No dia 13 de Março, na Fundação Calouste Gulbenkian, 15 pessoas invadiram uma sessão em protesto contra a exploração de petróleo, gás natural e toda a indústria energética.
Nesta sessão, estavam representantes da Entidade Nacional para o Mercado dos Combustíveis (ENMC), da BP, da GALP, da APETRO (Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas), da PRIO e da Torrejana para falarem de biocombustíveis. Note-se que algumas destas empresas têm concessões de exploração no Alentejo e no Algarve, e que a ENMC é a entidade responsável pela gestão da atribuição de todos os contratos de concessão e exploração de petróleo e gás natural em Portugal. Para além disso, a Fundação Gulbenkian é detentora de 100% do grupo Partex Oil & Gas, e participa em duas concessões de exploração de petróleo na costa.
Todas estas empresas ao mesmo tempo que destruíram, e que continuam a destruir territórios inteiros, vêm agora falar sobre biocombustíveis, numa clara indicação de que a vida no seu todo é um recurso a ser explorado – simplesmente vão saltando de negócio em negócio!
Os biocombustíveis são a mais famosa falsa solução para as alterações climáticas. Na teoria, significa zero emissões de carbono, sem qualquer modificação do nosso estilo de vida. Na prática, representa a devastação de florestas inteiras para a implementação de monoculturas, a expulsão de comunidades das suas terras, a substituição de produção de comida por produção de combustível, maior destruição ambiental que o carvão e o petróleo, ao mesmo tempo que facilita a atribuição de subsídios às grandes corporações.
Por todos estes motivos, interrompeu-se a sessão sobre “biocombustíveis em Portugal”, tendo sido mostrada uma faixa onde se podia ler “nem fósseis nem biocombustíveis, contra a indústria energética”, distribuíram-se panfletos e leu-se um texto de denúncia.
Funcionários da Gulbenkian mostraram-se muito motivados no cerco às pessoas envolvidas nesta ação, facilitando a tarefa dos seguranças e dos polícias.
Contra o modelo industrial de exploração de recursos, abaixo as corporações!
Fonte: http://pt.indymedia.org/conteudo/newswire/31918
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Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!