[Eles não são anarquistas, mas os habitantes da cidade de Limba, na Romênia, não esperam mais nada do governo. Colocaram as mãos sobre sua localidade e se ocupam dela, juntos.]
Em 2007, na cidade de Limba, na Romênia, o campanário da igreja, de 70 anos, estava a ponto de ruir. Os cidadãos fizeram uma lista do material necessário: madeiras, chapas, pregos. Eles igualmente organizaram uma coleta para pagar os artesãos contratados. E depois lhes ajudaram a preparar suas refeições. Depois disso, os cidadãos se deram conta de que precisavam de um caminho mais curto até as terras cultiváveis. O caminho acabava de frente a uma ravina sem ponte, o que os obrigava a fazer uma volta de três quilômetros para chegar aos campos de cultivo. As pessoas se reuniram num domingo. Eles já tinham recuperado o material do antigo CAP (Cooperativa Agrícola de Produção, unidade de produção paysanne da época comunista). E em um dia construíram a ponte. Em 2011, os residentes se mobilizaram para ajudar uma mulher da vila que estava entre a vida e a morte. Ela tinha problemas cardíacos, e sem dinheiro para pagar a operação necessária para sua sobrevivência. Ao apelo, de pronto, os cidadãos se reuniram para levantar 2500 euros em uma semana. Em abril, a doente finalmente foi operada e, hoje, está bem. Neste mesmo ano, as pessoas se sensibilizaram e enviaram 11 crianças de famílias pobres para uma colônia de férias por uma semana.
Estes são alguns exemplos da maneira como essa pequena comunidade da Transilvânia (centro da Romênia) está resolvendo seus problemas. Esta é a história de Limba. Uma localidade de 157 famílias, situadas há alguns quilômetros da cidade de Alba Lulia, onde o trabalho em comum de seus habitantes é sua riqueza. Os residentes criaram uma associação a qual o nome se inspira no nome dos nascidos do vilarejo, “Limbenii”. Eles estabeleceram, de partida, alguns princípios: uma reunião geral, os projetos para o ano seguinte, a eleição de um presidente da associação e de uma equipe de quatro conselheiros. Uma das regras fundamentais estipula que ninguém deve fazer política. Ainda, os administradores devem morar na cidade. A equipe de Dorin Bucur, o presidente atual, fixaram a si como objetivos para 2011 a realização do trabalho em grupo da manutenção do sistema de esgoto, limpeza do cemitério e a construção de uma rodoviária.
Da mesma forma os cidadãos definirão um projeto de desenvolvimento para sua região. Uma prioridade já que a grande maioria dos habitantes da cidade ainda é jovem. Os salários das empresas estabelecidas na cidade mais próxima, Alba Lulia, são mais altos que os dos trabalhadores de Limba. Um documento intitulado La Vision do desenvolvimento da cidade de Limba prevê que a cidade vai apoiar-se no turismo para construir o futuro. Nesta cidade tradicional, cada terreno tem duas casas. De frente para a rua, a “casa de frente”, para os convidar. Dando para o jardim, “a casa de trás”, mais simples e mais discreta, onde ficam os residentes. “A casa da frente” poderá adquirir o estatuto de pensão, uma solução que está sendo estudada nesse momento.
Um último detalhe: se você procura uma taberna na cidade de Limba, saiba que não encontrará. Elas não existem simplesmente “porque não precisamos”. Os habitantes preferem encontrar uns aos outros de acordo com as ocasiões ou simplesmente para dizer bom dia. E todo mundo se encontra para as grandes festas anuais: o ano novo, páscoa, dia das mães. Ou o “crianças da vila”, uma das festas mais importantes de Limba, que celebrou sua 43º edição em 3 e 4 de setembro de 2011. Nessas ocasiões, cada um sabe que comida levar e em que quantidade. Idem para a bebida, e para remunerar os músicos, todo mundo se responsabiliza.
Fonte: Le Jura Libertaire
Tradução > Tio TAZ
agência de notícias anarquistas-ana
Pomar de caquis
Podados com cuidado
Sem harakiri
Umav
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!