Pouco depois de cumprir um ano da detenção e encarceramento dos anarquistas Mônica e Francisco, no último 16 de dezembro foram detidas novamente 11 companheiras. Sete delas estiveram um mês e meio na prisão preventiva em diversos cárceres do estado espanhol sob classificações penitenciárias criadas com ânimo de vingança, revanche e castigo sobre aqueles que evidenciaram, através da ação política, a falta de ética e justiça social que governa qualquer instituição do Estado e da economia.
Nossas companheiras, como tantas muitas outras pessoas, passaram muitas noites encerradas injustamente. E dizemos injustamente porque injusto é o sistema que as encerra como injusta é a divisão de direitos e deveres nesta sociedade. Nada tem que ver a justiça com o respeito a suas leis. Somos conscientes que qualquer resistência real aos detentores do poder é criminosa aos olhos do Estado e, portanto, proscrita. Aqueles que se enchem a boca a conveniência com direitos e liberdades democráticas saberão que nós, as anarquistas, não necessitamos que se nos reconheçam e garantam os direitos que permitem a ação política, pois esta para nós não pode estar sujeita a condições, a chantagens de um mundo desigual onde os despossuídos podem exercer suas liberdades políticas em função da conveniência dos interesses dos poderosos. Não queremos sua caridade humilhante e ardilosa. Conhecemos bem seus direitos e conhecemos de sobra suas “liberdades democráticas”: os anarquistas levaram décadas estudando-as na “paz” de seus cárceres e delegacias.
Com este golpe se evidencia a vontade do Estado de atacar a base mesma da ação política: a consciência do oprimido, que passa necessariamente por vislumbrar a necessidade de auto-organização com seus iguais, seja esta do caráter que seja, para lutar contra o jugo que se evidencia a nossos olhos dia após dia. Não faz falta que as brigadas de informação dos diferentes corpos repressivos construam fábulas sobre nenhuma de nossas organizações. Somos claros em nossa determinação de combater o Estado e ao capitalismo e poderá lê-lo em nossa propaganda, nossas reflexões, nossas atas assembleárias e nossos estatutos. Por isso se levam tinta e papel nos registros de nossas casas e nossas locais. Que perguntem nos centros de trabalho por nossos sindicatos, nos bairros por nossos ateneus libertários e a nossos vizinhos por nossos grupos e federações. Todos os dirão o mesmo que nós aceitamos e proclamamos aos quatro ventos: somos culpados de organizar-nos com o fim de subverter as relações de poder que se entrelaçam para construir esta sociedade corrupta e corruptora. Não formamos parte do espetáculo da política institucional, mas nossos discursos e nossa ação estão presentes na guerra perpétua à que nos condenam aqueles que vivem da exploração, da fraude e da mentira. O senhor Espadaler, que pensa pouco e pensa mal, pretendeu quebrantar a unidade do movimento libertário, demonstrada nos dias seguintes às detenções, colocando na palestra o velho e caduco problema da violência. Resulta irônico que seja o mesmo chanceler de Interior o que pretenda dar lições de moralidade nesse campo, o que está a frente de um corpo encarregado de desalojar a nossas famílias, reprimir nossas folgas e disparar-nos nas manifestações. Saberão os políticos de toda classe, que as anarquistas não vamos pedir permissão para ser livres, nem perdão por sê-lo.
Não pretendemos enunciar os males do sistema por todos conhecidos em tempos de crises. Pretendemos atacar suas causas e colocar em prática as alternativas com um impaciente desejo de transformação social. Somos partícipes da mudança e não meros espectadores.
Pela liberdade das presas anarquistas e a abolição de todos os cárceres.
Pela revolução social. Pela anarquia.
Grupos aderidos:
Assemblea Llibertària UB-Raval aderida a Federació Anarquista de Catalunya (FAC) e a Federació d’Estudiants Anarquistes (FEA)
Colectivo Escuela Libre aderida a FAC
CNT-Catalunya
Ateneu Columna Terra i Llibertat aderida a FAC
Anarquistes de Poble Sec
Ploma Negra
Assemblea Llibertària del Vallès Oriental aderida a FAC
Elissa Grup llibertari de Sant Andreu del Palomar
Regional de Catalunya i Balears da CNT-AIT
Assemblea Anarquista UPF aderida a FAC e a FEA
Assemblea Llibertària de Lleida aderida a FAC
Assemblea Llibertària de l’Oca de Gràcia aderida a FAC
Assemblea Llibertària de la UAB aderida a FAC e a FEA
Grup Anarquista Nosaltres
Acció Llibertària de Sants aderida a FAC
Tradução > Caróu
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Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!