[Internacional] Defenda os detidos de Manila

Em solidariedade ao povo das Filipinas, anarquistas e antifascistas internacionais devem se unir e apoiar a atual revolta anticorrupção e os jovens na linha de frente.

Atualmente, o governo está reprimindo ferozmente o movimento majoritariamente impulsionado por jovens, prendendo-os e ameaçando-os com longas penas de prisão, na tentativa de reprimir suas ações e a revolta. Além disso, o Estado tenta bloquear o acesso dos jovens a advogados e violar seus direitos civis.

Enquanto os jovens e seus apoiadores combatem a repressão estatal nas ruas, a necessidade de fundos para cobrir custos legais e ajudar as famílias dos jovens presos só aumenta.

Anarquistas e antifascistas internacionais podem apoiar a revolta e os jovens que sofrem intensa repressão estatal doando diretamente para as seguintes contas do PayPal e Ko-fi.

PayPal: cavite.mutualaid@gmail.com

Ko-fi: ko-fi.com/duriandistro

Solidariedade a todos que lutam contra o Estado!

agência de notícias anarquistas-ana

Sente-se, por favor
no banquinho do jardim,
Primavera-San…

Teruo Hamada

[Itália] Roma: Os Cinco Anarquistas do Sul

Na noite de 27 de setembro de 1970, há 55 anos, cinco jovens da Calábria que viajavam para Roma foram massacrados em um acidente de carro forjado nas proximidades de Ferentino.

Mucky (Annelise), Gianni, Angelo, Luigi e Franco, companheiros anarquistas, foram assassinados porque possuíam documentos e fotos que revelavam o envolvimento do governo, da polícia e de grupos fascistas nos ataques terroristas e na promoção de ódio e medo social que ocorriam desde o Massacre de Estado (Strage di Stato) em diante: a revolta de Reggio Calábria com a conivência da máfia e a bomba no trem Freccia del Sul, que causou 6 mortes e 70 feridos.

O dossiê preparado por eles identificava nomes de mandantes e executores, com fotos dos responsáveis ao lado de notáveis e políticos.

Para lembrá-los mais uma vez, no sábado, dia 27, nos encontraremos com a irmã de Gianni Aricò, Roberto Gargamelli, Rocco Palamara e, por videoconferência, com Fabio Cuzzola e Pino Vermiglio, às 19h, no Grupo Anarquista M. Bakunin. Em seguida, haverá jantar e apresentação musical dos Cialtroni no palco.

A ocasião também marcará os 80 anos da sede anarquista na Via Vettor Fausto, 3.

Grupo Anarquista Mikhail Bakunin – FAI Roma e Lácio

agência de notícias anarquistas-ana

Vovô, venha ver!
Nossa árvore não morreu!
Tem folhas novas!

Neide Portugal

[Espanha] Hackmeeting

26~28 de setembro

CSO Kike Mur, Zaragoza

Hackmeeting é o encontro anual das contraculturas digitais da Península Ibérica, das comunidades que analisam criticamente os mecanismos de desenvolvimento das tecnologias na nossa sociedade. Mas o Hackmeeting não é só isso, é muito mais. Vamos contar-lhe ao ouvido, não diga a ninguém, o Hackmeeting é apenas para verdadeiros hackers, para aqueles que querem gerir a sua vida como querem e lutam por isso, mesmo que nunca tenham visto um computador na vida.

Três dias de palestras, jogos, festas, debates, troca de ideias e aprendizagem coletiva, para analisarmos juntos as tecnologias que usamos todos os dias, como elas mudam e como podem impactar nossas vidas, tanto reais quanto virtuais. Um encontro para investigar qual papel podemos desempenhar nessa mudança e nos libertar do controle daqueles que querem monopolizar seu desenvolvimento, quebrando nossas estruturas sociais e nos relegando a espaços virtuais cada vez mais limitados.

O evento é totalmente autogestionado: não há organizadores nem assistentes, apenas participantes!

es.hackmeeting.org

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Nenhum grão de areia
pede licença ao deserto
para ser dunas.

Liberto Herrera

Indígenas iniciam Greve Nacional no Equador

O Equador vive nesta terça-feira (23/09) o segundo dia consecutivo de Greve Nacional convocada por organizações indígenas e sociais em repúdio ao decreto do presidente Daniel Noboa que elimina o subsídio ao diesel. Já há mais de 50 pessoas detidas no contexto das manifestações.

No primeiro dia, em Otavalo, Imbabura, houve um dia violento, com protestos e a queima do Quartel da Polícia. As vias permanecem fechadas na Panamericana Norte, onde ocorreram vários focos de confronto entre manifestantes e forças da ordem.

A questão do fim do subsídio é que detonou o movimento. Todos os produtos aqui são transportados por caminhões, inclusive os alimentos, que vão ficar muito mais caros. Com o fim do subsídio o preço do diesel fica atrelado ao mercado externo que com o tempo vai subir ainda mais. Isso vai significar fome e desnutrição para a população pobre. Mas junto a isso vem as demandas dos indígenas contra mineradoras e em defesa das matas. No Equador, boa parte da produção de alimentos é feita por eles, com exceção dos amazônicos que vivem na floresta. Aqui greve geral não é brincadeira“, explica uma companheira anarquista brasileira de passagem pelo Equador.

Gás lacrimogêneo brasileiro é usado contra manifestantes

Armas produzidas pela empresa brasileira Condor estão sendo usadas para reprimir manifestantes que protestam no Equador. Fotos divulgadas pelas redes sociais mostram bombas de gás lacrimogêneo com a marca da Condor. A Condor é a maior fabricante de munições não letais do Brasil e do mundo, como gases pimenta e lacrimogêneo e balas de borracha, granadas de fumaça e produtos relacionados vendidas para todas as polícias militares e civis brasileiras e muitas do resto do mundo.

agência de notícias anarquistas-ana

A cerca desaba.
O gado, agora livre,
pastoreia a si mesmo.

Liberto Herrera

[Itália] Relato: Greve e Manifestação – Roma, 22 de setembro de 2025, contra o genocídio do povo palestino

Uma greve geral convocada por sindicatos de base obteve índices altíssimos de adesão, inclusive em locais de trabalho onde o sindicalismo combativo tem pouca ou nenhuma presença. Além da greve, houve manifestações massivas em mais de 80 cidades italianas, numa mobilização de caráter nacional.

Esta foi a resposta popular à cumplicidade institucional com o genocídio em curso em Gaza.

Também em Roma, o protesto encheu as ruas e paralisou a cidade como não se via há muito tempo.

Os manifestantes reuniram-se em diferentes horários em 8 pontos de concentração espalhados por várias zonas da capital (estação Quattro Venti, estação de metrô Piramide, Praça Indipendenza, Praça dell’Immacolata, Praça Sempione, Ponte Lungo, estação de metrô Pigneto.

Em seguida, marcharam até a estação Termini, onde se reuniram num ato de protesto antes de desfilarem numa única e imensa manifestação que percorreu Roma ao grito de PALESTINA LIVRE.

Cerca de 100.000 pessoas, um número altíssimo para um protesto municipal, superior até mesmo aos números de muitos protestos nacionais mais celebrados e divulgados.

Uma presença notável e majoritária de jovens e adolescentes, sinalizando a vontade de recusar um futuro já escrito de guerra, miséria e opressão por parte dos estudantes.

Entre a multidão, destacou-se nosso contingente, com um grande e claro banner: “NEM DEUS, NEM ESTADO, NEM GUERRA, LIVRES TODES EM TERRA LIVRE

Atrás deste banner, bandeiras anarquistas negras e vermelho-e-negras ondularam altivas. Uma cena que falava não apenas de solidariedade com o povo palestino, mas de uma posição radical: a ruptura com toda forma de patriotismo, nacionalismo e religião autoritária. Nossa mensagem foi inequívoca: apoio a Gaza, mas nenhuma adesão a identidades que erguem muros entre os povos ou justificam o ódio com “identidades sagradas”.

Hoje começou o outono: esperamos que seja um outono quente do ponto de vista do conflito social!

Grupo Anarquista Mikhail Bakunin – FAI Roma & Lazio

Tradução > Liberto

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Palma da mão —
A joaninha percorre
A linha da vida

Alvaro Posselt

Biblioteca Social Fábio Luz promove Seminário no Rio de Janeiro | “Anarquismo e Lutas Sociais Contemporâneas: 20 anos do Núcleo de Pesquisa Marques da Costa”

O Núcleo de Pesquisa Marques da Costa (NPMC), a Biblioteca Social Fábio Luz (BSFL) e o Instituto de Teoria e História Anarquista (ITHA) tem o prazer de convidar todos e todas ao Seminário “Anarquismo e Lutas Sociais Contemporâneas: 20 anos do Núcleo de Pesquisa Marques da Costa”. Um evento interdisciplinar que busca apresentar diferentes pesquisas que tem como objeto o anarquismo, assim como refletir sobre a relevância desta ideologia para as lutas sociais contemporâneas. O evento tem o apoio do Arquivo de Memória Operária do Rio de Janeiro (AMORJ), do Sindicato dos Músicos do Estado do Rio de Janeiro (SINDMUSI) e do Laboratório de Geografia do CTUR-UFRRJ.

Neste primeiro seminário, teremos a participação de diferentes pesquisadores/as, apresentando as seguintes temáticas:

  • Samanta Colhado Mendes – As Mulheres Anarquistas no Brasil da Primeira República.
  • Kauan Wilian dos Santos – Anarquismo e Antifascismo no Brasil.
  • Renato Ramos – Centenário de Ideal Peres: fio condutor de uma geração do Anarquismo no Rio de Janeiro.
  • Rafael Viana da Silva – O Anarquismo na ditadura militar Brasileira.
  • Milton Lopes – Coordenação da Mesa.

Seminário Anarquismo e Lutas Sociais Contemporâneas

Data: 02 de Outubro de 2025.

Horário: 17h.

Local: Sala 109 (sala amarela) do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS) – Universidade Federal do Rio de Janeiro. Largo de São Francisco (centro do Rio de Janeiro), 1.

Inscrições no link abaixo:

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Sol de primavera…
Apenas um pardalzinho
Canta…Canta…Canta…

Irene Massumi Fuke

Pescadores artesanais do Marajó querem fim da exploração de petróleo na Amazônia

Às vésperas da COP30, comunidade pesqueira faz protesto contra projeto de exploração na Foz do Amazonas

Às vésperas da COP30, pescadores artesanais  da Ilha do Marajó se uniram no domingo (21/09), em Jubim, para protestar contra a exploração de petróleo na Foz do Amazonas. Dezesseis barcos formaram uma linha e exibiram uma faixa gigante com a frase: “COP30: Amazônia de Pé, Petróleo no Chão”.

O projeto de exploração na Foz do Amazonas é visto como uma ameaça à segurança alimentar e econômica da comunidade, pois coloca em risco os ecossistemas marinhos e os estoques pesqueiros. Um vazamento ou a simples presença da indústria do petróleo poderia poluir a água e destruir o modo de vida tradicional dos pescadores.

A mobilização destaca o papel crucial das comunidades que vivem na linha de frente dos impactos da exploração de combustíveis fósseis. Nelson Bastos, pescador e pesquisador da UFPA, alerta que a exploração agravaria os problemas já enfrentados pelos pescadores, que têm suas ferramentas e redes danificadas pelo trânsito de navios.

“E com a exploração de petróleo em curso na Foz do Amazonas, a vida dos pescadores artesanais do Jubim e do Marajó está ainda mais ameaçada. Estes grandes projetos em curso no território amazônico deixam as comunidades tradicionais da região vulneráveis ao capital internacional, que vem nos explorar e deixar os pescadores sem opção”, disse.

A mensagem das comunidades é clara: a COP30 não pode ser coerente com a abertura de novos poços na Amazônia. A ação no Marajó simboliza uma “linha vermelha” contra a violência e a destruição ambiental, exigindo um futuro sem fósseis e sem “falsas soluções”.

Fonte: agências de notícias

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Ao sair de casa
não preciso de agasalho —
Calor da primavera.

Sandra Miyatake Sakamoto

[Filipinas] Protestos antigovernamentais em Manila resultam em 216 detidos e 95 polícias feridos

Pelo menos 216 pessoas foram detidas e 95 polícias ficaram feridos durante confrontos no domingo (21/09) entre manifestantes e as forças de segurança em Manila. Protestos também foram relatados em Baguio, Bulacan, Cebu e Davao.

“Foram detidos 216 indivíduos, entre eles 127 adultos e 89 menores”, anunciou em conferência de imprensa o secretário do Departamento do Interior, Jonvic Remulla, acrescentando que “enquanto 95 agentes da polícia ficaram feridos, alguns gravemente”.

Os confrontos ocorreram quando uma das manifestações realizadas no domingo na capital, no histórico parque Luneta, e que contou com a participação de cerca de 50 mil pessoas, segundo dados oficiais, tentou avançar em direção ao palácio presidencial de Malacañang.

Os manifestantes lançaram cocktails molotov contra um veículo que lhes bloqueava o caminho numa ponte, e posteriormente as forças de segurança recorreram ao uso de canhões de água para dispersar uma multidão que atirava pedras e outros objetos.

Os confrontos, iniciados durante a tarde, degeneraram em distúrbios até bem tarde da noite na avenida Recto, que leva ao palácio presidencial, onde um hotel de luxo foi vandalizado.

Remulla acusou os detidos durante os confrontos de “anarquistas”, muitos deles menores, de tentarem desencadear uma onda de protestos violentos semelhantes aos vividos recentemente na Indonésia e no Nepal.

Dezenas de milhares de filipinos mostraram neste domingo o descontentamento com os casos de corrupção milionária em projetos de controle de inundações, com políticos e empreiteiros sob investigação.

Supostamente concluídos, mas na realidade inexistentes ou de baixa qualidade, vários projetos “fantasma” terão causado prejuízos ao erário público na ordem dos US$ 9,5 bilhões apenas nos últimos dois anos.

A indignação do povo piorou depois que um casal rico, Sarah e Pacifico Discaya, que operava várias empresas de construção, ganhou contratos de controle de enchentes mostraram dezenas de carros de luxo e SUVs europeus e americanos que eles possuíam.

“Sinto-me mal por estarmos chafurdando na pobreza e perdermos nossas casas, nossas vidas e nosso futuro enquanto eles arrecadam uma grande fortuna com nossos impostos, que pagam seus carros de luxo, viagens ao exterior e transações corporativas maiores”, disse a ativista estudantil Althea Trinidad à imprensa local.

As Filipinas enfrentam cerca de vinte tufões por ano e, no ano passado, sofreram uma avalanche invulgar de seis tempestades tropicais consecutivas em menos de um mês, que causaram, pelo menos, 164 mortos.

As reivindicações anticorrupção provocaram, por enquanto, a demissão do presidente da Câmara dos Representantes, Martin Romualdez, enquanto o presidente do Senado, Francis Escudero, foi afastado na semana passada, após a divulgação de ligações com um dos grandes empreiteiros sob investigação.

Fonte: agências de notícias

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espiral de sol –
luz nas frestas da
escada em caracol

Carlos Seabra

[Espanha] Lançamento: “La pequeña historia. Crónicas de lucha obrera y exilio de un anarquista”, de José Viadiu

A pequena história. Crônicas de luta obreira e exílio de um anarquista. Uma seleção de escritos de José Viadiu. Prólogo, notas e seleção de textos: Ignacio Llorens.

Durante os anos do exílio no México, José Viadiu colaborou em diversas publicações. Sob a epígrafe de “La pequeña historia” foi recordando fatos e companheiros. Com um estilo dinâmico, uma prosa culta e fortes doses de ironia, nos oferece uma crônica daqueles anos de luta, de pólvora e tinta. São muitas as anedotas divertidas e apresenta fatos pouco conhecidos sobre figuras políticas e intelectuais da época, tais como Eugenio d’Ors, Lluís Companys, o general Arlegui, Rodrigo Soriano, Gabriel Alomar, Juan March…

Os que o conheceram guardaram uma boa recordação dele, sendo uma figura respeitada por seu compromisso e honestidade. Uma opinião sempre tida em conta nos debates e polêmicas. Para José Peirats foi como um pai benévolo a quem pedir conselho e com quem aprender.

A humildade impediu Viadiu, lamentavelmente, de escrever umas memórias que, certamente, teriam sido de grande interesse. Do que foi publicando nos jornais e revistas do movimento libertário extraímos a presente seleção de textos. A crônica de lutas, greves, atentados… há que somar as breves biografias de velhos companheiros resgatadas do desmerecido esquecimento, e a recordação crítica de figuras determinantes. Confiamos em que a voz de Viadiu, que para tantos foi essencial, poderá voltará a ser ouvida nestas páginas.

La pequeña historia. Crónicas de lucha obrera y exilio de un anarquista. Una selección de escritos de José Viadiu. Prólogo, notas y selección de textos: Ignacio Llorens.

Fundación Anselmo Lorenzo

Col. Biografías y Memorias, 13

Madrid, 2025

200 págs.

ISBN: 978-84-127509-8-0

PVP: 17 euros

fal.cnt.es

Tradução > Sol de Abril

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de momento em momento
tudo que eu digo
se choca com o vento

Camila Jabur

[Alemanha] Outro fim do mundo é possível (13.09-24.09)

Sessões Antiautoritárias | Leipzig 2025

Em um mundo que parece estar se desfazendo, coletivos e indivíduos de Leipzig com mentalidade antiautoritária unem forças para pensar e agir juntos. Acreditamos que outro fim do mundo é possível, porque este mundo atual, baseado na exploração, exclusão e desigualdade, precisa chegar ao fim. Quando isso acontecer, precisamos estar prontos para construir um mundo em que ideais antiautoritários de liberdade e igualdade sejam as pedras angulares da sociedade.

Sabemos que essa não é uma tarefa fácil. Não esperamos uma mudança imediata, e não existem receitas nem especialistas com respostas infalíveis. Em vez disso, propomos uma espécie de jam session antagônica em conjunto: um espaço para nos reconhecermos mutuamente, nos expressarmos e trocarmos ideias para realizar ações políticas coletivas. A partir desses diversos elementos aparentemente desconectados, esperamos poder construir uma alternativa desde baixo contra todas as formas de autoritarismo, venha ele de onde vier.

Observamos com crescente preocupação a proliferação de ideias autoritárias de todo tipo. A fragmentação e a incerteza nos levam a buscar segurança em estruturas já existentes de homogeneidade e fixidez. Para alguns, isso parece uma solução; para nós, é parte da raiz dos problemas. Abraçamos a diversidade e a indefinição; carregamos o desejo de construir uma sociedade onde todos tenham lugar, em toda a sua complexidade.

É por isso que Eisi für Alle, tribu.x e nossos amigos convidam você a fazer parte destes dias auto-organizados. Incentivamos você a participar e a buscar formas de se engajar e estar ativo. Precisamos de cada pessoa para construir os mundos com que sonhamos.

asessionsleipzig.noblogs.org

Tradução > Contrafatual

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Virada do morro:
Ipê e seu grito amarelo
perpendicular.

Eolo Yberê Libera

[Itália] Empoli: Inauguração do monumento a Oreste Ristori

SÁBADO, 27 DE SETEMBRO DE 2025

INAUGURAÇÃO DO MONUMENTO A ORESTE RISTORI

Oreste Ristori, militante anarquista, fuzilado em 2 de dezembro de 1943 pela escória fascista em represália às lutas partisanas. Oreste, um companheiro entre os últimos, sem hierarquias, entre os primeiros nos combates, contra a exploração, as injustiças, o militarismo, o fascismo e a peste religiosa. Por uma sociedade libertária, igualitária, autogerida e solidária, sem servos nem patrões, pelo comunismo anarquista.

16H30: SAUDAÇÕES, DISCURSOS, MÚSICA E CANÇÕES SOCIAIS

TODA A POPULAÇÃO É CONVIDADA

COMITÊ ORESTE RISTORI

CENTRO DE ESTUDOS LIBERTÁRIOS PIETRO GORI

Federação Anarquista Italiana de Empoli e do Vale do Elsa

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um pé no degrau
um passo na escada
bate coração

Carlos Seabra

Distúrbios e bloqueios na Itália em uma greve contra a guerra em Gaza

A Itália viveu ontem (22/09) uma jornada de greve geral convocada pelos sindicatos de base do país em solidariedade com o povo palestino. Umas greves que afetaram especialmente portos, o transporte público, a saúde e o ensino, e que terminaram com fortes confrontos em Milão entre manifestantes e policiais.

De Turim a Nápoles, a greve geral decorreu sem incidentes na maioria das mais de 80 cidades que saíram às ruas contra a invasão em Gaza. Só em Roma, segundo a organização, o protesto mobilizou mais de 100 mil pessoas.

Em Milão, no entanto, o protesto degenerou em confrontos com a polícia quando cerca de uma centena de manifestantes encapuzados tentou entrar à força na estação de trem, quebrando portas e mobiliário urbano. A polícia de choque usou gás lacrimogêneo para dispersá-los. Pelo menos 20 pessoas foram detidas e 60 agentes da polícia ficaram feridos. Anteriormente, na Praça da República, perto do Consulado Geral dos Estados Unidos, alguns manifestantes queimaram bandeiras de Israel, dos Estados Unidos, da UE e da OTAN.

“A greve foi convocada em resposta ao genocídio em curso na Faixa de Gaza, ao bloqueio da ajuda humanitária pelo exército israelense e às ameaças contra a missão internacional da Flotilha Global Sumud”, explica a central sindical USB (Unione Sindacale di Base).

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Chuva de primavera —
O casal na correria
rindo sem parar.

Edson Kenji Iura

Marinha leva tropas e blindados para a Amazônia em preparação para a COP30 e a Operação Atlas 2025

O Navio-Aeródromo Multipropósito Atlântico, pertencente à Marinha do Brasil, está a caminho de Belém (PA) transportando 1.100 militares e 435 toneladas de armamentos, munições, mísseis, veículos blindados, viaturas leves e outros equipamentos militares das Forças Armadas.

As informações são da Marinha e foram divulgadas na quarta-feira, 17 de setembro.

O Navio-Aeródromo Multipropósito Atlântico deixou a Base Naval da Ilha das Cobras (RJ) no dia 13 de setembro.

Militares das Forças Armadas serão empregados na Operação Atlas 2025 e na segurança da COP30

Os militares das Forças Armadas e os equipamentos militares serão empregados na Operação Atlas 2025, um exercício conjunto entre Exército, Marinha e FAB (Força Aérea Brasileira) que será realizado em Roraima próximo à fronteira com a Venezuela.

Depois, também deve reforçar a segurança da Amazônia Oriental durante a COP30, o maior evento das Nações Unidas para discussão e negociação sobre mudanças climáticas, com dezenas de países representados. Até o momento, delegações de 79 nações já confirmaram presença.

A reunião da cúpula da COP30 acontecerá nos dias 6 e 7 de novembro em Belém (PA).

Em 15 de setembro, o Comando Militar do Norte informou que foi realizada mais uma reunião de alinhamento entre as Forças Armadas brasileiras a respeito dos esquemas de manobra, defesa e mobilidade urbana necessários à segurança da COP30.

Principal exercício militar da Operação Atlas 2025

Apesar de toda a grande operação logística da Atlas 2025 já ter sido iniciada há alguns meses e já terem acontecido etapas de disparo de armas pesadas em outras regiões do Brasil, o principal exercício tático de terreno acontecerá entre os dias 2 e 11 de outubro.

Segundo o Ministério da Defesa, a Operação Atlas 2025 representa otimização em relação a operações anteriores semelhantes: “Está alinhada ao compromisso do Brasil com a proteção da Amazônia e a promoção da soberania nacional”.

Fonte: agências de notícias

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A sensação de tocar com os dedos
O que não tem realidade –
Uma pequena borboleta.

Buson

[Grécia] Discussão sobre a criação de um grupo auto-organizado de atletismo

Convocatória para a criação de uma equipe auto-organizada de atletismo na quarta-feira, 24/09, às 20h, no DAC de Korydallos, Attica.

O texto do convite:

Convite para a formação de um grupo de atletismo auto-organizado e autogerido. Quarta-feira, 24/9, às 20h no DAC de Korydallos, na cantina (fechada, não está em funcionamento) do estádio.

Numa época em que o esporte se transforma em mercadoria, os espaços esportivos em campos de lucro e os atletas em produtos, nós escolhemos o caminho da resistência coletiva e da criação. Convocamos todos aqueles que desejam criar um espaço esportivo sem patrocinadores, sem treinadores-patrões, sem exclusões. Um grupo que funcionará horizontalmente, com decisões coletivas, respeitando as necessidades e possibilidades de todos. Não nos interessa o desempenho, mas a participação. Não nos interessa a disciplina, mas a camaradagem. Não nos interessa a imagem, mas a essência. Vamos discutir:

  • A estrutura e o funcionamento do grupo
  • As necessidades em termos de equipamento e acesso ao espaço
  • As implicações políticas da auto-organização no esporte

Se você acredita que o esporte pode ser um espaço de liberdade e resistência, venha reivindicá-lo conosco.

O esporte pertence a nós!

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vende a vida inteira
pelo pão de cada dia
a liberdade bóia, fria

Goulart Gomes

Cuba, um olhar libertário e emancipador

Há alguns anos, quando já se passava mais de meio século do início da revolução cubana, e por ocasião da morte de Fidel Castro, escrevi um artigo, similar a este que agora atualizo em setembro de 2025. Aquele texto começava recordando as paixões e as rejeições que ela produzia, assim como ocorre com outros experimentos socialistas de Estado, como o caso do chavismo, e muitas vezes sem possibilidade de matizar entre os dois extremos devido à visceralidade das posições a favor e contra. Desde posições transformadoras e socialistas, mas também amantes da liberdade em todos os âmbitos da vida, só podia denunciar mais uma vez o rotundo fracasso que havia significado o comunismo de Marx, filtrado posteriormente pelo leninismo, tanto em sua teoria supostamente científica, como em sua práxis política levada a cabo em não poucos países. No entanto, apesar desta evidente prática fracassada, com uma negação da liberdade em todos os âmbitos da vida, e com uma fracassada política econômica (que, em qualquer caso, nunca foi autogestão por parte dos trabalhadores, nem pareceu ter caminhado em nenhum caso rumo a isso) certa esquerda encontrava, pelo menos até não muito tempo atrás, novos referenciais uma e outra vez nessas experiências de Estado.

Os debates sobre o regime cubano se perderam em discussões sobre se aquilo é ou não uma ditadura, sobre a suposta participação popular intrínseca não homologável com as democracias liberais ou, inclusive, pelo menos até não muito tempo atrás por parte de alguns intelectuais europeus, sobre que era preciso deixar que os cubanos levassem a cabo seu próprio caminho para o socialismo livre de interferências e tutelas externas. Os mais recalcitrantes defensores da revolução apontavam para todos aqueles, entre os quais suponho me encontrar (um vínculo familiar me une à ilha e estive lá em duas ocasiões), que pretendem julgar seu sistema político e econômico só por ter estado lá algumas semanas fazendo turismo, e se esforçavam em nos mostrar supostos dados benévolos, especialmente sobre saúde e educação, comparados com outros países pobres. Tudo de negativo no regime era, supostamente, produto das mentiras da imprensa burguesa capitalista (difícil de defender isso de maneira plena com a revolução tecnológica das comunicações que ocorreu nos últimos anos e sem negar a confusão que pode continuar existindo sobre qualquer parte do planeta).

Um clássico tem sido também aqueles que asseguravam que o foco negativo era colocado sempre em países socialistas como Cuba, embora o certo é que, se isso foi assim, tenho a sensação de que já faz muito tempo que não é; é possível que o quase total silêncio de nossa imprensa generalista esteja motivado por todos aqueles investidores ocidentais dispostos a converter o capitalismo de Estado atual em Cuba em capitalismo privado sem importar demasiado o bem-estar dos próprios cubanos. Os opositores cubanos mais viscerais consideram, assim ouvi de alguns, que figuras como Fidel Castro ou o Che Guevara, longe de serem louváveis líderes revolucionários, não eram melhores que Hitler. Outra acusação habitual destes, que pouco ou nada acrescenta, é atacar de maneira cortante quem sustente algo bom do regime cubano com algo assim como “Vai morar lá!”. O certo é que todo esse maremágnum retórico não deixa de encobrir uma realidade, com um povo cubano em permanente crise econômica, com um regime encurralado em medidas autoritárias e com perspectivas transformadoras bastante desalentadoras.

Anarquistas em Cuba

Vamos dar, em primeiro lugar, uma rápida olhada no que tem sido o movimento anarquista em Cuba, partidário do socialismo autogestionário, com maior peso do que se quis ver de maneira oficial. Na luta contra Batista, como é lógico, os ácratas tiveram um papel ativo. Muito cedo, com a chegada de Fidel Castro ao poder, encontrarão uma repressão em suas fileiras; em suas publicações, advertirão sobre o autoritarismo, o centralismo estatal e a hegemonia do Partido Comunista e reclamarão democracia nos sindicatos. Os anarquistas, assim como deveriam fazer os marxistas à margem de doutrinas pseudocientíficas e finalidades “históricas”, apostavam pela autogestão e pela emancipação dos trabalhadores. Não obstante, o caminho do Estado cubano derivou, com sua falta de liberdade e de iniciativa própria, no totalitarismo e na dependência do modelo soviético.

Ao serem conscientes deste desastre, em 1960 os anarquistas fizeram uma declaração de Princípios mediante a Agrupação Sindicalista Libertária; nela, atacava-se o Estado, o centralismo agrário proposto pela reforma do governo, assim como o nacionalismo, o militarismo e o imperialismo. Os libertários mantinham-se fiéis à sua concepção da liberdade individual, como base para a coletiva, à sua aposta pelo federalismo e por uma educação livre. As habituais acusações aos críticos da revolução cubana, que de uma forma ou outra chegam aos nossos dias, de estarem a soldo dos Estados Unidos ou outros elementos reacionários não tardariam a chegar. Depois daquilo, a repressão castrista fez com que o anarcossindicalismo não tivesse lugar ao ser erradicada a liberdade de imprensa e não pudesse fazer propaganda ideológica. Iniciou-se o êxodo anarquista nos anos 60, restando poucos militantes em Cuba e sofrendo um miserável despotismo.

Naqueles primeiros anos da revolução cubana, criaram-se organizações no exterior, como o Movimento Libertário Cubano no Exílio (MLCE), e houve outros manifestos libertários criticando a deriva totalitária. Uma obra anarquista destacada é Revolución y dictadura en Cuba, de Abelardo Iglesias, publicada em 1961 em Buenos Aires. A posição anarquista, pelo menos por parte da maior parte do movimento, estava clara. A incansável atividade intelectual de alguns anarquistas cubanos faz com que se exponha com clareza meridiana conceitos como os seguintes: “expropriar empresas capitalistas, entregando-as aos operários e técnicos, isso é revolução”; “mas convertê-las em monopólios estatais nos quais o único direito do produtor é obedecer, isso é contrarrevolução”. Apesar destes esforços, no final da década de 60, o castrismo parecia estar ganhando a propaganda ideológica, o que provocou que alguns meios libertários, na Europa e na América Latina, tendessem cada vez mais a apoiar a revolução cubana.

Um ponto de inflexão para esta situação será a publicação em 1976 no Canadá do livro The Cuban Revolution: A Critical Perspective (A Revolução Cubana: uma abordagem crítica), de Sam Dolgoff, excelentemente distribuído e que “fez um impacto demolidor entre as esquerdas em geral e os anarquistas em particular”. O livro constituiu uma certeira abordagem crítica do castrismo, recolhendo a luta do MLCE (reiteradamente acusado de estar a serviço da reação) e propiciando seu reconhecimento internacional; o impacto sobre o anarquismo internacional, e inclusive sobre outras correntes de esquerda, foi considerável. Nos anos seguintes, é destacável a publicação Guángara libertaria, a cargo do MLCE, iniciada em 1979 e que chegou até 1992. Merece a pena também mencionar que o sindicato anarco-comunista Sveriges Arbetares Centralorganisation (SAC), na Suécia, em colaboração com a revista Cuba Nuestra, editada em Estocolmo, foi um nobre e solidário apoio no final dos anos 90 ao renascimento do anarquismo cubano.

Já no século XXI, destacou-se durante anos o boletim Cuba libertaria, do Grupo de Apoio aos Libertários e Sindicalistas Independentes em Cuba, onde estava nosso companheiro recentemente falecido Octavio Alberola, cujo primeiro número apareceu em fevereiro de 2004. O Taller Libertario Alfredo López, chamado assim em homenagem a uma figura destacada do anarcossindicalismo em Cuba, organizou as Jornadas Primavera Libertária de Havana quase de maneira ininterrupta desde 2013 até 2024, momento final em que mal tinha atividade; foram anos com múltiplas atividades, em espaços afins e públicos fomentando o debate, a criação de uma editora e de diversas publicações. Em 2018, graças à ajuda de libertários de todo o mundo, pôde-se comprar um espaço em Havana para dar lugar à ABRA, o primeiro centro social anarquista na ilha depois de décadas de ausência. Em 2016, criou-se a Federação Anarquista da América Central e do Caribe (FACC), da qual hoje é difícil encontrar rastro além de um mínimo espaço de comunicação e coordenação entre diversas regiões. A chamada quarta geração de anarquistas em Cuba foi uma grande esperança através do Observatório Crítico de Havana, do mencionado Taller Libertario ou de diversas associações, de marcado caráter antiautoritário e autogestionário, promotoras da pedagogia libertária, dos direitos LGBTQi+, do ecologismo ou da cultura africana. Desgraçadamente, todas estas iniciativas desapareceram atualmente ou têm grandes dificuldades para se manter.

Perspectivas do processo revolucionário atualmente

Se algo alimentou o mito da revolução cubana tem sido o criminoso bloqueio ou embargo dos Estados Unidos, que perdura até nossos dias apesar dos vaivéns nas diferentes administrações; Biden teve certa continuidade com as relações diplomáticas iniciadas com Obama, mas Trump acabou por destruí-las. Mais uma vez, gostaria de deixar claro que é tão intolerável esse bloqueio econômico norte-americano quanto o que estabeleceram os Castro sobre a população cubana. Essa dicotomia Estados Unidos versus Cuba, como em tantas outras, essa escolha entre o ruim e o pior, tendência tantas vezes da mentalidade humana, é pobre e falaciosa; o ruim continua sendo ruim, é preciso trabalhar por um caminho que assegure a justiça e a liberdade. Assim tentaram fazer historicamente os anarquistas, desde a época colonial até o atual sistema totalitário no qual a chamada quarta geração mantém a chama libertária, ainda que de forma muito debilitada devido às grandes dificuldades. Apesar da propaganda sobre a democracia interna do regime e a participação popular, desgraçadamente, disse-se que os movimentos sociais têm sido inexistentes em Cuba durante a chamada revolução, já que a única representação política tem sido através do Partido Comunista e da União de Jovens Comunistas, e não parece que o regime evolua tampouco no que respeita a isso.

A revolução cubana mostrou-se duplamente perversa, por sua condição intrínseca, suavizada pela magnificação de seus logros, e por arrogar-se uma autoridade moral fundamentada em sua suposta natureza transformadora e progressista, que hoje já se vê como uma caricatura. A queda do bloco soviético, do qual dependia economicamente em grande nível, significou um duro golpe para Cuba com o chamado período especial; naquela década de 90, começam algumas mudanças, mas só para levantar as excessivas proibições que saturavam a vida dos cubanos e obrigá-los a numerosas práticas sociais para sua sobrevivência. Tratava-se de um encurralamento permanente do regime no centralismo e nesse suposto socialismo, que mais bem deveríamos chamar de capitalismo de Estado. Após a morte de Fidel Castro em 2016, o regime teve continuidade com a liderança de seu irmão Raúl, hoje ainda muito influente segundo dizem apesar de sua avançada idade, embora a presidência corresponda desde 2019 a Miguel Díaz-Canel. Em qualquer caso, após o desaparecimento de Fidel Castro, apesar de algumas reformas internas aparentemente liberais (embora assegurando o controle estatal da economia), produziu-se uma evidente política de continuidade. Certas reformas e abertura, que em qualquer caso nunca caminharam para nenhum efeito emancipador e mais pareciam um caminho similar ao do comunismo chinês, constituíram apenas um miragem. Após sucessivas crises, agravadas pela pandemia, uma onda de protestos ocorreu na ilha no final de 2020 e começos de 2021, farto o povo da carestia e penúrias de todo tipo, ante o que o regime só soube recuar para uma maior repressão. Passado já um quarto do novo século, não é possível continuar escorando moralmente um regime que, de um ponto de vista autenticamente social e revolucionário, não conduz a lugar nenhum e mantém a população em uma intolerável precariedade sem aportar soluções e culpando, ainda, a fatores externos pela situação econômica.

Em seu momento, ante o caminho autoritário, centralista e burocrático, da práxis marxista-leninista na Rússia, os anarquistas advertiram que iam conseguir que as pessoas acabassem odiando a palavra comunismo. Atualmente, uma reprovação mais a realizar à suposta revolução, exemplos como o de Cuba levaram a que resulte difícil imaginar, para a maior parte das pessoas, nenhuma solução a nível econômico que não seja a da entrada na ilha de investidores privados; ou seja, substituir o capitalismo de Estado, insistirei em que não podemos denominar de outro modo o esclerotizado sonho “revolucionário” cubano, por um capitalismo livre de barreiras para os que mais têm. E é que, à margem de discursos e proclamações que à medida que passam os anos resultam cada vez mais patéticos, a única realidade é que dita Revolução jamais cumpriu a promessa de acabar com a explotação, nem com as diferenças de classe e, assim como nos países capitalistas, um abismo separa as elites do povo. No que concerne às liberdades políticas, igualmente, essa insistência do regime cubano em levar a cabo seu próprio processo participativo de Partido único, que encobria obviamente formas nitidamente autoritárias, conduziu a reclamar para a ilha uma homologação com as democracias liberais multipartidárias. Desde um olhar libertário e autenticamente emancipador, e como já assinalaram os companheiros do Taller Libertario, só podemos exigir “todas as formas de auto-organização de quem trabalha, convive e cria em Cuba” sem imposições autoritárias de nenhum tipo e com uma liberdade em todos os âmbitos vivenciais onde predomine a solidariedade. Apesar da apatia e falta de organização da classe trabalhadora cubana, assim como da precarização de grande parte da população, por décadas de subordinação e dependência do Estado, é um desejo compartilhado pelo conjunto dos libertários pelo qual continuaremos apostando e apoiando em qualquer parte do planeta.

Capi Vidal

Fonte: https://redeslibertarias.com/2025/09/16/cuba-una-mirada-libertaria-y-emancipadora/

Tradução > Liberto

agência de notícias anarquistas-ana

Aqui e ali,
Sobre os campos florescem
As quaresmeiras.

Paulo Franchetti

[Espanha] CNT ELX – Voltemos à luta!

Mais uma vez iniciamos nossas atividades para conformar um sindicato em combate, como sempre foi a Confederação Nacional do Trabalho.

Um sindicato que faz das palavras União, Ação e Autogestão a guia de nossas atividades e objetivos.

Porque não lutamos apenas contra a precariedade e a situação que enfrentam os/as trabalhadores/as, lutamos contra o capital, contra a exploração e o roubo da mais-valia pela classe empresarial. Em um momento em que, praticamente, a quase totalidade da mal chamada esquerda renunciou a seus postulados históricos e se converteu em meros gestores assalariados do capitalismo e da economia de mercado, esquecendo os problemas enfrentados pela classe trabalhadora. Claro, nossos políticos nunca tiveram que estar às 8 da manhã em uma linha de montagem de fábrica.

Nós nos declaramos firmemente ANTICAPITALISTAS, já que o capitalismo é um sistema que precisa ser derrubado ou acabará destruindo tudo, talvez até se autodestruindo, com um consumo desenfreado e irracional, tanto dos recursos quanto do nosso próprio planeta.

Mas não temos apenas que levantar nossas armas contra o sistema econômico atual. Também – e tod@s têm consciência da situação que vivemos a nível mundial e nacional – é preciso enfrentar o retorno do fascismo. Sim, com todas as letras, com governos liderados por genocidas que implementam políticas de extermínio e discriminação. Não é necessário listar os países sob esse tipo de governo. Um câncer que se espalha e que, evidentemente, também já chegou à Europa.

É preciso frear o fascismo em todos os fronts.

Ao mesmo tempo, é hora de criar consciência, cultura e organização para que nossa alternativa seja viável, desde baixo, como não poderia ser de outro modo. Somente com cultura e formação, com solidariedade e apoio mútuo, podemos e devemos criar e tecer redes de autodefesa.

Pela Anarquia, para que esta seja visível em nossa teoria, mas também para colocá-la em prática, para ir além das palavras. É preciso defender a liberdade e as liberdades, aquelas que pouco a pouco estão sendo retiradas de nós. É preciso lutar pela igualdade e pela justiça social.

Isto não é uma moda, é um compromisso de todo revolucionário, de toda pessoa com consciência de classe, de classe trabalhadora.

Como não podemos esquecer, este é o nosso hino:

Tempestades negras agitam os ares
Nuvens escuras nos impedem de ver
Ainda que nos esperem a dor e a morte
Contra o inimigo nos chama o dever

Hoje como ontem, a CNT está em luta. Se você quiser, aqui tem o seu lugar. Não vai ser fácil, mas juntos somos mais fortes.

Saúde e Anarquia!

Fonte: https://elche.cnt.es/2025/09/09/cnt-elx-volvemos-a-la-carga/

Tradução > Liberto

agência de notícias anarquistas-ana

A rã de Bashô
sai num pulo do haicai
dele para o meu.

Otoniel