C o m u n i c a d o:
Faz mais de um século que xs anarquistas do mundo elaboravam e reuniam contos e relatos literários que, sem falar diretamente da ideologia anarquista, exaltavam os valores libertários¹. Era uma forma fantástica de educar as pessoas nos princípios baseados na liberdade, na autonomia, na solidariedade, na participação, no feminismo, no ecologismo e outros muitos valores que desta maneira se transmitiam em um formato estimulante em especial às crianças, de uma forma que pudessem compreender estes valores de uma maneira não categórica e que pudessem assimilar livremente, uma vez que se tentava estimular sua imaginação para a criatividade na vida.
Desde então, os esforços para continuar tão interessante trabalho, são inexistentes ou se reduzem em um âmbito muito ocasional, isolado e circunstancial, que não chega – a nosso ver – a uma adequada difusão. Por isso, desde uma assembleia de nosso sindicato, tomamos a decisão de tentar dar um novo impulso a este tipo de iniciativas, com um estilo novo para o movimento anarquista, que cremos tremendamente sugestivo. E é o de elaborar uma série de fábulas libertárias.
Com “fábula” entendemos aqueles contos e relatos onde os animais² são protagonistas e adquirem uma série de capacidades e características humanas, com objetivo de entrar em uma trama com um fundo crítico, uma vez que, didático e pedagógico, preferencialmente com algum tipo de moral.
Pensamos, sem fecharmo-nos a outros estilos ou formas, que os relatos melhores devem ser breves, coloridos, criativos, imaginativos e com a maior qualidade possível³. O humor e a ironia podem estar presentes em um tipo de fábula; a moralidade em outros. Nossa intenção é copilar as fábulas que nos enviarem xs participantes e publicá-las em um livro, sob o título “Fábulas Libertárias”.
Por isso, queremos animar a todas as pessoas interessadas nesta ideia a escrever uma fábula e nos enviar para sua publicação. Para isso pensamos no seguinte processo: uma primeira fase de uns seis meses de duração na qual receberemos, não os trabalhos terminados, senão os correios e mensagens das pessoas interessadas em participar4. Necessitamos de algum tempo para poder divulgar adequadamente esta “chamada”, e confiamos que todxs colaborem nisso, se não para si mesmos, para amigxs e companheirxs que possam estar interessados. Uma vez terminado o prazo, abrir um novo prazo para elaborar e entregar as fábulas, onde uns e outrxs estaremos em contato pelos meios de comunicação que abriremos. Quando todos os trabalhos forem entregues, realizar uma seleção em relação ao espaço do livro que poderemos publicar, e editá-lo em papel o quanto antes, sob os princípios semelhantes do Copyleft, Creative Commons e outros meios que permitam a livre distribuição entre as pessoas, grupos e organizações, sem intenção de lucro, mas que por sua vez se ponham limites às empresas e organizações com intenção de lucro que queiram se beneficiar a custa de outrxs.
Em princípio temos o seguinte meio de contato [e-mail], que usaremos para gestionar este projeto, que nos parece muito interessante e benéfico: prensa.granada@cnt.es.
CNT-AIT Granada
Notas:
[1] Neste sentido destacam os contos compilados sob o título “Dinamita Cerebral”, o conto de “Las Aventuras de Nono” de Jean Grave, os contos de Tolstoi para Yasnaia Poliana, os certames de relatos literários que organizavam os anarquistas espanhóis (normalmente para celebrar clandestinamente congressos anarquistas, mas sem deixar que logo realmente se fizesse o certame com bons trabalhos), as aventuras e relatos publicados em “La Novela Ideal o La Novela Social”, os contos anarquistas divulgados nas publicações libertárias da América Latina, recentemente compilados em uma edição. Finalmente, mais recentemente, e sendo as poucas exceções que sempre aparecem ante as situações gerais, o comic “V de Vingança”, algumas obras de Dario Fo, o trabalho do recentemente falecido César Galiano e alguns relatos distópicos e de ficção científica, em especial “Le Guin”, todos os casos com seus pontos altos e baixos. A poesia, por sua vez, sempre esteve presente, afortunadamente, mas não supre o vazio deixado pela prosa e o relato, que nos últimos tempos se tenta suprir com alguma publicação ocasional, que se mescla com o resto da oferta de literatura infantil, sendo difícil reconhecer que valores difunde em seu conteúdo. A coleção “Takatuka” da editorial Virus tem sido um esforço interessante nos últimos tempos.
[2] Tradicionalmente, também podem ser objetos inanimados. Mas gostaríamos de acentuar o mundo animal “não humano” e sensível, como um pequeno impulso mais para fomentar a empatia para com eles. Em todo caso, tampouco queremos fechar-nos a possíveis propostas que possam resultar interessantes.
[3] Sem assustar ninguém. Apostamos por uma comunicação com o autor com o objetivo de procurar resolver os problemas que surjam. Para nós a participação prima por uma desejada qualidade.
[4] Seis meses a partir de fevereiro de 2015. Aproximadamente, e sem ser inflexíveis, até agosto de 2015.
Tradução > Sol de Abril
agência de notícias anarquistas-ana
mamãe passarinho chocando,
papai trouxe a comida
festa na copa das árvores
Akemi Yamamoto Amorim
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!