O seguinte comentário foi escrito por uma pessoa que quis participar em um debate aberto no Atenas Indymedia sobre as próximas eleições. Desde os primeiros comentários publicados o debate se canalizou para o tema da posição que tem que tomar os anarquistas. O comentário que publicamos nesta introdução é uma resposta a outro comentário, no qual se assemelha a organização com um “praticismo burocrático partidário”. O comentário que traduzimos e publicamos aqui não foi publicado no link de dito debate. Foi “censurado” e transladado à seção dos comentários ocultos…
O partido é, por antonomásia, uma forma hierárquica de organização política. Sua hierarquia é formalíssima e é formada mediante um certo procedimento. Se consideras que a CNT era um partido, atreve-te a dizê-lo aos anarquistas, não (escreva-o) aqui, porque aqui terás que escrever argumentos. A forma de organização aformalista está baseada nas hierarquias informais e no compromisso e a consequência política inexistentes. Resulta muito eficaz na prática: Um punhado de pessoas em uma praça vai pensando no quê pode fazer. Um diz: “Por quê não queimamos uma delegacia?”. “Não há como e por quê, não nos converteremos em partido, o que queira me acompanha, o que esteja chateado fica fora da organização”. Quer dizer, que brevemente, por maioria e com um centralismo democrático, prevaleceu a ideia de um. Após o êxito da ação não houve continuação, não houve nenhum motivo para criar uma formação além desta ação. A organização se dissolveu. Para a próxima ação: outra vez à praça. E se durante a ação se queimou alguma velhinha que havia ido à delegacia para assinar alguma autorização, ninguém assume nenhuma responsabilidade. De tudo isto se põe a culpa na Anarquia, aos companheiros e as companheiras, aos solidários e as solidárias, aos anarquistas. E dá-se o mesmo.
Isto é exatamente o que se tem que fazer para que nunca surja a libertação social, para que siga existindo o capitalismo e o Estado da repressão, e para que se intensifiquem as relações competitivas canibais. Todos menos o líder aformalista sabem muito bem que (em caso de desacordo, discrepância) não tens mais remédio que retirá-los, pelo que optais por seguir o líder. (É uma tática) mais autoritária que a do partido, porque pelo menos no partido à entrada te dizem quem e como tem o poder e (se queres ser membro do partido, sabes tudo isto) e tens a opção de aceitá-lo ou não.
O texto em grego:
https://athens.indymedia.org/hidden/comments/1571286/
O texto em castelhano:
http://verba-volant.info/es/un-breve-comentario-sobre-el-aformalismo-y-sus-tacticas/
agência de notícias anarquistas-ana
tarde cinzenta
o nevoeiro
pulveriza o pinhal
Rogério Martins
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!