[Cerca de 7.000 pessoas se reuniram nesta quarta-feira no bairro de Sants, em Barcelona, em um protesto contra o despejo e posterior demolição do Centro Social Autogestionado Can Vies.]
Ontem, 28 de maio, foi mais um dia de luta nas ruas de Sants e da Catalunha. Mais de 50 concentrações foram convocadas por toda a Catalunha, Ilhas Baleares e Comunidade Valenciana. Ao todo, milhares de pessoas foram às ruas. Por exemplo, cerca de 500 pessoas em Valência; 250 em Girona; 200 pessoas em Lleida, Sabadell, L’ Hospitalet e Vic; 150 em Tarragona e Manresa; 100 em Terrassa e Igualada… e assim por diante.
Apesar da chuva que caiu em muitas partes da Catalunha, a combatividade em alguns lugares foi alta, com bloqueios de ruas e numerosas ações. Em Vic, por exemplo, aconteceu um piquete (escracho) na casa do Ministro do Interior, Espadaler.
Em Barcelona, foram chamadas numerosas concentrações contra o despejo sofrido pelo Can Vies. Em diversos bairros se formaram grandes colunas que se dirigiram a Sants. A maior foi a coluna da Gràcia-Vallcarca, que reuniu entre 1.500 e 2.000 pessoas.
Quando as colunas chegaram a Sants, mais de 3.000 pessoas que já estavam ali se juntaram ao protesto, o que encheu a “Plaza e a Carretera de Sants”. A partir desse momento, mais de 7.000 pessoas estavam reunidas, tornando-se até agora a maior concentração-manifestação. O ato foi acompanhado em todos os momentos por numerosos vizinhos que batiam as panelas desde suas casas, juntando-se simbolicamente a mobilização.
Às 21h30 a manifestação se dirigiu para a sede do distrito municipal de Sants. O local estava ocupado por um grande contingente de Mossos d’Esquadra (polícia catalã), que desta vez utilizaram um canhão sônico. Eles advertiram que a manifestação era ilegal e que teria que ser dissolvida. Uma vez que eles lançaram duas granadas de fumaça [lacrimogêneo, segundo alguns] começaram as primeiras investidas das forças de segurança.
Uma pessoa ficou ferida no olho por um pelotaço. Parece que não perdeu o olho, mas permanece internada. Disseram que as balas eram não letais. Esta noite houve 28 prisões confirmadas. Adicionada as duas de segunda-feira [dentro do Can Vies] e as seis da terça-feira. Os incidentes de ontem duraram até altas horas. Cenas de terror foram vividas no bairro com a polícia antidistúrbio batendo em vizinhos e manifestantes.
Também a noite, foram atacadas dois locais de CiU e dois da TMB (empresa de transporte proprietária do prédio da Can Vies).
Novos protestos para os próximos dias estão a ser divulgados nas redes sociais.
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