Pastora González, do coletivo Nais contra a impunidade, participou de um colóquio na CNT-AIT de Salamanca [em 4 de abril passado].
Perdeu seu filho Xosé Tarrío no cárcere, e passou metade da vida denunciando as torturas sofridas por presos e presas no estado espanhol.
O relato de Pastora arrepia. Foi testemunha das torturas sofridas por seu filho, chegando inclusive a vê-lo algemado à cama do hospital enquanto estava gravemente enfermo. Apesar de tudo tira forças para afirmar com firmeza que “os cárceres são centros de extermínio e campos de concentração”.
Sua associação Nais contra a impunidade (Mães contra a impunidade) luta pelos direitos das pessoas presas desde uma perspectiva abolicionista. “Se tivesse que escolher uma ideologia seria o anarquismo, porque é a única que não quer que existam os cárceres”, afirma Pastora.
Durante cerca de duas horas narra o calvário sofrido por seu filho Xosé Tarrío, que lutou contra o sistema penal e carcerário até sua morte em 2005.
Ainda que Xosé tenha sido condenado a só 2 anos, 4 meses e um dia por um roubo menor, terminou cumprindo 17 anos de cárcere por sua participação em fugas e motins.
Deixou vários escritos entre os quais destaca seu livro “Fuja, homem, fuja. Diário de um preso FIES”, onde denuncia a crueldade do sistema carcerário espanhol, e conta com uma praça em sua homenagem inaugurada por anarquistas no madrilenho bairro de Lavapiés.
Pastora denuncia que, assim como Xosé, todos os presos e presas sofrem umas condições e maus tratos deploráveis. Destaca o sangrento caso dos presos em regime FIES, onde são separados do resto dos reclusos e submetidos a fortes torturas e isolamento.
Nais contra a impunidade difunde os numerosos casos de graves torturas nos cárceres espanhóis a que submetem os presos libertários e que lutam para melhorar suas condições como o de Diego Viña, morto “em estranhas circunstâncias” nos calabouços da guarda civil, ou Noelia Cotelo, vítima de abusos sexuais e torturas contínuas por parte de seus carcereiros.
Durante o colóquio também citou os casos de José Antúnez Becerra e Javier Guerrero, que protagonizaram longas greves de fome para denunciar sua situação, ou Gabriel Pombo da Silva, que tem cerca de trinta anos de condenação no que parece uma cadeia perpétua encoberta.
Fonte: salamanca.cnt.es
Tradução > Sol de Abril
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Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!