…segundo a polícia e a Audiência Nacional. A acusação de haver editado este livro é a principal prova que tem contra as 11 anarquistas que detiveram em 16 de dezembro passado no marco da Operação Pandora.
“Mas, o que é um livro terrorista?” Um livro-armadilha que explode quando o abre? Um livro com ideias tão perigosas que ao lê-lo te converte em um agente do caos e da destruição? Ou é simplesmente uma ficção, um discurso barato do próprio Estado para gerar medo e assinalar às pessoas reprimidas como más e perigosas?
O que é certo é que Contra a Democracia foi editado e impresso em 2013 pelos “Grupos Anarquistas Coordenados”, uma organização pública que posteriormente o Estado decidiu pela cara que era um grupo terrorista. O livro começa com uma história da evolução da democracia, começando na Grécia Antiga e passando pela Inglaterra de Cromwell e as revoluções da França e dos Estados Unidos. Depois há uma seção que apresenta uma análise estrutural da democracia atual, falando de direitos, leis eleitorais e civismo. Nomearam quais políticos controlam que empresas e que grupos de inversões são proprietários de meios de comunicação.
Para acabar, falam de reivindicações para democracias alternativas e alternativas horizontais e descentralizadas à democracia.
Queremos distribuir este “livro terrorista” para mostrar que os políticos, os juízes e os policiais não têm nenhuma vergonha, dignidade e credibilidade. As anarquistas não torturam, não assassinam imigrantes, não falam de “danos colaterais” como fazem os Estados. Mas sim, tratamos de ser coerentes, de não falar somente de liberdade como também de lutar para consegui-la. Não podemos nem queremos pretender a legalidade, porque o Estado sempre muda as leis para arrebatar-nos os melhores meios de resistência, para proibir tudo o que não seja obediência e consumo, como exemplificam a Lei Mordaça e as ordenanças de civilidade.
O “terrorismo anarquista” do que falam a imprensa e os políticos se trata de escrever livros, autogerir centros sociais, tomar as ruas, sabotar o urbanismo dos ricos e os macroprojetos que destroçam a Terra, e atacar os símbolos de poder e exploração, lugares como bancos e sedes de partidos políticos (símbolos que provocam o ódio entre muitas pessoas). E por isso os que se aproveitam do sistema protegem ele, e nos chamam “terroristas” e nos metem no cárcere, para continuar melhor com suas campanhas de exploração, espólio, guerra e dominação.
Talvez por isso que nós anarquistas criticamos a democracia?
Fonte e download para imprimir o texto (catalão e castelhano): Panfletos para a difusão de “Contra la Democracia”
https://efectopandora.wordpress.com/2015/02/03/octavillas-para-la-difusion-de-contra-la-democracia/
Tradução > Caróu
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Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!