[Porto Alegre-RS] Breve momento de caos entre maio e junho. Companheiro Mauricio Morales presente.

Finalizando maio e iniciando junho não podíamos deixar de interromper ainda que brevemente a normalidade da cidadania conformada e cúmplice de todas as formas de devastação e opressão. Um pneu descartado, e materiais inflamáveis serviram para isso, a poucas quadras da Praça Matriz.

Esse breve momento de caos e fogo, é pelo Punki Mauri, anarquista morto em combate. E pelo não esquecimento das Jornadas de Junho de 2013, a fortaleza das ruas contra o estado. Contra o apaziguamento que a esquerda pretende, sabemos que apenas a violência de baixo é o que muda a violência de cima. 


Panfleto espalhado na ação:

Um pouco de beleza

Precisamos não morrer apaziguados, precisamos da beleza da insubmissão. Pelos milhares de pessoas assassinadas pelas forças da ordem, pelos milhões de cidadãos apoiadores do genocídio da população pobre e preta, precisamos da violência de abaixo contra os de cima. O vandalismo e a confrontação são as únicas propostas contra a dominação e seus senhores.

A 16 anos da morte em combate do Punki Mauri.
A 10 anos do ecocídio provocado pela Vale.
Para revidar, nos sobram os motivos!  Viva A Anarquia!

Conteúdo relacionado:

https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2025/06/06/chile-reivindicacao-de-acao-realizada-em-juan-gomez-milla-nunoa-santiago-maio-negro-2025/

agência de notícias anarquistas-ana

Na despedida
as costas! Solitário
vento de outono.

Bashô

[Polônia] Apoiamos os grevistas da Jeremias

Os trabalhadores da fábrica Jeremias de Gniezno (centro-oeste da Polônia) estão a mais de uma semana em greve. Jeremias é uma empresa alemã que fabrica chaminés e condutores de fumaça.

Os 80% dos trabalhadores de produção desta planta, que emprega 300 pessoas no total, estão em greve. O conflito começou faz mais de 8 meses, e os representantes da OZZ-IP (Iniciativa dos Trabalhadores, organização anarcossindicalista) puderam passar por todas as etapas do direito de greve polaco (negociações com o empresário e constatação de um ponto morto, decisão posterior do sindicato de convocar uma greve, organização de um referendo, votação por maioria e quórum de mais de 50% dos trabalhadores afetados, etc.), pelo que a greve é legal.

A vida cotidiana dos trabalhadores era difícil e perigosa, já que manipulavam peças de metais pesados e produtos químicos nocivos. O conflito é por melhores condições de trabalho (descansos mais longos) e melhores salários (um aumento de 190 euros, um cálculo mais justo dos prêmios e o pagamento mensal das horas extraordinárias). A greve é uma ação importante na Polônia, onde as condições de trabalho são difíceis, os salários são baixos e o direito de greve é extremamente complicado.

O empresário atuou várias vezes contra eles durante esses cinco dias, no primeiro dia despedindo o delegado da OZZ-IP que havia sido readmitido por ordem judicial, e conseguindo isolar os grevistas em um armazém sem acesso à água. Para aumentar a pressão sobre os grevistas, contratou o escritório de advocacia US Littler para impugnar a legalidade da greve. Em resposta, OZZ-IP organizou manifestações, concentrações e piquetes em frente à fábrica.

Link ao fundo de greve on-line: http://www.zrzutka.pl/m2xrgk

Fonte: https://www.ozzip.pl/informacje/wielkopolskie/item/3100-strajk-jeremias

Tradução > Sol de Abril

agência de notícias anarquistas-ana

vela branca
o vento leva
leve a lembrança

Alexandre Brito

[EUA] Protestos eclodem em Los Angeles contra operações anti-imigração do governo Trump

Donald Trump autorizou, neste domingo (08/06), o envio de 2.000 soldados da Guarda Nacional para Los Angeles para ajudar a conter as manifestações de milhares de pessoas que foram às ruas para impedir as operações anti-imigração na cidade. Esse contexto se instaurou desde sábado (07/06), quando uma operação do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE) iniciou a detenção de migrantes na cidade de Paramount. A partir de então, protestos eclodiram em diferentes partes desta grande cidade com forte presença latina.

De sábado para domingo, as ações dos manifestantes se intensificaram, erguendo slogans contra o ICE e a Guarda Nacional por meio de faixas, queimando veículos da polícia e das forças armadas, bloqueando rodovias, fazendo barricadas e realizando manifestações.

Alguns manifestantes bloquearam as instalações do ICE próximas à Rodovia 101, impedindo que veículos saíssem daquele local para transportar os detidos, incluindo trabalhadores de vários setores.

O FBI (Federal Bureau of Investigation) e a DEA (Departamento de Repressão às Drogas) também participaram das operações. A essas agências se juntaram contingentes da 79ª Brigada de Infantaria, já presente na região metropolitana de Los Angeles. A decisão foi tomada pelo presidente Trump.

Essa mobilização ocorre logo após as ações dos agentes do ICE terem levado à eclosão de protestos em massa, aos quais Trump se referiu em suas mídias sociais como ações de “imigrantes indocumentados e criminosos”. No entanto, a participação de pessoas de diferentes nacionalidades pode ser percebida nas ruas.

O secretário de Defesa, Pete Hegseth, também disse que os fuzileiros navais da ativa em Camp Pendleton estão em “alerta máximo” e que ele os usará contra os manifestantes se as manifestações continuarem.

Enquanto isso, grupos e coletivos antifascistas em Los Angeles anunciaram que estão preparando mais ações de sabotagem durante a noite, alertando as agências de segurança pública, o que levou a Secretária de Segurança Interna dos EUA (DHS), Kristi Noem, a declarar: “Não permitiremos uma repetição de 2020”, em referência aos protestos que eclodiram em Minneapolis no verão daquele ano, desencadeados pelo assassinato de George Floyd e pelo movimento Black Lives Matter.

Trump, na tentativa de justificar a repressão, anunciou que “multidões violentas e insurrecionais estão atacando” agentes federais, para o que invocou a Lei da Insurreição de 1807. Manifestantes têm se mostrado ativos nas redes sociais, clamando por solidariedade em Los Angeles, no restante dos Estados Unidos e no exterior. O aumento de manifestantes não promete uma trégua, enquanto relatos da mídia local indicam que a situação pode se agravar.

Embora Trump, como na maioria de suas decisões desesperadas, peça à polícia que reprima as grandes manifestações, ele ordenou que seu gabinete tome “todas as medidas necessárias” em resposta ao que ele chamou de “invasão de imigrantes” em Los Angeles. “A partir de agora, não será permitido o uso de máscaras em protestos. O que essas pessoas têm a esconder?”, escreveu Trump nas redes sociais.

agência de notícias anarquistas-ana

Frases compostas
no sol que passeia
sob minha caneta.

Jocelyne Villeneuve

[Hungria] Maja está em greve de fome!

Maja entrou em greve de fome hoje, 5 de junho de 2025 [já está no quarto dia de greve de fome]. Maja está em prisão preventiva há onze meses: isolada, privada de seus direitos e mantida em condições análogas à tortura. Nada mudou em sua situação durante esse tempo. Agora, Maja está dando o passo extremo: uma greve de fome.
 
O motivo é o novo adiamento da decisão sobre a conversão de sua prisão preventiva em prisão domiciliar. Em vez de agir imediatamente, o tribunal em Budapeste, Hungria, adiou a decisão para 20 de junho. Maja não está mais disposta a suportar essa situação intolerável e a esperar por decisões de um judiciário que tem violado sistematicamente seus direitos ao longo dos últimos meses.
 
Exijo ser transferida de volta para a Alemanha, poder retornar à minha família e participar do processo na Hungria a partir de casa.”
 
Aja e apoie as reivindicações de Maja!
Estamos em solidariedade com Maja!
Liberdade para Maja! 

 Declaração de greve de fome de Maja
 
Meu nome é Maja. Há quase um ano, fui extraditada ilegalmente para a Hungria. Desde então, estou mantida aqui em confinamento solitário prolongado e desumano. Ontem, 4 de junho de 2025, deveria ser tomada uma decisão sobre meu pedido de transferência para prisão domiciliar. Essa decisão foi adiada. Os pedidos anteriores foram rejeitados. Não estou mais disposta a suportar essa situação intolerável e a aguardar decisões de um sistema judiciário que tem sistematicamente violado meus direitos nos últimos meses. Por isso, começo hoje, 5 de junho de 2025, uma greve de fome. Exijo ser transferida de volta para a Alemanha, poder retornar à minha família e participar do julgamento na Hungria a partir de casa.
 
Não suporto mais as condições prisionais na Hungria. Minha cela foi vigiada por vídeo 24 horas por dia, durante mais de três meses. Fui obrigada a usar algemas fora da cela em todos os momentos por mais de sete meses, às vezes até dentro da cela, fosse para fazer compras, chamadas por Skype ou durante visitas.
 
Os guardas inspecionam minha cela a cada hora, inclusive à noite, sempre acendendo as luzes. Tenho que passar por revistas íntimas em que sou obrigada a me despir completamente. As visitas ocorrem em salas separadas, onde fico dividida por um vidro de minha família, advogados e representantes oficiais. Durante as inspeções, os guardas deixam minha cela completamente revirada. As condições estruturais me impedem de ter acesso adequado à luz do dia. O pátio minúsculo é de concreto e coberto por uma grade. A temperatura da água do chuveiro não pode ser regulada. Minha cela está constantemente infestada por percevejos e baratas. Não há fornecimento adequado de alimentos equilibrados e frescos.
 
Além disso, estou em confinamento solitário prolongado. Fiquei quase seis meses sem contato com qualquer outra pessoa detida. Até hoje, vejo ou ouço outras pessoas por menos de uma hora por dia. Essa privação permanente de contato humano é intencional e visa causar danos psicológicos e físicos. Por isso, as Regras Penitenciárias Europeias do Conselho da Europa preveem “ao menos duas horas de contato humano significativo por dia”. Por isso, o “confinamento solitário prolongado”, manter uma pessoa presa por ao menos 22 horas diárias durante mais de 15 dias, é considerado tratamento desumano ou tortura segundo as Regras Nelson Mandela das Nações Unidas. Aqui na Hungria, estou enterrada viva em uma cela, e a prisão preventiva pode durar até três anos.
 
Nunca deveria ter sido extraditada para a Hungria por esses motivos. O Tribunal de Apelação de Berlim e a comissão especial LINX da Polícia Criminal do Estado da Saxônia planejaram e executaram a extradição, deliberadamente ignorando meus advogados e o Tribunal Constitucional Federal. Em 28 de junho de 2024, poucas horas após minha extradição, o Tribunal Constitucional decidiu que eu não poderia ser extraditada naquele momento. Em 6 de fevereiro de 2025, declarou que minha extradição foi ilegal. Desde então, nenhuma das pessoas responsáveis foi responsabilizada. Até agora, não houve justiça para mim.
 
Com minha greve de fome, também quero chamar atenção para o fato de que nenhuma outra pessoa deve ser extraditada para a Hungria. Zaid, de Nuremberg, atualmente sob ameaça iminente de extradição para a Hungria, precisa particularmente dessa atenção. Declaro minha solidariedade com todas as pessoas antifascistas perseguidas no caso de Budapeste.
 
Fonte: https://abcdd.org/en/2025/06/05/maja-is-on-hunger-strike/  
 
Tradução > Contrafatual
 
Conteúdo relacionado:
 
https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2025/03/10/hungria-intimidacao-neonazista-na-segunda-audiencia-contra-maja-t-em-budapeste/  
 
agência de notícias anarquistas-ana
 
Está chovendo? Não
bichos-da-seda comendo
as folhas, tão ávidos.
 
Masuda Goga

[Espanha] Radio Alegría Libertaria: Luis Marín. Flamenco anarquista.

Neste programa número 250 de La Alegre Corchea Libertaria, lhes trazemos o cantor e lutador revolucionário rondenho Luis Marín, e seu segundo disco: “El Anarquismo Andaluz” (1977).

Luis Marín nasce na localidade malaguenha de Ronda no ano de 1948. Ele mesmo conta que “comecei a cantar desde pequeno, eu creio que um pouco influenciado pelo ambiente familiar e da terra; já sabes que na Andaluzia existe a níveis populares como uma espécie de facilidade para a música e o ritmo”.

Quando completa dezesseis anos, sua família emigra a Madrid para tentar melhorar sua situação econômica, e se sedia no bairro de Vallecas, no Pozo del Tío Raimundo para ser mais exato.

Estuda na escola San Raimundo de Peñafort, onde conhece o Padre Llanos. Este, ao saber que devido a seu status social não ia poder cursar mais estudos que esses, lhe proporcionam residência nos Jesuítas na Plaza Castilla. Uma vez instalado aí combina trabalho em Conservas El Triunfo e os estudos em direito e de medicina, que cursa ao mesmo tempo.

Em uma entrevista realizada por Francisco López Barrios para a revista Triunfo, em um artigo intitulado “Luis Marín: El anarquista andaluz“, conta que em Vallecas “Os problemas de desenvolvimento, os problemas de adaptação, o ver uma realidade urbana e proletária tão absolutamente dramática aceleraram minha tomada de consciência. Cantar se converteu em algo cheio de conteúdo, algo que me podia servir como ferramenta ou como veículo de expressão de todos estes problemas que eu via a meu redor”. Filia-se à Organização Revolucionária de Trabalhadores (ORT) e atua ali onde se o solicitam, em quantos atos de protesto foram necessários.

Musicalmente pertenceu ao que poderia qualificar-se como o flamenco crítico e reivindicativo. Durante sua curta trajetória como criador gravou dois discos que não deveriam perder-se no esquecimento, posto que são duas interessantíssimas crônicas cantadas de nossa história mais recente, e, em particular, da história de Andaluzia.

“Por fim, pude gravar meu primeiro disco “Cantata de Andaluzia”, em 1976, ainda que apenas tive repercussão porque o proibiram no rádio, etcétera”.

A “Cantata de Andalucía” de Luis Marín foi publicada no selo “Gong”, de Movieplay, produzida por Gonzalo García Pelayo. Dita cantata foi escrita por Andrés Sorel – que também participou nas partes narrativas do disco– e conta com as colaborações de Andrés Sorel nos textos e recitados, de Perico o do Lunar. Inclui versos de Rafael Alberti, Miguel Hernández, Carlos Álvarez ou Bertolt Brecht. Por sua parte Luis lhe pôs música, interpretando-a acompanhado na guitarra por Perico o do Lunar.

Em 1977 Luis gravou seu segundo LP muito na linha do anterior. Foi a obra intitulada: “El anarquismo andaluz“, produzido, novamente, por Gonzalo García-Pelayo e publicada também por Movieplay, fazendo parte de uma histórica coleção discográfica chamada genericamente “Nuestra Palabra“.

Sua ideia inicial era fazer um álbum conceitual sobre a história do anarquismo andaluz, mas, pela duração do LP, foi inviável. Mais tarde contacta com Antonio María Calero, professor de história contemporânea na Universidade Autônoma de Madrid, para explicar-lhe suas intenções, e assim lhe pudesse orientar sobre as circunstâncias gerais do anarquismo andaluz, fazendo especial ênfase nos episódios mais importantes. O resultado final é um álbum com uma parte cantada, e outra puramente narrativa, respaldada por um ambiente musical criado por Carlos Cárcamo (Granada). Os leitores dos textos foram Elvira Menéndez, Juan Ramón Pérez, Primitivo Rojas e José María Alvarado.

Em 1978 Luis falece ao ser atropelado quando regressava à casa de noite. Ainda que sua morte sempre estivesse rodeada de estranhas circunstâncias. Como comenta no blog Barrio de la Trinia uma pessoa com quem estudo, “naquela ocasião e ainda hoje pensamos que não foi um atropelamento e sim algo pior. (Se comentava que poderia ter sido com um taco de beisebol ou algo parecido)”.

Na web da ORT contam também que Luis Marín, na idade de 29 anos, quando estava conseguindo estabilizar sua vida em Madrid, certa noite, na saída do cinema em companhia de sua namorada, em pleno Paseo de la Castellana, morreu atropelado, segundo dizem as crônicas, por um carro lançado a grande velocidade. A imprensa da época foi pouco explícita no modo da morte de Luis. Nunca se soube se foi um acidente ou um assassinato político. Não houve detidos nem culpados. Tampouco se conheceram outros detalhes de sua morte, que só circularam pelos ambientes íntimos do artista rondenho.

O cadáver foi exposto no Hospital de San Carlos e foi impressionante a quantidade de público que foi para se despedir, sobretudo moradores do Pozo de Tío Raimundo e Vallecas, assim como cantores, músicos, artistas, e militantes da ORT.

Vamos passar a escutar seu segundo disco, “El Anarquismo Andaluz” (1977). Os leitores dos textos foram Elvira Menéndez, Juan Ramón Pérez, Primitivo Rojas e José María Alvarado. Estes são os temas que o compõem:

01.- El pájaro herido (tientos)
02.- Somos el futuro (zambra)
03.- Por luchar por la verdad (fandangos)
04.- Si no hay un pueblo detrás (martinete)
05.- Soy viento de libertad (peteneras)
06.- En un mar revuelto (tangos)
07.- Los Hijos de Los Mineros (Taranta)
08.- Que tu clase no es la mía (Fandangos de Sta. Bárbara)
09.- Desde los tiempos de Adán (garrotín)

>> Escute o programa aqui:

https://alegrialibertaria.org/wp/luis-marin-flamenco-anarquista/

Tradução > Sol de Abril

agência de notícias anarquistas-ana

Tarde de sol,
o armador da rede
range devagar.

Luiz Bacellar

Lançamento dos zines: Expondo Fascistas & Notas Sobre Autodefesa Antifascista

Saludos amigues, sou p1x0, tradutor e anarquiste de vila, interessado na superação do Estado das coisas como estão. Estou lançando meus primeiros zines, textos que entendo que vem pra fortalecer nossos movimentos.
 
EXPONDO FASCISTAS: Um Guia de Boas Práticas“, serve como uma breve introdução ao tema do monitoramento de indivíduos e organizações fascistas, sejam em espaços digitais ou analógicos; (12 páginas, 08 R$)
 
NOTAS SOBRE TREINAMENTO EM AUTODEFESA ANTIFASCISTA“, traz em forma de lista, os ensinamentos da antifa russa, que durante os 2010 combateu e venceu a extrema direita local; (20 páginas, 12 R$)
 
Para encomendar seu exemplar, você pode me contatar por qualquer uma das redes sociais abaixo, ou pelo e-mail: librosparaninxslibres@riseup.net
 
https://ayom.media/@kaiju_haiku
https://bsky.app/profile/p1x0.bsky.social
https://www.instagram.com/p1x0_pelotas
 
Um pouco mais sobre mim: Há mais de três anos contribuo pra diversos sites de contrainformação e de viés libertário, além de manter meu blog pessoal (https://hiperobjeto.noblogs.org/) com foco em guias e manuais práticos de autodefesa comunitária, cultura de segurança e afins.
 
agência de notícias anarquistas-ana
 
As folhas secas
caem com a ventania
sobre o riacho
 
Antonio Malta Mitori

Cineclube da UAF-FACA em Cachoeiro de Itapemirim-ES!

No dia 11 de junho de 2025, às 20h, a União Anarquista Federalista (UAF) e a Federação Anarquista Capixaba (FACA) promovem mais uma edição do Cineclube Anarquista, desta vez com a exibição do filme Nós que aqui estamos por vós esperamos, no município de Cachoeiro de Itapemirim-ES.

A sessão é aberta ao público e tem como objetivo fomentar a reflexão crítica sobre o tempo, a memória e os sujeitos invisibilizados pela lógica destrutiva do capital e da história oficial. A escolha do filme não é por acaso: trata-se de um mergulho poético e político nas engrenagens que moem vidas em nome do progresso e do esquecimento.

Mais do que um simples encontro cultural, o cineclube é uma trincheira. Um espaço para o pensamento insurgente, para o diálogo entre companheiras e companheiros dispostos a romper com a normalidade imposta. Diante de um mundo que insiste em nos silenciar, ocupar a arte e o cinema com nossas perguntas é também uma forma de resistência.

Convidamos todas, todos e todes a se inscreverem pelo e-mail fedca@riseup.net e somarem-se a essa construção coletiva que afirma: existimos, lembramos e lutamos.

União Anarquista Federalista (UAF)

Federação Anarquista Capixaba (FACA)

uafbr.noblogs.org

agência de notícias anarquistas-ana

dois amigos na janela
a lua
encontra o pinheiro

Ricardo Portugal

[Chile] Rede Radial 11 de Junho | Dia Internacional em Solidariedade com Marius Manson e os Presos Anarquistas de Longa Duração.

No próximo 11 de junho as rádios livres e anarquistas de todos os territórios se enlaçam na Rede Radial 11 de Junho, no contexto do Dia em Solidariedade com os Presos Anarquistas de Longa Duração, instância gerada para solidarizar com o companheiro anarquista Marius Manson e todos os companheiros sequestrados nas prisões.

Marius Manson companheiro anarquista trans masculino, encarcerado e condenado a 22 anos de prisão por ações contra a propriedade da Frente de Liberação da Terra, também teve que enfrentar os ataques transodiantes da institucionalidade yankee que violou constantemente sua identidade de gênero.

Ante sua situação e a de todos os nossos companheiros presos, esta rede busca visibilizar e atualizar a informação sobre eles, liberando suas vozes, compartilhando experiências sobre o isolamento, a agudização do controle e a vigilância e como nos enfrentamos aos diversos alcances do castigo do poder na sociedade carcerária.

ESCUTA NO PRÓXIMO 11 DE JUNHO EM QUALQUER DAS RÁDIOS ENLAÇADAS (LOGO MAIS INFORMAÇÃO).

Acompanhemos os meninos que estão presos, não os deixemos sós, mas para isso, temos que tomar uma decisão. Somos ou não somos?” Luisa Toledo Sepúlveda.

Tradução > Sol de Abril

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https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2025/06/04/eua-dia-11-de-junho-de-2025-a-paisagem-se-transforma-dia-internacional-de-solidariedade-a-marius-mason-e-aos-prisioneiros-anarquistas-de-longa-duracao/

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a luz do poente
escala a alta montanha;
no cume será a noite.

Alaor Chaves

[Espanha] Concentração de apoio a Las 6 de La Suiza

Em 5 de junho de 2025, Gijón foi cenário de uma nova concentração em apoio às seis sindicalistas conhecidas como ‘Las Seis de La Suiza’, condenadas a três anos e meio de prisão por coações ao proprietário de uma padaria. A manifestação, que reuniu centenas de pessoas na Plaza Mayor, se realizou sob o lema “Facer sindicalismu nun ye delitu” (Fazer sindicalismo não é delito).

A concentração de 5 de junho foi mais uma mostra do amplo apoio social e sindical que recebeu o caso. Os manifestantes portavam cartazes com mensagens como “Liberdade às 6 de La Suiza” e “Não estão sós”, denunciando o que consideram uma sentença injusta e desproporcional, destinada a desalentar a ação sindical legítima.

Organizações sindicais como CCOO, UGT, CSI, SUATEA, CGT, USO, ISA e SF mostraram sua solidariedade, convocando manifestações e denunciando uma ofensiva contra o direito sindical. Uma manifestação sob o lema “Fazer sindicalismo não é delito” está prevista para 29 de junho em Gijón, com o objetivo de reivindicar a ação sindical como um direito fundamental e exigir a revogação de leis que criminalizam o protesto social.

O caso de ‘Las Seis de La Suiza’ reavivou o debate sobre a criminalização do protesto e a ação sindical na Espanha, convertendo-se em um símbolo da luta pela defesa dos direitos laborai e a liberdade sindical.

cnt.es

Tradução > Sol de Abril

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Longe um trinado.
O rouxinol não sabe
que te consola.

Jorge Luis Borges

Brasil não renunciará à exploração de petróleo para seu desenvolvimento, diz Lula

Presidente repete discurso desenvolvimentista do século passado para defender exploração de combustíveis fósseis na foz do Amazonas.

Mesmo diante de exemplos tão claros, no Brasil e em todo o mundo, de que os combustíveis fósseis geram concentração de renda e riqueza para poucos e prejuízos sociais e ambientais para todos, principalmente para a população mais pobre. E ele ainda minimiza os imensos riscos ambientais de se explorar petróleo na foz do Amazonas.

Em entrevista ao jornal francês Le Monde, Lula defendeu o direito do Brasil de explorar seus recursos naturais – leia-se “petróleo”. Segundo o presidente, o Brasil não renunciará a uma riqueza importante para o seu desenvolvimento, enquanto outros como França, Reino Unido, Noruega e Estados Unidos o fazem.

Para piorar, ao ser indagado sobre explorar petróleo na foz, Lula minimizou os impactos e riscos operacionais do poço que a Petrobras quer perfurar no bloco FZA-M-59.

Sem ser especialista em meio ambiente, o presidente disse que se houvesse o menor risco seria o primeiro a se opor à perfuração. E voltou a repetir a falácia de que o bloco 59 é “muito longe da foz do Amazonas”. Como se o estrago ambiental e climático se resumisse à saída do rio. “A perfuração ocorrerá a 500 quilômetros do Delta do Amazonas e não haverá problemas. E se houvesse o menor risco, eu seria o primeiro a me opor a tal projeto!”, disse.

Segundo Lula, a Petrobras possui expertise reconhecida internacionalmente em exploração de águas profundas e jamais enfrentou um acidente grave, o que é uma inverdade: lembremo-nos do vazamento de 1,3 milhões de litros de óleo combustível na Baía de Guanabara no ano 2000, do derrame de quatro milhões de litros de petróleo no rio Iguaçu no mesmo ano, da perda total da P-36 em 2001 e do recente Incêndio na plataforma PCH-1 de abril deste ano, entre muitos outros.

Lula repete a visão míope focada apenas na perfuração de um poço de exploração. Mas a foz do Amazonas, com correntes fortíssimas, já fez a petroleira não conseguir perfurar um poço em área próxima ao bloco 59 – portanto, “a 500 km do delta do Amazonas”, como disse o presidente. A tentativa provocou vazamento de fluidos no mar da região. Vazamento pelo qual a Petrobras nunca pagou. Sem falar no histórico de multas e no recorde de acidentes em instalações marítimas de exploração e produção.

Mas a pressão política pelas supostas megarreservas de petróleo da foz, comandada pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e pela presidente da Petrobras, Magda Chambriard, e com o apoio de Lula e do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), mexeu também com os ritos do IBAMA.

A direção do órgão ambiental usou um parecer alternativo para autorizar a petroleira a realizar no bloco 59 a Avaliação Pré-Operacional (APO), espécie de simulação de vazamento de petróleo e medidas de contenção e resgate da fauna. Algo que técnicos do IBAMA não recomendaram.

Pessoas que acompanham o assunto afirmaram à Folha que a contradição não desrespeita a burocracia interna do órgão, mas a tramitação foge do usual. A íntegra da tramitação do processo revela que, para liberar a APO, o presidente do IBAMA, Rodrigo Agostinho, lançou mão de um novo parecer, assinado por uma diretoria e uma coordenação do órgão, como apontou o Sumaúma.

O documento chega a citar o entendimento anterior do corpo técnico, que recomendou a rejeição do plano da Petrobras, mas conclui pela aprovação, em uma decisão classificada como “alternativa”. Resultado: além de aprovar o Plano de Proteção e Atendimento à Fauna Oleada (PPAF), em detrimento da recomendação técnica, Agostinho autorizou a APO – que a Petrobras quer fazer em 14 de julho.

Em tempo: Ontem (4/6), o IBAMA realizou a vistoria da sonda NS-42, plataforma contratada pela Petrobras para perfurar o poço no FZA-M-59, na foz do Amazonas, informam Agência Infra e eixos. Em abril, o navio passou por limpeza para a desincrustação de coral-sol na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro. É uma medida obrigatória para a navegação em áreas onde esta espécie invasora não está instalada, como na costa do Amapá, onde está o bloco 59.

Fonte: ClimaInfo

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https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2025/05/07/lula-ninguem-nesse-pais-tem-mais-responsabilidade-climatica-do-que-eu/

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Antes que algum nome
nos designasse, já rias,
pequena cascata.

Alexei Bueno

[Porto Alegre-RS] Troca de ideia na Feira Anarquista da Praça do Aeromóvel: Inteligência Artificial

Era compas! Como sempre buscamos fazer nas feiras anarquistas, rolou uma leitura e conversa sobre um tema atual e relevante pra nós. A partir da tradução de um artigo intitulado “Contra a Máquina”, falamos sobre Inteligência Artificial e como nos impacta e acelera o processo tecnocrata na sociedade. Passamos pela estratégia das grandes empresas de tecnologia de apresentar a IA como recurso, “apoio” ou até brincadeira, um filtro, uma foto modificada, e como isso resulta numa aceitação quase irrestrita do seu uso. Mas somos anarquistas, se não fazemos uma oposição ao atropelo tecnológico o que estamos fazendo?

Precisamos fazer a crítica contundente ao que vem por trás dessa faceta amiga, que escreve o texto pra ti, que faz o desenho que tu achas que não consegue fazer. Por trás disso tem a brutal exploração de pessoas e da natureza, o extrativismo pra retirar os minerais necessários pra manter os servidores funcionando, pois, esse sistema não é uma nuvem, são computadores gigantes, que consomem absurdas quantidades de água e diversos outros recursos cada vez que alguém envia uma foto, uma pergunta, um texto. Também acelera o processo de emburrecimento, o isolamento, a falta de confiança em cada indivíduo, a máquina quer te fazer acreditar que é uma companheira, ao invés de conviver com pessoas tu conversa com a coisa, sim, coisa, nunca vai ser “ela”, “ele” ou “elu”. Tenta eliminar a beleza que é a diversidade de saberes e fazeres, ao invés de trocar com alguém que tem a manha de desenhar, de compor uma música, tu te jogas na solidão e na máquina.

Diante de tudo isso não podemos deixar passar, não podemos ajudar esse processo, cada uso que se faz da IA mais afiada a coisa fica, não basta ser cientes das explorações desde as quais nasce a IA precisamos ser cientes de que cada vez que a usamos a alimentamos com informações valiosas sobre o que é ser humano, e essa informação só joga contra nós. Precisamos fortalecer o que é nossa base, o faz tu mesmx, a tentativa, o erro, o original.

A IA não é uma ferramenta pra nós, é uma armadilha, precisamos firmar posição contra esse processo, já que sabemos que o que conhecemos dessa tecnologia não é nada comparado ao uso que o capital e os estados fazem realmente, é um catalisador de guerras e perseguição. Não colaborar com a exploração, devastação e controle da IA é o passo básico, e significa não usá-la. Passar para a luta, como segundo passo é tentar sabotá-la.

Viva a Inteligência Anarquista! Foda-se a Burrice Artificial!

(A)

agência de notícias anarquistas-ana

Vendaval. Nas nuvens,
veloz desfila o falcão:
um surfista no ar.

Ronaldo Bomfim

“Anarquismo é prática de existência”

É mais fácil encontrar anarquistas que se auto intitulam como tal, mas que, de fato, não o são, ou pessoas comuns que carregam o espírito e a ação direta anarquista como uma expressão natural de seu senso de justiça, apurado pelas próprias experiências?

Por anos de observação prática, percebo que a maior parte daqueles que se dizem anarquistas não amadureceram a vida em função da ideia. Em vez disso, afirmam-se por uma simples concordância com ela, sem uma revolução íntima. E nada adianta se afirmar antes de um processo que o torne consciente. Por isso, muitos que se denominam anarquistas passam a maior parte do tempo apontando dedos, criticando sem construir.

Digo isso para trazer à luz como as palavras são voláteis e como o Espírito vem antes da ideia expressa em palavras. Espírito é aquilo que se realiza. Espírito é a vontade que vem da fonte. Em uma palavra: Entusiasmo. Aquilo que, em si, manifesta as qualidades da ação genuína. Sua potência criativa!

O que mais temo no meio anarquista é um tipo de ortodoxia, por assim dizer — um pensamento tradicionalista e vanguardista. Precisamos, de fato, olhar para além da realidade. Todo anarquista declarou que estamos estudando a VERDADE, para saber onde a realidade se encaixa bem na ORDEM NATURAL. Não por religião ou por filosofia a partir de teorias, mas por se deparar com o espírito da vida e captar dela a prática que ela propõe.

Rizoma Kairós
Retirado do livro “ingovernáveis”

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agência de notícias anarquistas-ana

Será que foi sonho…
Escutei nesta noite
um grilo cantar.

Hazel de S.Francisco

[EUA] Declaração de Marius Mason para 11 de junho de 2025

Declaração de Marius Mason para marcar o 11 de junho, Dia Internacional de Solidariedade com Marius Mason e com todos os/as prisioneiros/as anarquistas de longa sentença.
 
Saudações e gratidão à minha comunidade,
 
Quero começar agradecendo a todas as pessoas que escreveram cartas de apoio ou participaram de eventos solidários neste último ano, muito obrigado! Sei que a solidariedade de vocês conecta quem resiste atrás das grades com muita força e amor. Gostaria de ter respondido a cada carta que recebi, e vou adicionar vários novos contatos à minha lista de correspondência e escrever de volta o máximo que puder…
 
Este ano foi difícil para mim. Minha jornada de doze anos por uma cirurgia de afirmação de gênero foi abruptamente sabotada por uma administração cujo único objetivo tem sido o ódio e a divisão. Às vésperas da cirurgia, já integrado com sucesso há anos em uma população carcerária majoritariamente masculina, fui sumariamente sequestrado e jogado na solitária (SHU), em decorrência de uma Ordem Executiva que tornou minha identidade de gênero ilegal e apagou meus direitos como cidadão.
 
Desde então, fui transferido para uma prisão com população predominantemente feminina, a Federal Satellite Low, em Danbury, Connecticut. Tem sido uma adaptação socialmente, mas minha comunidade aqui tem sido bastante acolhedora e afirmativa. Trabalho como apoio de pares em um programa integrado de tratamento de trauma e dependência. Isso tem muito significado para mim, já que tantas pessoas perdem o controle de suas vidas, e frequentemente suas próprias vidas, por problemas de dependência não tratados. Acredito profundamente que a epidemia internacional tem como núcleo esse sentimento de desespero e alienação que tantas pessoas sentem hoje.
 
Tem sido um ano intenso para todas as comunidades de resistência, seja no foco contra a guerra em Gaza, seja na luta contra a guerra aos imigrantes. Temos enfrentado grandes dificuldades para oferecer apoio às pessoas entre nós que têm sido feridas pelos ataques cada vez mais violentos contra mulheres, imigrantes, bem como pessoas trans e queer. Os últimos seis meses foram como uma marcha militar para trás na evolução humana, com acordos sociais básicos sobre direitos individuais sendo violados repetidamente. Direitos garantidos desde a assinatura da Magna Carta, e que estavam no centro do conflito entre a Inglaterra e suas ex-colônias, estão sendo sistematicamente desmantelados.
 
Diz-se que, se não aprendermos com a história, estaremos condenados a repeti-la. Já vimos o surgimento do fascismo antes, e devemos reconhecê-lo agora. Estes tempos são, portanto, um desafio para qualquer pessoa que deseje liberdade real, que defenda com paixão a justiça e que honre e respeite a dignidade humana, e que persista na crença de que somos responsáveis uns pelos outros e com os outros, e com nosso lar comum: a Terra. A força para enfrentar esse desafio virá da solidariedade… essa é sempre nossa arma secreta contra as brutalidades vis do fascismo.
 
Persistir e resistir!
Com amor e solidariedade,
 
Marius Mason
 
Escreva para:
 
Marie Mason #04672-061
FCI Danbury
Route 37
Danbury, CT 06811
EUA
 
Tradução > Contrafatual
 
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Um grande silêncio —
Nuvens escuras se acumulam
Sobre a terra seca.
 
Paulo Franchetti

[Grécia] Novo vídeo do protesto em massa que se transformou em uma feroz batalha de rua (Exarchia, 6 de dezembro de 2024)

Milhares de manifestantes tomaram as ruas de Atenas na sexta-feira, 6 de dezembro de 2024, para comemorar o 16º aniversário do assassinato policial do adolescente de 15 anos Alexandros Grigoropoulos, o assassinato de um jovem pela polícia que desencadeou os mais graves distúrbios na Grécia em décadas, em 2008.
 
A marcha anual, que ocorre desde então, não serve apenas como um lembrete dos trágicos eventos daquela noite de 6 de dezembro, mas também como um protesto contra a violência policial e estatal nos dias de hoje.
 
Após o protesto dinâmico no centro de Atenas e em frente ao parlamento grego, uma violenta revolta eclodiu no bairro de Exarchia, local onde Alexis Grigoropoulos foi fatalmente baleado pela polícia em 2008, com manifestantes encapuzados encurralando a tropa de choque sob uma chuva de pedras lançadas dos prédios e ataques em solo vindo de diferentes lados.
 
A memória da morte de Grigoropoulos continua a ressoar profundamente na Grécia. Seu assassinato em 6 de dezembro de 2008 por um policial gerou semanas de protestos e distúrbios, não apenas na Grécia, mas também em diversos países, alimentados por frustrações mais amplas com a crise econômica e recorrentes casos de brutalidade policial.
 
O vídeo é dedicado a Despina, que nos deixou tão cedo, porque foi ali que ela viveu, por onde caminhou, onde atuou, e essas ruas sempre estarão repletas da sua memória.
 
>> Assista o vídeo aqui:
 
https://www.youtube.com/watch?v=IoaUu8wenjQ
 
Tradução > Contrafatual
 
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agência de notícias anarquistas-ana
 
voltando com amigos
o mesmo caminho
é mais curto
 
Alice Ruiz

[Chile] Reivindicação de ação realizada em Juan Gómez Milla, Ñuñoa. Santiago, Maio Negro 2025.

16 anos após a morte em ação do companheiro anarquista Mauricio Morales, que faleceu após a detonação acidental do artefato explosivo que levava em direção à escola de administração penitenciária, a luta antagônica contra a prisão continua, e o companheiro segue vivo na memória combativa, presente no aprofundamento do conflito.
 
Durante a tarde, reunidos por afinidade, protagonizamos uma prolongada jornada de combate, acendendo barricadas em uma das principais vias da cidade, somado ao enfrentamento contra a polícia, com o uso de mais de uma centena de coquetéis molotov e artefatos, que responderam de forma eficiente às investidas dos carros policiais e colocaram em fuga os covardes COP que tentavam se aproximar a pé.
 
Durante a ação, houve um cuidado especial com a disseminação de propaganda que expressasse as ideias que, naturalmente, caminham lado a lado com nossas ações. Assim, não houve cadeado ou barreira de proteção que não pudéssemos romper ou cortar para colocar nossas faixas. Da mesma forma, conseguimos neutralizar todos os “protocolos” da “segurança” interna do campus para aproveitar ao máximo o território, incluindo telhados, varandas e portões, tudo a nosso favor em prol do combate e da segurança da ação.
 
Em pleno confronto, diante dos espectadores da ação e estudantes que se encontravam no local, foi realizada a leitura de um discurso; ao mesmo tempo, foi distribuída aos mesmos espectadores uma edição intitulada “Façamos das ideias uma ameaça real”, publicação impressa durante o mês pela autodenominada “cooperativa de antagonistas”, a qual é um convite à reflexão sobre o sistema carcerário. E, como foi dito no momento, longe de querer reunir massas para esperar eternamente atrás de uma mesa pelo tão falado poder popular, propõe nutrir e construir a luta anárquica a partir da tensão permanente e do conflito contra o poder.
 
Apostamos em encher nossa luta de força e conteúdo significativo, rejeitando completamente o conformismo, o reformismo e o escapismo, para nos lançar à luta auto-organizada, à ação direta, às ruas, à sabotagem das fontes do capital, mas, acima de tudo, à coerência entre palavra e ação.
 
“Aqui, na ofensiva, encontramos o desenvolvimento, a expansão e a generalização do conflito, combinando a crítica tanto às estruturas específicas quanto ao Estado, à sua repressão e à sua violência.”
 
Desde esta trincheira, também queremos enviar uma saudação cúmplice aos companheiros Francisco Solar, Aldo e Lucas Hernández, aos/as companheiros/as do caso 6 de julho, aos PPM do caso Quilleco e a cada preso/a anarquista, subversivo/a e mapuche.
 
O chamado é sempre a seguir multiplicando a auto-organização em cada espaço e território, afirmando a autonomia e tornando a liberdade uma realidade palpável, construída com nossas próprias mãos e com nossa inquebrantável vontade de resistir. A continuar multiplicando a solidariedade, o combate e a ação contra o poder, suas prisões e quem as sustenta.
 
Até que tudo exploda, morte ao Estado e viva a anarquia!

Afinidades em conflito.
 
Tradução > Liberto
 
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Voo rasante
no espelho do lago —
Uma libélula.
 
Eber Mingardi

A Justiça Burguesa e a Farsa do Combate ao Fascismo: O Caso Carla Zambelli

A recente fuga de Carla Zambelli para a Europa, após sua condenação pelo STF por crimes como invasão ao CNJ e perseguição armada a um homem, expõe a fragilidade da justiça burguesa diante do fascismo. Enquanto o Estado se gaba de punições exemplares, a deputada bolsonarista escapa impune, protegida por sua cidadania italiana e pela estrutura de poder transnacional que sempre acolheu reacionários. A justiça capitalista, burocrática e seletiva, não passa de um teatro para legitimar a ordem vigente, incapaz de tocar nos verdadeiros pilares do fascismo/capitalismo: a propriedade privada, o autoritarismo estatal e a violência institucionalizada.

O caso Zambelli revela a cumplicidade histórica entre Estado e fascismo. Apesar de condenada, ela operou livremente dentro das instituições, usando seu mandato para ataques ao Judiciário e à democracia burguesa, até que a pressão popular a tornou inconveniente. O STF, que agora a persegue, é o mesmo que tolerou seu projeto autoritário enquanto servia aos interesses da elite. A justiça burguesa só age quando o fascismo ameaça desequilibrar seu próprio jogo de poder, nunca quando oprime os de baixo. A prisão de Zambelli seria, no máximo, um acerto de contas entre facções dominantes, não um freio ao avanço reacionário.

A falência do sistema penal fica ainda mais clara ao vermos a deputada se declarar “intocável” na Itália, onde promete articular a extrema-direita europeia. Enquanto o Estado brasileiro se perderá em pedidos de extradição e burocracias da Interpol, o fascismo se reorganiza em escala global, aproveitando-se das mesmas fronteiras e acordos que o capitalismo criou para proteger seus interesses. As leis, feitas para manter a dominação de classe, são inúteis contra quem as usa como arma. Zambelli não é uma exceção, mas a regra: o fascismo sempre encontra brechas no sistema que supostamente o condena.

Portanto, a solução não está em confiar nas instituições, mas em destruí-las. A história mostra que o fascismo só é derrotado pela ação direta dos oprimidos, não por decretos presidenciais ou decisões judiciais. Movimentos anarquistas, como os que combateram Mussolini na Itália ou Franco na Espanha, entenderam que o Estado jamais será aliado nessa luta. Zambelli fugiu, mas sua ameaça permanece porque o fascismo é estrutural — e só cairá quando o povo, organizado ocupar ruas, fábricas e terras, desmontando o aparato que alimenta a reação.

Enquanto a esquerda institucional pede mais leis e mais STF, nós, anarquistas, lembramos: o fascismo é filhote do capital e do Estado. Zambelli é só mais um sintoma. A verdadeira resistência virá de baixo, sem partidos, sem polícia, sem hierarquias. Que sua fuga seja o último aviso: a justiça dos ricos nunca nos salvará. Só a revolução social, horizontal e libertária, erradicará o fascismo da Terra.

Liberto Herrera.

agência de notícias anarquistas-ana

Chuva batendo
No batente
Som dormente

Ângelo Amarante