“Uma Feira do Livro Anarquista em cada cidade”, informação e momentos da segunda Feira do Livro Anarquista em Patras.
No sábado, 30 de maio de 2015, tarde da noite, foi finalizada a segunda Feira do Livro Anarquista de Patras, realizada no pátio ao ar livre de Ésperos, na praça Georguíu.
No primeiro dia, quinta-feira, 28 de maio, foram celebrados dois eventos. O primeiro evento, organizado por grupos autônomos e trabalhadores da Universidade de Atenas, tinha que ver com o lançamento do livro “Desde a maré baixa até a maré alta e vice-versa”, relacionado com a luta grevista dos trabalhadores na Administração das universidades e escolas técnicas. O evento foi seguido por uma discussão sobre a conjuntura atual nas universidades e formas de auto-organização e participação nelas.
Na continuação foi exibido o documentário Koltavanej, que em língua indígena Tzotzil maia significa “libertação da escravidão”. A exibição foi seguida por uma apresentação da autora do documentário e membro da Sexta, a companheira Concepción Suárez, sobre as lutas das mulheres em Chiapas e os desafios para a libertação das mulheres. O evento foi realizado na Feira do Livro, como parte de uma série de eventos com o mesmo tema feito pela assembleia “Solidários e solidárias do espaço anarquista, antiautoritário e libertário” em Patras, Atenas e Berea. O primeiro dia terminou com um bar de apoio financeiro da Feira, com canções zapatistas.
No dia seguinte, sexta-feira, 29 de maio, os eventos começaram com o lançamento do livro “FAI, a organização do movimento anarquista espanhol em anos anteriores à guerra civil”, com a participação de um companheiro das edições Eutopía. Então, por ocasião da publicação do livro “Resistências iraquianas” das edições “Stasei Ekpíptontes”, aconteceu um debate sobre as resistências e os processos radicais dos kurdos no grande Oriente Médio. Finalmente, o dia terminou com música cigana ao vivo.
No terceiro dia, sábado, 31 de maio, foram realizadas duas apresentações de livros com conteúdo similar. O primeiro livro apresentado foi a “Esquina de Patission e Sturnari”, das edições Cultura Libertária, e o segundo livro foi “Deixa de falar da morte: Dimensões políticas e culturais dos movimentos sociais: O caso do movimento competitivo na Grécia (1974-1998)”. Ambos os livros estão relacionados com os processos de formação do espaço anarquista e antiautoritário na Grécia. Os editores e autores realizaram uma única apresentação, que foi acompanhada de um debate muito interessante que destacou reflexões que são objeto de controvérsias e preocupação do movimento há décadas. Na continuação foi exibido o documentário “Palikari (muchacho): Luis Tikas e o massacre em Lantlow”, sobre o massacre na greve de Lantlow e o assassinato do trabalhador imigrante grego Luis Tikas, que foi um dos momentos-chave do movimento sindical estadunidense. O festival terminou com uma festa com música rebétiko.
Em todos os dias houve uma exposição de fotografias realizada pelo grupo Stirguí, uma exposição de cartazes políticos de momentos indicativos do movimento anarquista em Patras durante os últimos quinze anos, uma exposição de antigos cartazes da ocupação Villa Amalias, uma biblioteca de livros associados com o movimento, música de produtores de música independente, um bar-cafeteria auto-organizado para o apoio financeiro da Feira.
Sendo um espaço autogerido, “Epi ta Proso” espera que a Feira do Livro Anarquista se estabeleça como um evento de três dias, de debates, de reflexão e promoção da riqueza das ideias anarquistas, antiautoritárias e libertárias.
Como escrevemos no texto introdutório da Feira: em um período no qual no seio dos movimentos de resistência estão se formando condições de depreciação da deliberação e aprofundamento políticas, cremos que a promoção da cultura da autoeducação, da exploração política e teórica, da conservação da memória social e de classe contra a cultura do anarquismo-lifestyle [estilo de vida] e a transformação da política em um espetáculo cruel, constituem uns momentos particularmente importantes na direção da reorganização geral do movimento radical e revolucionário.
Esperamos que estas iniciativas se estendam e eventos semelhantes ocorram em outras cidades, constituindo assim um momento importante da nossa luta pela revolução social, o anarquismo e o comunismo libertário.
“Os livros anarquistas são armas contra o totalitarismo moderno”.
PS: Agradecemos a todos os companheiros e companheiras, os projetos editoriais, os espaços autogestionados e os grupos, cujas presenças fortaleceram a Feira e contribuíram cada um com a sua parte para a conclusão com êxito da mesma.
Fonte e fotos:
O texto em grego:
O texto em castelhano:
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