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[Espanha] Crônica do “3º Encontro Sem Fronteiras de Cooperativas Integrais”

By A.N.A. on 13 de Agosto de 2014

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[O “3º Encontro Sem Fronteiras de Cooperativas Integrais” aconteceu entre 30 de abril e 4 de maio, no Centro Social Okupado Kike Mur de Zaragoza.]

Do que são, de donde veem e aonde vão

As páginas centrais da publicação pela autogestão “Rebelaos!” que veio à luz em 15 de março de 2012, fazia o chamado ao primeiro encontro sem fronteiras de cooperativas integrais, que aconteceria em Vinyols (Tarragona) no final desse mesmo abril. Iniciava-se desta maneira uma fase de reconhecimento mútuo entre pessoas implicadas em diversos processos de auto-organização integral que haviam começado a emergir em diversos territórios, ao calor das inquietudes autogestionárias que haviam aflorado nos meses posteriores ao 15 de maio de 2011 (15M).

Desta maneira começou a tecer-se uma rede de pessoas revolucionárias, desobedientes e autogestionárias, com vontade de superar as margens do sistema atual e avançar na construção de processos de auto-organização à margem do Estado e dos poderes econômicos capitalistas. Uma transição até uma sociedade autogestionada de base assembleária.

As cooperativas integrais são pois, iniciativas de transição que partem e nascem na sociedade heterônima atual, mas transitam até uma nova sociedade baseada na autonomia das pessoas, os povos e as comunidades humanas. São desobedientes, porque reconhecem os limites estabelecidos pelo sistema atual, e desenvolvem uma estratégia para superá-los, de maneira organizada, redistribuindo o maior número de recursos do sistema atual e protegendo-se de maneira consciente e coletiva para defender-se de sua ação punitiva.

São revolucionárias porque apostam em uma transformação radical da sociedade atual (desde a raiz, desde baixo, por e para os de baixo), e porque o caminho para ir de um lado a outro é aprendizagem e imagem de a onde vão. Apostam também na abolição das fronteiras, e na cooperação livre entre pessoas, mais além dos limites estabelecidos pelos estados e suas administrações centrais, federais ou locais. São assembleárias, abertas e de participação voluntária, porque esta é a base para garantir um sistema de reflexão, deliberação e decisão verdadeiramente democrático, baseado em direitos e deveres, que cada qual assume de maneira responsável, para construir o comum. São cooperativas e autogestionárias porque crescem e se desenvolvem por si mesmas, em colaboração e cooperação com outras iniciativas do mesmo caráter, à margem das subvenções do Estado e o suborno de outras instituições comerciais.

As pessoas, os projetos e os diferentes processos de auto-organização (nós da rede) cooperam entre si, porque a rede é o sistema de organização mais sólido e robusto, que garante a retroalimentação mútua sobre princípios de interdependência e autonomia, que mantem conectados os nós à rede mediante uns princípios comuns (protocolo de comunicação da rede). Finalmente, construir em rede o comum e alimentar a autonomia, de maneira integral e em todos os âmbitos da vida, aqueles que nos permitem reproduzir a vida, simples e complexa ao mesmo tempo.

Sobre este contexto, se constitui a rede de cooperativas integrais, sobre as bases da revolução integral e sobre a experiência de um número crescente de processos de auto-organização no território. O potencial é alto, mas as debilidades que afloram sobre a experiência o são ainda mais; por isso se encontram, por isso compartilham, para aprender uns com os outros, e avançar caminhando e planejando no caminho.

Vídeo: vimeo.com/94006435

Mais infos: radi.ms

Tradução > Sol de Abril

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http://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2014/08/07/franca-feira-da-autogetao-2014-um-balanco-contrastante-e-90-fotos/

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A estrela cadente
teima, se enrosca, se queima.
Quer o sol nascente.

Flora Figueiredo

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