Um dia nos perguntamos: por quê não? Em vez de tão só: por quê? Por quê não podemos desfrutar de relações livres de poder entre nós? Por quê não posso decidir eu por mim mesma? Por quê não posso fazer as coisas que gosto e me escravizo toda a vida a outras que se supõe que tenho que fazer?… E então decidimos começar a andar juntas, em um aprendizado que será muito longo mas que vemos necessário para ter uma coesão real dentro do movimento anarquista.
Vimos como apesar de ter acesso à comodidade que nos oferece o capital, podemos rechaçar este convite e comprometer-nos com a luta. Uma luta que tem sentido quando a fazemos coletivamente, quando nos ajudamos e quando fazemos autocrítica de nossos atos, quando tornamos real uma teoria; mas bem, vamos por partes. Até o ano de 2013 diferentes grupos de tendência libertária começaram a ver que temos demasiada roupa e pouco sabão, que nos faltava uma rede comum que nos ajudasse a conhecer-nos e a organizar-nos em coletividade. E assim surgiram os primeiros encontros para pôr linha na agulha, os quais fizeram tomar forma a este projeto federativo.
Assim nasce a Federação Anarquista da Catalunha, da qual fazem parte cerca de vinte grupos, um espaço de encontro, coordenação e organização de seus coletivos integrantes. A liberdade, a igualdade em todos os âmbitos – seja de gênero, raça ou espécie, a solidariedade e o apoio mútuo, a oposição ao Estado, as estruturas e instituições religiosas e a propriedade, são os princípios sobre os quais nos movemos para poder atacar frontalmente nós mesmos a autoridade, difundindo outro tipo de cultura que não fomente os valores estabelecidos, e que crie dinâmicas de livre associação entre indivíduos, para que sejamos capazes de responder a nossas necessidades autonomamente diante de qualquer opressor.
Mas não pretendemos ser umas novas salvadoras, nosso objetivo principal é o de dar respostas reais aos problemas cotidianos, colaborando conjuntamente. Cremos que é com os fatos que melhor se demonstra a teoria, devolvendo a luta à rua e o poder ao povo, tirando o governo autodenominado como gestor de nossas existências. E quem melhor que cada coletivo de bairro, escola,… para saber quais são os problemas que mais afetam as moradoras daquele contexto? E todavia melhor sabendo que temos o apoio de outros grupos para poder dar uma resposta contundente.
Por todas aquelas que todavia lutam, apesar de tudo. Juntas golpeamos mais forte.
Vídeo de apresentação:
https://www.youtube.com/watch?v=IATS7D7lidY
agência de notícias anarquistas-ana
Mato molhado
cobra rasteja
passou de repente
Docá
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!