Em 29 de dezembro 2012, Luís Alberto Velásquez Molina, vendedor ambulante e vocalista da banda punk Sonido Libertario, foi detido pela polícia no parque do jornalista (na cidade de Medellín), acusado de portar um suposto artefato explosivo e certa quantidade de material alucinógeno e droga. O fato é que Luís nunca viu ou soube dos itens apreendidos naquele dia, a polícia colocou um pacote fechado próximo do carrinho ambulante que Luís trabalhava vendendo doces. O pacote não estava sob a sua posse.
Há mais de 10 anos Luís foi diagnosticado com uma doença terminal da qual é preciso fazer diálise três vezes por semana, durante três horas, é uma pessoa de poucos recursos econômicos, um vendedor ambulante e sempre trabalhou na zona do parque do jornalista, e, graças a um advogado que ficou interessado no seu caso, pode ser defendido. Nem Luís, nem o advogado de defesa souberam das evidências pelas quais ele foi preso, já que o mesmo promotor do caso disse que as provas haviam sido destruídas pela polícia, apesar de afirmarem existir provas contra ele, agora Luís Alberto foi condenado e levado para uma prisão de segurança máxima (Bellavista).
Esse é mais um dos muitos casos de injustiça e violação dos direitos humanos cometidos pelas forças de segurança pública e o Poder Judiciário colombiano. A 5ª Corte Penal especializada da cidade de Medellín passou por cima da dignidade de Luís Alberto, violando o seu direito a vida. Luís é mais uma vítima da indiferença e da impunidade do Estado.
O juiz sequer se importou com sua condição de saúde debilitada, mas por meio de muita luta Luís ganhou uma tutela, onde foi colocado como PESSOA DE PROTEÇÃO ESPECIAL por sua condição de doente terminal. Ainda assim pedimos que a 5ª Corte Penal especializada de Medellín revogue imediatamente o caso, tire Luís da prisão de segurança máxima e conceda-lhe ao menos a prisão domiciliar para que não violem mais seus direitos fundamentais com a vida e a saúde, até que ele seja totalmente libertado.
“Falsos positivos”
O caso do Luís ficou conhecido com mais um caso de “falsos positivos”. De modo geral, o termo “falso positivo” foi adotado pela grande mídia desde 2006, quando começou a conhecer “positivos” – resultados operacionais bem sucedidos das Forças Armadas e da Polícia Nacional (colombiana) – com respeito às apreensões e para prevenir atentados, mas através de investigações jornalísticas foi denunciado que muitos casos na realidade eram montagens judiciais.
Estas montagens estão ligadas especificamente a uma onda “terrorista” que correu por Bogotá durante a segunda posse do então presidente Álvaro Uribe e que as forças militares contiveram, em sua maioria com êxito: “um carro-bomba pronto a explodir na Avenida Boyacá com a rua 53, ele foi desativado; um carro velho, carregado de dinamite entrou em Bogotá e foi imobilizado; uma casa de bomba na Ciudad Bolivar, foi desativada”. A sequencia de “positivos” militares foi marcada pela explosão de um carro-bomba pelo comboio militar perto da Escola José María Córdova, que deixou vários militares feridos e um civil morto. Em todos os casos, estiveram envolvidos – tanto militares, como membros de forças de segurança pública.
Luís foi acusado de um crime que não cometeu, ele é mais um “falso positivo”. Um grupo de policiais o acusaram de portar objetos cuja posse era uma montagem absurda, possivelmente com a intenção de mostrar as “vitórias militares” ou para conseguir uns “dias livres”. Mas como fica a vida de um inocente?
A Diretiva Ministerial Nº 29 de 2005 proporciona benefícios econômicos para os membros das forças de segurança pública para cada “positivos” capturados. Sendo assim, qualquer umx pode ser um “falso positivo”, qualquer umx pode sofrer uma montagem policial. É importante denunciar essas arbitrariedades.
Quem quiser saber mais sobre o caso de Luís Alberto Velásquez Molina, escrever para o e-mail: saringa66@gmail.com.
Não mais falsos positivos:
http://www.nomasfalsospositivos.com/
Mais fotos:
Assine a petição exigindo a revogação do caso e sua imediata libertação:
Tradução > Elaine Campos
agência de notícias anarquistas-ana
Medo de tudo
mimosa vai e cura
flor d’alma a vibrar
Analucía
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!