[Chile] Histórias de Natal

Era dezembro de 1940 em Santiago do Chile e os trabalhadores de diversas empresas construtoras se mantinham em greve, se aproximava o fim do ano e a pobreza era grande.

Naquele contexto, o 24, a poucas horas da noite feliz, três indivíduos corretamente vestidos entram com armas de fogo na filial da Av. Brasil da Caja Nacional de Ahorro, em menos de três minutos acessam os cofres, levando grande quantidade de dinheiro que se encontrava armazenada para as festas de fim de ano.

Em 5 de fevereiro de 1941, quatro pessoas são detidas em Valparaíso, os três assaltantes mais o chofer, após serem torturados reconhecem serem os assaltantes da Caja Nacional de Ahorro, mas indicam que o dinheiro o gastaram em bordéis e jogos, a polícia não acredita, já que os conhece de antes e continua torturando-os, até que finalmente se sabe que todo o dinheiro do roubo foi entregue às famílias dos grevistas da construção, para que pudessem se manter durante as festas e os primeiros meses de 1941. O dinheiro nunca foi encontrado, portanto ao não existirem provas, após semanas, todos foram postos em liberdade.

Os assaltantes eram:

– Jorge Agustín Ramírez, integrante da Federación Juvenil Libertaria e impulsionador da greve das imprensas de fevereiro de 1940.

– Jorge Ramírez da Barra, obreiro filiado à Unión de Resistencia de Estucadores (URE) e colunista do jornal anarquista “La Palabra y La Protesta”.

– Antonio Pávez Gomes, sapateiro e militante anarcossindicalista, orador em algumas atividades.

– Hugo Darquín Hernández, chofer durante o assalto, não apresenta filiação política nem sindical.

Fonte: Nuevas Crónicas anarquistas de la subversión olvidada, de Óscar Ortiz

agência de notícias anarquistas-ana

As cores sumindo
No girar do cata-vento —
Menino surpreso.

Sonia Regina Rocha Rodrigues

[Argentina] Um ano, nada para comemorar

O governo de La Libertad Avanza levou a fome e o desespero a níveis nunca antes vistos em termos de velocidade e profundidade. Toda a política social tem como objetivo consolidar esse novo raio X, no qual se destacam os quase 2,5 milhões de novos indigentes. A criminalização dos protestos completa o cenário.

O jornal Tiempo publicou uma edição especial com notas e relatórios sobre o impacto na política, na economia e na sociedade dos 365 dias de Javier Milei e seu experimento “libertário” no poder.

  • A catástrofe social de Milei: quatro milhões de novos pobres

https://www.tiempoar.com.ar/…/la-catastrofe-social-de…/

  • Na motosserra de Javier Milei, a casta era a dos aposentados

https://www.tiempoar.com.ar/…/en-la-motosierra-de…/

agência de notícias anarquistas-ana

Virada do morro:
Ipê e seu grito amarelo
perpendicular.

Eolo Yberê Libera

Crime e Estado: amigos íntimos

A notícia divulgada pela mídia burguesa brasileira de que policiais estão sendo investigados por envolvimento com o PCC (Primeiro Comando da Capital) evidencia uma verdade frequentemente mascarada: o vínculo profundo e estrutural entre o Estado, o crime organizado e o capitalismo.

A polícia, que oficialmente deveria servir à “segurança pública”, na prática, atua como um braço armado de proteção aos interesses das elites, enquanto reproduz as dinâmicas de violência e corrupção que caracterizam o sistema capitalista. A relação promíscua entre agentes do Estado e organizações criminosas não é uma aberração ou exceção; é, sim, uma manifestação do funcionamento sistêmico de um modelo econômico e político que legitima e se alimenta do crime.

No capitalismo, a linha entre a “lei” e o “crime” é constantemente borrada. O mesmo sistema que criminaliza a pobreza e marginaliza trabalhadores precarizados, principalmente os pretos, sustenta estruturas que permitem a lavagem de dinheiro, a corrupção e a exploração violenta, seja por meio de organizações criminosas como o PCC, seja por corporações que exploram mão de obra de forma análoga à escravidão. A polícia, longe de ser uma entidade neutra, funciona como agente desse ciclo, seja pela repressão aos pobres, seja pela aliança com as máfias para lucrar com o controle territorial e econômico. Assim, o crime não é um desvio, mas um elemento intrínseco do próprio sistema que se organiza para concentrar poder e riquezas.

O Estado, enquanto sustentáculo do capitalismo, também é cúmplice nesse cenário. A legalidade estatal é utilizada para proteger privilégios e interesses corporativos, enquanto a ilegalidade, frequentemente atribuída ao crime organizado, opera como uma extensão das mesmas dinâmicas de exploração. Não é por acaso que esquemas de corrupção, como os relatados na operação contra policiais suspeitos de envolvimento com o PCC, envolvam diretamente aqueles que deveriam “combater” o crime. O Estado e as máfias são, de fato, duas faces de uma mesma moeda, promovendo e perpetuando a desigualdade e a violência de maneiras complementares.

A denúncia dessa ligação estrutural entre o Estado, o crime e o capitalismo é essencial para entender que a repressão e as operações policiais não têm como objetivo eliminar o crime, mas reorganizar suas hierarquias e fluxos de poder. Qualquer solução que busque superar essas contradições não virá do próprio aparato estatal, mas da construção de alternativas coletivas e anticapitalistas, baseadas na autogestão, na solidariedade e na luta contra todas as formas de opressão. Sem romper com o capitalismo e seu braço armado, o Estado, continuaremos reféns de um sistema que normaliza o crime como parte de sua lógica interna.

Liberto Herrera.

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A enorme formiga
Caminha sobre o tatame—
Ah, tanto calor!

Inoue Shirô

[Espanha] A vida como professor no bairro de Cuatro Caminos de Abelardo Saavedra, o anarquista errante

Abelardo Saavedra Toro dirigiu uma escola para filhos de obreiros no bairro de Cuatro Caminos em princípios do século XX. Ao longo de sua vida viveu em Cádiz, Sevilha, Madrid, Barcelona, Cuba ou França, entre outros lugares. Em todos os lugares fez da militância anarquista um instrumento de mudança social

Por Luis de la Cruz | 03/11/2024

Certamente, não lhes diz nada o nome Abelardo Saavedra Toro, mas tem uma vida que não cabe em um artigo. Nascido na localidade gaditana de Villamartín em 1860, logo se destacou como propagandista e militante anarquista em terras andaluzas. Quando morre – com as botas calçadas – em 1938 terá passado muitas décadas de ativismo, fundado vários jornais, pisado cárceres em diversos países e dirigido uma escola em Cuatro Caminos, que é o momento sobre o qual hoje faremos zoom.

Sua biografia era uma linha cheia de lacunas até que Aurelio Fernández Fuentes, bisneto do personagem, publicou em 2021 Saavedra. Um anarquismo, uma biografia em cuja leitura o leitor vai acompanhando o autor no processo de investigação ao longo de diversos países, durante muitos anos.

Saavedra chega a Madrid em 1904 procedente de Andaluzia  – depois de sair do cárcere – e permanecerá na capital até agosto de 1906, quando marchará a Barcelona. Assim que chega, tem já um círculo de afinidade libertária na cidade e um destino. Seus conhecidos são os anarquistas que, em Madrid, pululam ao redor da família Urales – Juan Monteny e Soledad Gustavo – que naquela época vivem na rua Donoso Cortés, desde onde levam a cabo sua atividade editorial. Naqueles contornos do subúrbio, mais identificados naquela época com o bairro arrabalesco dos Cuatro Caminos que com o Chamberí del ensanche, se moveram personagens ilustres da ideia como Fermín Salvoechea ou o médico Pedro Vallina, entre outros militantes que encontraram lugar nas publicações La Revista Blanca ou Tierra y Libertad.

A rua Hernani, onde estava a escolinha, foi uma das que primeiro se urbanizou no subúrbio norte e nela logo aflorou, também, a vida do bairro. No número 5 existia um pequeno teatro, que as crônicas descrevem como decadente, que servia de cenário para tudo no bairro. No mesmo se levavam a cabo reuniões para tratar assuntos de índole local que se montava um comício político ou, claro, se representava uma obra teatral.

E a praça madrilenha que ocupará é a escola para filhos de trabalhadores situada na rua Hernani, uma das que primeiro se urbanizou no subúrbio norte, onde logo aflorou, também, a vida do bairro. No número 5 havia um teatro que servia para fazer um comício político, que uma reunião de moradores ou, claro, ver uma representação teatral. No mesmo número se abre a escola racionalista com fundos arrecadados em Villa Constancia, o conhecido merendeiro da glorieta de Cuatro Caminos gerenciado por Canuto González, que além de taberneiro era um dos homens de mais peso na vizinhança e um proeminente republicano federal.

A escola contava com dois locais – um para cada sexo – onde davam aulas a menores e, já à noite, também a seus pais. Tinha praça na escola também uma professora chamada Concepción Martínez. Por seus próprios escritos em Tierra y Libertad sabemos da importância que Saavedra concedia à educação como ferramenta emancipatória da classe trabalhadora. Uma escola era, a sua maneira, também propaganda pelo fato. Como em outras escolas racionalistas, a aprendizagem ao ar livre era fundamental e se levava a cabo em uns terrenos emprestados junto à Moncloa.

A fundação do colégio se devia à La Educación de El Porvenir, uma sociedade nascida para a criação de escolas laicas fundada no Centro Obrero Societario do número um da Costanilla de los Ángeles. Este foi também o cenário no qual se moveu Saavedra e, os bairros populares do sul, outro dos cenários de sua etapa madrilenha, chegando a viver com sua família em um pátio de Lavapiés e dando comícios anarquistas no teatro Barbieri.

Coincidindo com sua estadia em Cuatro Caminos como diretor da escola aconteceu um fato trágico no qual morreram numerosos trabalhadores, a maioria da zona: o desmoronamento do terceiro depósito de água do Canal de Isabel II em 1905, que ocasionou a morte de ao menos 30 pessoas e deixou mais de 50 feridos. Algumas das pessoas que se destacaram na mobilização popular de protesto que se levou a cabo nesse mesmo dia nos Cuatro Caminos pertenciam ao entorno de republicanos federais e anarquistas que pululavam pelos locais de Hernani e a taberna de Canuto González. O próprio Abelardo Saavedra participou como orador em um comício sobre o fato no centro obreiro da Costanilla de los Ángeles.

Saavedra se envolveu também em outras lutas ativas como as do inquilinato e teve atrito com os frades do bairro, que ostentavam o quase monopólio do ensino no subúrbio. No entanto, a vida errante do propagandista fazia com que não pudesse estar demasiado tempo quieto, e com frequência saía de Madrid – para onde chegasse o trem – para fazer turnês de propaganda. Nestes trabalhos o acompanhavam Francisco González Sola, Antonio Ojeda ou José Sánchez Rosa, com quem formou a Agrupação 4 de Mayo, que se encarregou da edição do Tierra y Libertad.

As causas pendentes por delito de imprensa se amontoavam umas encima das outras e as entradas e saídas na prisão foram moeda corrente ao longo de toda sua vida. Conta Fernández Fuentes em sua biografia que chegou a escutar várias versões familiares de uma anedota sobre como veio desde Tánger para conhecer a sua primeira neta, Amor Fernández Saavedra, em 23 de maio de 1906. Saavedra se apresentou em Madrid disfarçado com um gorro marroquino e um macaquinho.

O jornal Tierra y Libertad deixou de aparecer coincidindo com o atentado de Mateo Morral contra Alfonso XIII e Victoria Eugenia. Saavedra havia conhecido Morral em uma de suas viagens a Sabadell e na escola de Ferrer i Guardia, da qual o quase regente era bibliotecário. Cabe recordar, por certo, que Morral fez parada em sua fuga na taberna do já mencionado Canuto González, a poucos metros da escola da rua Hernani, e é possível que passara pela redação de Tierra y Libertad na turnê que fez por toda a cidade antes de jogar a bomba.

O atentado, como costumava ser habitual, supôs a detenção indiscriminada de anarquistas madrilenhos, entre eles Saavedra e seu filho de somente dezesseis anos. Transladaram então o Tierra y Libertad a Barcelona, o que não seria nada mais que uma nova parada em uma vida em constante exílio para França, Argélia ou Cuba, onde viveu de novo andanças que dariam para um artigo como este em um diário da ilha caribenha.

Expulso de Cuba em 1911, voltou de novo a Madrid brevemente, para logo chegar nas Canarias, Sevilha, Barcelona ou Melilla. Apesar de sua idade, em 1936 se translada desde Barcelona, onde vivia então, à frente aragonesa, antes de morrer em 7 de novembro de 1938. Para então, havia acumulado em suas costas décadas de militância em prol da revolução, fundado diversos jornais, falado em centenas de estrados, entrado no cárcere em diversos países e deixado uma biografia tão densa como desconhecida para a maioria de nós até pouco tempo. Uma vida com muitas vidas entre as quais está também a de professor no incipiente bairro dos Cuatro Caminos.

Fonte: https://www.eldiario.es/madrid/somos/tetuan/vida-maestro-cuatro-caminos-abelardo-saavedra-anarquista-errante_1_11775370.html

Tradução > Sol de Abril

agência de notícias anarquistas-ana

Escorre o sol
Salgando meus lábios
Passo a passo

Rodrigo Vieira Ribeiro

Festival Cultive Resistência 2025.

18, 19 e 20/04 de 2025.

Espaço cultural Semente Negra – Peruíbe/SP.

O Festival Cultive Resistência é um encontro multicultural, libertário, que ocorre na Semente Negra, um espaço político cultural situado em meio a mata atlântica, em Peruibe/SP.

O Festival acontecerá nos dias 18, 19 e 20 de abril de 2025. Serão três dias de diálogos, palestras, oficinas, debates, shows, distribuidoras, momentos de compartilhamento, aprendizado, ensinamentos, reflexão e ação.

Qual o motivo deste festival?

Queremos propor um encontro onde possamos pensar um mundo livre! Onde possamos expressar nossa indignação, nossa arte, nossa política, nossa cultura, nossos corpos, de forma livre, desengonçada, risonha, brincante e revoltosa.

Queremos nos juntar nestes momentos, construir redes de apoio, solidariedade, grupos rebeldes, criar conexões e construir novas perspectivas e realidades. Entendendo que existe uma guerra em curso e que o campo de batalha é constante, com um alvo bem determinado.

Venha fazer parte destes 03 dias inspiradores!

>> Mais infos: cultiveresistencia.org | festival@cultiveresistencia.org

agência de notícias anarquistas-ana

No frescor da sombra
Caldo pelos cotovelos —
Manga madura

Neiva Pavesi

[Espanha] Lançamento: Morte acidental de uma okupa

Homenagem a Darío Fo

Alma Lerma Guijarro

Obra teatral que denuncia a situação repressiva vivida pelo movimento okupa na capital sob o governo de Más Madrid. Ademais, não falta uma crítica divertida aos que integram o movimento.

Esta obra é uma peça teatral pertencente não só ao gênero literário crítico, mas mais concretamente ao gênero literário anarquista. Neste sentido, Morte acidental de uma okupa, de Alma Lerma Guijarro, não se limita a ser uma homenagem a Darío Fo, dramaturgo e ator italiano falecido em 13 de outubro de 2016; é, também, uma denúncia libertária da situação repressiva que durante os últimos anos está padecendo o movimento okupa em geral e o madrilenho em particular. Entre suas páginas, existe também uma crítica construtiva dirigida às pessoas que integram o mencionado movimento.

A obra se inspira especialmente na situação que padeceram os CSOA’s (Centros Sociais Okupados Autogestionados ou Anarquistas) com a estratégia repressiva que se impôs em tempos do governo do município da linha política Agora Madrid. A estratégia consistia em propor a legalização das assembleias dos centros okupados; no caso de que as assembleias se negassem a regularizar a situação de seus respectivos centros sociais, o município recorria à violência do Estado para executar o desalojo. Os CSOA’s entendem que legalizar a okupação significa claudicar ante o Estado e o capitalismo, razão pela qual resistem até as últimas consequências.

E continuarão fazendo-o…

La Rosa Negra Ediciones / Colección Afinidades Subversivas / 1.ª edición, abril 2018; 2.ª edición, octubre 2024 / 70 págs. / 21×15 cm / Rústica con solapas / ISBN 978-84-946-8862-1 / 7,00€ / larosanegraediciones.es

Tradução > Sol de Abril

agência de notícias anarquistas-ana

Dentro do grilo
Um grito verde
Desfolha-se.

Paulo Ciriaco

Feminismo e Anarquismo no Brasil: concepção pela experiência

Por Eloísa Benvenutti de Andrade | 17/12/2024

Habitualmente, quando falamos de perspectivas revolucionárias teóricas que almejam o socialismo, existe certo purismo em seus fundamentos. Diferente disso, a fundação do projeto e da prática anarquista possui seu alicerce na perspectiva ética da realidade, o que faz com que a doutrina anarquista não se limite à uma simples projeção de uma realidade futura. Se assim o fosse, seu porvir seria resultante de uma base moral fixa capaz por si só de alavancar o socialismo libertário. Esse não é o caso da construção do anarquismo.

Pelo contrário, o aspecto embrionário da perspectiva anarquista encontra-se num aspecto importante do Iluminismo, a saber, quando a inédita possibilidade de mobilidade social fez com que, ao menos teoricamente, todo e qualquer indivíduo fosse admitido como sujeito de razão. Isso significou que, a partir desse momento histórico, qualquer indivíduo seria entendido como capaz de pensar racionalmente e, por conseguinte, como capaz de fazer um discurso sobre si e um discurso sobre o mundo.

Nesse contexto é que o anarquismo adota uma concepção radical da existência, pois sua premissa concreta é a de que o ser humano, enquanto sujeito, é capaz de pensar radicalmente sua condição de vida, e, por sua vez, criticá-la e transformá-la. Portanto, o anarquismo é um projeto forjado nas condições e experiências concretas de vida dos sujeitos no mundo, e não sob condições abstratas e hipotéticas da realidade. Em sua origem, sua obstinação libertária não é delegada ao “outro”. Diferente disso, os anarquistas e as anarquistas se compreendem enquanto sujeitos em luta contra uma hierarquia coercitiva que aliena o poder do povo e do sujeito. Por conseguinte, cria barreiras à emancipação e à consolidação do poder popular, que é, entretanto, o tempo todo, factível nas experiências dos sujeitos.

Esta hierarquia coercitiva pode ser compreendida como a expressão da relação de comando e obediência que hierarquiza as diferenças que constituem o coletivo, como raça, classe e gênero, e que se realiza no que podemos chamar de cadeia de opressões. Nesse sentido, o anarquismo é um projeto que questiona a ideia de natureza humana construída à luz de abordagens teóricas, como dito acima, puristas da realidade política e social.

O questionamento libertário ocorre, justamente, em prol da reflexão crítica e permanente acerca das contradições do mundo, reforçando, assim, uma perspectiva enraizada em uma dimensão materialista do real. Por isso, o anarquismo não é um projeto estético. Isso quer dizer que existir no mundo, de acordo com seu propósito, não é algo que se realiza expressando-se apenas esteticamente. Portanto, a doutrina e a prática anarquista não resultam de um “estilo de vida” ou de um puro “ativismo”. Diferente disso, a concepção anarquista é, sobretudo, ética e funda-se em, ao menos, dois elementos importantes para a compreensão da realidade. Estes elementos nos ajudarão a tecer um breve comentário sobre a relação entre anarquismo e feminismo focando nas experiências das lutas brasileiras no início do século XX. Tais elementos, a saber, são o poder e o classismo.

A especificidade da presença destes dois elementos na história do anarquismo é que ambos são concebidos de forma inédita e radical. A singularidade do primeiro elemento é que, para os anarquistas, o poder não existe apenas como dominação, mas é algo presente e expresso por todo indivíduo, que está, entretanto, constantemente alienado dele pelas opressões que ele sofre. Já a peculiaridade do segundo elemento é que sua compreensão classista se opõe à ideia habitual de natureza humana supracitada, oferecendo assim, uma perspectiva também classista da natureza.

Isso é importante pois duas sentenças fundamentais em seu projeto decorrem justamente dessa sua abordagem original e revolucionária.

>> Para ler o texto na íntegra, clique aqui:

https://patosaesquerda.com.br/feminismo-e-anarquismo-no-brasil-concepcao-pela-experiencia/

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Nesse fim de mundo
Um girassol solitário —
A quem marca as horas?

Neide Rocha Portugal

[Espanha] lançamento: Mudar o sistema, não o clima. Vivências de oito “eco terroristas”.

Futuro Vegetal (coord.)

Prólogo de Yayo Herrero

Oito ativistas do Futuro Vegetal denunciam a criminalização de sua luta pacífica pela vida frente à crise eco social.

Estas páginas narram as vivências, motivações e sonhos de oito militantes e simpatizantes do Futuro Vegetal. Através de seus testemunhos, denunciam o que consideram uma resposta desmedida do estado ante seus atos de desobediência civil não violenta. Assinalam que os tacham de ‘eco terroristas’ e criticam que as multas, proibições, sanções e inclusive penas de cárcere que enfrentam não são mais que tentativas de criminalizá-las, quando sua única missão é proteger a vida frente à crise eco social que ameaça o futuro de todas as pessoas.

Futuro Vegetal é um movimento de desobediência civil não violenta nascido em 2022 que promove ações diretas contra a crise eco social, exigindo uma mudança no modelo agro alimentar para um baseado em vegetais de conformidade com o consenso científico do IPCC (Grupo Intergovernamental de Especialistas sobre a Mudança Climática).

Cambiar el sistema, no el clima. Vivencias de ocho “ecoterroristas”. 

Futuro Vegetal (coord.)

ISBN 978-84-1067-144-7

Páginas 96

13,00 €

catarata.org

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No jardim —
Dando passeio
Vai a borboletinha.

Paulo Ciriaco

[Espanha] 24/12/24 – Ninguém sozinho, ninguém com fome!

Nos reuniremos a partir das 17h no La Cinetika para cozinhar e por volta das 20h serviremos comida gratuita para combater a solidão entre todos e todas.

Qualquer pessoa que queira trazer algo para cozinhar ou algo preparado para partilhar é bem-vinda. Go vegan!

>> La Cinètika é um cinema ocupado, anticapitalista, independente e feminista localizado na Rambla Fabra e Puig 28, no bairro de Sant Andreu de Palomar.

A ocupação ocorreu em 2016. Desde então trabalhamos para dar vida a um espaço que estava abandonado e neste momento são dezenas de atividades semanais, além disso, alternativas de lazer ao ócio consumista são geradas por meio de acordos que são tomados em assembleias horizontais. Queremos continuar a ser autônomos, ampliar a participação e o envolvimento e aprofundar a nossa autogestão.

lacinetika.wordpress.com

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que flor é esta,
que perfuma assim
toda a floresta?

Carlos Seabra

[São Paulo-SP] Encontro Revolta 2024 | Roda de conversa: combate à cultura do estupro no techno

No dia 21 de dezembro, às 16h, nos reuniremos no Centro de Cultura Social para uma roda de conversa essencial sobre o combate à cultura do estupro no universo do techno. Vamos discutir como, enquanto festas e clubbers, podemos criar ambientes mais seguros e respeitosos, promovendo acolhimento e prevenção.

Curta-metragem: When the Music Ends (Quando a Música Acaba) | Este curta nos provoca a refletir sobre comportamentos nocivos e a cultura do estupro no contexto das festas de música eletrônica.

A presença de mulheres é essencial para garantir uma troca rica de experiências e visões sobre o tema, promovendo um espaço seguro e acolhedor para todos.

  • Data: 21/12/2024
  • Horário: 16h
  • Local: Centro de Cultura Social – Rua General Jardim, 253 – Sala 22 (próximo à estação República)

Importante: Chame no interfone para acesso

Vamos juntas fortalecer este movimento e garantir que a cultura do techno seja sempre um espaço de liberdade, respeito e consentimento.

https://www.instagram.com/p/DDLNow2uZhi/?igsh=cmV1YThreWowa2F3&img_index=1

https://www.instagram.com/coletivo.revolta/

https://www.instagram.com/centro_de_cultura_social/

agência de notícias anarquistas-ana

neve profunda –
as pegadas do gato
cada vez maiores

Ion Codrescu

Neta da histórica militante anarquista Angelina Soares (1901 – 1985), publica livro em homenagem à sua avó!

Flores e Ramos, de Ananita Rebouças: Um Romance Libertário Sobre a Família Soares!

Nas palavras da autora: “O livro ‘Flores e Ramos’ (Memórias Familiares) é um romance sobre meu tio-avô Florentino de Carvalho, precursor do anarquismo no Brasil e da minha avó Maria Angelina Soares, também militante do movimento“.

Esse livro que possui 60 páginas, acabou de ser lançado, em julho de 2024, pela Editora Conejo (São Paulo). Indicamos fortemente a aquisição e a leitura desse livro que, além de ter uma estética atraente, também tem um conteúdo bastante trabalhado, informativo, além de uma narrativa muito sensível, escrita em prosa poética. É um excelente documento para quem deseja conhecer mais sobre a trajetória libertária da família Soares, sob um aspecto familiar dessa história.

Quem tiver interesse em adquirir essa obra, que custa 50 reais (já incluindo as despesas postais), deve entrar em contato direto com a autora, em mensagem privada pelo Facebook ou pelo Instagram em: @ananitareboucas. Nas imagens, também tem o contato através do whatsapp…

Leitura altamente recomendada! Apoie os escritores e as publicações independentes!

agência de notícias anarquistas-ana

Nas frestas das árvores
o sol, a névoa, a poeira —
novo amanhecer

Marba Furtado

[Rússia] Em Moscou, um trabalhador incendiou o carro do diretor de uma empresa de construção

Uma disputa trabalhista em Bazovskaya resultou em um incêndio e em um processo criminal

A polícia de Moscou está investigando o ataque incendiário a um carro pertencente ao diretor de uma empresa de construção. O incidente ocorreu na rua Bazovskaya. O carro Haval foi completamente queimado.

A causa da disputa foi um atraso nos salários. Vladimir K., um trabalhador de 55 anos, estava insatisfeito com a situação e decidiu cometer um ato desesperado. De acordo com uma fonte da força policial, o homem não agiu sozinho: ele incendiou o carro do chefe junto com seus companheiros.

Como resultado, o carro foi destruído, com danos que totalizaram 1,7 milhão de rublos. A polícia prendeu o agressor. As circunstâncias do incidente e o papel dos outros participantes no crime estão agora sendo estabelecidos. Se for comprovada a culpa, os homens podem pegar até 5 anos de prisão.

As disputas trabalhistas geralmente levam as pessoas a tomar medidas radicais. Por exemplo, há um mês, em Krasnodar, a polícia prendeu um homem de 59 anos que havia incendiado um prédio de escritórios no vilarejo de Prigorodny. O motivo da disputa foi sua demissão. O homem pulverizou as instalações do escritório com um líquido inflamável e as incendiou. O fogo se espalhou por uma área de 700 metros quadrados.

Fonte: agências de notícias

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Sobre o varal
A cerejeira prepara
O amanhecer

Eugénia Tabosa

[Itália] Era uma vez. Indymedia: um exemplo de comunicação militante.

Há aniversários de todos os tipos, as pessoas se lembram, comemoram, até mesmo eventos muito distantes no tempo, tanto felizes quanto tristes, às vezes até esquecidos (ou desconhecidos) pela maioria das pessoas e até mesmo fatos que historicamente não têm base. Às vezes, essas ocasiões podem ser a melhor maneira de relembrar um passado conhecido ou de torná-lo conhecido para os mais jovens. Quando tudo dá certo, lições úteis podem ser aprendidas com essas histórias, como no nosso caso.

No final de novembro, em meio a sabe-se lá quantos outros aniversários, 25 anos terão se passado desde a criação do “Indymedia”, algo que, por razões de idade, não pertence à memória pessoal daqueles que hoje têm 20 ou 30 anos, mas que realmente vale a pena lembrar.

Tudo começou, não por acaso, nos últimos meses do último milênio, ou, se preferir, do último século, um daqueles momentos que têm o fascínio do fim de uma era, uma data que na história distante foi associada a eventos apocalípticos, muitas vezes ligados ao fim do mundo. E, de certa forma, algo semelhante pairava em segundo plano. Há alguns anos, um movimento transnacional vinha percorrendo o mundo, trazendo à tona uma geração que protestava contra uma globalização que estava piorando as desigualdades sociais e acelerando a destruição do ecossistema. Esse movimento estava claramente conectado e era a continuação de outros que haviam percorrido quilômetros nas ruas e praças de todo o planeta desde o final da década de 1950. Movimentos que nasceram, cresceram e depois desapareceram mais ou menos rapidamente do palco da História, aquele com “H” maiúsculo.

Em novembro de 1999, em um contexto em que entre as principais novidades surgiram – com toda a sua novidade disruptiva – a Internet e, acima de tudo, a Web, foi justamente da mistura desses dois ingredientes que decolou a primeira e até agora única tentativa de virar de cabeça para baixo o sistema tradicional de comunicação de massa.

Seria muito longo e complicado recontar a história do ‘Indymedia’; para os interessados, remetemos a este artigo antigo e aos recursos (bons e não tão bons) que podem ser facilmente encontrados na Internet. Neste caso, nos limitamos a apontar algumas das razões pelas quais essa história ainda deve ser lembrada em 2024, quando já se passou um quarto de século.

Naquela época, como agora, o sistema de comunicação de massa estava nas mãos de alguns centros econômicos, políticos e de poder, que eram os únicos com recursos para imprimir um jornal, operar uma rede de rádio ou televisão. Ferramentas capazes de transformar fatos em notícias, de construir uma narrativa do presente (mas também do passado) que fosse funcional ao sistema de capitalismo que, naqueles anos, comemorava sua vitória sobre o suposto “socialismo real”.

A criação do “Indymedia”, que começou com um simples site criado para documentar o que foi chamado de “Batalha de Seattle”, provou de forma conclusiva que mesmo um pequeno grupo de pessoas com recursos econômicos ridículos em comparação com os disponíveis para os gigantes da comunicação conseguiu montar um projeto capaz de produzir e disseminar informações independentes. Em poucos anos, a ideia inicial se transformou em uma verdadeira rede internacional que cresceu para mais de cem nós espalhados, embora de forma desigual, por todos os continentes.

Ao contrário do que havia acontecido antes, naquele ano de 1999 o movimento conseguiu se equipar com um sistema de comunicação e informação que era rápido, moderno e usava a telemática de uma forma completamente nova. Nos anos seguintes, várias iniciativas comerciais e não comerciais copiariam muitas das inovações técnicas usadas pela primeira vez pelo “Indymedia”.

Boas histórias nem sempre têm um final feliz, e foi o que aconteceu com essa também. Depois de mais ou menos uma década, a Rede, que havia tentado, muitas vezes com sucesso, combater o poder da mídia de massa oficial, perdeu força, principalmente porque o movimento que lhe deu vida enfraqueceu, quase a ponto de desaparecer. Mas as razões para esse desaparecimento também são outras e se enquadram, em sua maior parte, nas características de todos os movimentos sociais e são significativamente afetadas pelas transformações dos diferentes contextos históricos em que operaram.

O cenário atual é caracterizado, entre outras coisas, por uma extrema fragmentação das forças que trabalham pela mudança social e, nessa situação, também há diferenças na maneira como as pessoas se relacionam pessoal e coletivamente com a mídia digital. Nos últimos anos, o sistema oficial de mídia colonizou quase completamente a Internet e muitos estão sofrendo passivamente essa invasão, incapazes de imaginar alternativas pelas quais possam tentar escapar do controle generalizado que caracteriza a sociedade digitalizada.

A história do “Indymedia”, incluindo as falhas, embora tenha 25 anos, é um aniversário que merece ser lembrado e ainda tem muito a ensinar àqueles que têm vontade de aprender.

Fonte: https://umanitanova.org/cera-una-volta-indymedia-un-esempio-di-comunicazione-militante/

Tradução > Liberto

agência de notícias anarquistas-ana

A Brisa Que Sopra
É O Melhor Refresco
Neste Dia Quente

Leonardo Natal

[Espanha] Novo CSO em Zaragoza: seguimos ocupando, dando vida a espaços vazios

Vemos a sociedade que nos rodeia e não gostamos: aumento da gentrificação e privatização, repressão de movimentos sociais, auge do individualismo…

Seguimos okupando, porque necessitamos construir espaços coletivos onde possamos criar alternativas políticas, além de lugares horizontais para desenvolvermo-nos, a arte e o esporte livre. E claro, formação acessível e gratuita. E longe do ócio consumista que impõe este sistema.

Vamos defender a okupação como instrumento político.

Abrimos um Centro Social Okupado onde coletivos e individualidades possam agendar atividades e eventos. Um lugar livre por e para todos.

OKUPA E PREOCUPA

CSO La Fabrika de Chocolate

Calle Lourdes 7 – Zaragoza (Espanha)

https://www.instagram.com/cso_fabrika_chocolate

agência de notícias anarquistas-ana

na noite, o vento
vindo cheiroso de ver
madressilvas.

Alaor Chaves

[Espanha] “Comunicado da Regional Astúrias-León”: ANTE A ESCALADA BÉLICA NA UCRÂNIA

Comunicado:

Uma vez mais os dirigentes políticos, longe de advogar pelo bem estar social da cidadania, priorizam a economia de guerra e os interesses da indústria armamentista. A alarmante escalada bélica na Ucrânia, somada aos posicionamentos geopolíticos no conflito bélico, fazem pressagiar um avanço do conflito em escala mundial. Ante este lamentável panorama, desde a CNT Astúrias-León manifestamos nossa condenação a esta guerra de interesses que está se perpetrando e rechaçamos a posição do Estado espanhol ante o conflito que longe de exercer uma posição não beligerante respalda esta guerra incrementando o gasto militar.

Desde o início do conflito fomos testemunhas, uma vez mais, da inoperância dos dirigentes políticos. Desde Europa se criou o Fundo Europeu de “Apoio à Paz”. Mas por que o chamam paz quando querem dizer guerra? As fontes oficiais falam de 6.100 milhões de euros que não foram destinados às pessoas mais prejudicadas pela guerra, mas para reforçar a militarização do conflito. Na mesma linha, o Ministério de Assuntos Exteriores do Estado espanhol emitia um comunicado conjunto com vários países europeus no qual consideram imperativo fortalecer a OTAN e incrementar o gasto militar, manifestando que é possível que o aumento supere 2% do PIB.

Cada euro que se destina à guerra é um euro que falta aos investimentos em serviços públicos. A paz não se consegue com mais armas e estas medidas não fazem mais que minar o bem estar das pessoas e dos direitos sociais.

Em relação com a problemática exposta fazemos um chamado de mobilização à classe trabalhadora, é o momento de alçar a voz ante os tambores de guerra e defender a justiça social, a igualdade e a paz.

leon.cnt.es

Tradução > Sol de Abril

agência de notícias anarquistas-ana

Ao longo da estrada:
“A próxima descida trará
Mais quaresmeiras em flor!”

Paulo Franchetti

Nosso Anarquismo

Nosso movimento é frequentemente criticado por sua falta de conteúdo ideológico e essa objeção talvez não seja sem fundamento. No entanto, somos vítimas de uma falta de entendimento e má interpretação.

Se compararmos nosso movimento com aqueles de outros países, acredito sinceramente que suas “teorias” não são brilhantes. Mas se o proletariado espanhol não é educado no nível europeu, ele tem, para equilibrar as coisas, uma riqueza de percepção e uma intuição social muito superior. Nunca supus ou aceitei que o problema do aprimoramento intelectual pode ser resolvido acumulando mentalmente um grande número de fórmulas teóricas ou conceitos filosóficos que nunca serão levados a um plano prático. As teorias mais bonitas só têm valor se estiverem enraizadas em experiências práticas de vida e se influenciarem essas experiências de forma inovadora. É assim que operamos, e é isso que nos permite esperar muito do nosso movimento.

Não pretendo, longe disso, que a mediocridade intelectual seja uma vantagem. Pelo contrário, gostaria que todo proletário, todo camarada, esgotasse todas as fontes de aprendizado. Como não é o caso, devemos então agir, levando em conta as possibilidades reais de cada pessoa.

O anarquismo passou por várias fases durante sua história. Em seu período embrionário, era o ideal de uma elite, acessível apenas a algumas almas cultas que o usavam como uma crítica severa ao regime sob o qual viviam. Nossos predecessores não se saíram tão mal, pois é por causa deles que estamos hoje onde estamos. Mas camaradas, o tempo da crítica já passou. Estamos em processo de construção, e para construir, também é necessária energia muscular, talvez mais do que a agilidade mental necessária para exercer o julgamento. Concordo que não se pode construir sem saber de antemão o que se quer fazer. Mas acho que o proletariado espanhol aprendeu mais com as experiências práticas que os anarquistas os fizeram viver, do que com as publicações publicadas por estes últimos, que os primeiros não leram.

Deve-se tentar aumentar, tanto quanto possível, o conteúdo teórico de todas as nossas atividades, mas sem o ‘doutrinalismo seco e enrugado’ que poderia destruir, em parte, a grande ação construtiva que nossos camaradas estão levando adiante na luta implacável entre os que têm e os que não têm. Nosso povo defende a ação em marcha. É indo adiante que eles ultrapassam. Não os segure, mesmo para ensinar-lhes ‘as mais belas teorias’.

Título: Nosso Anarquismo. Autor: Francisco Ascaso. Data: 1937. Notas: Publicado pelo Comitê Peninsular da FAI em 1937.

anarkio.net

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é só um instante:
o beija-flor no ar, sugando
flor de laranjeira

Otávio Coral