[Na manhã desta terça-feira (1), um grupo de policiais invadiu o Centro de Cultura Libertária da Azenha (também conhecido como Moinho Negro), em Porto Alegre (RS). Os esbirros apreenderam computadores e diversos materiais. A seguir, comunicado dos integrantes-animadores desse espaço anarquista sobre o ocorrido.]
Comunicado:
Mais uma vez a repressão deste estado policial bateu a nossa parte. Melhor dizendo, arrombou a nossa porta. Hoje, 1 de outubro, as 8h40 da manhã, três policiais da civil arrombaram a porta do Centro de Cultura Libertária da Azenha. Ao escutar o barulho, os moradores da comuna que se localiza em cima do espaço desceram para averiguar, se surpreendendo ao encontrar os policiais na parte de baixo, revirando as coisas do espaço cultural. Possuíam um mandado de busca, e começaram a pegar materiais de propaganda, como cartazes e panfletos. Ligaram o computador da biblioteca e um dos policiais começou a mexer no mesmo. Outra policial começou a mexer nos documentos da associação, e pegou as fichas com os dados dos associados para levar apreendido. Protestamos diante deste fato, dizendo que não fazia sentido levar os dados dos associados ao espaço cultural, e a inspetora, grossa como uma boa policial, declarou que não tinha que dar explicações. Indagamos o delegado e ele nos devolveu os papéis cadastrais, ficando só com os dados do nome de quem aparece no processo. Aprenderam também uma garrafa com solvente de tinta a óleo, que provavelmente irão declarar que se trata um importante ingrediente de algum explosivo.
O mandado policial deixa explícito que estão investigando as organizações políticas que de alguma forma estão inseridas nos protestos deste ano, tentando identificar (leia-se: forjar) uma formação de quadrilha para provocar supostos atos de violência nos protestos.
A declaração da presidente Dilma foi clara: fará o possível e o impossível para que os protestos não adentrem 2014. Traduzindo, repressão, dura e forte, para sustentar este estado futebolístico-policial que está se transformando o Brasil. Invadindo nossas bibliotecas, nossas intimidades, nossos locais de reunião, destroem a falsa imagem que se baseia este estado dito democrático e de direito, onde a suposta associação e organização política são livre e independem de aprovação das forças da ordem. Nossos celulares e internets estão grampeados, para saciar a sede repressiva do governo dito dos trabalhadores, cujas práticas não diferem em nada dos que admitem ser da burguesia, governando para os ricos e espancando, matando e reprimindo os pobres e suas organizações.
“A burguesia certamente deixará o mundo em ruínas antes de abandonar o palco da história. Mas não tememos as ruínas, pois levamos um mundo novo em nossos corações, e este mundo cresce a cada instante.” B. Durruti
Basta de criminalização aos Movimentos Sociais!
A Luta não se reprime, Protesto não é crime!
Centro de Cultura Libertária da Azenha
Porto Alegre, terça-feira, 1 de outubro de 2013
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Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!