Somos um grupo de jovens, trabalhadores, artistas, estudantes e ativistas sociais que decidiu okupar, recuperar e restaurar um edifício em situação de abandono, de propriedade dos trabalhadores enganados pela BNT, para tirá-lo da bolha imobiliária em que se encontra e transformá-lo em um centro cultural disponível a toda comunidade. Atualmente, Assunção e seus arredores sofrem o acosso da especulação imobiliária, resultado da histórica desigualdade na distribuição de nossos territórios, que força o êxodo do campo para a cidade de comunidades inteiras devido ao modelo de produção capitalista, extrativista, ecocida e neoliberal. Este modelo agora fixa o seu objetivo sobre nossas cidades, promovendo a pilhagem e degradação de importantes patrimônios históricos para a memória coletiva, bem como a criminalização e a subjugação dos direitos dos habitantes assentados em comunidades ao redor da capital, como o Bañado Sur e Norte, como os bairros de San Gerónimo, Ricardo Brugada, San Pirópolo, Tablada e outros.
Sabemos do fracasso das instituições e seus mecanismos para garantir terra, trabalho, habitação, saúde e educação digna para a população, por isso decidimos okupar como coletivo, não só para viver e buscar uma saída pessoal, mas também para criar um Centro Social Autogestionado onde associações, coletivos, conjuntos, grupos e organizações sociais e iniciativas individuais, possam criar debates políticos, para visibilizar a desigualdade e gerar propostas a partir de nossas diferenças.
Não nos reconhecemos nos valores dominantes, já que acreditamos na solidariedade, na justiça social, na igualdade, na liberdade, e no apoio mútuo, na autogestão, na autonomia, na auto-organização e na força do povo.
Desde o Centro Social Okupado e Autogestionado “El Guano” não consideramos a okupação como um fim em si mesmo, mas um meio, um meio desde o qual criar e recriar espaços públicos questionadores da sociedade capitalista, da sociedade do espetáculo, da sociedade patriarcal.
Além disso, como um meio para criar um novo tipo de relações de vida e de relações coletivas em torno da autogestão do trabalho e da vida cotidiana, tentando romper as regras que nos são impostas pelo Estado ou pela iniciativa privada, pois não necessitamos de ninguém para gerir a nossa maneira de ser, de criar, de pensar, de nosso lazer e de nosso modo de vida.
Convidamos a sociedade civil e o público em geral para se envolver e se solidarizar com este projeto de emancipação, de subversão da vida cotidiana, da sociedade em que vivemos e que busca juntar-se aos inúmeros esforços de tempo e de espaço, a resistência global e local, na criação e na defesa dos espaços públicos. Nem um átomo, nem uma ideia se perde na eternidade.
Assembleia Okupa
agência de notícias anarquistas-ana
nuvem que passa,
o sol dorme um pouco –
a sombra descansa
Carlos Seabra
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!