Rio Capital da Segregação – Campanha Contra o G20

Rio de Janeiro, cidade onde problemas não faltam, sitiada por armas, poderes e interesses se vivencia no cotidiano uma profunda segregação social e racial com suas raízes na escravidão. A natureza que resiste a tanto concreto é reservada e utilizada como vitrine da cidade maravilhosa, onde só desfruta de suas maravilhas quem detém um bom dinheiro… Como consequência de sua caótica desigualdade a indústria do medo se faz muito presente, propagandas de carros blindados, sistemas de segurança e o aprofundamento da mentalidade de isolamento-capitalista voltada para a classe média enquanto o dinheiro dos verdadeiros burgueses se concentra em seus projetos de devastação da terra e egocêntricos luxos. As infraestruturas do Estado e suas ‘garantias’ só existem na zona sul, ou seja, na área vitrine, nas outras regiões impera o abandono por parte do estado e uma espécie de ‘ancapistão’, facções e milícias competem pelo controle, poder e dinheiro assim como a igreja que faz da miséria e desesperança seu negócio.

Quem vive nas periferias ou transita realmente pela cidade, sabe que as bandeiras do G20, ‘sustentabilidade e combate as desigualdades’ são mentiras descaradas, um cinismo mórbido frente ao papel do estado em manter as coisas no RJ assim mesmo como são, alimentando as imagens de mais uma indústria muito explorada na cidade, a do espetáculo, que em simbiose com o governo Lula apresenta uma cara bonita e pacífica, mas que é sustentada pela exploração e violência contra o povo marginalizado e da devastação da terra. Espetáculo este que parece refletir também em alguns movimentos sociais e na esfera anarquista, vide a dificuldade e empecilhos colocados por alguns dos mesmos para uma organização de uma campanha contra o G20, o espetáculo e o medo se fazem presentes dentro de grupos e siglas que reivindicam o anarquismo. A repressão e violência policial pós 2013 deixaram traumas até hoje não resolvidos o que acreditamos está na hora de superar!

Vivendo e vendo todo este contexto complexo resumido nas últimas linhas, entre poucas individualidades e com o que tínhamos em mãos levamos adiante nossa campanha de rechaço ao G20, aos donos do poder, ao capitalismo e ao estado, com adesivos, panfletos e pixações pela cidade.

Que o espetáculo e o medo jamais nos paralisem!!

Anarquistas pela anarquia

–> Reprodução do texto do panfleto

G20 Cúpula do Fim do Mundo

Temos vivenciado cotidianamente ao redor do mundo o aprofundamento da emergência climática com queimadas, enchentes, recordes de calor e chuvas, o endurecimento do genocídio do povo preto e pobre por parte das polícias (dark MC em São Paulo, Mestre Barriga na Bahia, Odair em Portugal, – só para citar alguns que foram contabilizados este mês -) enquanto os ricos se negam em um cinismo mórbido a descer das costas dos trabalhadores e da natureza. Inúmeros encontros do G20, G8 e tudo o que eles nos deixam são melhores planos para gerenciar a crise do capitalismo e uma forma mais eficiente da exploração sobre tudo o que é vivo. Suas falsas bandeiras de participação social ou a sua mentirosa preocupação ambiental com seu desenvolvimento sustentável já são falácias antigas sabemos bem.

O capitalismo é o ator principal da devastação climática que vemos no mundo e da profunda desigualdade e segregação social/racial que vemos nas cidades e em especial no Rio de Janeiro, atual sede do G20. Também é o capitalismo a principal ferramenta pela qual os donos do mundo enforcam nossas possibilidades e perspectivas de vida em proveito de seus poderes megalomaníacos.

O G20 é o encontro dos inimigos do povo e da natureza para decidir melhores maneiras de nos explorar, não traz nada que poderá nos ajudar!

Pela abolição do estado e do capitalismo!

Apenas soluções horizontais, sem hierarquias, construídas em apoio mútuo em nossas comunidades podem fazer a diferença em nossas vidas! Nada virá dos exploradores e destruidores do mundo!

Se organize com quem está perto de você! Aqui e agora!

Anarquistas pela anarquia

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em rincões e esquinas
frios cadáveres:
flores de ameixeira

Buson

[Reino Unido] Clifford Harper faz um apelo à solidariedade

Clifford Harper, o ilustrador anarquista cujo trabalho decorou mil livros, zines, pôsteres e paredes de quartos, lançou uma tiragem limitada de pôsteres para cobrir gastos com saúde.

Se você tem algum dinheiro sobrando e ama a arte dele…

Solidariedade com CH!

SOLIDARIEDADE, Edição Limitada

Nick Heath uma vez escreveu que “Clifford Harper nunca monetizou seu trabalho”. E isso é meio que verdade, embora ele estivesse se referindo ao meu trabalho anarquista. Eu trabalhei e ganhei a vida por décadas como um ilustrador profissional.

No entanto, há alguns anos eu fiquei seriamente doente e como resultado passei os últimos três anos e meio de cama, sem poder andar, ou trabalhar. Para que eu possa andar novamente preciso de um longo processo de fisioterapia.

Fisioterapeutas são caros, e não tenho dinheiro. Alguns camaradas organizaram a impressão de duas das minhas ilustrações em alta qualidade para venda, e os rendimentos serão para pagar pela minha fisioterapia, o que com sorte me possibilitará trabalhar novamente.

A primeira dessas impressões, “Solidariedade” [Solidarity], está disponível agora. A segunda, “Mulher Pensando” [Woman Thinking], uma das minhas melhores ilustrações, ficará disponível em breve.

Serigrafia “SOLIDARIEDADE”, de Clifford Harper, Edição Limitada (100 unidades)

59 x 33.5 cm

Assinada e numerada pelo artista, estampada por xpress

Todo o dinheiro da venda dessa impressão vai para a recuperação de Clifford e seu retorno ao trabalho.

Postagem global com rastreamento em um tubo de pôster. Estritamente um por cliente.

>> Apoie aqui:

https://cliffordharper.com/product/solidarity/

Tradução > anarcademia

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Margarida branca
vem desabrochar ao vento
uma vida nova

Talita Lopes Simões

Flecheira Libertária 791 | “Apenas certos humanos constroem prisões e apreciam viver armados”

pela vida livre

Em ataques recentes, torres usadas por humanos para caçar outros bichos com armas de fogo foram destruídas em Dorset no Reino Unido, na floresta de Sehlem, na Alemanha, na floresta de Telensac, na França, e em localidade não revelada no norte da Itália. Frente aos preparativos natalinos, dezenas de perus e galinhas foram arrancados das jaulas na Argentina, Escócia, França e Reino Unido. Em bando da mesma espécie, ou com o apoio de outros bichos, a fuga para estar em liberdade é uma força viva. Apenas certos humanos constroem prisões e apreciam viver armados, rodeados por arames farpados, câmeras de vigilância e outras invisíveis cercas tecnológicas.

mais fugas de bichos

No início do mês passado, quatro jovens irmãs guaxinins fugiram do Amazon World Zoo Park, na Ilha de Wight, Reino Unido. No início deste mês, quatorze veados escaparam do Indian Creek Zoo, em Michigan, EUA. Acredita-se que a fuga das guaxinins foi solitária, enquanto os veados podem ter tido apoio de algum bicho capaz de manusear alicates ou de romper cercas. Os proprietários esbravejam que havia um buraco “vandalizado” no alambrado. Em outubro, na Pensilvânia, um casal de anarquistas foi detido enquanto tentava soltar dezenas de visons trancados em cativeiro para serem mortos, escalpelados e terem suas peles vendidas como luxuosos casacos. Dentre as muitas acusações judiciais que recaem sobre elxs, há ecoterrorismo. Em Evia, na Grécia, após cinco anos de julgamento, uma libertária driblou a condenação de roubo e furtos, depois de ter desaparecido com as armas de caçadores. Será que os veados e as guaxinins serão acusados e processados? Que sigam soltos e não voltem a ser encarcerados!

>> Leia o Flecheira Libertária 791 na íntegra aqui:

https://www.nu-sol.org/wp-content/uploads/2024/12/flecheira791.pdf

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Borboleta azul
raspa este céu de mansinho
insegura e frágil.

Eolo Yberê Libera

[Dinamarca] De Copenhague a Atenas, ação em solidariedade aos companheiros do caso Ampelokipi

Em 31 de outubro, uma explosão em um apartamento no bairro de Ampelokipi, em Atenas, Grécia, mata instantaneamente o anarquista Kyriakos Ximitiris e fere gravemente a companheira Marianna M., que estava no apartamento no momento. Imediatamente, o Estado grego inicia uma caça às bruxas que resulta na prisão de cinco companheiros com base em evidências duvidosas e circunstanciais. Entre os cinco presos estava o companheiro anarquista Nikos Romanos, que foi processado com base em uma impressão digital encontrada em uma sacola plástica em um apartamento destruído.

Esses processos ocorrem em uma época em que o governo de direita grego enfrenta vários desafios; para citar alguns escândalos importantes, como a tentativa de encobrir a tragédia da colisão do trem de Tempi ou a vigilância ilegal de oponentes políticos, o aumento da pobreza e a deterioração da economia, a destruição constante do ambiente natural do país e a criação de um estado policial como resposta a qualquer tipo de reação ao mencionado acima. Nesse cenário, eles escolhem intencionalmente desviar o foco do público para seu inimigo interno, o movimento anarquista grego. Suas únicas ferramentas contra nossa luta por justiça e igualdade social são as notícias falsas e a violência opressiva, culminando com a acusação infundada de nosso companheiro anarquista Nikos Romanos. O ataque usual ao movimento anarquista, mas em um novo cenário surreal. Um espetáculo para o governo, resultando na destruição da vida de nosso companheiro.

É por isso que decidimos expressar nossa solidariedade aos cinco companheiros detidos, escrevendo slogans de apoio na parede da embaixada grega em Copenhague, Dinamarca. Independentemente de estarem ou não envolvidos no que são acusados, quando nos colocamos entre o Estado e aqueles que decidem se opor a ele em sua luta por um mundo melhor, nossa escolha é clara. Sempre estaremos ao lado de nossos companheiros!

De Copenhague a Atenas: Solidariedade aos 5 companheiros do caso Ampelokipi!

Anarquistas de Copenhague

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Em morosa andança
Ao léu com meu ordenança —
Contemplação das flores.

Kitamura Kigin

[Chile] Para Memodio (1982-2024)

Celebramos o fato de tê-lo conhecido, as lutas que compartilhamos, as sementes que plantamos. Celebramos a coerência e a constância de que ele sempre foi exemplo, sem nenhum pedantismo. A clareza de suas palavras e o inigualável senso de humor corrosivo em relação a tudo o que era poder e militarismo (que muitas vezes são a mesma coisa). Ele era vegano quando isso não estava na moda, anarquista, antimilitarista, objetor de consciência, insubmisso e frugívoro. Era um fanzineiro incansável. Em todas essas facetas, ele era conhecido e reconhecido pelo comprometimento e pelo coração que colocava em cada luta.

Em particular, ele contribuiu para o desenvolvimento da cultura antimilitarista que abunda na região chilena, apesar do fato de que o poder militarista sempre a nega e esconde, participando ativamente da organização antimilitarista e de objetores de consciência Ni Casco Ni Uniforme (Nem capacete nem uniforme), entre outros espaços. Como Memodio antes, as pessoas hoje não atendem às “chamadas” para o SMO (Serviço Militar Obrigatório).

Seu trabalho em fanzines é abundante: Buena Influencia, Nueve Vidas e sua distro de material (A) e punk: Buena Influencia, bem como a distro / distribuidora de material HC / Punk chamada Siempre Juntos, entre outras iniciativas que realizou. Sua luta animalista e vegana é notável e devemos enfatizar sua militância frugívora, pois ele mesmo se descrevia assim. “Odioso como ele era e amoroso também”, um amigo o descreveu. Dizemos isso a partir das lutas, compromissos e projetos que compartilhamos, tanto como amigos quanto como companheiros.

Por tudo isso, celebramos o fato de tê-lo conhecido e, se escrevemos isso, é porque acreditamos que sua vida deve ser conhecida por tudo o que ele contribuiu em tantas lutas e em nossas vidas. A Memodio (Guillermo Díaz) de nosso coração e de nossa luta.

Memodio, Guillermo Díaz, 10 de março de 1982 em Maipú – 16 de novembro de 2024 em Maipú

Escrito coletivamente por aqueles de nós que valorizam o fato de ter conhecido Memodio, amigos e companheiros. Também da assembleia antimilitarista da região do Chile, parte da Rede Antimilitarista da América Latina e do Caribe Ramalc.

Dezembro de 2024.

Fonte: https://ramalc.org/a-memodio-1982-2024/

Tradução > Liberto

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No céu azulado
Borboletas a dançar
Campos enfeitados

Kellen Crovador

[Espanha] Jornadas em Defesa da Terra | Contra o Estado e o Capital

13, 14 e 15 de dezembro

CSO Banc_Expropiat

C/Quevedo 13/15, Gràcia

Barcelona

Nos dias 13, 14 e 15 de dezembro, estamos organizando umas Jornadas em Defesa da Terra, contra o Estado e o Capital. No dia 13, à tarde, e nos dias 14 e 15, pela manhã e à tarde. Falaremos sobre diferentes tópicos, extrativismo, a devastação da terra, a sociedade tecno-industrial, as práticas e técnicas para a defesa da terra…

O programa definitivo será divulgado em breve, mas os dias já estão reservados!

Você pode obter mais informações (programação definida) em https://t.me/Terraillibertat ou enviando um e-mail para devastacio@riseup.net

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Algo faz barulho —
Cai sozinho, sem ajuda,
O espantalho.

Bonchô

A situação na Síria ao dia 7 de dezembro de 2024: o ponto de vista dos anarquistas curdos de Têkoşîna Anarşîst

O regime caiu, mas a guerra continua

Os sonhos revolucionários de milhões de sírios que saíram às ruas em 2011 finalmente se tornaram realidade: o regime caiu. Após décadas da dinastia Assad, acordamos em uma Síria sem um governo central em funcionamento. O Estado sírio entrou em colapso.

Como anarquistas e revolucionários, não podemos fazer nada além de comemorar um tirano a menos. Bravo por isso! Mas depois de mais de sete anos vivendo em uma revolução, aprendemos uma lição impopular: a vitória é apenas o primeiro passo para a transformação social de que precisamos. Porque toda vitória é apenas um passo em direção à próxima luta.

Felizmente, o Movimento de Libertação do Curdistão tem décadas de experiência em seus bolsos e está mais do que feliz em compartilhá-la conosco. Além disso, eles também têm 12 anos de experiência prática na liderança de uma sociedade revolucionária no nordeste da Síria, tendo a liberação das mulheres, a ecologia social e a confederação de governos locais como bússola para a construção do socialismo libertário. Não está isento de falhas e erros, mas já é mais do que muitas outras revoluções libertárias já alcançaram.

Ao mesmo tempo, os sucessos militares do Hayat Tahrir al-Sham (HTS) contra o regime, bem como seu governo islâmico autoritário em Idlib, deram a seu líder a oportunidade de influenciar as manchetes das agências de notícias do mundo. A sociedade da informação do século XXI esquece com a mesma rapidez com que rola a tela. Hoje, quem se lembra da libertação de Manbij das garras do ISIS? Quem fala sobre os jihadistas que sequestraram e traficaram as mulheres yazidis de Sengal em todo o mundo salafista? E quem se lembra das mulheres que proclamaram a vitória do FDS sobre Raqqa, que já foi a capital do Califado?

Para aqueles que se esqueceram, lembramos que a YPJ ainda está lutando, liderando a frente da revolução das mulheres em Rojava. Uma frente que, mais uma vez, está sendo atacada pelas forças de representação do Estado turco, agrupadas sob o nome irônico de Exército Nacional Sírio (SNA), uma coalizão de gangues criminosas controlada pela Turquia. Elas agora ameaçam a cidade multicultural de Manbij, um grande exemplo de pluralismo e governança local integrado ao sistema da Administração Autônoma Democrática do Nordeste da Síria (DAANES).

A revolução de Rojava afeta não apenas os curdos, mas também os árabes, bem como os armênios, assírios, siríacos, turcomanos, circassianos e muitos outros grupos étnicos presentes aqui. As forças árabes do Conselho Militar de Deir Ezzor foram aplaudidas pela população local quando entraram na cidade de Deir Ezzor, assumindo o vácuo de segurança deixado pelos soldados do regime em fuga. O sistema confederal no nordeste da Síria é um modelo testado e comprovado que pode servir de base para uma Síria revolucionária. Omar Aziz, um proeminente anarquista de Damasco, trabalhou por uma aliança confederal de conselhos locais, que ele propôs como a espinha dorsal da revolução síria. Ele foi preso e morreu nas prisões do regime de Assad em fevereiro de 2013. Nós não o esquecemos e valorizamos suas palavras e sua experiência como anarquista e revolucionário aqui na Síria.

Todos os revolucionários sírios no exílio, árabes, curdos e muitos outros, têm a responsabilidade de garantir que sua revolução seja bem-sucedida. Anarquistas, comunistas, feministas, ecologistas e outros revolucionários internacionalistas também devem se sentir responsáveis por defendê-la. Temos uma grande oportunidade de dar o exemplo para os movimentos revolucionários de todo o mundo, do Curdistão a Mianmar, de Chiapas à Palestina. Os estados-nação são a pedra angular da modernidade capitalista, e somente uma confederação global de movimentos populares revolucionários pode desafiá-la. A alternativa é uma queda para o autoritarismo, a ocupação imperialista e o ódio fundamentalista. Não permitiremos que isso aconteça.

Rumo a uma nova revolução síria!

Como anarquistas, também devemos dar respostas à questão do Estado-nação. Ao mesmo tempo em que pedimos o fim dos estados e das fronteiras, devemos apresentar não apenas nossas críticas, mas também nossas propostas e soluções. Devemos fazer isso não apenas na teoria, mas também na prática, organizando-nos com as comunidades locais e os movimentos sociais para fortalecer o poder popular.

Forças autoritárias, como o HTS ou a Turquia de Erdogan, sempre usarão a força para impor seu controle em tempos de instabilidade. A única maneira de combatê-las é por meio da organização popular, de uma sociedade civil ética e política forte, da construção da autodefesa popular e de uma cultura revolucionária. Com a solidariedade internacional, para desafiar o nacionalismo e o chauvinismo que nos dividem e servem enganosamente para legitimar o sistema de estado-nação da modernidade capitalista. Com a governança local e os modelos confederados, para desafiar os sistemas centralizados e as fronteiras dos estados-nação, que só geram opressão e violência contra a diversidade. Com a organização das mulheres e dos homossexuais na vanguarda, para desafiar a opressão patriarcal da qual decorrem todos os modelos autoritários.

Desde a Primavera Árabe de 2011, temos visto muitas tentativas revolucionárias no Oriente Médio, mas nenhuma delas levou a uma solução liberal, afundando repetidamente em novas formas de opressão tirânica. O que pode ser feito após a queda de um tirano para evitar que outro tome seu lugar? Há uma pequena janela de oportunidade quando um regime entra em colapso. Um breve período revolucionário, em que as pessoas podem retomar o poder em suas próprias mãos, impedindo que uma nova autoridade centralizada se imponha. Devemos estar prontos para aproveitar essas oportunidades quando elas surgirem.

Vamos nos certificar de que a revolução síria e o movimento de libertação curdo, que liderou a resistência democrática na região, se tornem um exemplo para muitas outras revoluções que virão! Vamos lutar juntos para construir o novo mundo que temos em nossos corações!

Fonte: https://cclamazonia.noblogs.org/post/2024/12/08/a-situacao-na-siria-ao-dia-7-de-dezembro-de-2024-o-ponto-de-vista-dos-anarquistas-curdos-de-tekosina-anarsist/

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Ano que termina
areia cheia
conchas mínimas

Alice Ruiz

[Espanha] A Libertalia existiu?

Saudações!

Parece-me que questionar se existiu ou não a comunidade de Libertalia é algo capcioso. É como perguntar se a Terra é redonda ou, talvez de forma menos contundente, se existiu a Utopia, me refiro à obra de Thomas More. Naturalmente a obra existiu, traduzida para muitas línguas. Naturalmente também existiu a sua utopia ou, como diz Leyla Martínez, na sua obra publicada no ano passado Utopia não é uma ilha, já que existem muitas comunidades como a descrita por More, é muito mais do que uma ilha, é, são, muitas ilhas, é um movimento contínuo. Perguntar-se pela existência de algo tão potente como a utopia é o mesmo que perguntar pela sua utilidade, e isso foi deixado bem claro por Eduardo Galeano quando, em um debate com o cineasta argentino Aguirre em Cartagena de Indias, na Colômbia, um dos presentes perguntou sobre a rentabilidade da utopia e sua resposta foi: “A utopia está no horizonte. Eu sei muito bem que nunca a alcançarei, que se eu caminho dez passos em direção a ela, ela se afasta dez passos, e quanto mais eu a buscar, menos a encontrarei: ela vai se afastando à medida em que me aproximo. Para que serve a utopia? A utopia serve para isso, para caminhar, para continuar avançando”. Hoje, é mais moderno falar em distopia, ou seja, ser moderno é o mesmo que ser reacionário.

Acredito que a pergunta deveria ser: O que foi a Libertalia? Não me sinto qualificado para me aprofundar na história da Libertalia, seja uma história real ou uma história utópica; o importante é saber o que se estava criando no final do século XVII e início do XVIII, em uma região tão distante da Europa quanto o norte da ilha de Madagascar. Ali nasceu — evidentemente não nasceu do nada, sem mais nem menos, trazia consigo uma bagagem de experiências vividas, de lutas contra os oficiais bárbaros em barcos… — uma comunidade de piratas e escravos libertos, vindos do mar do Caribe e do Índico, que fundaram uma comunidade onde todas as decisões eram submetidas a votação em assembleia, onde o álcool não era bem visto, nem a blasfêmia, nem a obrigação de trabalhar, etc. Ao se estabelecer em Libertalia, os liberti — nome dado aos escravos libertos — renunciavam sua antiga nacionalidade, criando comunidade entre pessoas de diferentes raças, onde o dinheiro era abolido, onde todos eram piratas, agricultores, pastores. Daniel Defoe, autor da obra História Geral dos Roubo e Assassinatos dos Mais Famosos Piratas, publicada sob o pseudônimo de Charles Johnson, também fala sobre as mulheres vivendo em condição de igualdade com os homens, participando das assembleias com voz e voto, e nos diz também que “De qualquer forma, a história de Libertalia representa a expressão literária das tradições, práticas e sonhos do proletariado atlântico.” Ou, em outras palavras: no século XVII e XVIII, muitas colônias fundadas por escravos libertos, piratas e migrantes vindos das metrópoles ocidentais funcionaram de fato com base em princípios coletivistas e libertários.

A história de Libertalia é a história “de magia, mentiras, batalhas navais, princesas sequestradas, caça a seres humanos, reinos de cargas preciosas e embaixadores fraudulentos, espiões, ladrões de joias, envenenadores, adoração satânica e obsessão sexual, que é o que subjaz à origem da liberdade moderna”. Assim começa a história que nos conta David Graeber, o antropólogo anarquista que foi demitido da Universidade de Yale, em seu livro Ilustração Pirata: Bucaneiros, Alegres Lendas e Democracia Radical (2024). Ou seja, Libertalia está ali, está aqui, nos livros, nas ideias, nas ruas, nas reuniões… onde queremos olhar para frente e caminhar. Está nos livros e artigos que nossos avós escreveram no início do século XIX sob a nomes de Salud y R.S. (Saúde e Revolução Social). É ali que encontramos a utopia, não no sofá adormecidos assistindo televisão.

Simón Peña

Fonte: https://www.portaloaca.com/opinion/existio-libertalia/

Tradução > Alma

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No espaço, um brilho
qual uma folha viva:
O grilo.

Edércio Fanasca

[México] Campanha permanente Pró Regeneración

Seguimos com a campanha permanente de apoio ao jornal Regeneración.

Manter uma publicação como Regeneración é difícil, mas se consegue com o apoio da comunidade anarquista.

Podem apoiar o jornal fazendo doações econômicas para mantê-lo vivo, adquirindo exemplares atrasados do jornal (apenas $1 por exemplar) ou adquirindo o número mais recente do jornal.

Os custos são os seguintes:

10 exemplares $35 com entrega pessoal ou $100 com envio (dentro do México)

20 exemplares $70 com entrega pessoal ou $135 com envio (dentro do México)

30 exemplares $105 com entrega pessoal ou $170 com envio (dentro do México)

Mantemos vivo o jornal rebelde e anarquista graças a seu apoio, então não duvidem em ajudar-nos a mantê-lo com vida.

Regeneración, o autêntico Regeneración, pertence ao anarquismo. Mantenhamos-lo vivo.

Viva Regeneración!

federacionanarquistademexico.org

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Borboleta branca
Pousa em minha janela —
Dou-lhe cores vivas

Tony Marques

[Itália-Espanha] Apresentação da revista Semi sotto la neve em seu primeiro número

Semi sotto la neve [sementes sob a neve] é uma revista libertária e anarquista trimestral publicada desde 2021. É publicada pela Associazione di promozione sociale Semi sotto la neve [Associação de promoção social sementes sob a neve], fundada em Trento em 2021. Seus promotores afirmam que “as principais características dessa linha de pensamento e ação (anarquismo) são bem conhecidas, especialmente em sua dimensão de negação de qualquer forma de dominação. Mas os editores desta revista querem propor uma mudança substancial de atitude em relação à complexa e variada vida social. Em nossa opinião, trata-se de promover uma dimensão construtiva, positiva e experimental de uma tradição social, política e cultural que reconhecemos como antiautoritária e solidária”.

A Semi sotto la neve e a Redes Libertarias estabeleceram uma relação de cumplicidade e colaboração, cujo fruto é a troca de conteúdo para publicação em ambas as revistas.

Por que escolhemos este título para esta nova revista?

Com a expressão “Sementes sob a neve” (cunhada por Ignazio Silone e conceitualmente retomada por Colin Ward), pretendemos propor aos nossos leitores uma interpretação renovada do pensamento anarquista, das experiências libertárias e das práticas mutualistas.

Em nossa opinião, trata-se de promover uma dimensão construtiva, positiva e prática de uma tradição social, política e cultural que reconhecemos como antiautoritária e solidária.

De fato, nas páginas desta revista, as experiências que já existem (ou existiram) encontrarão espaço e voz, apesar da organização social hierárquica na qual estão imersas. Essas sementes sob a neve, se devidamente interrogadas, como tentaremos fazer, podem representar, em nossa opinião, uma prefiguração concreta, embora às vezes inevitavelmente contraditória, de uma maneira diferente (antiautoritária) de organizar nossa vida social e individual. Não se trata, portanto, de tecer elogios triunfalistas a experiências individuais, mas de analisar quais são os problemas, quais podem ser as soluções e quais são, é claro, as contradições que surgem nas várias esferas das relações sociais.

Ao longo das diferentes colunas, tentaremos manter isso como o fio condutor que nos permitirá propor um diálogo ativo com nossos leitores. Uma revista, portanto, com uma orientação crítica e interessada em fortalecer a relação entre pensamento e ação. Se é essencial experimentar imediatamente diferentes relações sociais, é igualmente necessário estimular a reflexão e o pensamento crítico e autocrítico.

O pensamento deve se renovar continuamente à luz da experiência concreta e da experimentação, mas também tem uma autonomia própria, muito necessária, que lhe permite fazer uma leitura crítica da realidade e produzir continuamente visões e ideias.

Essa visão prepositiva da dominação (seja lá como se manifeste!) caracteriza a perspectiva que a equipe editorial pretende adotar sistematicamente em todos os temas e em todas as seções que compõem a revista. Uma revista libertária que se refere, de forma crítica e autocrítica, principalmente ao pensamento anarquista, mas que se contamina e se confronta com outras expressões culturais que mantêm um trabalho em prol de uma efetiva emancipação social e humana. Esse confronto contínuo é essencial para aprimorar a atualidade e a substância do pensamento libertário e para enriquecê-lo com diferentes culturas e tradições que contribuem para um esforço autêntico de emancipação da dominação e da exploração.

Por fim, acreditamos que é somente no trabalho coletivo, feito de confrontos e trocas, que faz sentido empreender uma direção editorial como a que estamos buscando. De fato, cada especificidade e sensibilidade individual pode se beneficiar dessa dimensão relacional e colegial e contribuir para que estas páginas sejam um instrumento ativo de pesquisa, questionamento, verificação e planejamento de sementes sempre novas sob a neve.

A revista está estruturada da seguinte forma: editorial, experiências, análise aprofundada, internacional, conversas, raízes e resenhas.

https://semisottolaneve.net/

Fonte: https://redeslibertarias.com/2024/10/28/presentacion-de-la-revista-semi-sotto-la-neve-en-su-numero-1/

Tradução > anarcademia

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Unidas voam longe
Nos postes da cidade
Com imensa fragilidade.

Fernanda Gonçalves

[México] Convocação para um ato político-cultural pela liberdade de Mumia Abu-Jamal

Segunda-feira, 9 de dezembro, às 12h, na Embaixada dos EUA.

Destacamos este pôster com muitos agradecimentos a Betún Valerio pelo design.

Participe de uma tarde de arte, música e palavras em apoio a esse veterano dos Panteras Negras, jornalista revolucionário e autor de 14 livros desde sua cela de prisão. Aos 70 anos de idade, Mumia Abu-Jamal está terminando sua tese de doutorado sobre Frantz Fanon.

Preso em 9 de dezembro de 1981 e acusado do assassinato do policial branco Daniel Faulkner na cidade da Filadélfia – um crime que ele não cometeu – Mumia passou 43 anos atrás das grades, incluindo três décadas de confinamento solitário no corredor da morte.

Em 2011, sua sentença de morte foi substituída por uma sentença de prisão perpétua. Agora, seus inimigos na Ordem Fraternal da Polícia e na estrutura de poder querem que ele morra na prisão. No entanto, milhares de pessoas em todo o mundo querem vê-lo nas ruas.

Nosso evento ocorre durante uma guerra de genocídio contra o povo palestino, financiada em grande parte pelo governo dos EUA. Durante muitos anos, Mumia Abu-Jamal apoiou a Palestina, inclusive escrevendo vários ensaios em seu apoio. Este ano, ele encontrou uma maneira de dialogar com alguns manifestantes em universidades de seu país, incentivando-os a exigir o fim da ocupação da Palestina por Israel e o fim dos crimes contra o povo que continua a resistir.

Estaremos do lado de fora da embaixada em 9 de dezembro, logo após a eleição do criminoso Donald Trump para a presidência do Império dos EUA, e estamos observando sua nomeação de um conselheiro moralmente falido após o outro. Nessa situação, a resistência e a organização comunitária, escolar, universitária e dos trabalhadores por uma vida digna e livre em todos os lugares são mais necessárias do que nunca. Devemos continuar a pressionar o governador da Pensilvânia, Josh Shapiro, e o promotor público da Filadélfia, Larry Krasner, para que reconheçam as provas a favor de Mumia e ordenem sua libertação.

Exigimos o fim do encarceramento em massa e racista nas prisões dos EUA, agora exportado para muitas partes do mundo. Também exigimos a libertação de presos políticos, incluindo Leonard Peltier, Jamil Al-Amin, Kamau Sadiki, Kwame Shakur, Joy Powell, Alvaro Luna Hernandez, Oso Blanco, Jo Jo Bowen, Fred Muhammad Burton, Kojo Bomani Sababu, Larry Hoover e Jeff Fort. No México, exigimos a liberdade para Jorge Esquivel (Yorch) e a liberdade absoluta para Miguel Peralta, Karla e Magda.

LIBERDADE PARA MUMIA ABU-JAMAL!

LIBERDADE PARA OS PRESOS POLÍTICOS!

ABAIXO OS MUROS DAS PRISÕES!

Amigxs de Mumia de México

Fonte: https://radiozapote.org/convocatoria-a-un-acto-politico-cultural-por-la-libertad-de-mumia-abu-jamal/

agência de notícias anarquistas-ana

vento nas cortinas
fico atenta
ao que a manhã ensina

Camila Jabur

[Espanha] Sevilha: nasce O CSOA La Yesca

Em 15 de outubro de 2024, o CSOA Malatesta, o último Centro Social Okupado Autogerido de Sevilha, foi despejado. O Conselho Municipal de Sevilha, em aliança com as forças repressivas e a mídia de desinformação do capital e da ultradireita, comemorou o despejo como um passo decisivo em sua guerra suja contra o movimento de okupação: o “direito à propriedade privada” é reafirmado com cada prédio lacrado e esvaziado de vida.

Hoje, no entanto, é a nossa vez de comemorar. Em meio à turistificação e à gentrificação que está devastando uma Sevilha onde jovens e idosos e famílias precisam de uma solução habitacional, mais uma vez liberamos um espaço para transformá-lo em um novo núcleo de resistência.

La Yesca é um espaço anarquista onde queremos colocar em prática os princípios libertários de autogestão, apoio mútuo e ação direta. Somos uma comunidade de luta. Somos uma das milhões de sementes de liberdade espalhadas pelo mundo. Trabalhamos por um futuro livre de opressão em cada uma de nossas ações.

Reivindicamos a ocupação como uma ferramenta legítima para recuperar a cidade para aqueles de nós que vivem nela, em confronto aberto com a especulação e com aqueles que a promovem. Não temos nada a esperar do Estado e de suas falsas soluções para a crise permanente provocada pelo próprio sistema: nem dos partidos de esquerda que vendem fumaça para apaziguar o conflito social emergente, nem da direita que impõe seu discurso autoritário, racista e patriarcal a cada vez mais setores do tabuleiro político. Nossa força está em nossa autonomia coletiva.

Neste dia 9 de novembro, nos unimos para nos posicionar contra a especulação de locatários, grandes proprietários, banqueiros e empresas como Airbnb ou apartamentos turísticos que buscam exercer violência econômica por meio da mercantilização de espaços destinados à moradia e à vida comunitária, como nossos bairros.

Em breve, abriremos nossas portas para todas as pessoas e coletivos com os quais compartilhamos o anseio por liberdade e o desejo de nos unirmos na luta. Fique atenta a mais anúncios!

DEZ, CEM, MIL CENTROS SOCIAIS!

CONTRA O ESTADO E A ESPECULAÇÃO, UMA OKUPAÇÃO EM CADA RUA!

Blog: csoalayesca.noblogs.org

Correio eletrônico: csoalayesca@riseup.net

Tradução > Liberto

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selva de pedra
condor solitário
vôo triste

Manu Hawk

[Reino Unido] Declaração sobre a ação judicial da CNT

Nós, da Administração Regional do País de Gales, Irlanda, Escócia e Inglaterra (WISE-RA, Wales, Ireland, Scotland and England Regional Administration) da Industrial Workers of the World (I.W.W.), estamos cientes da situação atual entre a Confederação Nacional do Trabalho – Confederação Internacional do Trabalho (CNT-CIT) e a Confederação Nacional do Trabalho – Associação Internacional dos Trabalhadores (CNT-AIT). Essa situação se transformou em um caso legal que pode resultar em multas incrivelmente altas ou penas de prisão para camaradas sindicalistas.

Como membros da ICL-CIT (Confederação Internacional do Trabalho), estamos extremamente preocupados com essas possíveis sanções. Como um sindicato revolucionário e de classe, abominamos a violência estatal, especialmente quando essa violência estatal ameaça aqueles que estão tentando construir um mundo melhor.

Anteriormente, demonstramos nossa solidariedade para com as 6 de La Suiza e condenamos a sentença de prisão que elas enfrentam. Seria hipocrisia se não demonstrássemos a mesma solidariedade para com os membros da CNT-AIT ameaçados com sentenças de prisão.

Esperamos que a CNT-CIT e a CNT-AIT possam resolver as diferenças por meio de arbitragem ou mediação, em vez de recorrer à violência do Estado. Nosso objetivo é construir um novo mundo dentro da casca do antigo; como movimento, não podemos construir um mundo livre da repressão estatal exercendo essa mesma repressão contra nossos camaradas trabalhadores. Portanto, a WISE-RA pede que a CNT-CIT e a CNT-AIT usem uma estrutura de justiça transformadora para a resolução de conflitos a fim de evitar a resolução dessas questões por meio da violência do Estado.

Nada impedirá nossas declarações e atos de solidariedade com sindicalistas revolucionários e trabalhadores que lutam contra o sistema capitalista em todos os lugares. No entanto, a solidariedade não significa – e não deve significar – que não responsabilizemos nossos companheiros quando eles forem contra os princípios fundamentais do nosso movimento. Nesse caso, somos forçados a apontar esse uso da violência estatal contra os trabalhadores.

Fonte: https://iww.org.uk/news/statement-on-cnt-lawsuit/

Tradução > Liberto

Conteúdo relacionado:

https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2024/11/06/espanha-processo-geral-contra-o-anarcossindicalismo-cnt-ait-fraga/

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manhã de vento
na caixa do correio
apenas uma folha seca

João Angelo Salvadori

[Espanha] 10 de dezembro: Apresentação do livro ‘El cuaderno de celda de Ferrer y Guardia’, com Pere Solá, Andrés Chamorro e Julián Vadillo

Na terça-feira, 10 de dezembro, se apresentará na sede da FAL em Madrid o livro El cuaderno de celda de Ferrer y Guardia. Uma novela histórica a cargo do autor Pere Solá, que nos submergirá na última e trágica trama da vida de Ferrer Guardia. Acompanhando o autor estarão o historiador Julián Vadillo, especialista em Movimento Libertário e na figura do pedagogo, e Andrés Chamorro, membro da Associação de Amigos das Brigadas Internacionais, que abordará o caso de Ferrer i Guardia desde o compromisso com a memória histórica.

Sobre o livro

De que forma vive suas últimas semanas de vida, alguém como o fundador da Escola Moderna de Barcelona, uma pessoa marcada como inimigo público número um por causa de suas ideias, de seus contatos e de seus feitos? Como pode conviver em seu espírito ao mesmo tempo, durante seu último encarceramento, o combate entre a esperança de um indulto que não chega, a recapacitação do que foi sua vida pessoal, não isenta de contradições, e a reivindicação orgulhosa de quantas iniciativas promoveu para o bem da humanidade? Este é o caderno de cela de um personagem que está sendo submetido a um julgamento militar sumário e sem garantias, acusado de ter liderado um estouro revolucionário popular órfão de dirigentes políticos. Sua dignidade e honradez na defesa de seus ideais de justiça e solidariedade são, ao longo destes últimos dias de existência, tão grandes como a força com a qual denuncia violações de direitos humanos e como a serenidade com a qual determina o destino de seus bens e de seu projeto educativo e editorial. Este livro, que aparece agora em língua castelhana, algo reformado, e com um prólogo contextualizador do autor, e um epílogo do professor Alejandro Andreassi, publicou-se originariamente em 2021 em catalão. Nele o leitor curioso achará muita história baseada em fatos e documentos reais e também um pouquinho de ficção com o objetivo de aliviar um pouco a aspereza do tema. O protagonista desta história é o pedagogo e ativista social e cultural Francesc Ferrer i Guàrdia (1859-1909), assassinado pelo estado espanhol em 1909. Alguém recordado na história social contemporânea da Europa tanto por seu ativismo eclético (trafegando pelo socialismo, o republicanismo social e o comunismo libertário) como por sua mensagem pedagógica de interesse universal a favor de um ensino científico, racional e humanitário.

Sobre o autor

O autor, Pere Solà Gussinyer, gerundense de origem nascido no pós-guerra, leva a cabo uma investigação sustentada sobre educação popular e libertária, e concretamente sobre a vida e obra do fundador da Escola Moderna. Paralelamente estuda a incidência social das redes de sociabilidade organizada através da história. Catedrático emérito de história da educação da Universidade Autônoma de Barcelona. Publicou múltiplos estudos sobre escolas racionalistas e sobre Ferrer Guardia.

Sobre o fundador da Escola Moderna foi curador de exposições produzidas por instituições como o Ateneu Enciclopèdic Popular e a Fundació Ferrer Guàrdia. Prêmio Cidade de Barcelona de investigação histórica por seus estudos sobre redes de sociabilidade organizada.

Participou ativamente em foros internacionais de história de educação, tendo sido membro da junta da ISCHE (International Standing Conference for the History of Education). Impulsionou a Societat d’Història de l’Educació dels Països de Llengua Catalana.

Colaborou com diversos grupos da Argentina e Brasil de história da educação das classes populares e do anarquismo.

Ministra aulas como colaborador em uma Escola de Adultos de seu distrito.

fal.cnt.es

Tradução > Sol de Abril

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Algo de dança
nas algas,
quase canção dos corais.

Yeda Prates Bernis

[EUA] Anunciando o jornal anarquista, “In Tension”

Anunciando um novo jornal anarquista de Bloomington, Indiana, EUA.

A primeira edição pode ser encontrada em InTension.noblogs.org

In Tension é um jornal que atua como espaço para análise anarquista, diálogo e reflexão sobre ações que se estendem além das subculturas, questões e grupos sociais. Destinado a pessoas que estão começando a aprender pelo o que os anarquistas lutam e criam, bem como pessoas que se identificam com o anarquismo por décadas, In Tension é uma maneira de conversarmos uns com os outros e relatar ações, questões e iniciativas que são subnotificadas ou não relatadas. Estamos interessados em promover a prática de fazer coisas para nós mesmos e conectar nossas lutas local, regional e internacionalmente. In Tension também funciona como uma espécie de arquivo, uma maneira de promover a lembrança coletiva.

In Tension é publicado na chamada Bloomington, Indiana, a cada temporada. Aceitamos envios de ações, eventos e análises de diferentes perspectivas que sejam verdadeiras para uma lente antiautoritária, antiestado e libertadora.

Por favor, mantenham os envios com cerca de 1500 palavras ou menos. Confira nosso site para obter instruções sobre como enviar conteúdos anonimamente e com segurança. Para outras correspondências, entre em contato conosco em InTension@riseup.net.

Tradução > meiocerto

agência de notícias anarquistas-ana

Escalo a colina
cheio de melancolia –
Ah, roseira-brava.

Yosa Buson

 

14-12-2024: Cineclube FACA!

Lucio Urtubia Jiménez (Cascante, 18 de fevereiro de 1931 – Paris, 18 de julho de 2020) foi um pedreiro e anarquista espanhol. Considerado o último dos “bandidos bons”, tem sido definido como um “Robin Hood”, como um Quixote; embora, nas palavras de Albert Boadella “Lucio é um Quixote que não lutou contra os moinhos de vento, mas contra verdadeiros gigantes”.

O filme UM HOMEM DE AÇÃO retrata uma parte da vida deste anarquista e será exibido no dia 14 de dezembro de 2024, às 15 horas, pela Federação Anarquista Capixaba. Após a exibição, ocorrerá um debate sobre a obra e sua conjuntura.

PARTICIPE!

DIVULGUE!

APOIE O ANARQUISMO!

Inscrições via e-mail: fedca@riseup.net

Federação Anarquista Capixaba – FACA

Associada à União Geral Anarquista – UAF

federacaocapixaba.noblogs.org

agência de notícias anarquistas-ana

chuva e sol,
olhos fitando os céus –
arco-íris ausente.

Rosa Clement