[EUA] Two Cheers For Anarchism (Dois Vivas para o Anarquismo):  Seis Textos Fáceis sobre Autonomia, Dignidade e Trabalho Significativo e Lazer 

James C. Scott (Autor); Tun Myint (Prefácio) 

James Scott nos ensinou o que há de errado em ter uma visão estatal. Agora, em seu livro mais acessível e pessoal, o aclamado cientista social defende a visão anarquista. Inspirado pela crença anarquista fundamental nas possibilidades da cooperação voluntária sem hierarquia, Two Cheers for Anarchism (Dois Vivas para o Anarquismo) é uma defesa envolvente, animada e muitas vezes muito engraçada da visão anarquista — que oferece uma perspectiva única e poderosa sobre tudo, desde as interações sociais e políticas cotidianas até protestos em massa e revoluções. Com uma variedade de histórias e exemplos marcantes, o livro fala sobre uma visão anarquista que valoriza o conhecimento local, o bom senso e a criatividade das pessoas comuns. Isso resulta em uma espécie de manual sobre o anarquismo construtivo, que nos desafia a repensar o valor da hierarquia na vida pública e privada, desde escolas e locais de trabalho até casas de repouso e o próprio governo.

Começando com o que Scott chama de “a lei da calistenia anarquista”, um argumento a favor da violação da lei inspirado em uma faixa de pedestres da Alemanha Oriental, cada capítulo se inicia com uma história que captura uma verdade anarquista essencial. Ao contar essas histórias, Scott enfoca uma ampla variedade de assuntos: desordem pública e tumultos, deserção, caça ilegal, sabedoria popular, produção em linha de montagem, globalização, pequena burguesia, testes escolares, áreas de lazer e a prática da explicação histórica.

Longe de ser um manifesto dogmático, Two Cheers for Anarchism celebra a confiança anarquista na criatividade e no discernimento das pessoas que são livres para exercer suas capacidades criativas e morais.

“Um dos cientistas sociais mais lidos do mundo” (New York Times) oferece seu livro mais pessoal e acessível — uma celebração de como pessoas comuns podem resistir à opressão e à injustiça.

Editora: Princeton University Press
Formato: Livro
Encadernação: brochura
Páginas: 208
Lançamento: 10 de junho de 2025
ISBN-13: 9780691271781
US$ 17,95
press.princeton.edu

Tradução > acervo trans-anarquista

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https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2024/07/31/eua-james-c-scott-1936-2024/

agência de notícias anarquistas-ana

Uma quaresmeira
roxeia o cerrado.
Dói um coração.

Onofra

[Espanha] Falemos sobre ditaduras

Pois é, temos que falar sobre ditaduras, já que a confusão atual (não sei se chamar de “pós-moderna”) chega a limites que beiram a falta de oxigenação cerebral. Como é possível que a facistada, com total desfaçatez, tenha agora púlpitos de audiência notável (temo que por um público de natureza acrítica e pouco ou nada dotado intelectualmente) onde afirmam que o militar golpista genocida Franco não foi uma ditadura? Onde garantem que o que houve na verdade foi algo como um “regime de autoridade” – como diz então um ácrata de tendência niilista, verdadeiro amante da liberdade: maldita seja a autoridade!

Como parece que voltamos à idade pré-escolar, façamos uma definição rápida de regime ditatorial: aquele em que o poder se concentra em um único sujeito ou grupo reduzido (ou seja, uma centralização exacerbada), onde as liberdades elementais (expressão, associação, política em geral…) não existem e onde, consequentemente, a dissidência é reprimida e não há pluralidade. Haverá ditaduras mais ou menos cruéis – embora todas o sejam já só por arrebatar das pessoas sua capacidade de escolha em todos os níveis da vida –, e haverá idiotas que gostem de ditaduras ou as considerem necessárias, mas concordaremos pelo menos nessa explicação superficial.

Antes de continuar, esclarecerei duas coisas.

Primeiro: mesmo à margem da minha lúcida condição libertária, considero evidente que de um regime autoritário não pode derivar nada novo, como sempre insistiram anarquistas e como creio que a história demonstrou – só da liberdade pode surgir a liberdade (creio que a bom entendedor, meia palavra basta; e para uma concepção complexa de liberdade, ligada ao social, já ocupamos outros espaços).

Segundo: denunciar com força todas e cada uma das ditaduras, não importa o disfarce que tenham, não me converte em defensor de um Estado democrático (talvez um oximoro), nem da democracia representativa, nem dessa fantasia teórica da “separação de poderes”, nem de nenhuma dessas características que frequentemente se apresentam como se fossem um fim em si mesmo de um sistema altamente benevolente (que, obviamente, não desfrutamos). Denunciar todas as ditaduras – que não queremos sofrer – me converte simplesmente em defensor desses mínimos mencionados: liberdades elementais e pluralidade (isso, claro, com todas as dificuldades de exercê-las num sistema de aparência democrática, mas onde o poder político e econômico segue estando em poucas mãos).

Portanto – e que valha também este esclarecimento para aqueles imbecis que nos acusam, os que não votamos, de pouco menos que favorecer uma ditadura –, votar ou não votar (dois atos que podem ser lúcidos ou idiotas, e não entraremos em detalhes) corresponde precisamente à livre decisão das pessoas nesse sistema de mínimos.

Voltemos à facistada antes de abordar outros tipos de ditaduras. A direita (e não só a chamada ultradireita, se é que há diferença), e não temo generalizar, por mais que agora se rotule de liberal, jamais condenou com força a ditadura franquista. Repulsivos ex-dirigentes, com cargos políticos de alta relevância como Aznar ou Esperanza Aguirre, apresentam-na hoje como não tão autoritária e repressiva, e até com elementos positivos.

Mais ainda: com total iniquidade e sem vergonha (nada novo, pois há outros com esse discurso há tempos), esses elementos de direita afirmam que há um domínio historiográfico “progre” ou diretamente socialcomunista, de modo que sua narrativa dos fatos constitui não só a verdade, mas a “autêntica rebeldia” ante o autoritarismo que a esquerda representa. Claro, são falsidades repetidas que apresentam supostos fatos de forma extremamente simplista, dirigidas a mentes pouco dotadas intelectualmente – às quais não se pode pedir grandes complicações –, sem relação alguma com metodologia historiográfica. Isto é, deixemos claro, grande parte do problema neste país indescritível.

Entretanto, o gosto por ditaduras não corresponde só ao campo conservador ou reacionário. Na verdade, seguir mantendo certos mitos sobre regimes inequivocamente autoritários, construídos em torno desse “bem para a humanidade” que é o socialismo, tem uma dupla faceta perversa.

Primeiro: perpetua a ilusão sobre vias estatais (vias autoritárias, que justificam meios em nome de um fim benevolente) para transformações sociais que nunca chegaram (se por mudança social entendemos, claro, bem-estar econômico e maior capacidade de escolha das pessoas em todos os âmbitos da vida).

Segundo: o evidente fracasso desses regimes socialistas – cuja fase intermediária era uma ditadura – alimenta o campo direitista e nos obriga a um processo histórico de estúpida comparação entre regimes autoritários (com nuances sobre seu grau totalitário, também expresso de forma simplista e muitas vezes falsa), na qual não precisamos entrar.

Condenar ditaduras socialistas não supõe alimentar as de caráter direitista; muito pelo contrário: nos fazem aprender com a história, olhar adiante e, a partir de um contexto aceitavelmente livre, aprofundar a liberdade e tentar superar um sistema onde poucos acaparram os recursos (outra forma de dominação). Ninguém disse que seria fácil.

Juan Cáspar

Fonte: https://acracia.org/hablemos-de-dictaduras/ 

Tradução > Liberto

agência de notícias anarquistas-ana

Com jeito voyeur
da soleira da janela
um pombo me espia.

Anibal Beça

Grande dia de solidariedade ao povo resistente da Palestina, com ações em toda a geografia grega

No domingo, 10 de agosto, milhares de pessoas foram às ruas, em ilhas e destinos turísticos, realizando todos os tipos de ações em portos, praias, praças, com concentrações, marchas e bandeiras palestinas e faixas de solidariedade ao povo palestino.

Com vigor, energia e participação em massa dos cidadãos nos chamados da Marcha para Gaza e de muitos coletivos, palavras de ordem foram gritadas e ouvidas contra o genocídio do povo palestino em Gaza, a ocupação e a exclusão pelo Estado assassino de Israel. É por isso que muitos slogans de boicote a Israel e a turistas israelenses indesejados. Assim como contra o governo e o Estado gregos, entre aqueles mais dispostos a cooperar com um Estado genocida, bem como com os EUA e a OTAN, e, portanto, cúmplices dos crimes em massa cometidos na Palestina.

Após o dia 10 de agosto, o movimento de solidariedade na Palestina e as guerras dos governantes emerge ainda mais forte e mostra que, além de Estados, governos e instituições autoritárias, os cidadãos de baixo podem se mobilizar e se mobilizam, e além da solidariedade, eles estão praticamente mostrando o caminho da resistência às guerras dos governantes.

agência de notícias anarquistas-ana

Escudo de papel:
as leis são frágeis diante
de um poema em brasa.

Liberto Herrera

[EUA] A primeira edição da Foghorn Mag está no ar!

A primeira edição da Foghorn Mag está no ar! É uma bela e envolvente coleção de 16 páginas com tutoriais, reflexões, histórias, arte, crime, conselhos, perguntas, conexões. Custa US$ 6 + envio. Toda a arrecadação cobre os custos de impressão. Escreva para foghornmag@riseup.net para adquirir um exemplar, saber sobre preços por atacado, sugerir espaços radicais que possam querer distribuir a revista ou enviar contribuições para a próxima edição. Do nosso casebre para o seu.

FOGHORN MAG

Um registro anarquista da vida marginal, publicado exclusivamente em versão impressa, duas vezes por ano, nos solstícios.

Uma revista impressa semestral sobre o habitar anarquista. Um lar & jardim rebelde. Um sopro ardente de vida, animando a bela ideia do anarquismo em nossas vidas domésticas cotidianas.

Para os ocupas, ermitões fora da rede, defensores da terra, habitantes das florestas, andarilhos, esquisitos comunitários e todos que vivem fora dos limites, além do alcance dos proprietários, do condado, do Estado.

Queremos suas reflexões amorosas e analíticas sobre a labuta rural; tutoriais práticos de construção e sistemas para modos de vida não normativos; fotografias; entrevistas; devaneios; narrativas; e mais.

Compartilhe as lágrimas que você chora pelo que deseja e pelo que poderia ser: uma vida que valha a pena cultivar entre as ervas daninhas e os escombros.

Fonte: https://kolektiva.social/@FoghornMag

Tradução > Contrafatual

agência de notícias anarquistas-ana

Vento gélido
E o cachorro se enrosca
A cada sopro.

Moduan Matus

[Espanha] Notícias catastróficas para os macacos de cauda longa e para o fim da experimentação animal

Os macacos de cauda longa são os primatas mais “utilizados” nos laboratórios de todo o mundo (mais de 100.000 por ano). A grande maioria deles não é “criada”, mas sim sequestrada em suas casas no Vietnã, Camboja ou Maurício e enviada para esse destino cruel.

Este “comércio” atroz é uma das principais razões pelas quais os macacos de cauda longa foram declarados em perigo de extinção em 2022. Apesar disso e das inúmeras evidências do tráfico ilegal desses animais, as maiores empresas de experimentação animal continuam aumentando seus lucros e o massacre dos macacos de cauda longa.

Uma das principais empresas envolvidas nesse negócio cruel é a Charles River Laboratories, a maior empresa de experimentação animal do mundo, que anunciou ontem (05/08) que, nos últimos três meses, lucrou mais de US$ 1 bilhão com a tortura e o massacre de milhões de animais.

De passagem, aproveitaram para anunciar que foi encerrada a investigação sobre o seu papel no tráfico ilegal de macacos de cauda longa e que as autoridades lhes vão “devolver” os mil macacos que tinham importado ilegalmente em 2023 para que também os possam massacrar¹.

Na Espanha, a Charles River Laboratories recebe anualmente centenas de milhões de dinheiro público de instituições como o CSIC para perpetuar seu negócio inútil e atroz.

Além disso, também são proprietários do maior centro de distribuição e experimentação de primatas da Europa, Camarney SL. Um lugar miserável que, graças à permissividade da Gencat, Agriculturacat e Mitecogob, já é responsável pela tortura e assassinato de mais de 40.000 macacos de cauda longa.

A experimentação animal não é ciência nem salva vidas, é um negócio inútil, atroz e devastador que não pode continuar existindo.

www.abolicion-viviseccion.org

[1] https://peta.org/action/action-alerts/1000-endangered-monkeys/

agência de notícias anarquistas-ana

a chuva cai forte
e os ruídos que sobem
corroem meus olvidos

Thiago de Melo Barbosa

“Apesar das críticas de Lula, o Brasil nunca interrompeu formalmente relações comerciais ou de qualquer outra natureza com Israel”

• Um relatório da ONG Oil Change International chegou a apontar que o Brasil era responsável pelo fornecimento de 9% de todo petróleo exportado para Israel durante os primeiros nove meses do conflito Israel-Hamas, deflagrado em outubro de 2023.
 
• Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços apontam, inclusive, que o Brasil aumentou suas exportações para Israel durante a guerra. Em 2023, primeiro ano do governo Lula, haviam sido enviados 661 milhões de dólares em produtos. Em 2024, foram 725 milhões de dólares – quase 10% a mais.
 
• Grande parte do que o Brasil vende a Israel é justamente petróleo, seguido de carnes, soja, café e outros produtos.
 
>> Leia mais aqui:
 
Empresa brasileira vende aço para indústria de armas de Israel durante guerra em Gaza
 
https://www.intercept.com.br/2025/05/29/empresa-brasileira-aco-industria-armas-israel/
 
Brasil critica guerra, mas vende petróleo a Israel
 
https://www.oc.eco.br/brasil-critica-guerra-mas-vende-petroleo-para-israel/
 
Apesar de críticas de Brasil a guerra em Gaza, país mantém laços com Israel em nível federal e estadual
 
https://oglobo.globo.com/mundo/noticia/2025/08/04/mesmo-diante-de-pressoes-por-rompimento-brasil-tem-relacao-comercial-intensa-com-israel.ghtml
 
‘Economia do genocídio’: mesmo com freio de Lula, Brasil tem recorde de importação de armas de Israel em 2024
 
https://www.brasildefato.com.br/2025/08/04/genocidio-lula-brasil-recorde-armas-israel/
 
Conteúdos relacionados:
 
https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2025/07/09/petrobras-o-combustivel-do-genocidio/
 
https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2025/08/08/o-estado-de-israel-comete-assassinatos-a-petrobras-e-cumplice-e-lula-3-e-um-hipocrita-contra-o-genocidio-na-palestina/
 
agência de notícias anarquistas-ana
 
No fim do poema,
uma pergunta sem donos:
“Quem precisa de amos?”
 
Liberto Herrera

[Rio de Janeiro-RJ] Lançamento da UPEL (Universidade Popular do Ensino Livre)

A UPEL (Universidade Popular do Ensino Livre) é um movimento de encontros voltados para o ensino livre e a troca de saberes sobre temas libertários, com professores e facilitadores convidados. Idealizada pelo CCS Movimento em parceria com a ATB (Associação de Trabalhadores de Base), a UPEL nasce para promover formação crítica e acesso aberto ao conhecimento.

O lançamento acontece na quarta-feira, 13/08, às 18h na biblioteca do CCS Movimento. O primeiro encontro será uma formação sobre a experiência da Universidade Popular do Ensino Livre do Rio de Janeiro, criada em 1904, com Eduardo Lamela, doutor em História pela Universidade Federal.

CCS Movimento

Avenida Mem de Sá 215 A, Lapa, Rio de Janeiro (RJ)

agência de notícias anarquistas-ana

Noite fria, escura,
no asfalto negro da rua
late o cão vadio.

Fanny Dupré

Navio BYD Explorer trouxe da China para o Brasil mais de 5 mil carros em uma só viagem! Ou matamos o capitalismo, ou ele mata tudo. Pela Terra Livre e Selvagem!!!

The Sparrows Nest: Preservando a História Anarquista em Nottingham – O Maior Arquivo Anarquista do Reino Unido e seu Impacto no Ativismo Local e nos Movimentos Políticos

Em um lugar tranquilo de St Ann’s, uma região movimentada e multicultural de Nottingham, um arquivo oculto preserva a rica história do movimento anarquista. Ao contrário dos grandes salões das bibliotecas universitárias ou das prateleiras bem organizadas dos arquivos de museus, o The Sparrows Nest [Ninho de Pardais] está escondido na sala de estar de uma casa, um espaço que reflete a natureza popular do projeto. Conhecido como o maior arquivo anarquista do Reino Unido, ele abriga milhares de materiais que documentam a história de movimentos políticos radicais, protestos e esforços contraculturais nos últimos cinquenta anos.

O The Sparrows Nest não é um lugar que os turistas ou pesquisadores possam encontrar facilmente. Trata-se de um projeto comunitário conduzido por indivíduos apaixonados que acreditam que a preservação da literatura ativista e dos registros históricos é essencial para entender o desenvolvimento dos movimentos políticos modernos. Nesta humilde sala de estar – repleta de pilhas de folhetos, crachás, jornais e outras lembranças anarquistas – a coleção de artefatos representa não apenas a história do anarquismo no Reino Unido, mas também seu alcance global.

As Origens do Arquivo do The Sparrows Nest

A criação do The Sparrows Nest remonta a 2008, quando um grupo de ex-ativistas e historiadores se reuniu para documentar, preservar e digitalizar a literatura anarquista que corria o risco de se perder com o tempo. Liderado por Claire Taylor, uma historiadora aposentada de Keyworth, o projeto tinha como objetivo evitar a destruição de materiais críticos relacionados a movimentos políticos radicais, especialmente aqueles nos círculos anarquistas e de esquerda.

Como Taylor ressalta, “se você estivesse na América do Sul ou na Europa, encontraria um lugar como esse em cada cidade, mas no Reino Unido isso simplesmente não existe”. A necessidade de um arquivo como esse era clara: não havia nenhuma instituição importante no Reino Unido dedicada a preservar os materiais do movimento anarquista, e grande parte da literatura e dos artefatos corria o risco de se perder, seja por negligência ou por deterioração natural.

Trabalhando em uma sala de estar em Nottingham, Taylor e sua equipe iniciaram a árdua tarefa de catalogar milhares de panfletos anarquistas, jornais e materiais de propaganda, alguns dos quais datam do início do século XX. Eles coletaram tudo, desde literatura do Greenpeace e panfletos de campanhas contra o desarmamento nuclear até jornais de ativistas locais e lembranças de eventos de protesto. Ao longo dos anos, esses materiais foram cuidadosamente preservados e digitalizados, garantindo que a história do anarquismo permaneça acessível para as gerações futuras.

O Nome: The Sparrows Nest

O nome Sparrows Nest vem de uma publicação de esquerda que antecedeu o projeto de arquivo: The Nottingham Sparrow (O pardal de Nottingham). O jornal, uma publicação radical local, era um confronto direto contra o Nottingham Arrow, orientado para os interesses do establishment, o jornal oficial do conselho municipal. Ao adotar esse nome, o arquivo homenageia tanto o espírito radical de seus fundadores quanto a continuidade histórica do movimento anarquista na região.

O nome também fala das origens humildes do projeto. Assim como os pardais são pássaros pequenos, mas determinados, o The Sparrows Nest representa a persistência silenciosa dos fundadores do projeto em preservar e compartilhar ideias políticas radicais. Ao contrário das instituições tradicionais, que geralmente priorizam arquivos comerciais ou patrocinados pelo governo, o Sparrows Nest é movido pela paixão, pela comunidade e pela crença na importância da preservação de histórias alternativas.

O Papel do Arquivo: Preservando a História Anarquista

O principal objetivo do arquivo do The Sparrows Nest é digitalizar e preservar materiais que, de outra forma, seriam perdidos ao longo da história. Ao catalogar e disponibilizar esses materiais on-line, o arquivo garante que ativistas, pesquisadores e historiadores tenham acesso a uma grande quantidade de recursos que registram a evolução do anarquismo e dos movimentos políticos radicais ao longo das décadas.

O que diferencia o The Sparrows Nest de outros arquivos é seu foco nas lutas locais. Como explica Taylor, “As pessoas estavam realmente entusiasmadas com o projeto e estavam ansiosas para que cuidássemos de suas coisas se as preservássemos adequadamente”. Esse entusiasmo fez com que o arquivo recebesse materiais que refletem as lutas locais e os movimentos políticos singulares do Reino Unido, além de eventos e campanhas globais. Seja um folheto de um protesto contra armas nucleares, manifestações contra a austeridade ou campanhas pelos direitos dos trabalhadores, esses registros oferecem um quadro detalhado da história política e social do Reino Unido no último meio século.

Uma Coleção Abrangente

O arquivo inclui uma variedade impressionante de documentos e artefatos, muitos dos quais são únicos. Os visitantes do The Sparrows Nest encontrarão itens que vão desde folhetos e crachás de ativistas de campanhas locais e nacionais até livros que registram a ascensão e queda de grupos anarquistas no Reino Unido e no exterior. Há até mesmo lembranças de protestos históricos, como o motim do queijo em Nottingham, o que proporciona uma conexão tangível com o ativismo de base que moldou o cenário político ao longo dos anos.

Para muitos dos ativistas que contribuíram com materiais para o arquivo, o objetivo não era apenas preservar a história, mas criar um recurso para ações políticas futuras. Nesse sentido, o The Sparrows Nest não é apenas um museu – é um arquivo que visa a inspirar as futuras gerações de ativistas e organizadores.

Acesso Limitado, Mas Alcance Amplo

Embora o The Sparrows Nest esteja localizado em uma residência em Nottingham, tem atraído constantemente a atenção de pesquisadores, historiadores e estudantes que desejam explorar seus acervos. Embora o arquivo não esteja aberto ao público regularmente, os pesquisadores podem solicitar acesso aos materiais mediante agendamento. Devido à natureza da localização do arquivo e à privacidade de seus proprietários, o acesso é limitado, mas a coleção digitalizada está disponível on-line para aqueles que desejam explorá-la remotamente.

Essa abordagem híbrida, que combina acesso físico com arquivos digitais, permite que o The Sparrows Nest mantenha seu foco na preservação da literatura radical e, ao mesmo tempo, garanta que ela permaneça relevante e acessível aos atuais usuários. A disponibilidade on-line da coleção garante que mesmo aqueles que não podem visitar Nottingham fisicamente ainda possam se envolver com os materiais e usá-los para fins educacionais ou de pesquisa.

Sustentabilidade e o Futuro do Arquivo

Um dos principais desafios enfrentados pelo arquivo The Sparrows Nest é manter sua sustentabilidade à medida que ele cresce. Embora o arquivo tenha se beneficiado de doações e trabalho voluntário, a digitalização e a catalogação contínuas dos materiais exigem financiamento e recursos. A equipe do The Sparrows Nest tem trabalhado arduamente para equilibrar as crescentes demandas de digitalização com a necessidade de preservar a integridade dos materiais originais, e isso requer uma combinação de apoio financeiro e envolvimento da comunidade.

Para atender a essas necessidades, o arquivo tem contado com uma variedade de subsídios, financiamento coletivo e doações de apoiadores do movimento anarquista e daqueles que acreditam no valor da preservação da história radical. O crescimento contínuo dos arquivos depende da manutenção dessas fontes de renda e, ao mesmo tempo, do gerenciamento dos desafios logísticos associados à manutenção de um acervo tão grande e diversificado.

Impacto Local e Envolvimento Comunitário

Embora o The Sparrows Nest possa ser um projeto relativamente pequeno no contexto dos arquivos nacionais, ele desempenha um papel importante na comunidade local. O arquivo oferece um espaço para diálogo e reflexão sobre os movimentos políticos que marcaram Nottingham e o Reino Unido em geral. Ao oferecer uma visão da história do ativismo local e da resistência política, ele promove uma maior compreensão da estrutura sociopolítica da cidade.

Claire Taylor e sua equipe sempre deram grande ênfase ao envolvimento comunitário. Eles trabalharam com escolas, universidades e grupos de ativistas locais para levar os materiais do arquivo a um público mais amplo. Essa colaboração ajuda o projeto a permanecer enraizado na comunidade e, ao mesmo tempo, incentiva um envolvimento público maior com os materiais.

O arquivo também organiza eventos públicos e workshops, oferecendo oportunidades para que as pessoas aprendam mais sobre anarquismo e história política de forma interativa. Esses eventos ajudam a gerar interesse no arquivo e garantem que seu trabalho seja apreciado por um público mais amplo.

O Papel do The Sparrows Nest na História Anarquista

O The Sparrows Nest desempenha um papel importante na preservação da história do movimento anarquista no Reino Unido e em outros países. Ao se concentrar na literatura política radical, o arquivo cria um espaço onde as pessoas podem se envolver com uma ampla gama de ideias políticas de esquerda. Os materiais armazenados no arquivo representam não apenas a história do anarquismo, mas também a história mais vasta dos movimentos sociais e suas lutas por liberdade, igualdade e justiça.

Ao preservar a literatura e os arquivos do anarquismo e de outros movimentos radicais, o The Sparrows Nest garante que as gerações futuras tenham acesso às ideias, campanhas e esforços que moldaram o mundo em que vivem. Esta obra é vital para qualquer pessoa que queira entender a história da resistência política e a luta contínua por mudanças sociais no mundo moderno.

A Importância de se Preservar Movimentos Políticos Radicais

No clima político cada vez mais polarizado de hoje, é essencial entender o contexto histórico dos movimentos radicais e seu papel na formação do futuro. O The Sparrows Nest ajuda a preservar essas histórias, garantindo que as contribuições dos movimentos políticos radicais não sejam esquecidas.

Ao tornar esses materiais acessíveis, o arquivo permite que as gerações futuras se envolvam com as ideias do anarquismo e de outros movimentos, compreendendo tanto suas conquistas quanto seus fracassos. Essa compreensão é vital para qualquer pessoa que esteja buscando aprender com o passado e construir um futuro melhor e mais justo.

Um Arquivo Vivo para Gerações Futuras

O The Sparrows Nest representa a essência do ativismo de base. Nascido do compromisso de preservar o pensamento político radical e a história, ele continua a crescer e evoluir. Sendo um arquivo vivo, ele serve como um lembrete de que a luta pela mudança social é contínua e que as lições do passado podem orientar o caminho a seguir. Ao digitalizar materiais e torná-los acessíveis ao mundo, o The Sparrows Nest garante que a história do anarquismo e de outros movimentos políticos não se perca no tempo, mas seja preservada para o futuro. O sucesso contínuo do arquivo dependerá do envolvimento de sua comunidade e de seus apoiadores, bem como de sua capacidade de se adaptar às necessidades da pesquisa, da educação e do ativismo modernos.

Fonte: https://www.travelandtourworld.com/news/article/the-sparrows-nest-preserving-anarchist-history-in-nottingham-the-uks-largest-anarchist-archive-and-its-impact-on-local-activism-and-political-movements/

Tradução > transanark / acervo trans-anarquista

agência de notícias anarquistas-ana

Arame farpado
engasga com hera verde –
a cerca sorri.

Liberto Herrera

[Espanha] Mortes evitáveis, vidas insubstituíveis

Não passa um dia sem que tomemos conhecimento da morte de alguma pessoa enquanto trabalhava. Quedas, choques, efeitos do calor agora em pleno verão, esmagamentos, infartos, acidentes no trajeto de casa para o trabalho ou vice-versa, estresse, etc., fazem parte do dia a dia de milhares de trabalhadores e trabalhadoras no Estado espanhol.
 
Segundo dados provisórios fornecidos periodicamente pelo governo, no primeiro trimestre de 2025 (janeiro a março) morreram 131 pessoas em seus locais de trabalho e 31 “in itinere” (no trajeto). Até abril, esse número já havia chegado a 236, e ao final da primavera e início do verão a cifra já se aproximava de 300.
 
Os “acidentes” de trabalho são causados por diversos fatores que convergem e resultam em desfechos fatais para muitas pessoas que precisam ganhar a vida todos os dias em condições cada vez mais difíceis e em um mercado de trabalho com cada vez menos direitos sociais. Nos últimos anos, temos visto como vêm sendo criadas condições (políticas, econômicas, sociais) que fazem com que direitos básicos, conquistados com muito esforço pela classe trabalhadora ao longo dos anos, estejam sendo perdidos ou limitados. A CGT, que há muito tempo denuncia a precariedade e a crescente instabilidade da classe trabalhadora, iniciou uma campanha concreta contra o terrorismo patronal há alguns anos. Com ela, nossa organização anarcossindicalista exige maior controle das inspeções do trabalho com o objetivo de que as empresas cumpram com as normas de saúde e segurança, sanções mais severas, maior controle por parte dos próprios trabalhadores através de um sindicalismo ativo, combativo, de classe e solidário, e melhorias nas normas já existentes para proteger os trabalhadores e trabalhadoras em seus locais de trabalho.
 
Nas últimas semanas, temos presenciado um aumento dos acidentes de trabalho com resultado fatal em diferentes regiões do Estado espanhol. Especificamente em Aragão, os dados são contundentes e os números causam grande preocupação. Até o momento, já são 23 os trabalhadores que perderam a vida na comunidade aragonesa. O último caso ocorreu em uma fábrica em El Burgo de Ebro, onde um homem de 40 anos sofreu ferimentos que posteriormente causaram sua morte. Os acontecimentos foram tão rápidos que os serviços de emergência não conseguiram fazer absolutamente nada para estabilizá-lo e mantê-lo com vida. Do lado de fora da fábrica, o impacto emocional era evidente entre os colegas que até instantes antes estavam trabalhando com o falecido.
 
A CGT também relembra as nefastas Reformas Trabalhistas que vêm sendo impostas no Estado espanhol. Essas leis, longe de resolver o problema, apenas o mantiveram e, em alguns casos, até maquiaram causas e consequências. Além disso, como já vem sendo apontado há anos, quem mais está exposto a sofrer esse tipo de acidente são as pessoas que trabalham em condições mais precárias. São as mais vulneráveis, as que prestam serviços em empresas terceirizadas onde a legislação nunca é cumprida, e que, devido à sua instabilidade no emprego, nunca reclamam das próprias condições — ainda que saibam que isso pode lhes custar caro e, no pior dos casos, a própria vida. Vidas que parecem não importar ao empresariado, cada vez mais blindado, com maior capacidade de submeter os trabalhadores, com normas que limitam os movimentos dos que produzem. Vidas que tampouco parecem relevantes para a classe política, que esquece suas promessas assim que seus diferentes “representantes” conquistam alguma parcela de poder — por menor que seja.
 
Não somos números. Não somos substituíveis. Somos classe trabalhadora e nos negamos a continuar sendo os mortos nesta sangria que só serve para sustentar este sistema injusto e desigual.
 
Secretariado Permanente do Comitê Confederal da CGT
cgt.es
 
Tradução > Liberto
 
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https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2025/04/29/espanha-29-a-nao-somos-numeros-nem-mais-uma-morte-paremos-as-mortes-no-trabalho/
 
agência de notícias anarquistas-ana
 
Borboleta!
Pousou na minha mão
me viu e voou.
 
Renata

[Reino Unido] O Jogo da Guerra: Ainda real demais para ser transmitido?

Ao lembrarmos de Hiroshima e Nagasaki, um filme que a BBC suprimiu 20 anos depois é mais relevante do que nunca

Bleart Thaqi ~

Sessenta anos se passaram desde que Peter Watkins concluiu The War Game, um filme tão cru e implacável em sua representação da catástrofe nuclear que a BBC, que o havia encomendado, decidiu suprimi-lo por considerá-lo “horrível demais”. O filme simula um ataque nuclear à Grã-Bretanha, com um ponto de ignição em Berlim escalando para uma guerra global. Uma ogiva de um megaton é detonada sobre Kent, e o planejamento emergencial da nação falha imediatamente.

Manuais britânicos de defesa civil, cartões de racionamento e testes de sirenes oferecem apenas a ilusão de preparo. Não há heróis, nem esforços de socorro organizados, nem recuperação triunfante; apenas globos oculares derretendo na onda de calor, crianças cegas por clarões a 43 km de distância e famílias sufocando sob mesas enquanto suas casas se desintegram. O verdadeiro terror não está apenas na explosão, mas no que vem depois: fome, doença da radiação, lei marcial, execuções e colapso social.

Watkins conseguiu tudo isso sem um único ator profissional, contando com cidadãos sem treinamento, entrevistas de rua e seu estilo já característico de realismo de câmera na mão. A câmera trêmula, o tom plano, a narração impassível, tudo dava a ilusão de documentário, mesmo sendo encenado. Muito do diálogo é retirado de documentos reais de defesa civil, literatura médica e relatórios governamentais. Os efeitos horríveis de queimaduras na retina, contaminação radioativa e retorno do escorbuto não são invenções, mas extrapolações baseadas em Hiroshima, Nagasaki e simulações da Guerra Fria.

As legendas satíricas, citando bispos e estrategistas que defendiam a bomba, vêm de declarações públicas genuínas. O filme expõe a confiança obscena de governos e militares na capacidade de administrar a aniquilação. A recusa da BBC em transmiti-lo, combinada com exibições secretas para o Ministério do Interior e oficiais militares, revelou que os guardiões da informação temiam que o público despertasse.

No mundo atual, essa provocação é novamente urgente. Por quase três décadas após o fim da Guerra Fria, as armas nucleares foram tratadas como sobras históricas. Agora, voltaram à pauta, não como sombras, mas como instrumentos reais de política. A invasão russa da Ucrânia reacendeu o espectro de um confronto nuclear na Europa. No sul da Ásia, a rivalidade nuclear de longa data entre Índia e Paquistão ferve perigosamente. Enquanto isso, Israel e Irã trocam mísseis e ameaças, com o programa nuclear iraniano avançando em direção à capacidade de ruptura, e o arsenal israelense permanecendo não declarado, mas compreendido.

Essas não são tensões frias e distantes; são atuais, quentes e voláteis. E em todos os casos, persiste a lógica da dissuasão: que a aniquilação equivale a estabilidade. Que podemos controlar o fogo.

Mas The War Game nos diz que não podemos. Não há limite para a fome. Não existe plano para recuperar a visão ou lidar com cemitérios em massa. Os sistemas de ordem em que confiamos para gerir crises falham em poucas horas. Cada instituição se revela construída sobre a suposição da normalidade. O que era verdade então continua sendo agora. Watkins entendeu isso, e entendeu o papel da mídia em encobrir.

Suas entrevistas, encenadas mas enraizadas em crenças reais, mostram figuras do establishment discutindo calmamente sobre sobrevivência e doutrina. Enquanto isso, cidadãos comuns expressam confusão ou fé cega. Uma mulher acha que “Estrôncio-90” é um tipo de pólvora. Um policial especula sobre como manter a ordem. “Não mais que uma porcentagem microscópica de pessoas neste país sabe algo sobre sua situação atual”, disse Watkins em 1966. Substitua “este país” por quase qualquer um em 2025, e a frase continua válida.

O clímax do filme não é uma grande batalha nem um ato de heroísmo. É uma cena de Natal em um campo de refugiados. As crianças, órfãs e irradiadas, não têm sonhos, nem respostas. “Nada”, dizem. Ou não dizem nada. Sobre os créditos finais, toca uma versão distorcida de Noite Feliz.

Sessenta anos depois, The War Game continua não apenas relevante, mas necessário. Não porque preveja exatamente o que vai acontecer, mas porque mostra o que sempre pode acontecer, e o que, de alguma forma, já aconteceu.

O ignoramos por nossa conta e risco.

>> The War Game (1965):

https://vimeo.com/125368859?fl=pl&fe=ti&pgroup=plv

Fonte: https://freedomnews.org.uk/2025/08/08/the-war-game-still-too-real-to-broadcast/

Tradução > Contrafatual

agência de notícias anarquistas-ana

Chuva de granizo —
Compartilho com os pássaros
A minha varanda

Tony Marques

[Rússia] 17 de agosto – Aniversário do prisioneiro político anarquista Nikita Uvarov


O réu no “Caso dos adolescentes de Kansk”, Nikita Uvarov, completa 20 anos.


O grupo de apoio lembra que ele e outros jovens foram detidos no verão de 2020 em Kansk, uma cidade em Krai de Krasnoyarsk, por publicarem panfletos em apoio a presos políticos e criticarem o Estado. Um dos panfletos foi colado no prédio do FSB [Serviço Federal de Segurança da Rússia] — provavelmente foi isso que irritou os agentes de segurança. Usando pressão, ameaças e manipulação, as forças de segurança obtiveram acesso aos telefones dos jovens, bem como aos depoimentos de todos os detidos, exceto Nikita Uvarov. Esse depoimento logo formou a base do caso de “terrorismo”.

Em fevereiro de 2022, uma corte de três juízes proferiu um veredito: 5 anos de prisão para Nikita Uvarov e pena suspensa para os outros jovens. Desde então, Nikita esteve em um centro de detenção preventiva, uma colônia penal, um hospital prisional e uma colônia penal de regime geral para adultos. Ele comemora seu 20º aniversário no IK-31 de Krasnoyarsk, que tem má reputação. Lá, Nikita foi colocado em uma cela de castigo. Para defender seus direitos, o preso político fez greve de fome.

“Nikita não tem recebido muitas cartas ultimamente”, comenta seu grupo de apoio. “Não sabemos se é por causa da censura ou se as pessoas realmente começaram a escrever menos. Mas todos nós podemos escrever para Nikita.”

Parabenize Nikita Uvarov pelo seu aniversário! Escreva uma carta ou envie um cartão-postal. Nikita certamente tem uma alma forte e demonstra coragem, da qual pessoas mais velhas e com mais experiência de vida nem sempre podem se gabar. Ao mesmo tempo, o apoio de fora das prisões é um dos fatores que lhe permite não desanimar, acreditar nos ideais de uma sociedade livre e continuar a luta. Suas cartas, como mãos que cooperam, ajudam a atravessar a escuridão do sistema penitenciário, apesar da pressão da administração e do seu desejo de transformar prisioneiros em corpos obedientes.

O projeto Luzes da Liberdade relata que, antes de sua prisão, Nikita estudava as obras de Pyotr Kropotkin, ouvia as músicas de Yegor Letov, aprendeu a tocar violão e sonhava em ingressar na faculdade de jornalismo. Na prisão, ele não perde o ânimo, dedica-se à autoeducação, estuda montagem de produtos plásticos e lê livros sobre jornalismo. Já em cativeiro, decidiu se tornar vegetariano.

Endereço para cartas e cartões postais: 660111, Rússia, Krasnoyarsk, Rua Krazovskaya, 10, IK-31, Uvarov Nikita Andreevich, nascido em 17/08/2005.

Fonte: https://avtonom.org/news/17-avgusta-den-rozhdeniya-politzaklyuchyonnogo-anarhista-nikity-uvarova

Conteúdo relacionado:

https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2022/02/18/russia-adolescente-recebe-cinco-anos-de-prisao-por-panfletos-e-bate-papo-no-minecraft/

agência de notícias anarquistas-ana

Revolução é
o verme teimoso que vira
a terra do adubo.

Liberto Herrera

[EUA] O Livro dos Gatos de Ursula K. Le Guin (Pré-venda)

Ursula K. Le Guin (Autora)

“A presença de um gato me mantém em contato com o mistério, a falta de razão, a beleza e a teimosa selvageria do mundo não humano.”

Na vida como na arte, Ursula K. Le Guin foi fascinada pelos felinos. Este livro irresistível sobre gatos reúne poemas, reflexões e desenhos dedicados à criatura complexa que capturou sua imaginação. Aqui estão:

A Arte do Bunditsu, a rara meditação “tabbista” de Le Guin sobre o ato de colocar gatos em espaços.

Vinte e seis poemas sobre gatos, muitos ilustrados pela própria Le Guin

A histórica primeira edição da revista em quadrinhos felina de Le Guin, Supermouse Comix!

Correspondência Felina: cartas entre o gato de Le Guin e os de sua filha, detalhando as Cinco Deliberações que os gatos passam a vida estudando

Tai Chi Felino, retratado em uma série encantadora de desenhos

Uma coleção inédita vinda de uma lenda da ficção científica, este delicioso ronronar é um presente para amantes de gatos e fãs de Le Guin!

Ursula K. Le Guin (1929–2018) foi vencedora de múltiplos prêmios Hugo, Nebula, Locus e World Fantasy. Em 2014, recebeu a Medalha da Fundação Nacional do Livro para Contribuição Distinta às Letras Americanas. Durante sua vida, foi escolhida por pelo menos dezenove gatos.

Editora: Library of America
Formato: Livro
Encadernação: Capa dura
Páginas: 96
Lançamento: 7 de outubro de 2025
ISBN-13: 9781598538298
Preço: US$ 14,40
www.loa.org

Tradução > Contrafatual

Conteúdo relacionado:

https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2024/10/31/eua-resenha-do-livro-cinquenta-anos-depois-o-romance-de-ursula-k-le-guin-sobre-anarquistas-utopicos-continua-tao-relevante-quanto-sempre/

agência de notícias anarquistas-ana

Entre arranhões e lambidas
para cuidar de tanto gato
precisarei de sete vidas

Alvaro Posselt

O estado de Israel comete assassinatos. A Petrobras é cúmplice! E Lula 3 é um hipócrita! Contra o genocídio na Palestina!!!

Bancos continuam lucrando como nunca no governo Lula 3

• Lucro dos grandes bancos alcança R$ 26,2 bi no 2° trimestre: Os quatro maiores bancos de capital aberto do país — Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Banco do Brasil — registraram um lucro líquido somado de R$ 26,2 bilhões no segundo trimestre de 2025, um avanço de 14,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. – Fonte: agências de notícias
 
• O Brasil está sendo assaltado – e o assaltante está de gravata: O maior roubo da história do Brasil não acontece com máscaras e armas. Acontece em reuniões de diretoria, com gráficos e planilhas. O verdadeiro assalto é institucionalizado, legalizado, aplaudido pelos mesmos que juram estar do seu lado. Lula pode até continuar dizendo que é o “pai dos pobres”. Mas, na prática, ele tem sido uma verdadeira “mãe dos banqueiros” – generosa, protetora e incansável em garantir que eles nunca passem aperto. Enquanto isso, o povo? O povo continua pagando a conta. – Diego Farias
 
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https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2025/02/26/o-brasil-e-dos-brasileiros-e-um-caralho-senhor-lula-o-brail-e-dos-banqueiros/
 
https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2024/11/15/sob-governo-lula-3-lucros-roubos-dos-bancos-seguem-nas-alturas/
 
agência de notícias anarquistas-ana
 
Que lua, que flor
nada, bebo umas doses
aqui sozinho.
 
Matsuo Bashô

Chile: Não irei à guerra

Não irei à guerra porque não sou um criminoso, porque antes de tirar a vida de outros infelizes como eu, arrancarei a alma do corpo de todos aqueles que são a causa da nossa miséria.

Não irei à guerra porque não tenho pátria, porque a pátria do ser humano é o mundo, e no seu estado atual de putrefação e desordem nem esse nome merece; muito menos poderei limitar minha preferência a um pedaço de terra, pois não me pertence, já que foi roubada pelos ladrões burgueses.

Não irei à guerra, porque todas elas só buscam um interesse econômico, custeado pelo sangue proletário, aproveitável para os donos da terra e do capital.

Não irei à guerra, porque a guerra é o crime das nações e o suicídio dos povos.

Não irei à guerra porque não tenho uma cabana, uma renda ou uma liberdade para defender.

Não irei à guerra porque não quero que minha carne seja flagelada pelo chicote do quartel, para me impor servilismo e obediência.

Não irei à guerra, porque não quero ostentar em minha fronte, limpa, a afrontosa mancha da disciplina e da escravidão militar.

Não irei à guerra, porque não quero nem devo trocar meus pincéis e minhas brochas pela longa faca dos assassinos inconscientes (…)

Os inimigos do povo do Chile não são os argentinos, os peruanos ou bolivianos; são a fome e a miséria, o fanatismo religioso e a exploração das classes trabalhadoras pelos burgueses e capitalistas.

Luís Olea, jornal anarquista A Tromba (Santiago), 6 de março de 1898

Tradução > Liberto

agência de notícias anarquistas-ana

Campos desnudados
Ainda resistem ao vento
fios de capim seco

Sérgio Dal Maso