Durante a Semana de História da UFU (Universidade Federal de Uberlândia), que acontecerá do dia 08 ao dia 12 de junho, no Campus Sta. Monica, em Uberlândia, eu e Munís Pedro Alves coordenaremos o GT-4 “Das insurgências populares no século XVIII à mobilização dos movimentos sociais contemporâneos no século XXI: sobre a atualidade da ação direta“, que versará sobre os movimentos sociais com características libertárias. Convidamos a tod@s para enviar seus trabalhos para comunicação oral. Maiores informações no link abaixo.
Abraços libertários,
Thiago Lemos
https://semanadehistoriaufu.wordpress.com/grupos-de-trabalho/
“Das insurgências populares no século XVIII à mobilização dos movimentos sociais contemporâneos no século XXI: sobre a atualidade da ação direta”
“Repudiamos a ação eleitoral e parlamentar, que só serve para reforçar o Estado e adormecer as energias populares. O nosso método é ação direta que […] tende a despertar a iniciativa e a coragem, leva a agir por conta própria, a unir-se, a viver sem tutela” (VASCO, Neno. O que somos. A Plebe. São Paulo, nº 54, 28/07/1920).
Ao enunciar sua definição dos militantes anarquistas engajados com o jornal A Plebe, Neno Vasco introduziu uma imagem capaz de traduzir o aspecto essencialmente pedagógico da ação direta, que impregnou profundamente a luta política levada pelo movimento operário brasileiro durante o contexto que abarca o período da Primeira República. Inscrevendo a ação direta no coração da política, Neno Vasco e seus companheiros de viagem apostavam na possibilidade de o proletariado aprender, por si mesmo, a lutar em prol dos interesses da sua classe social, construir a consciência dos antagonismos entre capital-trabalho, superar a função do Estado e, por conseguinte, revolucionar a sociedade capitalista. A ação direta enquanto estratégia de luta, entretanto, não foi inventada pelo movimento operário brasileiro de fins do século XIX e, muito menos, restringe-se ao mundo trabalho. Inscrita em uma dinâmica histórica que nos remete, pelo menos, já ao século XVIII, a ação direta se fez presente por meio da participação massiva de setores populares durante a Revolução Francesa, e assumiu contornos mais delineados no século XX, durante uma série de episódios de convulsão social protagonizados pela jovem classe proletária, tais como greves, sabotagens, boicotes e, não raro, revoluções (Rússia, Alemanha e Espanha), até chegar aos movimentos sociais contemporâneos: tais como o sem terra, sem teto, negro, indígena, feminista, GLBTT através de ocupações, atos, marchas e outras formas de manifestação que tem mostrado a atualidade do questionamento às regras que instituem e estruturam o campo do político segundo o jogo liberal-democrático. Nesse sentido, o referido Grupo de Trabalho propõe-se a fazer uma reflexão acerca do fazer político para além do Estado, buscando cruzar tanto seus aspectos racionais, que são mais visíveis (acontecimentos, estruturas, ideologias), quanto seus aspectos mais difíceis de caracterizar, posto que sensíveis (pulsões inconscientes, sentimentos morais, paixões coletivas). Interessa ao Grupo, portanto, trabalhos que problematizem a ação direta dos movimentos sociais vinculados ao campo já consagrado dos estudos sobre classe, mas, também dos novos campos de estudo que surgiram recentemente, a saber: sobre etnia, gênero, sexualidade etc, enfocando seus múltiplos aspectos: políticos, econômicos, sociais, educacionais e culturais.
agência de notícias anarquistas-ana
no aconchego da terra
a semente
vive a espera
Eugénia Tabosa
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!