Alguns companheiros do sindicato [CNT] vêm participando ativamente no coletivo Rojava Azidi (rojavaazadimadrid.wordpress.com), que desde uma perspectiva libertária apoia a luta pelo confederalismo democrático e contra os islamistas do DAESH (Estado Islâmico) no norte da Síria (Rojava, para os curdos). De cara a próxima mobilização de terça-feira 15 de setembro, difundimos este seu breve escrito.
Secretaria de Ação Social/Secretaria de Exteriores.
Em apenas uns dias completará um ano do começo do ataque do DAESH (Estado Islâmico) contra a cidade de Kobane, situada em Rojava, o Curdistão Sírio. Um ano do começo da resistência do povo em armas contra o brutal autoritarismo e integrismo que encarna o EI. Mas já antes de 15 de setembro, o povo curdo, junto com todas as outras etnias locais, havia mostrado outra maneira de fazer as coisas. Pondo em prática princípios de autogestão, autodefesa popular, democracia direta, feminismo e ecologia, souberam encarar ao monstro integrista. E conseguiram acabar com ele. Após 134 dias de resistência, o Estado Islâmico foi expulso do cantão de Kobane, em 27 de janeiro deste 2015.
Lamentavelmente, a guerra não terminou aí. Todos os dias, as múltiplas frentes de Rojava se vêem sacudidas e alteradas pela contínua batalha com os jihadistas do DAESH, frente aos quais as milícias populares curdas seguem avançando e liberando zonas, colhendo vitórias apesar do fanatismo do inimigo.
No entanto, a guerra prejudica, e mais quando não se luta só contra um único inimigo. Desde há muitos meses, o estado turco demostrou ser um dos melhores aliados do DAESH, proporcionando armas e munições a seus membros ou facilitando-lhes a passagem pela fronteira turco-síria. Ao mesmo tempo, reprimiu e reprime o povo curdo com uma brutalidade própria de uma ditadura fascista. Apesar disso, a luta se estendeu amplamente pelo este e o sul da Turquia. Esta resistência acabou por converter-se em um autêntico movimento revolucionário, que pôs em cheque o status quo do país, proclamando o autogoverno em numerosas regiões, cidades e bairros.
Ante isto, foi convocada uma semana internacional de solidariedade com a resistência de Kobane, a luta do povo curdo revolucionário e contra a repressão do filojihadista e parafascista Estado turco, de 12 a 17 de setembro. Na web pode-se consultar alguns dos atos convocados em diversas partes do estado espanhol. Ademais, coincidindo com o aniversário do ataque do DAESH ao cantão de Kobane, em 15 de setembro, foi convocado em Madri um ato de apoio. A concentração acontecerá diante da Embaixada da Turquia (metrô de Iglesia, linha 1, justo em frente da igreja), às 19h da próxima terça-feira, 15 de setembro.
Desde a CNT, estendemos nossa solidariedade ao povo curdo revolucionário e a todos os que lutam diariamente em Rojava contra o islamismo do DAESH, com as armas na mão. Igualmente denunciamos o cinismo e a barbárie do governo turco, que está fomentando uma guerra civil em seu próprio território por cálculos eleitoralistas, mediante o assassinato e a repressão mais impiedosos, enquanto que não tem problemas em conviver, e inclusive apoiar, os que defendem o genocídio e a escravidão sexual. Por isso difundimos esta convocatória e apoiamos o trabalho de Rojava Azidi. E por isso, que estamos envolvidos nesta luta, pedimos a participação de nossas companheiras filiadas e filiados, e de todos que leiam estas linhas, nos diferentes atos de solidariedade e nas concentrações do dia 15.
Por uma classe trabalhadora auto-organizada, viva a luta do povo curdo revolucionário!
Companheiros da CNT em Rojava Azidi.
Tradução > Sol de Abril
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Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!