[A terceira Feira da Autogestão aconteceu em Montreuil entre 28 e 29 de junho de 2014. O evento, apoiado por 81 instituições (sindicatos, cooperativas, associações e organizações políticas), 1.280 pessoas participaram ao total, mesmo com um tempo terrível durante todo o fim de semana.]
O balanço da Feira da Autogestão 2014 é contrastante.
Entre os elementos positivos, houve um acontecimento importante, pela terceira vez consecutiva, inteiramente autofinanciado, sem um grande orçamento, com uma dedicação maior dos militantes benévolos.
O conteúdo político da Feira nos parece igualmente em progressão, com fóruns de um bom nível e bem frequentados (a programação ainda está disponível online). E a programação cultural estava em alta, graça ao concerto de “Moussu T” e “Lei Jovents”, ao coral “Chants Rebelles”, e a “Un aller simple”, tocante peça de teatro escrita e montada por trabalhadores informais [sem documentos] de Montreuil.
Esse ano, além da cidade do software livre, o atelier de auto-reparação de bicicletas, o espaço cinema, o bar e as cantinas autogeridas, a Feira da Autogestão abrigou, pela primeira vez, um encontro profissional: o encontro de padarias alternativas, com uma dezena de estruturas participantes. No mesmo espírito, o debate “Autogestão e Cinema” permitiu o encontro de vários grupos alternativos de produção e de difusão, numa lógica de ajuda mútua.
Essas duas últimas iniciativas foram particularmente importantes para a Feira, que aspirou a ser dessa vez uma catalisadora de experiências alternativas, um cruzamento militante e um lugar de descobertas amplamente aberto.
É sem dúvida sobre esse último ponto que devemos avançar. O público não progrediu neste ano, a despeito da instalação da Feira na paisagem. Nós devemos, tendo em vista a edição de 2015, continuar a inovar para evitar a rotina.
Em conclusão, só podemos celebrar ao ver o conceito se multiplicar. Depois de Montreuil e Toulouse, Gard e Finstère organizaram suas próprias Feiras da Autogestão. Outras regiões seguirão. Enfim, o objetivo de reafirmar a existência – multiforme – de uma corrente autogestionaria nos parece atingido. Falta dar mais força à autogestão para fazê-la uma ferramenta de resistência e de ruptura com o sistema capitalista.
Assembleia geral de 6 de julho de 2014.
Galeria com 90 imagens da Feira:
https://www.flickr.com/photos/foire-autogestion/sets/72157645680268982/with/14632074516/
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