Sobre o Comunitarismo Ácrata 2

A adoção de um programa mínimo comum de construção de um sistema tecnológico básico de obtenção de autonomia relativa (o que poderia ser denominado de Programa “Pró Comum”) por parte dos entes comunitaristas ácratas, em todos os níveis, é algo altamente desejável, por se configurar em uma meta e desafio unívoco que por isto mesmo comporta o potencial de mobilizar conjuntamente as energias dos entes diversos das redes em torno da concretização ágil de estruturas de sustentabilidade fundamentais para a sua consolidação inicial e posteriores desenvolvimentos. Tal sistema tecnológico, para ser minimamente sustentável, deveria abranger todo um conjunto de necessidades básicas prioritárias, tais como água, energia e alimento, perfazendo todo um ciclo completo e fechado que permita a retroalimentação conjunta dos estágios produtivos da cadeia, de forma que os subprodutos de um estágio sirvam de matéria prima para outro estágio, e assim sucessivamente, até que se configure um circuito fechado, minimizando as perdas do processo. O tipo de engenho básico clássico que atende a estas características é a conhecida articulação em um mesmo circuito de equipamentos de horta artesanal – ou conjunto de cultivos por germinação, no caso de insuficiência de espaço, com sistemas de captação de águas das chuvas (ou de poços artesanais) e de filtragem/reaproveitamento naturais de água servida e equipamentos de compostagem e de biodigestores; de forma que a água servida naturalmente filtrada/reaproveitada, aliada aos produtos dos processos de compostagem, além de prover o consumo humano e/ou animal (no caso das águas pluviais ou de poços naturalmente filtradas), possam também servir de insumos para a produção artesanal de hortaliças (no caso das águas servidas naturalmente filtradas e dos produtos dos processos de compostagem), ao passo que os subprodutos destas, por sua vez, se prestam a suprir os precedentes sistemas de reaproveitamento de água e equipamentos de compostagem, bem como estes também suprem equipamentos de biodigestores, que fornecem energia de fonte biológica para, inclusive, fazer funcionar engenhos outros possivelmente necessários para incrementar o funcionamento do circuito.

Acrescente-se a este circuito de produção básica (que poderíamos chamar de “Circuito Básico de Produção”) uma tecnologia de relações econômicas comunitárias – a qual denominaremos de tecido “Ponto Com Nós” -, que se caracterizaria simplesmente pela associação de entes de redes comunitaristas ácratas de todos os níveis em torno de redes de trocas diretas (não intermediadas por nenhum tipo de moeda) de produtos por produtos, produtos por serviços e/ou serviços por serviços. A única regra regulando as relações de trocas nestes tecidos sociais seria a do “ponto único”: isso significa que todas as entidades que os integram, ao oferecerem algum produto e/ou serviço para o tecido e efetuarem uma transação de troca, obteriam um ponto de crédito que lhes permitiria continuar integrando as relações de trocas, porém, mesmo que qualquer ente ofereça vários produtos e/ou serviços e realize várias transações, só poderá obter apenas um ponto de crédito, ou seja, a pontuação máxima permitida é sempre um ponto, que se renova a cada nova oferta de produtos e/ou serviços e/ou a cada nova transação, e que permite continuar integrando o tecido, e assim celebrar qualquer tipo, número ou quantidade de trocas, ilimitadamente, contanto que livremente acordadas entre as partes (o “fiador” de toda e qualquer “negociação” deverá ser sempre a confiança mútua entre as partes e qualquer desacordo ou descontentamento em relação a alguma transação teria na “okara” da rede o fórum apropriado para a busca por uma resolução). Porém, caso algum ente ultrapasse um período de tempo mínimo sem oferecer nenhum produto e/ou serviço – que seria um período pré-estipulado pelo tecido social como sendo um prazo limite de inatividade (para o que pensamos que seis meses seja um prazo razoável) – então, isto acarretaria a anulação de seu ponto de crédito, e seu consequente afastamento do tecido por um período de tempo equivalente ao período em que ficou inativo (salvo se houver uma justificativa aceitável para a inatividade).

Com esta tecnologia de relações econômicas comunitárias – o tecido “Ponto Com Nós”, associada ao “Circuito Básico de Produção”, se completaria o programa mínimo comum (“Pró Comum”), de modo que, por um lado, haveria a previsão da construção de estruturas de produção que abrangessem um conjunto mínimo de necessidades básicas prioritárias, enquanto por outro lado haveria a previsão da construção de tecidos sociais de relações econômicas de trocas diretas que permitiriam assim multiplicar e fortalecer as capacidades de sobrevivência das redes comunitaristas ácratas, por facultarem a todas o acesso franco a produtos e serviços que atendam a outras necessidades diversas não garantidas de imediato por seus circuitos de produção, mas possivelmente atendidas em graus e diversidades tanto maiores quanto maiores forem os “tecidos” assim constituídos.  

Trecho do “Manifesto Anarquista Ácrata”, de autoria de Vantiê Clínio Carvalho de Oliveira.

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uiva à noiva nua
minguante e cheia
ri-se e flutua…

Goulart Gomes

Para Além das Datas Simbólicas – Romper a Bolha Militante

Sabemos, ou deveríamos saber, que o anarquismo não se resume apenas a bandeiras erguidas em datas históricas ou discursos inflamados em praças públicas.

A essência anarquista está na ruptura diária com as estruturas de opressão, na construção de relações horizontais que subvertam a lógica do capital e do Estado. Por mais que o Primeiro de Maio simbolize a resistência operária, reduzir a luta libertária a manifestações pontuais é perpetuar uma armadilha: a de confinar a revolução a gestos simbólicos, enquanto o sistema segue intacto em sua capacidade de reproduzir injustiças. Se queremos que o anarquismo volte a ser uma força transformadora, é preciso transbordar os círculos militantes e enraizar práticas libertárias no cotidiano, atingindo quem vive sob o peso alienante do “trabalho-morto” e da vida controlada.

A potência do anarquismo sempre esteve em sua capacidade de questionar não apenas o Estado ou o patrão, mas a própria organização da vida. Isso exige ir além dos palanques eventuais e ocupar os espaços invisíveis do dia a dia: os lares, os bairros, os locais de trabalho. Quando uma vizinhança se organiza para criar uma horta comunitária, quando trabalhadores improvisam redes de apoio mútuo para enfrentar demissões, ou quando mulheres compartilham saberes sobre autocuidado e autonomia corporal, ali está o germe da anarquia. São gestos que desmontam a dependência do poder hierárquico e revelam que outra sociabilidade é possível — uma que não depende de datas no calendário para existir.

O desafio, dessa forma, é romper a bolha militante. Muitas vezes, o discurso anarquista torna-se hermético, restrito a quem já domina suas bandeiras e jargões. Para dialogar com o “indivíduo médio”, é preciso traduzir a crítica anticapitalista em linguagens acessíveis, vinculadas às urgências concretas. Como convencer alguém sobre a necessidade de autogestão se não mostrarmos como ela pode resolver problemas imediatos, como a falta de creches ou o preço abusivo do aluguel? A propaganda pela ação, tão cara ao anarquismo clássico, só ganha sentido quando as pessoas veem na prática que a solidariedade direta é mais eficaz que a espera por políticas estatais.

Não se trata de abandonar as grandes mobilizações, mas de compreender que a revolução é um processo contínuo, alimentado por microações cotidianas. O Estado e o capital mantêm seu domínio não apenas pela repressão, mas pela naturalização de relações autoritárias em todos os âmbitos — da família ao local de trabalho. Combater isso demanda que o anarquismo infiltre-se nas brechas do ordinário: nas conversas de bar, nas assembleias de condomínio, nas redes sociais. É nos pequenos atos — como organizar um mutirão para consertar um posto de saúde abandonado ou questionar o machismo em um churrasco de família — que se mina a legitimidade das estruturas de poder.

Se o anarquismo deseja ser ameaçador, precisa deixar de ser visto como uma utopia distante e tornar-se uma prática palpável. Isso exige coragem para ocupar espaços considerados “apolíticos” e transformá-los em trincheiras de luta. Enquanto nos limitarmos a atos simbólicos, o sistema seguirá nos tolerando como folclore rebelde. Mas se transbordarmos para o cotidiano, mostrando que a autogestão, o apoio mútuo e a ação direta resolvem problemas reais, seremos perigosos. Afinal, nenhum poder sobrevive quando o povo descobre que não precisa dele para viver — e viver com dignidade.

Liberto Herrera

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Atrás do portão
um latido afoito
chegamos junto com a noite

Winston

[EUA] Prêmio Klee Benally Earth Protector Anunciado

Novo Prêmio para Melhor Cineasta Indígena Anunciado

Os povos indígenas estão entre os mais afetados pela mineração de urânio e pela indústria nuclear em geral. No entanto, até agora, apenas alguns cineastas indígenas abordaram essa questão. Por isso, o International Uranium Film Festival anuncia um prêmio especial para estimular a produção de filmes indígenas sobre energia nuclear, armas nucleares, resíduos nucleares, mineração de urânio e suas consequências.

Para lembrar e homenagear o músico, dançarino tradicional, artista, cineasta e anarquista indígena Diné (Navajo) Klee Benally, que faleceu aos 48 anos em 30 de dezembro de 2023, no Arizona, o prêmio recebe o nome de “Klee Benally Earth Protector Award”.

Klee é originário de Black Mesa e dedicou quase toda a sua vida às linhas de frente das lutas pela proteção das terras sagradas indígenas. Ele se destacou especialmente na defesa contra a mineração de urânio e pela limpeza das mais de 500 minas de urânio abandonadas que continuam a contaminar o território da Nação Navajo. Em seu último livro, “No Spiritual Surrender: Indigenous Anarchy in Defense of the Sacred”, ele escreve: “Se a história é escrita pelos conquistadores, ela será reescrita por aqueles que se recusam a ser conquistados.”

O “Klee Benally Earth Protector Award” oferece um prêmio em dinheiro de US$ 1.000, doado por um coletivo de indivíduos de base. Ele será entregue pela primeira vez no próximo Window Rock International Uranium Film Festival, no Museu da Nação Navajo, nos dias 13 e 14 de novembro de 2025.

Cineastas e produtores estão convidados a enviar seus filmes para o International Uranium Film Festival para concorrer ao prêmio e para exibição no Window Rock. O prazo para envio dos filmes é 17 de agosto de 2025.

Contato

International Uranium Film Festival
orbert Suchanek & Márcia Gomes de Oliveiranorbert.suchanek@uraniumfilmfestival.org
uraniofestival@gmail.com
uraniumfilmfestival.org

Tradução > Contrafatual

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portas batendo
fugindo da chuva
o vento

Alonso Alvarez

[EUA] Novo livro sobre a fundação da Anarchist Black Cross

Se você ainda não viu, não deixe de adquirir uma cópia deste novo livro sobre a história e a fundação da ABC.

Sombras na Luta pela Igualdade: A História da Anarchist Red Cross

De Cop City aos oleodutos de Dakota e da Jane’s Revenge a inúmeras lutas ao redor do mundo, organizadores anarquistas continuam sendo implacavelmente perseguidos pelo Estado hoje, como já eram há mais de um século.

Sombras na Luta pela Igualdade é o relato em primeira pessoa de Boris Yelensky, ativista da Anarchist Red Cross (mais tarde Anarchist Black Cross), durante o movimento revolucionário russo de 1905 a 1917 e a subsequente repressão leninista/stalinista.

Escrito com grande humildade e compaixão, Yelensky recorda seus cinquenta anos de incansável organização para ajudar vítimas da opressão e da injustiça estatal, começando com um retrato vívido da história do movimento revolucionário russo e do papel crucial desempenhado pelos anarquistas. Em seguida, ele apresenta a rica história da Anarchist Red Cross, desde a Revolução até seu assentamento nos EUA, onde dedicou sua vida e seu livro “aos Lutadores pela Liberdade, Humanismo e Justiça, e àqueles que se empenharam em ajudá-los aplicando o princípio da ajuda mútua.”

Ao explicar por que uma organização anarquista de apoio se tornou necessária, Yelensky chama atenção para um aspecto negligenciado da história revolucionária: o boicote e a discriminação praticados por muitos social-democratas contra seus companheiros de prisão e dentro das organizações de apoio externas. Das vastas somas arrecadadas em todo o mundo, desde os tempos czaristas até a década de 1950 (quando o livro foi escrito), muito pouco chegou aos prisioneiros anarquistas.

Com material recém-traduzido e mais de uma dúzia de belas ilustrações de N.O. Bonzo, esta deslumbrante edição de Sombras na Luta pela Igualdade pretende inspirar a continuidade da solidariedade e do apoio aos que estão encarcerados na luta por liberdade, humanismo e justiça.

Sobre os Contribuidores

Boris Yelensky (1889–1974) foi um propagandista anarquista russo que participou da Revolução Russa de 1905. Devido à repressão czarista, foi forçado a fugir do país em 1907, estabelecendo-se posteriormente nos EUA. Ajudou a fundar os núcleos de Filadélfia e Chicago da Anarchist Red Cross. Yelensky retornou à Rússia para participar da Revolução de 1917, mas, com a ascensão de Lenin e o aumento da repressão contra os anarquistas, foi obrigado a deixar novamente seu país natal, fixando-se definitivamente nos EUA. Lá, continuou a apoiar prisioneiros anarquistas através do seu trabalho no Alexander Berkman Aid Fund, uma seção da Anarchist Red Cross. Por mais de cinquenta anos, foi uma figura importante no Free Society Group de Chicago e ativo na Anarchist Red Cross.

Matthew Hart é educador e ativista trabalhista da região metropolitana de Los Angeles. Seu envolvimento no movimento político começou com o Whittier Food Not Bombs e o movimento antiglobalização em meados da década de 1990. Em 1998, ajudou a fundar o núcleo de Los Angeles da Anarchist Black Cross. Ao longo dos anos, realizou extensas pesquisas e arquivamentos sobre a história da Anarchist Black Cross. Hart passou várias décadas no movimento trabalhista como ativista de base e membro de equipe, e atualmente leciona cursos de estudos trabalhistas no Los Angeles Trade Technical College.

N.O. Bonzo é ilustrador, gravurista e muralista anarquista baseado em Portland, Oregon. É ilustrador de Mutual Aid: An Illuminated Factor of Evolution e criador de Off with Their Heads: An Antifascist Coloring Book for Adults of All Ages; Beneath the Pavement the Garden: An Anarchist Coloring Book for All Ages; e The Beautiful Idea.

Autor: Boris Yelensky,

Edição: Matthew Hart,

Ilustrações: N.O. Bonzo

ISBN: 9798887440873

Publicação: 22/04/2025

Formato: Brochura

Tamanho: 5 x 8 polegadas (aproximadamente 12,7 x 20,3 cm)

Páginas: 160

Preço: US$ 19,95

pmpress.org

Tradução > Contrafatual

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Eu limpo meus óculos
mas vejo que me enganei.
É lua nublada.

Neide Rocha Portugal

[Itália] Roma: Reivindicação de responsabilidade pelo ataque incendiário a 17 carros na concessionária da Tesla

Roma, 31 de março de 2025

Poucas pessoas no mundo, hoje em dia, encarnam o Mal absoluto como o infame empresário e bilionário tecnocrata Elon Musk. Seria redutivo, no entanto, considerá-lo apenas um “vilão” clássico de desenho animado, um personagem que até lhe cairia como uma luva, sem perceber que esse indivíduo desprezível é apenas produto de um sistema econômico e social que marcha rumo à autodestruição, e cujos objetivos expansionistas ele simboliza perfeitamente.

Com sua entrada oficial no campo da política, isso tudo se exemplifica em sua servilidade a Trump, que o colocou na linha de frente da ofensiva reacionária, imperialista, sexista e supremacista em curso nos Estados Unidos. Especificamente, como recompensa por seu apoio bilionário à campanha eleitoral, o recém-eleito presidente concedeu ao seu favorito do Dark MAGA a liderança do DOGE, um órgão ad hoc que rapidamente se ocupou de cortes e reformas destinados a afetar direta ou indiretamente aquela parcela da população que a nova elite reconhece como “excedente”.

Quanto às empresas que ele comanda ou fundou, há muitos exemplos a citar:

A Neuralink é uma startup que visa criar um sistema de interfaces neurais que conectem o cérebro humano à inteligência artificial; Musk afirma ter implantado seu primeiro chip cerebral, chamado *Telepathy*, em janeiro de 2024. O sonho transumanista que se torna realidade: a utopia da supressão dos componentes “defeituosos” da humanidade por meio da integração homem-máquina, a criação das engrenagens eficientes das quais o capitalismo tecnocrático sempre precisou, e sempre precisará.

A OpenAI, empresa fundada por Musk como um laboratório de pesquisa em inteligência artificial, produziu o primeiro chatbot famoso da história: o ChatGPT. Após abandonar sua liderança devido a um possível conflito de interesses com seu papel no desenvolvimento de IA para carros autônomos da Tesla em 2023, Musk fundou uma startup rival, a xAI, cujo objetivo declarado é treinar um chatbot de IA generativa (Grok) que aprenda automaticamente a responder de forma racista, em oposição à “cultura woke”, da qual o ChatGPT seria expressão. Por meio da xAI, Musk adquiriu recentemente a própria plataforma X, antigo serviço de mensagens instantâneas conhecido como Twitter, um exemplo claro do uso das redes sociais como ferramenta de manipulação algorítmica da opinião pública para os propósitos políticos mais vis, além de revelar de forma incontestável o uso das redes sociais como fonte inesgotável de dados para o consumo das Big Techs de IA.

Sem esquecer da SpaceX e suas (aparentemente insanas) perspectivas de colonialismo interplanetário, que lançam as bases para a continuidade do saque de recursos, necessidade permanente do sistema, mesmo quando as reservas do planeta Terra estiverem esgotadas: uma empresa que, no momento, parece estar se tornando mais rica e poderosa que a própria NASA. Seu produto mais conhecido é o sistema de satélites Starlink, que, além de entulhar a órbita baixa da Terra com lixo tecnológico, busca garantir conexão à internet mesmo na ausência de infraestrutura terrestre. Essas constelações artificiais, portanto, estão se tornando uma ferramenta essencial para exércitos em teatros de guerra; a Starlink prospera fornecendo seus serviços aos exércitos da Ucrânia e de Israel, tornando-se cúmplice de massacres e genocídios presentes e futuros.

Por fim, encerramos com a Tesla, a famosa empresa de carros elétricos hiper-tecnológicos, símbolo de status por excelência dos tecnofascistas ricos de todas as latitudes, emblema da mentira ecológica que busca eletrificar o planeta, destruindo-o de forma definitiva em nome do lucro. A própria Tesla, com suas 8 câmeras contínuas em cada carro e dispositivos interconectados para condução automática (futura), somada ao trabalho das empresas menos conhecidas de Musk, Hyperloop e The Boring Company (respectivamente voltadas ao desenvolvimento de um sistema de transporte futurista de alta velocidade e à escavação de túneis subterrâneos para reduzir o tráfego), participa do plano totalitário de controle urbano das Smart Cities: um projeto distópico que, graças ao desenvolvimento das infraestruturas digitais, pretende transformar a vida urbana em um fluxo constante de dados.

Tecno-fascismo, transumanismo, inteligência artificial, conquista espacial, guerra, vigilância tecnológica e destruição do planeta: precisamos de mais motivos para atacar os interesses de Elon Musk em qualquer lugar e a qualquer hora?

Por essas e muitas outras razões, na noite entre 30 e 31 de março, decidimos também dar boas-vindas à primavera, numa noite fria… aquecida pelo fogo de 17 carros na única concessionária da Tesla em Roma. Porque nós reivindicamos ser aquelas falhas que projetos como os de Musk querem erradicar.

Num mundo de cabos de fibra ótica e torres de alta tensão, plantemos a semente da rebelião, pois a única coisa que realmente faz sentido, diante do cenário que se avizinha, é lutar com unhas e dentes, até o último suspiro, pela liberdade.

Porque o único Tesla de que gostamos é aquele que queima… E como queima bem!
Solidariedade com os presos anarquistas de todo o mundo, contra toda jaula e contra o infame 41-bis!
Anna, Alfredo, Stecco, Giulio, Ghespe, Tonio, Juan, Daivid: estamos ao lado de vocês!
Kyriakos vive no fogo de nossas ações!

Tradução > Contrafatual

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agência de notícias anarquistas-ana

Até mesmo o céu
Embriagado pelas flores?
Nuvens cambaleantes.

Nonoguchi Ryûho

[Espanha] Quinta-feira, 8 de maio: Exposição ‘Tierra y Libertad. 22 años de una publicación centenaria’

O Grupo Anarquista Albatros – FAI organizou uma mostra dos últimos 22 anos de vida da publicação em papel de Tierra y Libertad, um dos títulos libertários mais antigos do mundo. A exposição será inaugurada na quinta-feira, 8 de maio, às 17:00 horas, na sede da FAL em Madrid. Ao ato irão membros da equipe responsável durante aqueles anos: Alfredo González e Héctor Valdelbira, que farão uma palestra inaugural às 19:00 horas.

O horário de visitas coincidirá com o de abertura ao público de nossa sede; de segunda à sexta, das 10 às 14 horas, e de terça à quinta, das 17 às 20 horas. Incentivamos a visita.

Resumo da mostra:

Queremos expor uma mostra dos últimos 22 anos de vida em papel de Tierra y Libertad, publicação anarquista criada em 1888, título mais antigo da imprensa libertária em língua espanhola e uma das mais antigas do mundo. Tratamos 22 anos de sua história, de 2000 a 2022, porque é a etapa em que nós, o Grupo Anarquista Albatros, da Federação Anarquista Ibérica (FAI) de Madrid, nos encarregamos de editá-lo.

Foram anos carregados de acontecimentos, tanto a nível nacional como mundial (valem como exemplos mais destacados o 15M e a pandemia) e tentamos revisá-los nesta mídia de propaganda para a análise. Em ocasiões nos servimos de publicações irmãs de outros países como Umanià Nova, Le Revolución mexicana que, ao grito de ¡Tierra y libertad! ergueu-se contra a opressão, sendo traída por uma camarilha demagógica que dominou o país à vontade. Na Espanha, em 1977, com a reorganização libertária após a morte de Franco, os grupos da FAI decidem voltar a editar Tierra y Libertad mensalmente. A redação passou por grupos de diferentes cidades: Barcelona, Madrid, Castellón, La Puebla del Río…

Inauguração: Quinta-feira, 8 de maio

Horário da inauguração: 17:00 horas

Horário da palestra: 19:00 horas

Horário de visitas: Segunda e sexta-feira, das 10 às 14 horas. Terça a quarta-feira, das 17 às 20 horas

fal.cnt.es

Tradução > Sol de Abril

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cama macia
corpo se espreguiça
nasce o dia

Carlos Seabra         

[Itália] Primeiro de Maio Anarquista em Friuli-Venezia Giulia

Como todos os anos, três foram os eventos voltados às realidades do anarquismo social na região.

Em Trieste, o tradicional cortejo da manhã contou com a participação de algumas milhares de pessoas: na frente estavam os três principais sindicatos e os grupos da esquerda mais ou menos institucional, e atrás, o cortejo convocado de forma autônoma pelos sindicatos de base Cobas, USB e USI, que reuniu algumas centenas de participantes. Como Grupo Anarquista Germinal, estivemos presentes com nosso bloco e bandeiras dentro dessa parte da manifestação, além de termos distribuído massivamente a nova edição do Germinal. Ao final, o cortejo do sindicalismo de base encerrou o trajeto em uma praça alternativa em relação ao cortejo “oficial”, onde ocorreram algumas falas, entre as quais a nossa.

Em Monfalcone, grande sucesso do ato convocado pelo Caffè Esperanto no centro da cidade, que contou com cerca de cem participantes — número ainda maior na festa autogestionada realizada em um parque à tarde.

Em Cervignano, por fim, houve boa participação no setor do cortejo promovido pelas realidades de base da baixa Friulana, pelos comitês ambientais, pelo sindicalismo de base e pela área libertária.

Após as iniciativas bem-sucedidas e a presença nas ruas no dia 25 de abril em Pordenone, Udine e Trieste, mais um dia que confirma o enraizamento da nossa área política na região.

Um companheiro de Trieste

Tradução > Liberto

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A lua da montanha
Gentilmente ilumina
O ladrão de flores.

Issa

[Internacional] Ajude a Comprar uma Impressora para os Anarquistas Sudaneses

Por Black Rose Anarchist Federation

Em meio a uma das crises mais mortais do mundo, camaradas anarquistas estão lutando bravamente, tanto pela sobrevivência quanto pela revolução. Desde fevereiro de 2022, nossa rede internacional de organizações anarquistas tem colaborado com a Federação Anarquista do Sudão, que começou a se organizar pouco antes dos levantes revolucionários que tiveram início em 2018.

Graças ao apoio de muitos camaradas que contribuíram para nossa campanha anterior, conseguimos ajudar alguns camaradas sudaneses a escapar de situações perigosas e a continuar seu trabalho, seja dentro ou fora do país. Tragicamente, pelo menos uma camarada, Sarah, foi perdida devido às privações assassinas e feminicidas da RSF. Honramos sua memória e a de todos os mártires revolucionários que morreram na luta pela liberdade no Sudão.

Agora, apesar das dificuldades, vários membros da federação conseguiram se reagrupar em uma área estável do Sudão e estão em posição de reiniciar o trabalho político clandestino. Estamos pedindo apoio internacional para ajudar a reestabelecer suas atividades e desenvolver empreendimentos que possam sustentar financeiramente seus membros, muitos dos quais são deslocados internos em uma região com uma economia devastada.

O plano dos nossos camaradas no Sudão é estabelecer uma gráfica comercial que será administrada como uma cooperativa de trabalhadores, proporcionando um meio de subsistência sustentável e funcionando como ferramenta para imprimir materiais educativos políticos. No Sudão, é quase impossível importar textos revolucionários, e a atividade na internet é fortemente censurada e monitorada, por isso é fundamental ajudar a desenvolver a capacidade local de imprimir textos para distribuição.

Nossos camaradas só podem ter sucesso nesse projeto com solidariedade internacional. Os custos estimados para este projeto são de $15.000. Qualquer valor excedente será destinado ao tesouro geral dos camaradas e usado para despesas organizacionais, como ajudar camaradas deslocados a retornar para casa. Com o apoio de amigos da liberdade ao redor do mundo, podemos facilmente atender a essas necessidades e apoiar a sobrevivência e o crescimento do anarquismo no Sudão.

Esta campanha é organizada e apoiada pela Black Rose/Rosa Negra Anarchist Federation (EUA) em colaboração com outras organizações políticas anarquistas ao redor do mundo.

>> Apoie aqui:

https://chuffed.org/project/printing-press-for-sudanese-anarchists  

Tradução > Contrafatual

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agência de notícias anarquistas-ana

um atrás do outro
cactus florescem
enquanto a lua não vem

Nenpuku Sato

“Vamos perfurar, baby”, diz presidente da Petrobras sobre petróleo na Margem Equatorial e no Amapá

Durante a Offshore Technology Conference (OTC) 2025, maior conferência mundial do setor de petróleo e gás, realizada nesta terça-feira (06/05) em Houston, nos Estados Unidos, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, defendeu com entusiasmo a exploração na Margem Equatorial, na costa do Amapá. Ao lado do governador do Amapá Clécio Luís, ela afirmou que a região representa uma grande oportunidade para o Brasil e para o estado, encerrando sua fala com a frase em inglês: “Let’s drill, baby!” – ou “Vamos perfurar, baby!”. O mote “drill, baby, drill” era proferido com frequência por Donald Trump desde a campanha presidencial nos EUA – a expressão denota um incentivo do republicano ao aumento da exploração de petróleo.
 
“Celebro a presença do governador Clécio porque ele representa a oportunidade que temos na Margem Equatorial e no estado do Amapá, onde realmente acreditamos que teremos boas surpresas assim que tivermos a licença para perfurar”, disse, em painel promovido pelo Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP).
 
“Para nós do Amapá, isso é uma virada de chave na economia. Queremos e precisamos muito dos recursos oriundos desse petróleo. E acreditamos que é possível fazer isso de forma muito segura”, afirmou o governador.
 
>> Foto em destaque: Lula e a presidente da Petrobras, Magda Chambriard.
 
Fonte: agências de notícias
 
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https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2024/06/18/nova-presidente-da-petrobras-defende-passar-o-petroleo-na-bacia-da-foz-do-amazonas/
 
agência de notícias anarquistas-ana
 
Sombra de árvore –
Até mesmo a companhia de uma borboleta
É karma de uma vida anterior.
 
Issa

Lula: “Ninguém nesse País tem mais responsabilidade climática do que eu”.

Defensor da exploração de petróleo, incentivador da indústria da carne, da mineração, dos carros, das estradas, dos portos… atividades que direta ou indiretamente respondem por mais de 70% das emissões de gases do efeito estufa, recentemente o presidente Lula disse: “Ninguém nesse País tem mais responsabilidade climática do que eu“.


Esse senhor é contraditório, cara de pau, ignorante, megalomaníaco, egocêntrico, ultrapassado ou tudo misturado?  Alguns anarquistas-libertários comentaram. A seguir…


“Lula é o reflexo perfeito do cinismo estatal: defende um modelo econômico predatório que destrói o meio ambiente e submete as populações ao capitalismo selvagem. Ao apoiar a exploração de petróleo, a indústria da carne e a mineração, ele é cúmplice direto da devastação ecológica e da concentração de riqueza. Sua afirmação sobre a “responsabilidade climática” é uma piada de mau gosto, uma tentativa patética de mascarar sua agenda neocolonial e insustentável. Lula não passa de mais um representante da classe dominante, que fala de “responsabilidade” enquanto faz acordos com quem mais destrói a natureza e explora o povo. É a velha política, com novos disfarces.” – Liberto Herrera


“Vem de longe e é de larga aceitação entre as esquerdas a tese de que Lula é um conciliador. Independente do campo que se ocupa ou matiz ideológico do universo socialista, tal conclusão é uma questão de honestidade intelectual. Não é igualmente novidade o fato de que o projeto petista é conveniente à manutenção do capitalismo, servindo antes como regulador do que como vetor reformista. As contradições desse governo são, portanto, aspectos didáticos do papel que desempenha a social democracia em tempos de crise.” – Caralâmpio Trillas


“O sujeito despeja veneno, petróleo e gado no planeta e ainda posa de “responsável climático”. Cinismo em estado bruto. A política é a arte de mentir com palanque e crachá. Governos são fábricas de desastre com verniz verde. O clima padece — e eles discursam.” – C.I.S.C.O.


“Ele é um “mala”! Malandro, agente dos “donos do mundo” cuja especialidade é “difundir narrativas” onde, supostamente, seria “o mais esclarecido de todos os governantes” (quase as suas próprias palavras: “a alma mais honesta”), enquanto na prática faz avançar os projetos desenvolvimentistas ecogenocidas das elites globais.” –Vantiê Oliveira


“Tudo misturado. E não podemos esquecer, no governo Lula 1 foi aberto o espaço para a Monsanto introduzir os alimentos transgênicos no país. Responsável pelo envenenamento do solo, da água e do ar.” – Sol de Abril


“Não é possível aceitar toda a desordem do progresso, muito menos o eterno regresso que estamos vivendo. As promessas e tratados assinados em campanha, como a #DemarcaçãoJá das Terras Indígenas, foram substituídas por uma sequência de violências: Parentes queimados vivos, degolados, e territórios ancestrais negociados à sombra do poder. A desculpa oficial é o Congresso ser de direita, mas a verdade é que existem muito mais de quatrocentas terras já reconhecidas aguardando apenas a assinatura presidencial, pastas e pastas avolumam-se tanto no Ministério da Justiça como na mesa do chefe de estado atual, o Lula. Bolsonaro não demarcou nenhuma, prometeu e cumpriu a maldade que lhe cabe, andava sempre com sua caneta BIC para posar, iludir. Qual caneta é essa que Lula não quer usar, hein? O ciclo se repete. Esquerda, direita… volver! O partido militar, o latifúndio, o necroagronegócio, a mineração predatória e o narcoestado continuam operando juntos, rifando direitos ancestrais, destruindo o planeta em troca de moedas e cargos. Nós resistiremos! É hora de agir para impedir a queda do céu e garantir a vida. Não há tempo para conciliação com quem lucra com sangue e devastação.” – Autonomia Indígena Libertária (AIL)


“É um país de neuróticos e psicopatas. Não tem lógica em nada, a Amazônia já ultrapassou a linha de destruição. E ainda estão liberando a exploração de petróleo na floresta amazônica. Não haverá retorno.” – César A. G. Pereira


“Esse sujeito é um cretino, um arrogante, cínico de marca maior. Um vaidoso que se acha a última palavra. Perdeu totalmente o senso do ridículo ao se achar a “cereja do bolo da responsabilidade climática”. Recentemente ele teve a pachorra de elogiar e sentir orgulho dos bilionários irmãos Joesley e Wesley Batista, proprietários da JBS, a maior produtora global de carnes, empresa de alimentação relacionada à poluição e às mudanças climáticas, principalmente devido à expansão de suas atividades e à origem de seus produtos, especialmente o gado, que muitas vezes está associado ao desmatamento da Amazônia. Enfim, a sorte desse sujeitinho hipócrita é que não há no Brasil um movimento ambientalista ruidoso e radical nas ruas para emparedá-lo, botar pressão. Ah, antes que eu me esqueça. Lula nasceu no sindicalismo com pensamentos “ambientalmente toscos”. Ou seja, em uma época que muitos sindicalistas diziam que ecologia era “coisa de veado”. E a minha impressão é que em quatro paredes muitos ainda seguem com o mesmo pensamento.” – El Pececito Chuva de Fogo


“Engraçado é que quando se fala de petróleo Lula e Donald Trump, aparentemente diferentes, vão na mesma direção. Ambos gostam de petróleo, do mundo petrolífero, da ideia que todos devem ter carros e queimar litros e litros de gasolina. Se deixar ambos vão mandar perfurar até a Lua pra ver se tem petróleo. São duas bestas que só pensam em “desenvolvimento”, crescimento infinito, consumo, destruição.” – Mônica Texeira


“Lula se acha o maioral da “responsabilidade climática”, mas só anda de carro e de avião, modais que tem um impacto significativo nas mudanças climáticas, na poluição do ar. E faz isso há décadas e décadas. Aliás, será que ele sabe andar de bicicleta? Resumindo, Lula é um hipócrita, oportunista. Só fala de ecologia para “sair bem na foto”‘ ou obter ganhos eleitorais, votos.” – Bia Duarte


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Brisa de outono
Como flechas de sombras
Os pássaros voltam.


Jorge Lescano

[País Basco] Bilbao recebe a XIX Feira do Livro Anarquista nos dias 10 e 11 de maio

O parque do Arenal, em Bilbao, se tornará um ponto de encontro para o pensamento crítico e a reflexão social nos dias 10 e 11 de maio, com a realização da XIX Feira do Livro Anarquista.


Com essa 19ª edição, o objetivo é continuar o trabalho de divulgação das ideias libertárias, anticapitalistas e antiautoritárias.


Aqui você poderá encontrar as últimas novidades das principais editoras e distribuidoras no campo ácrata e libertário.


Haverá também apresentações de livros, exibição de documentários, entrevistas e palestras, tudo com e pelos autores.


Também criamos algumas camisetas e bolsas personalizadas muito legais para a edição deste ano. Não perca a sua!


Anote a data em sua agenda e não perca!


Estamos esperando por você!


cnt-sindikatua.org


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Me comovem
tuas mãos limpas
e tua boca suja

Eliane Pantoja Vaidya

Relato sobre o XI Sarau Primeiro de Maio em Joinville (SC)

Na quinta-feira, 1° de maio, na Praça da Estação da Memória, o Núcleo Joinville da CAB (Coordenação Anarquista Brasileira) realizou a décima primeira edição do Sarau Primeiro de Maio. Um espaço para o conjunto da classe trabalhadora expressar as suas manifestações artísticas. Neste ano, o tema debatido no sarau foi o fim da escala 6×1.  


O espaço foi aberto com vozes poéticas de mulheres de luta, do Slam Guará, a poeta anarquista Aculadora. Foram palavras de cortar o ar, mares e formar rebeliões.


Na sequência, diretamente do Bairro Itinga, Corinda, Paulo e seu João apresentaram canções do Terno de Reis, o que marca as nossas histórias de luta comunitárias e sindicais, quando sob as nuvens depressivas da ditadura, o ir de porta em porta, fazer análise de conjuntura e cantorias animavam a formação da Pastoral Operária.


As companheiras Tati e Sara, do Baque Mulher, puxaram a roda de conversa sobre o impacto da jornada 6×1 em suas vidas em anos dentro das lojas de shopping. O que evidência e vai de encontro com a luta dos mártires de Chicago, que reivindicaram 8h de descanso, lazer e trabalho, o que se faz presente hoje no debate pelo fim da escala 6×1.


As bancas dos movimentos sociais, como CALHEV, Biblioteca Comunitária Lutador Dito, Amorabi, Cursinho Popular, da Amorabi, Serigrafia Arcanjo 21, Pinte e Lute e Livraria 36 também se fizeram presentes.


O momento seguinte foi da nossa partilha de pão, suco, cuca e café, para compartilhar a solidariedade, a análise do momento que vivemos, sorrir e consolar. 


Enquanto a música tocava, compas utilizavam o seu direito de voz para expressar sobre os diferentes tipos de preconceitos, como a questão do usuário da maconha, a necessidade do direito ao aborto e o direito à cidade com o pinte e lute. 


O fechamento ocorreu com uma roda de batuqueiras, tocadores e cantores de diferentes bairros e cidades, da Mestra Karlinha a compas conectados pelas tramas dos mangues da zona leste até Araquari.


Finalizamos um dia de sarau. A luta e organização continua. Faça contato para saber como se envolver no combater ao capitalismo e ao estado e todas as formas de opressões.


Viva o 1° Maio!
Os mártires de Chicago eram anarquistas!
Pelo fim da escala 6×1!


cabn.libertar.org


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uma folha salta
o velho lago
pisca o olho

Alonso Alvarez

[França] Paris: Manifestação antifascista e antirracista

Manifestação antifascista e antirracista contra a chegada de fascistas a Paris, sábado, 10 de maio, às 14h, em Port-Royal

Por 30 anos, os fascistas marcharam em 9 de maio em Paris para comemorar a morte de um deles, que caiu de um telhado à margem de uma manifestação identitária organizada pelo GUD. Este desfile da extrema direita francesa e europeia é conhecido como Comitê de 9 de maio ou C9M. Uma resposta antifascista foi rapidamente organizada e levou à proibição de sua marcha em 2008.

Depois de perder o fôlego em meados da década de 2010, o C9M está ressurgindo em 2023, e quase 500 fascistas e nazistas marcharam orgulhosamente por Paris em 2024 usando suas cruzes celtas.

Este ano, novamente, o C9M planeja desfilar no sábado, 10 de maio, de uma forma cada vez mais desinibida. Isso faz parte de um contexto duplo de ascensão do fascismo e da crescente criminalização da antifa em todo o mundo. Os fascistas estão se organizando em nosso país, em todos os níveis da sociedade, tanto institucionais (RN) quanto militantes. Em 16 de fevereiro de 2025, ativistas antifascistas da Young Struggle foram atacados com facas por fascistas gritando “Paris é nazista e Lyon também”, durante uma exibição em Paris.

Os fascistas agora se atrevem a interferir em nossas manifestações. Em toda a França, mesquitas são atacadas e incendiadas. É a ofensiva racista dos poderes constituídos, que está se espalhando por toda a sociedade, que os galvaniza tanto: ataques contra imigrantes indocumentados, islamofobia a todo custo. Em 18 de março, o Estado expulsou os menores desacompanhados da Gaîté lyrique e organizou uma verdadeira caçada humana em Paris, que terminou em uma onda de violência física e racista. Inevitavelmente, os fascistas se sentem como um peixe na água.

Apesar da violência e da repressão, continua existindo a resposta antifascista, a organização coletiva em nossas cidades, bairros e manifestações antirracistas e antifascistas como as que cercam o 22 de março, as comemorações de Clément Méric. A mobilização dos jovens em Belleville, as casas contra os despejos e a existência de muitos coletivos de luta mostram que, organizando-se coletivamente, é possível criar uma força antifascista, antirracista e feminista nas ruas.

A luta antifascista teve recentemente sucessos como a manifestação no 20º arrondissement em 8 de fevereiro de 2025, contra a comemoração do colaborador Brasillach (organizada pelo GUD), ou a resposta antifascista de 8 de março contra Nemesis e Nous Vivrons. Sem falar na AGM com 80 deter.e.s em 22 de março, que foi um grande sucesso! A possibilidade de reconstruir uma tradição antifascista unitária e intransigente surgiu no período.

É por isso que estamos convocando uma manifestação para se levantar contra o fascismo e os fascistas. Acima de tudo, não deixá-los na rua. Chamamos todos os habitantes e commerçant.es do bairro, os parisienses, de Ile-de-France. coletivos de luta, comissões estudantis, sindicatos, organizações políticas e associativas para se juntarem a nós nesta marcha contra o fascismo.

VAMOS IMPEDIR QUE OS NAZISTAS MARCHEM EM PARIS!

ATÉ O SÁBADO, 10 DE MAIO às 14h em Port Royal (local sujeito a alterações), acompanhe as informações em nosso instagram: @manifantifa10mai

Por questões de segurança, recomenda-se chegar e sair em grupo (e ler os posts anti-rep e de proteção coletiva que serão postados no insta)!

Signatários em 16 de abrilAction Antifasciste Angevine, Action Antifasciste Toulon, AFA Villefranche, AG antifasciste Rennes, AG féministe Paris Banlieue, Collectif 18e en lutte, Collectif antifasciste du 20e, Collectif Antifasciste Orléans, Collectif anti-fasciste Sarthe, Collectif Anti-Raciste et Anti-Fasciste Les Lilas Romainville Le Pré-Saint-Gervais, Collectif de lutte antifasciste Clignancourt, Collectif Insurrection Trans, Comité Grenoble du Réseau de Lutte contre le Fascisme, Comité Palestine Paris 3, Comité Palestine PSL, Connexion Ripostes Populaires Antifasciste 33, Coordination Sans Papiers 75, Extinction Rebellion Paris IDF, Groupe antifasciste Charvieu et environs, Haro Rouen, Jeunes Révolutionnaires, La bande noire, Le drapeau noir, Ligue de la Jeunesse Révolutionnaire, Marche des Solidarités, Offensive Antifasciste Albigeoise, Relève féministe, Réseau Angevin AntiFasciste, Rouen Autonome, Saintes Antifasciste, Soulèvements de la terre IdF, Tours Anti-Fasciste, Urgence Palestine Paris 18e

Para assinar o chamado para manifestação, escreva para manifantifa10mai@proton.me

Fonte: https://stuut.info/Paris-Manifestation-antifasciste-antiraciste-6380

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Sentadas num fio
estão cinco andorinhas
fugidas do frio

Eugénia Tabosa

A educação anarquista na cidade de São Paulo: os casos da Escola Moderna e do Centro de Cultura Social.

Coloca na agenda! No dia 10 de maio, às 16h, o CCS recebe Alex Caires para uma conversa que abordará os casos da Escola Moderna de São Paulo e do Centro de Cultura Social como experiências de educação anarquista em São Paulo no início do século XX, bem como a história desses projetos educacionais, as características pedagógicas das escolas anarquistas e o papel dos centros de cultura na difusão das ideias anarquistas no passado e no presente.

Alex Caires é formado em Ciências Humanas e Sociais pela Faculdade de Educação do Serviço Social da Indústria (SESI). Atualmente, pesquisa educação libertária, zapatismo e trabalha com cultura e educação.

Data: Sábado, 10/05/25, às 16h00 – o salão abre às 15h30.

Local: Rua Gal. Jardim, 253, sl. 22, Vila Buarque – São Paulo.

⁠• Os eventos do CCS são presenciais, gratuitos e abertos para todas as pessoas interessadas.  ⁠Crianças são bem-vindas ao CCS! Lembrando que nos orientamos pelos princípios anarquistas, tais como autogestão, apoio mútuo, internacionalismo, anticapacitismo, anticapitalismo e não partidarismo. Não toleramos qualquer tipo de discriminação de raça, gênero ou sexualidade.

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ventania lá fora
uma mosca no rosto
lívido da vidraça

Rogério Martins

[Alemanha] Ações contra a infraestrutura desenvolvimentista em Munique

A onda de repressão (buscas, intimações e prisões) contra as estruturas anarquistas não levou ao fim de outras ações contra a infraestrutura desenvolvimentista da cidade.
 
Na noite da segunda-feira para terça-feira de Páscoa, escavadeiras usadas para construir uma nova estrada federal para expandir ainda mais o tráfego de carros foram incendiadas. A mídia informou que se tratava de um local de construção de uma ciclovia. As fotos dos artigos vinculados mostram claramente que isso não é verdade. Apesar da pixelização do logotipo da empresa nas fotos do jornal, é fácil ver que se trata de veículos de canteiro de obras pertencentes à empresa Strabag, especializada na expansão de outras estradas e rodovias federais.
 
Liberdade para os presos anarquistas e antifascistas e felicidade para todos aqueles que estão em fuga e afetados pela repressão! O futuro ainda não foi escrito…
 
A n a r q u i s t a s
 
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agência de notícias anarquistas
 
O primeiro amor –
À lanterna se aconchegam
Um rosto e outro rosto
 
Tan Taigi

No governo Lula 3 os ricos estão ficando mais ricos.