Com a frase “saudações à Grécia”, na sexta-feira, 3 de fevereiro, Anonymous invadiu o site do Ministério da “Justiça”, mostrando-se contrário à ACTA (Ato Comercial “Antipirataria”), um tratado totalitário firmado pelos governos de vários países, com o qual, sob o pretexto da “pirataria” na linguagem da Soberania transnacional, se pretende silenciar e censurar a liberdade de expressão e qualquer voz de oposição aos planos de imposição do totalitarismo em todo o mundo.
Na mensagem que apareceu por algumas horas na página inicial do site do ministério (ver imagem em anexo), dois grupos de hackers fascistas gregos (GHS) e do Chipre (CY) oferecem apoio ao ataque realizado. A ideologia desses grupos é puramente fascista, racista e nacionalista, na sua forma mais ingênua (se é que essa ideologia pode ser chamada assim), torpe e tola. São adeptos do totalitarismo, portanto, estão na mesma condição (se não pior) do que aqueles que recebem os ataques de Anonymous. Numa época em que a classe alta visa institucionalizar o fascismo social para canalizar a raiva social em relação aos imigrantes, as “minorias”, os diferentes e desorientar as pessoas assim que permaneçam imunes as classes dominantes, os fascistas constituem uma reserva do sistema, são o escudo dos poderosos e o canibalismo social é a válvula de escape das elites econômicas e sociais. Portanto, as amizades ou alianças com eles contribuem para a imposição do regime militar com o qual eles sonham. Quem quer isso?
Na mensagem, se lê um texto que se refere à Democracia, caracterizando-a como “o mais sagrado que há no país”. Nestas palavras há uma clara defesa do sistema de democracia representativa e indiretamente pelo grupo Anonymous. No entanto, discordamos de sua abordagem. Tudo o que estamos sofrendo é o resultado deste regime nada de sagrado. Não se trata de alguns representantes que por acaso são corruptos e devemos substituí-los por outros melhores ou menos corruptos; trata-se de um sistema corrupto. É um sistema que leva à grande maioria do povo à inércia e passividade, à pobreza e a miséria, perpetuando o status quo capitalista. Trata-se de um sistema podre e quebrado. Este sistema tem nome e apelido: democracia e capitalismo. Direta ou indiretamente, a Democracia é autoritária, é a muleta do Poder. Qualquer crise de governo é em última instancia uma crise do mesmo sistema. Hoje estamos vivendo a faceta mais repugnante do sistema capitalista: o absolutismo dos Bancos. A situação sociopolítica atual na Grécia constitui um experimento cruel e desumano realizado pelo Poder para exportar e expandir seus produtos e resultados a mais países.
A comunicação disse, referindo-se aos políticos que “ascenderam ao Poder para expressar os desejos do povo, e fracassaram completamente”. Atribui a situação atual aos erros cometidos por políticos, dizendo que “vossos cidadãos pagam os erros do governo e vocês permitem aos estrangeiros odiá-los por algo que não tem culpa”. Não se trata de erros. Trata-se de uma política deliberadamente tramada para impor a sociedade totalitária. Esta é a verdadeira face do capitalismo atual, as necessidades de cuja classe rica satisfaz aos políticos, ajudados pelos meios de desinformação, lavagem cerebral e todo o aparato ideológico e repressivo do Estado e/ou do Capital.
A declaração cita que “você entrou no Fundo Monetário Internacional sem a aprovação do seu povo. Impuseram a ditadura e têm permitido aos banqueiros e os monarcas da União Européia a submeter aos seus povos, economicamente e politicamente”. Se a adesão da Grécia ao Fundo Monetário Internacional teve a aprovação direta do povo, tudo estaria bem? A União Européia e o Capital local e transnacional tem subjugado e escravizado o povo por muitos anos. A Soberania não esperava o consentimento dos deputados para fazer valer os seus planos. E, claro, os políticos não “permitiram” ou deram permissão ao Capital para o país ser colonizado e convertido, abertamente, em uma ditadura parlamentar. Os políticos recebem, não dão ordens aos seus superiores, para simplificar e esquematizar (talvez muito) a situação, o que se torna mais compreensível.
O texto conclui que “o povo não deveria ter medo de seu governo, mas sim o governo que deveria temer seu povo”. Na sociedade em que queremos viver, ninguém deve ter medo de ninguém. Onde existem as classes sociais, existem opressores e oprimidos. Onde há distinção entre governo (e não autogestão) e governados (que votam a cada 4 anos), há medo e opressão. É esta a sociedade em que queremos viver?
Anonymous ameaçou atacar mais instituições e meios de comunicação se não detivessem as políticas de austeridade e a assinatura do acordo ACTA. “Somos uma legião, este é apenas o começo”, assegura o grupo e ameaça que, se em duas semanas não fosse impedida a ratificação parlamentar do ACTA, atacariam 300 sites, incluindo todos os ministérios e os meios de comunicação gregos, dos quais afirmam ter suas senhas.
agência de notícias anarquistas-ana
Borboleta!
Pousou na minha mão
me viu e voou.
Renata
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!