Esta semana que termina, as pessoas da Oficina Libertária Alfredo López de Havana decidiu convocar um debate aberto sobre as recentes mobilizações sociais na Península Ibérica (o movimento 15-M), aproveitando a presença na ilha de uma participante nestes eventos. O convite para esta atividade dizia: “Nem o Real Madrid, nem o Barcelona… o 15-M!”. Após o sonho sedutor de “ascensão da Espanha como uma potência mundial”, baseado na sangrenta modernidade de Franco e no “livre exercício da democracia”, milhares de jovens que até recentemente eram consumidores entusiasmados e ortodoxamente irracionais, se descobrem como “cidadãos indignados”, engajados em não se deixar se converter em fichas nem dos bancos, nem de partidos políticos de qualquer tipo, para fazer uma sociedade “mais organizada e menos ordenada”. Até agora existia a benevolência duvidosa do regime midiático, mas também, com seu pacifismo exemplar, o respeito de grupos invisíveis que já estavam organizados e em luta contra o sistema do Capital-Estado.
Para conhecer algumas das luzes, sombras, dilemas e potencialidades libertárias e anticapitalistas do movimento 15-M na Espanha, a Oficina Libertária Alfredo López convidou para uma palestra jovens testemunhas presenciais dos acontecimentos.
Uma oportunidade também para recuperar um espaço público onde criou vida a Rede Protagonista Observatório Crítico.
O encontro foi realizado na sexta-feira, 19 de agosto, no Parque H e 19, Vedado.
De fora, preocupava-nos que essa convocatória a uma atividade sem permissão burocrática em um parque público daria um pretexto à repressão para atacar os compas, especialmente quando enviaram indiretas “advertências” da inconveniência da ação. No entanto, os compas não se intimidaram e realizaram o ato, do qual nos enviam uma breve crônica e uma imagem da assistência:
“Aproximadamente 35 pessoas participaram da convocatória da Oficina Libertária Alfredo López, que celebramos hoje, 19 de agosto, no Parque H e 21, em Vedado. A abordagem aos acontecimentos na Espanha, da mão de um dos seus protagonistas, serviu para enriquecer nossa visão de um processo em pleno desenvolvimento, distante no espaço, mas perto em espírito antiautoritário e anticapitalista. Agradecemos a um dos meninos futebolistas que jogava no parque por tirar a foto do grupo”.
É com prazer que difundimos esta notícia, indicativa do entusiasmo, coração e reflexão com que se está iniciando a reconstrução do movimento libertário em Cuba.
Para informações sobre o tema de lá e na voz de seus protagonistas, visite o blog do Observatório Crítico – http://observatoriocriticodesdecuba.wordpress.com – uma rede em que participam ativamente os compas da Oficina Libertária Alfredo López. Ressaltamos a importância de fazer contato com eles por esta via, pois eles precisam saber que contam com apoio de fora para seguir avançando no caminho da liberdade e igualdade com solidariedade.
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!