[Grécia] A “Justiça” libertou três deputados e quatro outros neonazistas poucos dias após sua prisão

Vídeo que mostra dois neonazistas chutando e xingando fotógrafos e jornalistas na saída do tribunal

Nesta quarta-feira, 2 de outubro, a “Justiça” grega deixou em liberdade condicional três deputados e outros quatro integrantes da gangue neonazista Aurora Dourada, poucos dias depois de sua prisão (sábado, 28 de setembro), após ser acusados de pertencer a uma quadrilha criminosa.

Outro deputado neonazista foi enviado para a prisão preventiva, acusado de estar associado ao assassinato do antifascista Pavlos Fyssas (Killah P) por um batalhão de assalto neonazista da mesma gangue, no dia 18 de setembro. O mesmo fascista também é acusado de proxenetismo, extorsão e relacionamento com garotas menores de idade. Seguem encarcerados outros dez integrantes da gangue fascista, entre eles um oficial da polícia.

Depois de sua liberdade condicional, os três fascistas se dedicaram a sua conhecida arrogância e patifaria, enquanto não paravam de repetir que são vítimas de uma “perseguição política”, novamente fazendo o papel de antissistêmicos – esquecendo-se dos assassinatos, tentativas de assassinato, ataques assassinos contra imigrantes e ativistas sociais, a interação entre sua gangue e a polícia, o seu papel na repressão dos anarquistas e antifascistas, as operações repressivas que realizaram em conjunto com a polícia, o seu papel e íntimas relações com industriais, armadores e outros capitalistas, as suas ligações com os cafetões, capangas, e todo tipo de mafiosos e empresários da noite. Ao mesmo tempo, negaram um segredo de “sete chaves”, ou seja, que os empresários financiaram e continuam apoiando a gangue neonazista… Anteontem tornaram-se públicas as conversas telefônicas de neonazistas de diversos escalões da hierarquia da gangue, antes e depois do assassinato de Pavlos Fyssas.

No mesmo dia, o líder do Aurora Dourada compareceu perante o juiz, enquanto o vice-chefe da gangue deve comparecer na próxima quinta-feira. No que diz respeito aos seus guarda-costas, no total foram suspensos nove escoltas do deputado do Aurora Dourada, acusados de posse ilegal de armas. Um deles também está sob investigação por posse ilegal de munição, pois em sua casa foram encontrados vários cartuchos e balas. Ao mesmo tempo, na casa do vice-chefe da gangue foram encontradas três armas de fogo sem licença. Também durante a busca na casa de um oficial da polícia, integrante da mesma gangue fascista, foi encontrado mais de 100.000 euros que não corresponde com a sua justificativa de renda ou declaração de renda. Além disso, na mesma casa foram encontrados mais de 30 peças de várias armas, cartuchos e documentos públicos que ele tinha em sua posse ilegalmente. Em registros feitos em várias casas de neonazistas foram encontrados explosivos, munições, documentos falsificados, dezenas de milhares de euros, material de propaganda nazista e até uma bandeira espanhola com o escudo de Franco.

Não esperávamos ouvir as várias conversas furadas ou ver as infinitas baboseiras descobertas nas casas dos neonazistas do Aurora Dourada para percebermos o papel deste grupo fascista. Nem esperávamos que as prisões e a liberação de alguns deles para perceber o papel classista da chamada “Justiça” e dos fogos de artifício micro políticos do governo em favor da normalidade burguesa. Tampouco esperávamos que as futuras prisões e liberações de outros membros nazistas para saber a identidade e as pretensões dos fascistas. Todos os eventos dos últimos dias reforçam ainda mais a convicção de que a luta contra o fascismo, seja a nível teórico ou prático, tem que ser insistente. É uma luta que ocorre contra todos os tipos de fascismo, constitucional e neonazista, declarado e secreto.

agência de notícias anarquistas-ana

caminho por letras
aqui dentro uma tese
e lá, borboletas

Marcio Luiz Miotto (Pitu)

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