Em 1º de maio de 2015, durante uma viagem nossa [alguns estudantes gregos] participamos na manifestação do Dia do Trabalho em Milão, cujo ponto (tema) mais importante era a oposição à organização da Exposição Internacional de Milão (Expo 2015), que estava acontecendo naqueles dias na cidade, e que tinha criado um ambiente econômico e social sufocante em detrimento dos estratos sociais mais baixos de Milão.
Em 2 de maio de 2015, um dia depois da manifestação, fomos preventivamente detidos pela Polícia italiana no marco de uma operação de detenções em massa, apenas por termos saído de um centro social ocupado. Após a detenção por muitas horas sem a presença de um intérprete, eles nos deixaram em liberdade sem acusação.
Na quinta-feira, 12 de novembro de 2015, as autoridades gregas irromperam nossas casas e nos prenderam com um mandado de detenção europeu e entrega emitido pelos Promotores de Milão. Com esta ordem é solicitada a nossa detenção e extradição para a Itália, por causa da nossa participação na manifestação. Segundo a ordem, “fomos vistos” participando de distúrbios.
No momento, a solidariedade na prática conseguiu evitar a nossa prisão, enquanto que, todavia, está pendente o procedimento de um conselho judicial, que decidirá se vamos ser extraditados para a Itália, onde não há nem mesmo um período máximo de prisão preventiva até a celebração do julgamento. É a primeira vez desde que se estabeleceu o mandado de detenção europeu que é solicitada a extradição de um cidadão de um Estado da EU [União Europeia] para outro por razões relacionadas com a sua ação política.
Como estudantes que participamos no movimento estudantil e em suas lutas, nas assembleias de bairro e nas reivindicações trabalhistas e de classe, chamamos a todo o movimento rebelde para se opor e bloquear a nossa extradição para a Itália, já que este risco é latente. Quando os movimentos dos “de baixo” escolhem se juntar contra as políticas internacionais de austeridade e degradação (de nossas vidas), os Estados optam por colaborar contra eles, com o fim de reprimir as lutas e criminalizar a ação política, de modo que este fato sem precedentes extrapola as fronteiras de um país e deixa um legado para todos os lutadores.
A bloquear com toda a nossa força a extradição para a Itália.
Atenas, 14 de novembro de 2015, os cinco estudantes caçados pelas autoridades italianas
O texto em castelhano:
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