Num tempo em que se comemora o poeta e cantor anarquista Georges Brassens nos salões parisienses, em Toulouse, trinta e duas pessoas foram convocadas ontem à polícia por terem cantado suas cantigas e músicas hostis à polícia.
Rememorando: Na noite de 24 de julho de 2009, um Breton chamado Rennais, de 27 anos, cantou Hécatombe, de Brassens. E isso da janela de um apartamento em Cherbourg. O público? Três policiais – que não gostaram. Julgado numa sexta feira, 27 de maio de 2011, no tribunal correcional de Rennes, foi condenado ao trabalho de interesse geral (Serviço Comunitário) de 40 horas, além de ter de pagar 100 euros para dois policiais.
Trabalhos forçados por cantar uma canção daquela maneira!
Já na quarta-feira passada, dia 8 de junho, à noite, em torno de trinta manifestantes foram detidos em frente à delegacia de polícia de Toulouse, por estarem cantando uma das grandes músicas de Georges Brassens contra a autoridade, a do brado “morte às vacas”.
Do lado da polícia, o que se diz é que tais “ativistas da ultra-esquerda” não cantaram somente “Hecatomb”, a música agitadora do anarquista Brassens, mas também outros textos de insulto que constituem o desprezo à nação e às forças da Ordem Pública.
Respondendo aos apelos da mobilização lançada na internet ou por mensagem de texto, os manifestantes se puseram a cantar na frente da Estação Central de Polícia, boulevarde de l’Embouchure, a música em que “bruxas gendarmicides” [exterminadoras da polícia] de Brive-la-Gaillarde se batem com os representantes da ordem, e fazem gritar um sargento: “Morte às vacas, morte às leis, viva a anarquia.”
Na quarta à noite, a polícia de Toulouse não gostou do recital um tanto quanto provocativo. “Havia cerca de trinta, eles nos cercaram”, contou um dos manifestantes, convocados ontem de manhã. Eles foram levados para dentro da delegacia, tiveram que se identificar e temeu-se que fossem colocados sob custódia.
Finalmente, 32 deles estão sendo convocados para serem ouvidos pela polícia, dessa vez em solo.
Uma italiana de Treviso, 27 anos, estava entre os primeiros convocados ontem pela manhã, enquanto uma vintena de pessoas a aguardava do lado de fora para lhe apoiar.
“Ontem à noite você apareceu frente à delegacia e cantou músicas que são uma afronta para a polícia”, disse a policial que a ouviu, segundo ela. Conhecedora de Brassens, ela achou que seu interrogatório foi “ridículo” e “surreal”: “Eu pensei que não havia nada de errado em cantar Brassen frente à delegacia. Aparentemente, há algumas pessoas que são intocáveis”, disse ela.
Agora, sob todos os céus sem vergonha é um hábito bem estabelecido – quando se trata de insultar policiais – todo mundo fica amigo… cante em lugares públicos, frente à delegacias, frente aos comissariados, tribunais, nos transportes públicos, dos nossos alpendres… Cuidado com os gorilas!
Associação Os Amigos de George B.; Coral O Coração à George; Grupo George Você está aí; Libertem George!; Fração George Profundo; Memória do Comandante Acab; comandante George, a fina-flor da sociedade…
Tradução > Tio TAZ
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!