Há muito que o cinema de causas tem encontrado no formato documentário um instrumento poderoso de divulgação de temáticas universais mais ou menos polemicas, por vezes ignoradas ou escondidas do grande público, mas reveladas de forma crua, sem artifícios visuais ou outras maleitas que possam criar ruído na mensagem que se pretende servir ao espectador.
O documentário como expressão artística do real encontra no DocLisboa a sua geografia privilegiada para se apresentar ao público enquanto lente social que foca temas da atualidade, sob os quais o interesse geral se encontra agitado. A Grécia enquanto polo aglutinador de atenções mundiais não será esquecida pelo DocLisboa. A secção “Foco Grécia” será uma retrospectiva do cinema produzido naquele país nos últimos 50 anos e será uma oportunidade para se conhecer a evolução social e política até aos nossos dias por alguns dos seus realizadores mais significativos.
A urgência enquanto temática cinematográfica terá o seu espaço neste festival em parceria com Centro Português de Refugiados. Nesta secção as obras que se irão apresentar ao público pretendem ser um manifesto de sensibilização para o drama dos refugiados e simultaneamente um elogio aos intervenientes individuais e coletivos que procuram atenuar esta chaga humana.
A retrospectiva: “I don’t throw bombs, I make films” – Terrorismo, Representação, será um espaço dedicado às ideologias e extremismos, testemunhados pela necessidade das câmeras denunciarem a loucura coletiva de determinadas crenças e ideias contaminadoras do equilíbrio social. Nesta retrospectiva serão apresentadas 28 obras que vêm de Espanha, Alemanha, passando pela Itália e a Irlanda, dos EUA ao Japão, do Peru, Bangladesh, França e Palestina.
O realizador Sérvio Želimir Žilnik, estará presente com uma retrospectiva dedicada à sua obra, cuja mesma foi marcada por uma permanente análise crítica às opções políticas e sociais tomadas pelo seu país ao longo da segunda metade do século XX. Atualmente a sua obra é um precioso documento histórico que ajuda a compreender a forma com as influências políticas sopradas a Leste foram absorvidas pelo seu país.
Destaque este ano para o projeto “Arché”, o anunciado espaço dedicado aos profissionais que pretendem iniciar ou desenvolver uma carreira no cinema independente. Esta abertura da organização ao cinema mais alternativo pretende semear a partilha de experiências, a discussão sobre modelos de trabalho e a promoção de novas redes de colaboração.
Este é o ano em que o DocLIsboa deseja cimentar a sua relevância mundial no panorama do cinema documental. Nesse sentido entre o dia 22 de Outubro e 1 de Novembro, este festival terá como argumento principal além dos participantes nos diversos eventos agendados a seguinte contabilidade cinematográfica: 236 filmes, 40 países representados, 46 filmes Portugueses e 43 estreias mundiais.
Toda a informação sobre a programação, intervenientes, eventos, locais de apresentação, bilheteiras e outras informações uteis podem ser consultadas no site oficial do DocLisboa em: www.doclisboa.org
agência de notícias anarquistas-ana
A noite flutua
e as rosas dormem mimosas
aos beijos da lua.
Humberto del Maestro
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!