[Cerca de 200 pessoas estiveram no dia 4 de novembro passado, numa praça central de São Petersburgo, participando de uma manifestação contra o nacionalismo. A seguir, reproduzimos o texto distribuído no protesto pelo grupo Ação Autônoma de São Petersburgo.]
Nazismo colhe as frutas: os campos do oeste da Ucrânia estão semeados com os cadáveres, os destinos de milhares de refugiados são envenenados com a inimizade. A guerra satisfez por completo os interesses dos políticos, dos oligarcas e as ambições agressivas dos neonazistas. Mas e o que nós podemos fazer?
Impossível continuar ignorando a ameaça do nacionalismo. A Rússia está pendendo a um fascismo clássico – o despotismo do poder, a ausência da liberdade de expressão, a censura, a perseguição da dissidência e os pogroms contra os “estrangeiros” tornaram-se uma norma. Enquanto isso, assustam a população com a “junta fascista” de Kíev.
A histeria patriótica e militarista inundou ambos os lados que, até pouco tempo atrás, se consideravam “povos irmãos”. Metaforicamente, “grande irmão russo” prefere ver o argueiro de nazismo no olho de “seu irmão menor ucraniano” e não ver a enorme tranca fascista em seu próprio olho. Todos nós estamos envolvidos na guerra que o capital desencadeou com a ajuda das mãos nacionalistas, dos politiqueiros e da mentira dos meios de informação vendidos. A guerra na Ucrânia é o resultado legítimo da alimentação de ideias nacionalistas por ambos os lados do conflito.
O grande imperialismo russo combate o nacionalismo ucraniano. Como resultado, os assassinos do passado que andavam soltos pelas ruas receberam o armamento e a experiência de combate. Ainda os veremos no cenário politico da Rússia – reprimindo as manifestações da oposição, atuando no aparelho repressor do poder. E precisamos estar prontos.
• À guerra entre os povos contrapomos a luta por melhores condições de trabalho, de vida.
• Sempre ajudem a refugiados! Do oeste da Ucrânia ou de qualquer outro local de guerra.
• Evitem as armadilhas de propaganda, que incita os povos um contra outro.
• A luta contra o nazismo é a luta contra a desigualdade, sabotem as bases das hierarquias em cada oportunidade possível.
• Criem os sindicatos, as redes de solidariedade, lutem junto pelos seus direitos.
• Evitem o serviço militar de todas as maneiras possíveis.
4 de novembro é o, assim chamado, dia de união popular. Esqueceremos a união das nações. E lembraremos da união de trabalhadoras e trabalhadores. Com quem estás? Com quem divide as pessoas pelas raças, pelas nações, pela etnia, pelo gênero? Ou com aqueles que com seu trabalho cria todas as condições materiais necessárias para a existência? Perante a face da crise econômica precisamos unir-nos em luta contra o sistema que gera a guerra. Como nunca desde os tempos das manifestações antifascistas do “rotfront” da década de 1930, torna-se atual a palavra de ordem: Fascismo é a fome, fascismo é o terror, fascismo é a guerra!
Ação Autônoma de São Petersburgo
Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=f_8n9VO7ytc
Tradução > A vagalume
agência de notícias anarquistas-ana
O frêmito cessou.
A árvore abre-se
para conter a lua.
Eugenia Faraon
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!