Trabalhadores por Prosperidade e Progresso (SBPS)/ Oficina Cultural da Liberdade
 
Esta campanha de arrecadação de fundos é apoiada e patrocinada por:
 
Perhimpunan Merdeka, uma federação anarquista da Indonésia, com sede em Yogyakarta
AFFC, um coletivo anarco-feminista com sede em Yogyakarta
Pustaka Catut, uma editora anarquista na Indonésia
 
>> Apoie aquihttps://www.firefund.net/sbps
 
Tradução > acervo trans-anarquista
 
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agência de notícias anarquistas-ana
 
Ramo ressecado,
corvo empoleirado
—anoitece o outono.
 
Bashô

[Chile] Junho mês pela terra, contra o capital, a autoridade e suas prisões.

Todas as terças-feiras às 19h30min. (Novo horário) pontual.

No marco do presente mês, estendemos o convite a um ciclo de atividades que se relacionam estreitamente com os chamados internacionais.

Terça-feira 03: Filme | El guardián de las monarcas.

Terça-feira 10: Atividade no marco do 11 de junho. Solidariedade com os presos anarquistas de longa condenação.

Terça-feira 17: Documentário | Ted Kaczynski.

Terça-feira 24: Tertúlias Literárias | Livro: ¡Que se ilumine la noche! Refractarios hasta las útimas consecuencias. Génesis, desarrollo y auge de la Tendencia Informal Anarquista en México.

Palestra / feira anárquica / comida vegan / coleta para presos

Santa Filomena 132, Bairro Bellavista. Santiago.
Metrô Patronato / Bellas Artes / Baquedano.

ESPAÇO FÉNIX
espaciofenix.noblogs.org | espaciofenix@riseup.net

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agência de notícias anarquistas-ana

Árvore amiga
enfeita meus cabelos
com flores amarelas

Rosalva

[Itália] Em solidariedade com Paolo Todde e os presos de Uta. Um manifesto

SOLIDARIEDADE COM PAOLO TODDE EM GREVE DE FOME E COM OS PRESOS NA PENITENCIÁRIA DE UTA

No dia 25 de abril, alguns presos iniciaram uma greve de fome em revezamento contra as graves condições carcerárias na prisão de Uta, na Sardenha. Paolo Todde, preso desde outubro de 2024 sob acusação de roubo, retomou essa iniciativa em 8 de maio, iniciando sozinho uma greve de fome na mesma prisão.

Superlotação, água imprópria para consumo nas torneiras, celas fechadas por vinte e duas horas por dia, assistência médica inexistente, ausência de espaços para convívio social, restrições no acesso à biblioteca interna.

Os carrascos, os torturadores, os burocratas continuam sempre em ação. A nós cabe a tarefa de nos organizar para lutar contra a prisão e o mundo que ela representa: porque o cárcere é um pilar fundamental da realidade social atual. Um aviso em agitação contra todos aqueles que, em algum momento, podem decidir pôr fim a essa ordem à qual o Estado e o capitalismo querem nos manter prisioneiros. Lutar contra a prisão significa, portanto, combater as “liberdades” artificiais democraticamente concedidas, em nome de uma dignidade e liberdade plenas, por uma vida radicalmente diferente da que vivemos hoje.

DAS PRISÕES ÀS RUAS: GUERRA AOS DONOS DA GUERRA

Fonte: https://ilrovescio.info/2025/06/09/in-solidarieta-con-paolo-todde-e-i-detenuti-di-uta-un-manifesto/

Tradução > Liberto

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agência de notícias anarquistas-ana

finda viagem
meus sonhos rodopiam
pelo seco descampado

Bashô

[EUA] Los Angeles Enfrenta o ICE

Relato em Primeira Mão dos Confrontos de 6 de Junho
 
No dia 3 de junho, uma multidão expulsou agentes federais de Minneapolis após uma batida em uma taqueria. No dia 4, pessoas enfrentaram agentes do Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE) durante operações em Chicago e Grand Rapids. Na sexta-feira, 6 de junho, moradores de Los Angeles reagiram a uma batida do ICE, dando início a um dia inteiro de confrontos que continuam até hoje. No relato em primeira mão a seguir, participantes descrevem como pessoas se uniram para tentar impedir que agentes federais sequestrassem membros de sua comunidade.
 
Tom Homan, o “czar das fronteiras” de Donald Trump, anunciou que enviará a Guarda Nacional para Los Angeles em resposta. Caso a situação se intensifique em outras partes do país, é possível que vejamos o surgimento de um movimento que retome de onde os levantes por George Floyd pararam. Pode-se argumentar que, ao atingir o presidente do capítulo californiano do Sindicato Internacional dos Empregados em Serviços (SEIU) durante seus ataques em Los Angeles, o ICE e as várias agências federais que estão sendo mobilizadas para apoiá-lo correm o risco de conquistar ainda mais inimigos justo no início desse confronto.
 
Embora o governo Trump tenha começado atacando imigrantes—documentados e indocumentados—, esse é apenas o primeiro passo em sua tentativa de estabelecer uma autocracia. Eles estão mirando os imigrantes por considerá-los alvos mais vulneráveis, mas seu objetivo maior é nos acostumar à passividade diante da violência brutal do Estado, rompendo os laços básicos de solidariedade que deveriam unir todos os seres humanos.
 
Deve estar claro para todos—inclusive os centristas mais moderados—que o desfecho desse conflito que está se intensificando agora determinará as perspectivas para todos os demais alvos visados por Trump, de Harvard até aqueles que apenas desejam conseguir pagar pelas compras do mês.
 
>> Para ler o texto na íntegra, clique aqui:
 
https://pt.crimethinc.com/2025/06/08/los-angeles-enfrenta-o-ice-relato-em-primeira-mao-dos-confrontos-de-6-de-junho
 
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agência de notícias anarquistas-ana
 
Noite de silêncio
Uma moça na janela
Contempla a neblina
 
Tânia Souza

[França] Artes, Anarquia, Emancipação: Colóquio em Montreuil

Desde o século XIX, muitos artistas reivindicaram a anarquia. Nesta tradição, estamos oferecendo um simpósio Artes, Anarquia, Emancipação na AERI em 14 de junho de 2025.

Por que um simpósio sobre Artes, Anarquia, Emancipação.

Por várias razões, tanto históricas quanto contemporâneas. Em primeiro lugar, histórico: desde Pierre-Joseph Proudhon e sua definição de anarquia positiva, não a de desordem, mas a de ordem sem poder, os anarquistas sempre foram associados à arte e aos artistas por mais de 150 anos. Mas também por um motivo atual. Para nós, trata-se de reviver essa tradição associando-nos a André Rober, que, por muito tempo na Federação Anarquista, liderou uma reflexão e publicou várias revistas sobre Arte e Anarquia. Esta conferência também destaca o compromisso dos apresentadores da Radio Libertaire que, desde o nascimento de nossa estação de rádio em 1981, carregam a voz de uma arte libertadora. De fato, os anarquistas sempre consideraram, como um palestrante aponta sobre a dança, que a arte, da mesma forma que a luta social e a educação, é um dos caminhos e vozes da emancipação. É por isso que quisemos organizar esta conferência nas instalações da AERI em Montreuil (93) e convidar artistas visuais, artistas performáticos, atores e atrizes da literatura proletária e do cinema anarquista… É claro que, no sentido estrito, nem todos os contribuintes para suas ações se definem como anarquistas. Mas todos eles são amantes da liberdade e, à sua maneira, ativistas pela emancipação.

Vive l’Artnarchie!

Programa

  • 10h café e chá de boas-vindas
  • 10h30 Christiane Carlut: A Comuna de Paris e o luxo comunal
  • 11h15 Nicolas Eprendre: Reclus e pintura
  • 12h Raphaël Romnée: Literatura operária e camponesa
  • 12h45 Intervalo para almoço
  • 14h Fabienne Brugel: Boal e o Teatro do Oprimido
  • 14h45 Isabelle Marinone: Cinema e Anarquismo
  • 15h30 Sandrine Malika Carlos Magno: filme: Ao lado de Armand Gatti
  • 16h15 André Robèr: Poesia visual, uma estética anarquista
  • 17h30 Amande Art: Séverine, jornalista anarquista
  • 18h15 Hélène Hernandez: Nelly Trumel, pintora, feminista e anarquista
  • 19h Priscilla Newell: Dança: Busca pela Liberdade
  • 19h45 Jean Aubel: Jornada de uma cantora libertária
  • 20h30 Sylwia Chrostowska, Joël Gayraud e Guy Girard: Sonho, Revolta, Revolução: Uma Anarqueologia do Surrealismo

Paralelamente, 2 exposições de Arte Amande e exposição surrealista
Com mesa de imprensa Público e Rádio Libertária ao vivo

Nota

Espaço AERI
57 rue Étienne Marcel
Montreuil
Metrô: Croix de Chavaux

agência de notícias anarquistas-ana

Ploc… E Ploc…
O milho aquecido
Vira pipoca

Ze de Bonifácio

Carta de repúdio aos representantes políticos do Estado do Amapá | NÃO AO PETRÓLEO NA FOZ DO AMAZONAS!

Oiapoque/AP, 28 de maio de 2025. 

De Conselho de Caciques dos Povos Indígenas de Oiapoque – CCPIO

CARTA DE REPÚDIO AOS REPRESENTANTES POLÍTICOS DO ESTADO DO AMAPÁ

Pelo desrespeito aos direitos dos Povos Indígenas do Oiapoque e a pressão pela exploração de petróleo na Foz do Amazonas.

Nós, Conselho de Caciques dos Povos Indígenas do Oiapoque (CCPIO), representantes legítimos dos povos originários desta terra, manifestamos nosso veemente REPÚDIO às declarações e ações de toda classe política do Estado do Amapá, que insiste em defender a exploração de petróleo na Foz do Amazonas, ignorando os graves impactos socioambientais e violando os direitos fundamentais dos povos indígenas.

Violação do Direito à Autodeterminação e Consulta Prévia:

O desrespeito a Convenção 169 da OIT e a Constituição Federal de 1988, que garantem aos povos indígenas o direito à consulta prévia, livre, informada e de boa-fé sobre projetos que afetam nossos territórios e modos de vida. A exploração de petróleo na Foz do Amazonas ameaça diretamente nossa sobrevivência cultural e física, além de colocar em risco um dos biomas mais sensíveis do planeta.

Ameaça Socioambiental Irreversível:

A perfuração de petróleo na região trará poluição, destruição de ecossistemas e impactos irreparáveis à biodiversidade, afetando nossa pesca, agricultura e fontes de água. Não aceitamos que interesses econômicos se sobreponham à vida de nossos parentes e ao futuro das próximas gerações. A perfuração de petróleo na região trará poluição, destruição de ecossistemas e impactos irreparáveis à biodiversidade, afetando nossa pesca, agricultura e fontes de água. Não aceitamos que interesses econômicos se sobreponham à vida de nossos parentes e ao futuro das próximas gerações. 

PL da Devastação (No2159/2021) e Senador Davi Alcolumbre

Repudiamos à postura do Senador Davi Alcolumbre, que vem atuando de forma irresponsável e desrespeitosa ao garantir que Leis que facilitem a devastação do meio ambiente seja aprovada. A atuação do senador demonstra uma trajetória política marcada pelo desprezo às garantias ambientais e aos direitos dos povos originários. Sua militância contra o licenciamento ambiental e sua tentativa de acelerar, a qualquer custo, a liberação para a exploração petrolífera na região costeira amazônica mostram que ele opta por defender interesses econômicos imediatistas, mesmo que isso signifique colocar em risco a vida de comunidades inteiras.

Para nós, essa postura é inadmissível. O petróleo não pode valer mais do que nossas vidas, nossas águas, nossos modos de existência. O senador Davi Alcolumbre, que deveria proteger sua gente e sua terra, atua como instrumento de destruição, empurrando a Amazônia para um caminho de contaminação, conflitos e perda irreparável.

Disseminação de ódio e desinformação:

Repudiamos a classe política, incluso Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Davi Alcolumbre, Randolfe Rodrigues, Lucas Barreto, Deputado Inácio, Governador Clécio Luis, Vice-governador Teles Junior, Prefeito Breno Almeida, Câmara de Vereadores do Oiapoque e todos os demais que disseminam, sem pudor, desinformações a população do Estado do Amapá sobre a exploração de petróleo, a criação da Reserva Extrativista Marinha e perseguição e ameaça a vidas das lideranças que se colocam contra esses projetos que violam nossos direitos.

NÃO AO PETRÓLEO NA FOZ DO AMAZONAS!

Repudiamos qualquer tentativa de silenciar nossa voz. Exigimos que o Governo Brasileiro suspenda imediatamente qualquer projeto de exploração na região e que o Congresso Nacional respeite nossa autonomia e nossos direitos constitucionais. Não seremos sacrificados em nome do lucro de poucos!
Convocamos todas as organizações indígenas, entidades de direitos humanos e a sociedade brasileira a se somarem a esta luta.
 
PELA VIDA DOS POVOS INDÍGENAS E PELA PROTEÇÃO DA AMAZÔNIA!

Assina, 

Conselho de Caciques dos Povos Indígenas de Oiapoque – CCPIO

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agência de notícias anarquistas-ana

folhas voando —
minha avó sempre fazia
previsões de chuvas

Rosa Clement

[Itália] Cartaz para Paolo Todde

Paolo livre | Solidariedade com Paolo em greve de fome

O companheiro sardo Paolo Todde, golpeado pela repressão no início dos anos 2000 pela operação contra o espaço Fraria de Cagliari, atualmente em prisão preventiva desde 23 de outubro de 2024 acusado de assalto, iniciou em 8 de maio uma greve de fome. Paolo compartilha conosco o sonho de mil coisas como uma Sardenha livre ou o ódio pelos cárceres e a sociedade que os produz, e não foi indiferente frente às contínuas violências e vexames das forças de ocupação colonial. Para o Estado dobrá-lo ou eliminá-lo serve de aviso para quem combate contra o sistema e para todos os presos que se rebelam frente à prisão. Por isso Paolo foi submetido a contínuas provocações por parte dos carcereiros. Esta vida é insuportável para qualquer ser humano e o é ainda mais para quem nunca abaixou a cabeça e sempre lutou em solidariedade com os inimigos do sistema. Paolo, como outros companheiros, decidiu usar sua vida como barricada, arriscando sua própria vida, iniciando uma luta imensa.

Sua luta só poderá conquistar resultados se nós formos capazes de levar a cabo com a mesma determinação uma mobilização de solidariedade revolucionária e internacional.

Não deixemos Paolo só nesta luta.

Fonte: https://ilrovescio.info/2025/06/06/manifesti-per-paolo-todde/

Tradução > Sol de Abril

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no sino do templo
dorme
uma borboleta

Buson

[Porto Alegre-RS] Breve momento de caos entre maio e junho. Companheiro Mauricio Morales presente.

Finalizando maio e iniciando junho não podíamos deixar de interromper ainda que brevemente a normalidade da cidadania conformada e cúmplice de todas as formas de devastação e opressão. Um pneu descartado, e materiais inflamáveis serviram para isso, a poucas quadras da Praça Matriz.

Esse breve momento de caos e fogo, é pelo Punki Mauri, anarquista morto em combate. E pelo não esquecimento das Jornadas de Junho de 2013, a fortaleza das ruas contra o estado. Contra o apaziguamento que a esquerda pretende, sabemos que apenas a violência de baixo é o que muda a violência de cima. 


Panfleto espalhado na ação:

Um pouco de beleza

Precisamos não morrer apaziguados, precisamos da beleza da insubmissão. Pelos milhares de pessoas assassinadas pelas forças da ordem, pelos milhões de cidadãos apoiadores do genocídio da população pobre e preta, precisamos da violência de abaixo contra os de cima. O vandalismo e a confrontação são as únicas propostas contra a dominação e seus senhores.

A 16 anos da morte em combate do Punki Mauri.
A 10 anos do ecocídio provocado pela Vale.
Para revidar, nos sobram os motivos!  Viva A Anarquia!

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agência de notícias anarquistas-ana

Na despedida
as costas! Solitário
vento de outono.

Bashô

[Polônia] Apoiamos os grevistas da Jeremias

Os trabalhadores da fábrica Jeremias de Gniezno (centro-oeste da Polônia) estão a mais de uma semana em greve. Jeremias é uma empresa alemã que fabrica chaminés e condutores de fumaça.

Os 80% dos trabalhadores de produção desta planta, que emprega 300 pessoas no total, estão em greve. O conflito começou faz mais de 8 meses, e os representantes da OZZ-IP (Iniciativa dos Trabalhadores, organização anarcossindicalista) puderam passar por todas as etapas do direito de greve polaco (negociações com o empresário e constatação de um ponto morto, decisão posterior do sindicato de convocar uma greve, organização de um referendo, votação por maioria e quórum de mais de 50% dos trabalhadores afetados, etc.), pelo que a greve é legal.

A vida cotidiana dos trabalhadores era difícil e perigosa, já que manipulavam peças de metais pesados e produtos químicos nocivos. O conflito é por melhores condições de trabalho (descansos mais longos) e melhores salários (um aumento de 190 euros, um cálculo mais justo dos prêmios e o pagamento mensal das horas extraordinárias). A greve é uma ação importante na Polônia, onde as condições de trabalho são difíceis, os salários são baixos e o direito de greve é extremamente complicado.

O empresário atuou várias vezes contra eles durante esses cinco dias, no primeiro dia despedindo o delegado da OZZ-IP que havia sido readmitido por ordem judicial, e conseguindo isolar os grevistas em um armazém sem acesso à água. Para aumentar a pressão sobre os grevistas, contratou o escritório de advocacia US Littler para impugnar a legalidade da greve. Em resposta, OZZ-IP organizou manifestações, concentrações e piquetes em frente à fábrica.

Link ao fundo de greve on-line: http://www.zrzutka.pl/m2xrgk

Fonte: https://www.ozzip.pl/informacje/wielkopolskie/item/3100-strajk-jeremias

Tradução > Sol de Abril

agência de notícias anarquistas-ana

vela branca
o vento leva
leve a lembrança

Alexandre Brito

[EUA] Protestos eclodem em Los Angeles contra operações anti-imigração do governo Trump

Donald Trump autorizou, neste domingo (08/06), o envio de 2.000 soldados da Guarda Nacional para Los Angeles para ajudar a conter as manifestações de milhares de pessoas que foram às ruas para impedir as operações anti-imigração na cidade. Esse contexto se instaurou desde sábado (07/06), quando uma operação do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE) iniciou a detenção de migrantes na cidade de Paramount. A partir de então, protestos eclodiram em diferentes partes desta grande cidade com forte presença latina.

De sábado para domingo, as ações dos manifestantes se intensificaram, erguendo slogans contra o ICE e a Guarda Nacional por meio de faixas, queimando veículos da polícia e das forças armadas, bloqueando rodovias, fazendo barricadas e realizando manifestações.

Alguns manifestantes bloquearam as instalações do ICE próximas à Rodovia 101, impedindo que veículos saíssem daquele local para transportar os detidos, incluindo trabalhadores de vários setores.

O FBI (Federal Bureau of Investigation) e a DEA (Departamento de Repressão às Drogas) também participaram das operações. A essas agências se juntaram contingentes da 79ª Brigada de Infantaria, já presente na região metropolitana de Los Angeles. A decisão foi tomada pelo presidente Trump.

Essa mobilização ocorre logo após as ações dos agentes do ICE terem levado à eclosão de protestos em massa, aos quais Trump se referiu em suas mídias sociais como ações de “imigrantes indocumentados e criminosos”. No entanto, a participação de pessoas de diferentes nacionalidades pode ser percebida nas ruas.

O secretário de Defesa, Pete Hegseth, também disse que os fuzileiros navais da ativa em Camp Pendleton estão em “alerta máximo” e que ele os usará contra os manifestantes se as manifestações continuarem.

Enquanto isso, grupos e coletivos antifascistas em Los Angeles anunciaram que estão preparando mais ações de sabotagem durante a noite, alertando as agências de segurança pública, o que levou a Secretária de Segurança Interna dos EUA (DHS), Kristi Noem, a declarar: “Não permitiremos uma repetição de 2020”, em referência aos protestos que eclodiram em Minneapolis no verão daquele ano, desencadeados pelo assassinato de George Floyd e pelo movimento Black Lives Matter.

Trump, na tentativa de justificar a repressão, anunciou que “multidões violentas e insurrecionais estão atacando” agentes federais, para o que invocou a Lei da Insurreição de 1807. Manifestantes têm se mostrado ativos nas redes sociais, clamando por solidariedade em Los Angeles, no restante dos Estados Unidos e no exterior. O aumento de manifestantes não promete uma trégua, enquanto relatos da mídia local indicam que a situação pode se agravar.

Embora Trump, como na maioria de suas decisões desesperadas, peça à polícia que reprima as grandes manifestações, ele ordenou que seu gabinete tome “todas as medidas necessárias” em resposta ao que ele chamou de “invasão de imigrantes” em Los Angeles. “A partir de agora, não será permitido o uso de máscaras em protestos. O que essas pessoas têm a esconder?”, escreveu Trump nas redes sociais.

agência de notícias anarquistas-ana

Frases compostas
no sol que passeia
sob minha caneta.

Jocelyne Villeneuve

[Hungria] Maja está em greve de fome!

Maja entrou em greve de fome hoje, 5 de junho de 2025 [já está no quarto dia de greve de fome]. Maja está em prisão preventiva há onze meses: isolada, privada de seus direitos e mantida em condições análogas à tortura. Nada mudou em sua situação durante esse tempo. Agora, Maja está dando o passo extremo: uma greve de fome.
 
O motivo é o novo adiamento da decisão sobre a conversão de sua prisão preventiva em prisão domiciliar. Em vez de agir imediatamente, o tribunal em Budapeste, Hungria, adiou a decisão para 20 de junho. Maja não está mais disposta a suportar essa situação intolerável e a esperar por decisões de um judiciário que tem violado sistematicamente seus direitos ao longo dos últimos meses.
 
Exijo ser transferida de volta para a Alemanha, poder retornar à minha família e participar do processo na Hungria a partir de casa.”
 
Aja e apoie as reivindicações de Maja!
Estamos em solidariedade com Maja!
Liberdade para Maja! 

 Declaração de greve de fome de Maja
 
Meu nome é Maja. Há quase um ano, fui extraditada ilegalmente para a Hungria. Desde então, estou mantida aqui em confinamento solitário prolongado e desumano. Ontem, 4 de junho de 2025, deveria ser tomada uma decisão sobre meu pedido de transferência para prisão domiciliar. Essa decisão foi adiada. Os pedidos anteriores foram rejeitados. Não estou mais disposta a suportar essa situação intolerável e a aguardar decisões de um sistema judiciário que tem sistematicamente violado meus direitos nos últimos meses. Por isso, começo hoje, 5 de junho de 2025, uma greve de fome. Exijo ser transferida de volta para a Alemanha, poder retornar à minha família e participar do julgamento na Hungria a partir de casa.
 
Não suporto mais as condições prisionais na Hungria. Minha cela foi vigiada por vídeo 24 horas por dia, durante mais de três meses. Fui obrigada a usar algemas fora da cela em todos os momentos por mais de sete meses, às vezes até dentro da cela, fosse para fazer compras, chamadas por Skype ou durante visitas.
 
Os guardas inspecionam minha cela a cada hora, inclusive à noite, sempre acendendo as luzes. Tenho que passar por revistas íntimas em que sou obrigada a me despir completamente. As visitas ocorrem em salas separadas, onde fico dividida por um vidro de minha família, advogados e representantes oficiais. Durante as inspeções, os guardas deixam minha cela completamente revirada. As condições estruturais me impedem de ter acesso adequado à luz do dia. O pátio minúsculo é de concreto e coberto por uma grade. A temperatura da água do chuveiro não pode ser regulada. Minha cela está constantemente infestada por percevejos e baratas. Não há fornecimento adequado de alimentos equilibrados e frescos.
 
Além disso, estou em confinamento solitário prolongado. Fiquei quase seis meses sem contato com qualquer outra pessoa detida. Até hoje, vejo ou ouço outras pessoas por menos de uma hora por dia. Essa privação permanente de contato humano é intencional e visa causar danos psicológicos e físicos. Por isso, as Regras Penitenciárias Europeias do Conselho da Europa preveem “ao menos duas horas de contato humano significativo por dia”. Por isso, o “confinamento solitário prolongado”, manter uma pessoa presa por ao menos 22 horas diárias durante mais de 15 dias, é considerado tratamento desumano ou tortura segundo as Regras Nelson Mandela das Nações Unidas. Aqui na Hungria, estou enterrada viva em uma cela, e a prisão preventiva pode durar até três anos.
 
Nunca deveria ter sido extraditada para a Hungria por esses motivos. O Tribunal de Apelação de Berlim e a comissão especial LINX da Polícia Criminal do Estado da Saxônia planejaram e executaram a extradição, deliberadamente ignorando meus advogados e o Tribunal Constitucional Federal. Em 28 de junho de 2024, poucas horas após minha extradição, o Tribunal Constitucional decidiu que eu não poderia ser extraditada naquele momento. Em 6 de fevereiro de 2025, declarou que minha extradição foi ilegal. Desde então, nenhuma das pessoas responsáveis foi responsabilizada. Até agora, não houve justiça para mim.
 
Com minha greve de fome, também quero chamar atenção para o fato de que nenhuma outra pessoa deve ser extraditada para a Hungria. Zaid, de Nuremberg, atualmente sob ameaça iminente de extradição para a Hungria, precisa particularmente dessa atenção. Declaro minha solidariedade com todas as pessoas antifascistas perseguidas no caso de Budapeste.
 
Fonte: https://abcdd.org/en/2025/06/05/maja-is-on-hunger-strike/  
 
Tradução > Contrafatual
 
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https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2025/03/10/hungria-intimidacao-neonazista-na-segunda-audiencia-contra-maja-t-em-budapeste/  
 
agência de notícias anarquistas-ana
 
Está chovendo? Não
bichos-da-seda comendo
as folhas, tão ávidos.
 
Masuda Goga

[Espanha] Radio Alegría Libertaria: Luis Marín. Flamenco anarquista.

Neste programa número 250 de La Alegre Corchea Libertaria, lhes trazemos o cantor e lutador revolucionário rondenho Luis Marín, e seu segundo disco: “El Anarquismo Andaluz” (1977).

Luis Marín nasce na localidade malaguenha de Ronda no ano de 1948. Ele mesmo conta que “comecei a cantar desde pequeno, eu creio que um pouco influenciado pelo ambiente familiar e da terra; já sabes que na Andaluzia existe a níveis populares como uma espécie de facilidade para a música e o ritmo”.

Quando completa dezesseis anos, sua família emigra a Madrid para tentar melhorar sua situação econômica, e se sedia no bairro de Vallecas, no Pozo del Tío Raimundo para ser mais exato.

Estuda na escola San Raimundo de Peñafort, onde conhece o Padre Llanos. Este, ao saber que devido a seu status social não ia poder cursar mais estudos que esses, lhe proporcionam residência nos Jesuítas na Plaza Castilla. Uma vez instalado aí combina trabalho em Conservas El Triunfo e os estudos em direito e de medicina, que cursa ao mesmo tempo.

Em uma entrevista realizada por Francisco López Barrios para a revista Triunfo, em um artigo intitulado “Luis Marín: El anarquista andaluz“, conta que em Vallecas “Os problemas de desenvolvimento, os problemas de adaptação, o ver uma realidade urbana e proletária tão absolutamente dramática aceleraram minha tomada de consciência. Cantar se converteu em algo cheio de conteúdo, algo que me podia servir como ferramenta ou como veículo de expressão de todos estes problemas que eu via a meu redor”. Filia-se à Organização Revolucionária de Trabalhadores (ORT) e atua ali onde se o solicitam, em quantos atos de protesto foram necessários.

Musicalmente pertenceu ao que poderia qualificar-se como o flamenco crítico e reivindicativo. Durante sua curta trajetória como criador gravou dois discos que não deveriam perder-se no esquecimento, posto que são duas interessantíssimas crônicas cantadas de nossa história mais recente, e, em particular, da história de Andaluzia.

“Por fim, pude gravar meu primeiro disco “Cantata de Andaluzia”, em 1976, ainda que apenas tive repercussão porque o proibiram no rádio, etcétera”.

A “Cantata de Andalucía” de Luis Marín foi publicada no selo “Gong”, de Movieplay, produzida por Gonzalo García Pelayo. Dita cantata foi escrita por Andrés Sorel – que também participou nas partes narrativas do disco– e conta com as colaborações de Andrés Sorel nos textos e recitados, de Perico o do Lunar. Inclui versos de Rafael Alberti, Miguel Hernández, Carlos Álvarez ou Bertolt Brecht. Por sua parte Luis lhe pôs música, interpretando-a acompanhado na guitarra por Perico o do Lunar.

Em 1977 Luis gravou seu segundo LP muito na linha do anterior. Foi a obra intitulada: “El anarquismo andaluz“, produzido, novamente, por Gonzalo García-Pelayo e publicada também por Movieplay, fazendo parte de uma histórica coleção discográfica chamada genericamente “Nuestra Palabra“.

Sua ideia inicial era fazer um álbum conceitual sobre a história do anarquismo andaluz, mas, pela duração do LP, foi inviável. Mais tarde contacta com Antonio María Calero, professor de história contemporânea na Universidade Autônoma de Madrid, para explicar-lhe suas intenções, e assim lhe pudesse orientar sobre as circunstâncias gerais do anarquismo andaluz, fazendo especial ênfase nos episódios mais importantes. O resultado final é um álbum com uma parte cantada, e outra puramente narrativa, respaldada por um ambiente musical criado por Carlos Cárcamo (Granada). Os leitores dos textos foram Elvira Menéndez, Juan Ramón Pérez, Primitivo Rojas e José María Alvarado.

Em 1978 Luis falece ao ser atropelado quando regressava à casa de noite. Ainda que sua morte sempre estivesse rodeada de estranhas circunstâncias. Como comenta no blog Barrio de la Trinia uma pessoa com quem estudo, “naquela ocasião e ainda hoje pensamos que não foi um atropelamento e sim algo pior. (Se comentava que poderia ter sido com um taco de beisebol ou algo parecido)”.

Na web da ORT contam também que Luis Marín, na idade de 29 anos, quando estava conseguindo estabilizar sua vida em Madrid, certa noite, na saída do cinema em companhia de sua namorada, em pleno Paseo de la Castellana, morreu atropelado, segundo dizem as crônicas, por um carro lançado a grande velocidade. A imprensa da época foi pouco explícita no modo da morte de Luis. Nunca se soube se foi um acidente ou um assassinato político. Não houve detidos nem culpados. Tampouco se conheceram outros detalhes de sua morte, que só circularam pelos ambientes íntimos do artista rondenho.

O cadáver foi exposto no Hospital de San Carlos e foi impressionante a quantidade de público que foi para se despedir, sobretudo moradores do Pozo de Tío Raimundo e Vallecas, assim como cantores, músicos, artistas, e militantes da ORT.

Vamos passar a escutar seu segundo disco, “El Anarquismo Andaluz” (1977). Os leitores dos textos foram Elvira Menéndez, Juan Ramón Pérez, Primitivo Rojas e José María Alvarado. Estes são os temas que o compõem:

01.- El pájaro herido (tientos)
02.- Somos el futuro (zambra)
03.- Por luchar por la verdad (fandangos)
04.- Si no hay un pueblo detrás (martinete)
05.- Soy viento de libertad (peteneras)
06.- En un mar revuelto (tangos)
07.- Los Hijos de Los Mineros (Taranta)
08.- Que tu clase no es la mía (Fandangos de Sta. Bárbara)
09.- Desde los tiempos de Adán (garrotín)

>> Escute o programa aqui:

https://alegrialibertaria.org/wp/luis-marin-flamenco-anarquista/

Tradução > Sol de Abril

agência de notícias anarquistas-ana

Tarde de sol,
o armador da rede
range devagar.

Luiz Bacellar

Lançamento dos zines: Expondo Fascistas & Notas Sobre Autodefesa Antifascista

Saludos amigues, sou p1x0, tradutor e anarquiste de vila, interessado na superação do Estado das coisas como estão. Estou lançando meus primeiros zines, textos que entendo que vem pra fortalecer nossos movimentos.
 
EXPONDO FASCISTAS: Um Guia de Boas Práticas“, serve como uma breve introdução ao tema do monitoramento de indivíduos e organizações fascistas, sejam em espaços digitais ou analógicos; (12 páginas, 08 R$)
 
NOTAS SOBRE TREINAMENTO EM AUTODEFESA ANTIFASCISTA“, traz em forma de lista, os ensinamentos da antifa russa, que durante os 2010 combateu e venceu a extrema direita local; (20 páginas, 12 R$)
 
Para encomendar seu exemplar, você pode me contatar por qualquer uma das redes sociais abaixo, ou pelo e-mail: librosparaninxslibres@riseup.net
 
https://ayom.media/@kaiju_haiku
https://bsky.app/profile/p1x0.bsky.social
https://www.instagram.com/p1x0_pelotas
 
Um pouco mais sobre mim: Há mais de três anos contribuo pra diversos sites de contrainformação e de viés libertário, além de manter meu blog pessoal (https://hiperobjeto.noblogs.org/) com foco em guias e manuais práticos de autodefesa comunitária, cultura de segurança e afins.
 
agência de notícias anarquistas-ana
 
As folhas secas
caem com a ventania
sobre o riacho
 
Antonio Malta Mitori

Cineclube da UAF-FACA em Cachoeiro de Itapemirim-ES!

No dia 11 de junho de 2025, às 20h, a União Anarquista Federalista (UAF) e a Federação Anarquista Capixaba (FACA) promovem mais uma edição do Cineclube Anarquista, desta vez com a exibição do filme Nós que aqui estamos por vós esperamos, no município de Cachoeiro de Itapemirim-ES.

A sessão é aberta ao público e tem como objetivo fomentar a reflexão crítica sobre o tempo, a memória e os sujeitos invisibilizados pela lógica destrutiva do capital e da história oficial. A escolha do filme não é por acaso: trata-se de um mergulho poético e político nas engrenagens que moem vidas em nome do progresso e do esquecimento.

Mais do que um simples encontro cultural, o cineclube é uma trincheira. Um espaço para o pensamento insurgente, para o diálogo entre companheiras e companheiros dispostos a romper com a normalidade imposta. Diante de um mundo que insiste em nos silenciar, ocupar a arte e o cinema com nossas perguntas é também uma forma de resistência.

Convidamos todas, todos e todes a se inscreverem pelo e-mail fedca@riseup.net e somarem-se a essa construção coletiva que afirma: existimos, lembramos e lutamos.

União Anarquista Federalista (UAF)

Federação Anarquista Capixaba (FACA)

uafbr.noblogs.org

agência de notícias anarquistas-ana

dois amigos na janela
a lua
encontra o pinheiro

Ricardo Portugal

[Chile] Rede Radial 11 de Junho | Dia Internacional em Solidariedade com Marius Manson e os Presos Anarquistas de Longa Duração.

No próximo 11 de junho as rádios livres e anarquistas de todos os territórios se enlaçam na Rede Radial 11 de Junho, no contexto do Dia em Solidariedade com os Presos Anarquistas de Longa Duração, instância gerada para solidarizar com o companheiro anarquista Marius Manson e todos os companheiros sequestrados nas prisões.

Marius Manson companheiro anarquista trans masculino, encarcerado e condenado a 22 anos de prisão por ações contra a propriedade da Frente de Liberação da Terra, também teve que enfrentar os ataques transodiantes da institucionalidade yankee que violou constantemente sua identidade de gênero.

Ante sua situação e a de todos os nossos companheiros presos, esta rede busca visibilizar e atualizar a informação sobre eles, liberando suas vozes, compartilhando experiências sobre o isolamento, a agudização do controle e a vigilância e como nos enfrentamos aos diversos alcances do castigo do poder na sociedade carcerária.

ESCUTA NO PRÓXIMO 11 DE JUNHO EM QUALQUER DAS RÁDIOS ENLAÇADAS (LOGO MAIS INFORMAÇÃO).

Acompanhemos os meninos que estão presos, não os deixemos sós, mas para isso, temos que tomar uma decisão. Somos ou não somos?” Luisa Toledo Sepúlveda.

Tradução > Sol de Abril

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agência de notícias anarquistas-ana
 
a luz do poente
escala a alta montanha;
no cume será a noite.

Alaor Chaves