Na sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015, às 20h, um imigrante paquistanês suicidou-se no centro de reclusão para imigrantes de Amygdaleza. Com 28 anos Mohamed Nadím estava a mais de um ano e meio preso quando se informou de que sua reclusão foi prolongada por outros seis meses (chegaria aos vinte e quatro meses no total), apesar de que a lei proíbe a reclusão dos imigrantes por mais de dezoito meses em qualquer centro de reclusão.
Esta é a terceira morte de um imigrante preso durante os últimos dias. Há poucos dias outro imigrante havia falecido em outro centro de reclusão sob circunstâncias pouco claras, enquanto que a semana passada um imigrante afegão havia morrido de tuberculose dentro do mesmo centro de reclusão. Nestes modernos campos de concentração milhares de imigrantes estão congestionados dentro de contêineres, as condições de higiene são péssimas e a atenção médica é inexistente.
Pouco mais de uma hora após o assassinato de Mohamed Nadím centenas de imigrantes foram à sua cela, violando as regras penitenciárias que proíbem o deslocamento dos reclusos de seu setor durante quase todo o dia. Os imigrantes permaneceram muitas horas na cela de Nadím, negando-se a entregar seu cadáver à Polícia, e exigindo o fechamento do centro de reclusão.
Logo chegaram à Amygdaleza forças da chamada Polícia antidistúrbios. Os policiais, no entanto, não entraram no centro de reclusão, permanecendo durante muitas horas fora do recinto, aguardando ordens para reprimir qualquer tentativa de realização de um motim dentro do centro de reclusão, assim como qualquer manifestação combativa fora dele.
Hoje, sábado, 14 de fevereiro, às 10h, realizou-se uma concentração em Amygdaleza contra o funcionamento dos centros de concentração-reclusão para imigrantes, com a participação de poucas pessoas.
O texto em castelhano:
http://verba-volant.info/es/suicidio-de-inmigrante-en-el-centro-de-reclusion-de-amygdaleza/
Tradução > Sol de Abril
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Rogério Martins
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!