[Nos dias 11 e 12 de julho de 2015, na vila Priamúkhino, acontecerá pela 15ª vez a conferência “Leituras de Priamúkhino”. Os dois dias do evento serão dedicados a palestras e discussões.]
O tema do primeiro dia (11) da conferência será “As iniciativas não estatais de preservação do patrimônio histórico e cultural. A estância da família Bakunin “Priamúkhino”: ontem, hoje e amanhã”. Neste dia das Leituras discutiremos o destino da casa da família Bakunin na contemporaneidade e sobre a busca de novos caminhos e formas de sua preservação e seu desenvolvimento. Convidamos voluntários e especialistas da esfera de preservação, de restauro e de manutenção do patrimônio histórico e cultural para compartilhar suas experiências de trabalho.
O segundo dia (12) das Leituras será dedicado à memória de anarquistas da Rússia, do mundo e do movimento libertário em geral. Propomos conversar sobre a vida, as ideias e o ativismo social de Élisée Reclus (185 anos de nascimento e 110 anos de morte), Max Nettlau (150 anos de morte), Pierre-Joseph Proudhon (150 anos de morte), Aleksei Borovói¹ (140 anos de nascimento e 80 anos de morte), Emma Goldman (75 anos desde sua morte). Além disso, como sempre, são bem-vindas as palestras sobre a história e a filosofia, a teoria e a prática do anarquismo, não relacionados com as personalidades e as datas acima citadas. Também, neste ano, algumas datas tristes serão recordadas: 25 anos do assassinato de Piotr Siúda² e 10 anos do assassinato do anarquista, antifascista e músico Timur Katcharava³. Propomos uma conversa sobre estas pessoas dignas e sobre o movimento libertário, anarquismo e antifascismo na Rússia contemporânea.
O comitê organizador das “Leituras de Priamúkhino” edita anualmente uma publicação com as transcrições de todas as palestras e discussões. As edições dos anos anteriores são acessíveis em formato eletrônico no nosso site: bakunin-fund.hut2.ru/reader.utf.html.
Para participar das Leituras e para adquirir a versão impressa das edições anteriores vocês podem nos escrever neste endereço: coord.readings@yandex.ru.
Pedimos para enviar até o dia 10 de maio os temas das comunicações e das palestras.
Evento no facebook:
https://www.facebook.com/events/1054006231292719/.
Após as Leituras, a partir de 13 de julho, em Priamúkhino, funcionará a já tradicional Comuna livre. A limpeza do parque e das fontes d’água, as medidas urgentes da restauração e conservação das edificações existentes serão alguns dos trabalhos da Comuna. A vivência “comunal-hippie” junto com as pessoas simpáticas. Convidamos voluntárias e voluntários!
Encontro no facebook:
https://www.facebook.com/groups/161611880662432/.
[1] Aleksei Borovói (1875 – 1935) foi um anarquista russo, considerado um teórico do anarquismo igualável a Kropótkin, porém muito menos conhecido. Autor das obras “Sindicalismo revolucionário”, “Anarquismo” (1918), “Indivíduo e sociedade na filosofia anarquista” (1921). Em 1917 foi redator geral da revista “Grito” (Klitch, em russo), órgão da imprensa anarquista. Foi um dos líderes da União da Propaganda Anarquista em Moscou, em 1918. Em 1921 foi um dos membros fundadores do Comitê de Perpetuação da Memória de Piotr Kropótkin; e a partir de 1923 trabalhou no Museu Kropótkin. Professor de economia, após 1921, foi perseguido pelo bolchevismo e demitido da universidade onde lecionava. Em 1929 foi preso e faleceu na prisão soviética, em 1935.
[2] Piotr Siúda (1937 – 1990), anarcossindicalista russo, preso político, historiador, participou dos acontecimentos de 1962 em Novotcherkassk, URSS. Foi assassinado, segundo seus companheiros por ter encontrado o local onde foram enterradas as vítimas do levante de 1962 em Novotcherkassk. Este levante aconteceu em 1962, na União Soviética, quando o país era governado por Nikita Khrushiov. Trabalhadores da fábrica em Novotcherkassk se revoltaram contra o aumento de preços de alimentos e contra as humilhações de burocratas soviéticos. Trabalhadores entraram em greve, expulsaram a polícia e a direção da fábrica, bloquearam a ferrovia vizinha, exigiam a justiça social. Os levantes também estavam acontecendo em outras cidades da URSS, em Murom, Aleksándrov, Dneprodzerjinsk, mas sua memória foi apagada. O levante de Novotcherkassk durou dois dias, 1º e 2 de junho de 1962. A manifestação foi fuzilada pelo exército da URSS. Dezenas de mortos foram enterrados secretamente, muitos presos. As informações sobre este levante foram censuradas durante a URSS. Siúda foi preso e permaneceu na prisão até 1966, morte de Nikita Khrushiov. Desde sua libertação e até o dia de sua morte, ele denunciava os acontecimentos em Novotcherkassk, contradizendo a versão oficial sobre todo o processo do levante e o número de pessoas desaparecidas.
[3] Timur Katcharáva, anarquista, vegano, antifascista e baixista da banda Sandinista! foi assassinado em 13 de novembro de 2005, ao lado da livraria Bukvoied, em São Petersburgo, por um bando de neonazistas. Ao voltar com um amigo para casa após uma ação do grupo Food not Bombs [Comidas Sim Bombas Não], onde distribuíam comida preparada por elxs para xs moradorxs de rua, foram caçados por uma facção de neonazistas. Seu amigo, Maksim Zguibai, foi esfaqueado no peito e hospitalizado em estado grave. Para Timur, 6 feridas de faca foram mortais.
Tradução > A vagalume
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