Livro escrito por Hitler divide a opinião dos maiores livreiros do país sobre se deve ser lançado ou não, no ano que vem.
O livro Minha Luta (Mein Kampf) escrito por Adolf Hitler (1889 – 1945) cairá em domínio público a partir de janeiro de 2016, e a partir daí, poderá ser publicado por qualquer editora. Porém, ter em suas prateleiras o livro que ficou conhecido por ser a “Bíblia nazista”, será que é bom para os negócios? Essa é a dúvida dos maiores livreiros do país.
Conforme o jornal Folha de S.Paulo, para a professora de história da USP, Maria Luíza Carneiro, autora do livro Holocausto, Crime contra a Humanidade, o lançamento do livro pode ser munição para o sentimento antissemita contemporâneo. Seria iluminar o nazismo com holofotes, por isso ela é contra.
A livraria Cultura, fundada, em 1947, por judeus imigrados da Alemanha diz que a decisão comercial será discutida oportunamente. O herdeiro da livraria, Pedro Herz, se recusa a falar sobre o assunto.
Já o sócio da Travessa, Rui Campos, diz que é obrigação do grupo divulgar um documento histórico, no entanto, acredita que a obra de Hitler virou símbolo de ódio, como a suástica e vai analisar a nova edição para decidir se vende ou não.
A Livraria da Vila já avisou que vai vender o livro, assim que tiver disponível. A Saraiva diz não comentar estratégia comercial, mas seu comentário sobre a necessidade de ter produtos de todos os gêneros e categorias, sugere que sim, vai vender. A Amazon já tem em seu site, uma edição de 2014. A Centauro, não tem dúvida: lançará sua edição, na íntegra.
A Bíblia de Hitler foi escrita por ele, logo após ser preso em 1 de abril de 1924, por estar tramando um golpe na Baviera. Apesar de ser ridicularizado pela elite alemã, o livro vendeu, até a morte de seu autor, 21 anos depois, mais de 100 milhões de cópias.
Minha Luta é um pouco autobiográfico, mas também um panfleto antissemita. Apesar de ser considerado uma obra de autopropaganda e de valor cultural nulo, se tivesse sido levada a sério, poderia ter revelado ao mundo, o pensamento daquele que seria responsável por 50 milhões de mortes, dentre elas, 6 milhões de judeus no holocausto.
O austríaco Hitler mostra seu desprezo pelos deficientes, quando diz que Deus não deveria permitir que progenitores doentes pudessem colocar no mundo crianças deficientes, que só trariam infelicidade a si mesmo e ao mundo.
A Alemanha nazista criou o programa Ação T4 que exterminava deficientes “incuráveis”.
Com relação aos judeus, o Führer demonstra seu ódio quando se refere a eles como “canalhas judeus nojentos” que ameaçavam a raça ariana.
A Segunda Guerra Mundial mostrou o tamanho da crueldade de Hitler para com os judeus.
Por enquanto, os direitos autorais de Minha Luta está com o Estado da Baviera, mas a partir do próximo ano poderá ser daqueles que não creem no dilema “moral ou dinheiro”.
agência de notícias anarquistas-ana
depois de horas
nenhum instante
como agora
Alexandre Brito
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!