Em alguns meios de desinformação digitais foi “descoberta” uma circular de Instituições Penitenciárias distribuída recentemente para que seus trabalhadores se excedam nas medidas de autoproteção ante a possível recepção de pacotes suspeitos entre 23 e 30 de agosto. O motivo de tudo isto é a “descoberta” por parte do serviço de Informação da Guarda Civil da convocatória internacional de solidariedade com os presos anarquistas, de 23 a 30 de agosto. Segundo os “picoletos” [guardas civis], o cartaz da convocatória mostra uma linguagem “muito mais agressiva que o da edição do ano passado”. De fato, pode-se ler a legenda “fogo aos cárceres e aos carcereiros”, o que faz com que concluam que o “objetivo principal do movimento anarquista” neste momento são os funcionários de prisões “ou todas aquelas pessoas ou instalações relacionadas com a Secretaria Geral de Instituições Penitenciárias”.
E mais, nos inteiramos agora graças a eles que o Interior recorda que houve “um incremento da atividade” destes grupos no mês de fevereiro passado, quando os especialistas antiterroristas lhes atribuem “ainda que sem confirmar, o envio de envelopes ou pacotes postais a vários centros penitenciários e ao sindicato de funcionários de prisões ACAIP contendo um pó branco”.Aqueles fatos obrigaram a ativar “em algum caso o protocolo de risco bacteriológico” ante o temor de que a substância fosse um agente nocivo tipo Antrax. Finalmente, assinala a circular, resultaram ser “um falso alarme”. Para o cúmulo da intoxicação, acabam relacionando os envios do suposto “anarcoantrax” (fabricado em nossos próprios laboratórios nas “casas okupa”? talvez…) com a atividade policial realizada nos últimos anos na Espanha contra este tipo de terrorismo” e que teve como saldo a detenção de alguns integrantes dos denominados Grupos Anarquistas Coordenados (GAC).
Não é a primeira vez que se ativa um “alerta anarcoterrorista” com base unicamente nas conjecturas da Polícia ou Guarda Civil, sem ir mais longe em 2010, durante a campanha de envios de pacotes-bomba desde a Grécia a diversas instituições e líderes europeus por parte da Conspiração de Células de Fogo decretou-se um “alerta moderado” na Espanha sem motivo algum que o justificasse (como demostraram posteriormente os fatos).
Ademais, nos últimos anos as atividades dos coletivos, grupos e indivíduos anarquistas estão sendo objeto de uma campanha contínua de intoxicação e alarmismo orquestrada desde o governo de turno e implementada pelos verdadeiros porta-vozes da “liberdade de expressão”. Seus tendenciosos titulares e as informações publicadas de fontes provenientes exclusivamente do Interior pavimentam o caminho para que avance a repressão, legitimam e justificam as medidas de exceção, as prisões arbitrárias, as medidas preventivas contra o novo inimigo interior. Porque este é o fim último destas notícias, construir a imagem do inimigo para legitimar sua aniquilação preventiva e justificar por sua vez o estado policial sob o qual vivemos.
Consolidemos nossos próprios meios de comunicação e desmontemos as mentiras dos mass-merda!
O único comunicado de imprensa não recuperável é o chute na boca do jornalista!
Solidariedade com os presos anarquistas!
J.J. Benítez.
A intoxicação completa, aqui:
Tradução > Sol de Abril
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