Cada ano, na Feira Internacional de Tessalônica, o primeiro-ministro lança um discurso político para seus empregados, oficiais, servos, lacaios e dirigentes do partido no poder. As ruas da cidade se tornam palco de protestos e manifestações, fora dos pavilhões da Feira e dos hotéis de luxo, onde são celebradas as festas destes parasitas, protegidos por seus cães, os numerosos policiais dos grupos antidistúrbios. Este ano, para o fim de semana de 10 a 11 de setembro, foram chamadas manifestações por vários grupos. A seguir publicamos a declaração dos “indignados” de Tessalônica.
Nos últimos meses, desde o Oriente Médio à Europa, milhões de pessoas nas praças e ruas temos exigido um fim ao sistema político podre que domina nossas vidas.
Ao mesmo tempo, em nosso país, o governo, o Fundo Monetário Internacional, o Banco Central Europeu e a União Européia, abolindo todo conceito de democracia, estão vendendo o conjunto da sociedade, desde a terra e a riqueza pública até os direitos trabalhistas, democráticos e individuais, levando a cortes nos salários e pensões e o aumento dramático do desemprego, criando mais pobreza e indignação social.
Em 25 de maio, em todas as praças do país nos sentimos indignados com esta situação. Nossa indignação se converteu em decisão de tomar nossas vidas em nossas mãos. Em assembléias populares sem precedentes, envolvendo cidadãos de diferentes opiniões, mas com preocupações comuns, estamos tentando formular nossas próprias respostas ao falso dilema “falência ou memorando”, continuando a busca de uma verdadeira democracia nas praças e exigindo:
• Que se vão o governo do memorando, o Fundo Monetário Internacional, o Banco Central Europeu e a União Européia.
• Que se suprima a divida. Não devemos, não vendemos, não pagamos!
• Democracia real já!
• Que prestem contas pelos desvios, comissões e má gestão, todos os que possuem ou tenham exercido cargos públicos.
No início de setembro o primeiro-ministro e o resto de seus funcionários políticos que nos levaram até a beira do precipício, aparecerão na Feira Internacional de Tessalônica como se nada tivesse acontecido, para participar de seu desfile político de mau gosto, já visto milhares de vezes. Os indignados da Torre Branca chamamos aos cidadãos a dar a todos esses as boas-vindas que merecem, em uma só frase:
São indesejados!
No sábado, 10 de setembro chamamos a concentrações de bloqueio do recinto da Feira Internacional de Tessalônica, sob o marco do “welcome” ao primeiro-ministro:
Às 15h na Torre Branca.
Às 15h no hospital 424.
Às 15h na Avenida Vasileos Georgiu, edifício Proskopon.
Não queremos seu memorando, não vamos concordar com mais mentiras, não vão decidir por nós, não nos iremos se não forem eles!
Indignados de Tessalônica
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!