O filósofo, poeta e pensador libertário Jesús Lizano faleceu esta terça-feira (26) em Barcelona aos 84 anos em consequência de uma longa enfermidade, segundo informaram fontes próximas à família.
Nascido em Barcelona em 23 de fevereiro de 1931, licenciou-se em Filosofia e ministrou aulas em um instituto, ainda que logo dedicou-se à sua vocação poética, deixando uma extensa obra que reuniu no volume “Lizania. Aventura poética 1945-2000”.
Jesús Lizano foi um dos poetas fundamentais da década de cinquenta e depois de um tempo de ostracismo, nos anos oitenta reapareceu e se dedicou a viajar por diferentes cidades nas quais oferecia recitais ao vivo, que lhe deram muita popularidade.
Lizano se considerava um anarquista poético, que fazia uma poesia social e humana de e para o povo, pois entendia que sua obra não era para ele, senão para aproximar dos seres humanos a mensagem que recebe o poeta do âmbito natural.
Ao longo de sua trajetória passou por diferentes etapas humanistas, de índole cristã, existencialista, marxista e finalmente libertária, que considerava um humanismo poético, que surgia da passagem do Mundo Real Político ao Mundo Real Poético.
“Só a compreensão pode ser um caminho para a humanização, até o pleno desenvolvimento de nossa espécie, chamada a um mundo real poético, superador deste real político que procede do mundo real selvagem onde seguem o resto das espécies, que seguem aí sem vida interior”, assegurava na introdução de um dos volumes de sua série “Lizanote de la Mancha”.
Em sua coleção de “Cartas abiertas al poder literario”, escritas ao longo de 20 anos, denunciou a marginalização de sua obra e o domínio que exerce todo poder sobre a cultura. Em 17 de maio passado, no marco da Semana da Poesia de Barcelona, lhe renderam uma homenagem com a leitura de alguns de seus poemas mais destacados, por parte de Giovanni Nadiani, David Castillo, Enric Casasses, Joan Vinuesa, David Caño e Núria Martínez Vernis.
Fonte: abc.es
Tradução > Sol de Abril
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