Eles estão encarcerados em uma luta pela liberdade. A liberdade da opressão, a liberdade das classes dominantes, a liberdade do “homem”. Agora, a batalha está a sua porta. Literalmente.
O Clube Anarquista de Melbourne (mac.anarchobase.com) – o lar de um grupo de pessoas fora dos cânones sociais que rejeitam as “estruturas hierárquicas de poder” e acreditam que a ganância é prejudicial – desacredita os magnatas capitalistas que estão rodeando seu recinto com boutiques para aqueles que se chama “hipsters”. O espaço raquítico, que está localizado em St. Georges Road, Northcote, e que já recebeu o show punk rock “F ** k the Budget” e muitos protestos em solidariedade com os anarquistas espanhóis, logo se viu no meio, como um sanduíche, de grandes empreendimentos comerciais. No entanto, enquanto os sons de martelos e brocas os rodeiam, os anarquistas insistem que não vão a lugar nenhum.
“Estamos aqui para ficar. Houve resistência por parte da comunidade local sobre haver estes edifícios comerciais e muitos vizinhos nos disseram que estão felizes em continuarmos aqui, entre os edifícios“, disse Chris, de 21 anos, um membro do Clube Anarquista de Melbourne. Parece um roteiro da série de televisão The Castle. Na verdade, eles poderiam ser milionários se tivessem aceitado a oferta de compra após esta área aumentar o seu valor após a gentrificação do norte da cidade de Melbourne. Os anarquistas afirmam que ninguém se aproximou deles para fazer essa oferta. Talvez dentro do Clube, que não tem fundamentalmente líderes e rejeita estruturas executivas de poder, a mensagem não foi simplesmente transmitida.
“Eu havia pensado que talvez as empresas construtoras teriam pensado que era um edifício de grande valor, mas não recebemos qualquer proposta, talvez eles sabiam nossa resposta com antecedência”, disse Chris. “Estamos aqui simplesmente para educar as pessoas. Estamos aqui para a comunidade. Eles estão aqui para construir edifícios altos e feios e fazer muito dinheiro com isso“. O mais importante para o clube foi o seu protesto em que argumentavam que uma vez que o trabalho de construção começou a construir um edifício de 69 apartamentos e lojas de moda, seu recinto mudou e apresenta rachaduras nas paredes.
O Clube, repleto do chão ao teto com livros sobre como derrubar o Estado, estava deteriorado no momento em que estes anarquistas o fizeram seu espaço. Os membros do Clube dizem que estão considerando processar a construtora Verve no Tribunal Civil e Administrativo de Victoria para remunerar o custo dos pagamentos com o reparo. “Não há nenhuma razão para acreditar que o edifício vai entrar em colapso, mas realmente em termos de viabilidade, em longo prazo não é bom ter esse tipo de danos estruturais“, disse Chris, um estudante de eletricidade da Universidade TAFE.
A construtora Verve concorda que tem havido uma grande quantidade de movimento, mas insistiu que não houve nenhum erro na construção, a qual foi aprovada e assinada pelos engenheiros da empresa. “Nós sugerimos que eles obtenham um engenheiro independente para vir e avaliar o prédio, mas eles [os anarquistas] não podem tomar uma decisão. Se alguma medida deve ser tomada, esta deve ser avaliada coletivamente“, disse o gerente de projeto da empresa de construção civil, Angelo Natoli.
“Não há nenhuma pessoa responsável para falar e assumir a responsabilidade. Eles não são, definitivamente, tradicionais vizinhos“. Então, como é que tudo pode ser feito em um sistema baseado na anarquia? É uma pergunta que muitas pessoas de Melbourne perguntam quando passam em frente do edifício em ruínas que já recebe o Clube desde 2008. Que tipos de ideias perigosas e de desobediência civil foram gerados dentro destas paredes? Quando o The Sunday Age visitou o Clube na semana passada, parecia mais como uma casa compartilhada e desordenada do que um espaço para gestar dissidência política.
Taylor Freeman, um revolucionário com pouca pinta de revolucionário vestindo uma camisa de tecido risca de giz e um sapatos pretos brilhantes, disse que o grupo, que se reúne a cada tarde de domingo, foi o lugar onde ele encontrou um propósito maior do que tudo o que ele tinha sido anteriormente parte. “O anarquismo é a maior forma de liberdade humana, onde ninguém fala em seu nome. Se essa pessoa nos fala, isso vai acontecer em uma reunião do grupo e será decidido em um grupo, em uma democracia consensual“, disse o homem de 25 anos. “E isso não acontece apenas em situações difíceis… Quando alguém em um grupo social decide sair para comer uma pizza ninguém diz que eu sou o Fuhrer da pizza e esta é a pizza que nós teremos e esta é a forma em que será. É a forma como nos organizamos naturalmente todos os dias”.
Fraser Karhunkynsi, 34 anos, um encanador com dreadlocks e piercing no nariz, que atualmente estuda para ser um massagista, acredita que os anarquistas têm uma reputação ruim sem justificação. Os anarquistas são justamente pessoas amigáveis, que é precisamente “o que o mundo precisa“. “No momento em que você ouve a palavra anarquia você pensa sobre bandeiras em chamas e bombas de gasolina jogadas, cena muito longe da realidade“, disse ele. “Em sua essência, o anarquismo se radica em construir comunidades. Quando há um meio de produção e não há um chefe responsável colocando seu ego acima de tudo, todos trabalham juntos“. Mas nem todos querem ser amigos. Chris concordou em não usar seu sobrenome por medo de represálias de membros da Frente de Patriotas Unidos, um grupo de extrema direita que entrou em conflito com o grupo anarquista, sendo que o mais recente choque ocorreu mês passado.
Apesar das construtoras estarem os esmagando e os fascistas intimidando, os anarquistas insistem que eles vão ganhar a guerra. Eles também convidam todos para participar. “A menos que você é um chefe ou alguém em posição de contratar ou demitir alguém“, disse Freeman. Diante dos novos proprietários dos apartamentos que se instalaram neste novo empreendimento de moda, o Clube Anarquista pode ser uma coisa desagradável, mas também pode oferecer um toque de autenticidade urbana que o dinheiro não pode comprar.
Tradução > Liberto
agência de notícias anarquistas-ana
Um grande silêncio —
Nuvens escuras se acumulam
Sobre a terra seca.
Paulo Franchetti
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!
Um puta exemplo! E que se foda o Estado espanhol e do mundo todo!
artes mais que necessári(A)!
Eu queria levar minha banquinha de materiais, esse semestre tudo que tenho é com a temática Edson Passeti - tenho…