Vamos tarde. Vamos mais tarde que nunca apresentando o Festival, mas temos desculpa.
Esta semana de festividades religiosas estivemos muito entretidxs: mudar os ovos das Monas por ovos de pintura, profanar cerimônias litúrgicas vestidas de bruxas, aproveitar a tradição de não comer carne pela expansão do discurso antiespecista, reciclar os ramos de Páscoa para construir cabanas e, finalmente, apostar pelo reflorestamento rural…
A tudo isso se soma o último golpe repressivo que vivemos. O Estado castigou pela segunda vez em três meses diversas pessoas que dão vida ao pensamento e a prática libertária. Mas este grave acontecimento não só nos provoca raiva, nos sufoca, senão que nos reafirma mais intensamente que nunca.
Assim, pois, consideramos que o Festival de Cinema Anarquista de Barcelona impele um importante papel na parte incriminatória do juiz Velasco sobre a suposta “captação de novos militantes mediante o doutrinamento”. É evidente. Por que senão matar-nos a mexer a rede de cima abaixo, fazer malabares para meter toda a programação nas horas marcadas, gerar debates intermináveis sobre se incluir filmes “comerciais” e passarmos dias encerradas traduzindo os clips para o esperanto?
Nossa Semana Santa será uma Semana Trágica. Colocaremos fogo a todo o sagrado. Ao veneno do imposto e não-sentido. Para nós só são sagradas duas coisas. Só entendemos destas duas paixões. O cinema e a liberdade.
Agora sim, Deus morreu.
Nós não, e não vamos parar.
A todas as presas e seu entorno, força e determinação, queremos-lhes entre nós.
Vídeo promocional:
Mais infos (local, programação…):
agência de notícias anarquistas-ana
Chuva cai lá fora
No batuque das goteiras.
Eu durmo tranqüilo.
Natacha Lemes Batistão
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!