O preso político Nikos Romanós tem agora 20 dias em greve de fome, exigindo seu direito de permissão de saída da prisão por razões educativas.
Ontem, sexta-feira, 28 de novembro de 2014, o preso político Heracles Kostaris emitiu um comunicado, onde conta que acabou sua greve de fome depois de 22 dias, por causa do risco que corria sua vida, pressão familiar, o indeferimento do seu pedido para ser transferido para uma prisão em que poderia obter permissão de saída, e das condições de sua internação.
O grevista de fome Giannis Mijailidis foi transferido para um hospital em Atenas, depois de sua recusa de ser transferido para o hospital da prisão.
A seguir, publicamos o comunicado da médica Lina Vergopulu sobre o estado de saúde do grevista de fome Nikos Romanós.
Hoje, 28 de novembro de 2014, visitei o preso Nikos Romanós, em greve de fome desde 10 de novembro, no hospital Genimatás, onde ele está internado e vigiado pela Polícia. Ele afirmou que se mantém firme na sua posição original de continuar a greve de fome até o final (recusando alimentação forçada, bebendo apenas água, sem tomar líquido ou medicamentos por via intravenosa). Ele vai insistir em sua “demanda de permissão de saída da prisão por razões educativas, colocando como barricada seu próprio corpo, tendo pleno conhecimento dos riscos para a sua saúde e vida, até alcançar alguns alentos de liberdade da condição devastadora de reclusão”. A diretora da clínica onde está hospitalizado me informou que após 19 dias de greve de fome a sua saúde está ameaçada.
Sem expor os detalhes dos resultados dos testes laboratoriais, que não faz sentido mencionar, quero assinalar que alguns indicadores importantes de metabolismo do corpo humano estão mudando a cada dia, e vão superando os limites normais, como resultado da fome prolongada. Isto significa que Nikos Romanós corre o risco de ter graves complicações diretas e incontroladas, que afetarão o coração, o cérebro e a função renal, ameaçando sua vida.
Além disso, gostaria de observar que uma ordem judicial sem precedentes de 10 de novembro de 2014, a Justiça grega se exime de suas responsabilidades decorrentes da recusa de conceder a Nikos Romanós permissão de saída por razões educativas, e transfere a responsabilidade da evolução da greve de fome aos médicos envolvidos, indicando-os indireta e claramente, a prática da alimentação forçada ou administração forçada de medicamentos, contra a vontade do grevista de fome.
Uma tática semelhante foi se consolidando durante o ano passado para os presos políticos em greve de fome. Isto acontece no âmbito da política repressiva do Estado, que em janeiro de 2014 anunciou o projeto de lei sobre prisões de tipo C (N.d.T. as chamadas “prisões de segurança máxima”), e em julho de 2014 efetivamente aprovando a lei.
Por último, sabe-se que todas as organizações internacionais em todo o mundo consideram tortura a alimentação forçada.
Ontem, sexta-feira, 28 de novembro, cerca de 300 solidários realizaram uma concentração em frente ao hospital onde se encontra o grevista de fome Nikos Romanós. No sábado, 29 de novembro, na cidade de Volos, aconteceu uma manifestação de solidariedade com a luta de Nikos Romanós. No domingo, 30 de novembro, em Atenas, acontecerá uma marcha motorizada de solidariedade. A marcha irá partir do Propileos da velha Universidade, no centro de Atenas, às 16h. Na terça-feira, 2 de dezembro de 2014, ocorrerá uma marcha no centro de Atenas. A marcha partirá da praça do Monastiraki, às 18h.
O texto em grego:
http://verba-volant.info/es/informacion-sobre-la-evolucion-de-la-lucha-de-los-huelguistas-de-hambre/
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